Texto: Hebreus 1.1-8

Introdução:

            Os três cargos mais importantes que poderiam existir para o povo de Israel no Antigo Testamento eram: o de Profeta (como Isaías, Jeremias, Natã), o de Sacerdote (como Arão, Samuel), e o de Rei (como Davi, Josafá). O profeta falava as palavras de Deus ao povo, o sacerdote oferecia sacrifícios e orações a Deus em favor do povo, e o rei governava o povo como representante de Deus. Cristo preenche esses três ofícios da seguinte maneira: como profeta ele transmite a palavra de Deus a nós, como sacerdote ele tanto oferece sacrifício em nosso favor quanto ele mesmo é o sacrifício; e como rei governa a Igreja e todo o universo.

Vamos ver como Cristo exerce cada um desses ofícios:

  • CRISTO COMO PROFETA

 

Moisés foi o primeiro grande profeta do A.T e escreveu os cinco primeiros livros da Bíblia, o Pentateuco. Depois vieram outros que transmitiam a palavra de Deus. Mas Moisés profetizou que um dia viria outro profeta como ele. (Dt 18.18): “Suscitar-lhe-ei um profeta...”

Mas se olharmos a história de Jesus nos evangelhos, ele não é visto como um profeta ou O Profeta semelhante a Moisés, apesar de que em algumas referências as pessoas o chamavam de profeta, eles conheciam pouco sobre Ele. Por ex. quando Jesus disse a mulher samaritana um pouco da sua vida passada, ela imediatamente disse que Ele era profeta (Jo 4.19), o cego de nascença também falou que Jesus era profeta (Jo 9.17). Mas havia uma expectativa de que viria o profeta predito por Moisés, como por exemplo, na multiplicação dos pães e peixes, alguns exclamaram “Este é, verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo” (Jo 6.14).

As cartas paulinas não citam Jesus como profeta. Apesar de Jesus ser o profeta predito por Moisés, Ele é infinitamente maior que todos os profetas, tanto do A.T como do N.T. Jesus era aquele sobre quem os profetas falavam e escreviam. Ele não era meramente um mensageiro da revelação de Deus (como todos os profetas), mas ele era a própria fonte de revelação de Deus. Em vez de dizer como os profetas “Assim diz o Senhor”, Jesus podia dizer com toda autoridade divina “Eu, porém, vos digo”. Jesus é o verbo eterno de Deus (Jo 1.1), é o resplendor da glória e a expressão exata de Deus, Ele é a verdadeira luz que ilumina a todo homem, todas as coisas foram feitas por intermédio Dele. No sentido genérico da palavra profeta, Cristo é verdadeiramente um profeta, mas Ele é também aquele profetizado por Moisés, Ele é maior que todos os profetas.

  • CRISTO COMO SACERDOTE

 

No N.T Jesus é o nosso grande sumo sacerdote. Jesus ofereceu um sacrifício perfeito pelo pecado, não com sangue de touros ou bodes, mas com o seu próprio sangue (Hb 9.26), esse sacrifício que Cristo fez foi definitivo e completo, jamais precisa ser repetido, Ele foi tanto o sacrifício quanto o sacerdote que oferecia sacrifício.

Os sacerdotes compareciam a presença de Deus de tempos em tempos, em favor do povo, mas Jesus fez mais que isso, Ele continuamente intercede por nós diante de Deus, de forma que não precisamos mais de um templo em Jerusalém nem de um sacerdote especial que seja intercessor entre nós e Deus. Em 1 Tm 2.5 diz que: “Há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem”. Você agora tem o privilégio de entrar no Santo dos Santos, lugar onde só entrava o sumo sacerdote, e isso uma única vez por ano. Quando Jesus ofereceu o sacrifício perfeito diz que o véu se rasgou de alto a baixo, não há mais barreiras que nos impedem de entrar na presença de Deus (Hb 10.19-22: “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos...”). Os sacerdotes no A.T oravam pelo povo, Jesus também ora continuamente por nós (Rm 8.34), esse papel de intercessor somente Jesus, como Deus-homem, pode fazer, ninguém mais tem essa autoridade, portanto se alguém quer tomar esse lugar de Cristo, essa pessoa está roubando a glória que é de Cristo, está roubando o lugar que pertence a Cristo.

 

  • CRISTO COMO REI

 

Jesus nasceu para ser o Rei dos judeus, mas não aceitou ser um rei do jeito que o povo queria: um rei terreno com poder militar, com espada, com um exército de soldados, um rei que libertasse o povo judeu do domínio de Roma. Eles queriam um rei político, cheio de fama e de pompa, mas Jesus recusou tudo isso, Ele disse a Pilatos em (Jo 18.36: “O meu reino não é deste mundo...”). Mas Jesus tem um reino, cuja vinda ele anunciou em sua pregação aqui na terra, é um reino celestial, Jesus é o “Rei que vem em nome do Senhor”, é o “Rei dos reis e Senhor dos senhores”, está sentado à direita do Pai, está acima de todo nome, tem todas as coisas debaixo dos seus pés, Ele é o cabeça de todas as coisas, esse oficio de Rei será reconhecido pelas pessoas quando Jesus voltar com poder e grande glória para reinar, Filipenses 2.10-11 diz que: “Todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus Pai”.

 

Conclusão:

             Jesus é maior que todos os profetas, Ele intercede por nós, levando nossas orações a Deus, não é apenas um mensageiro diante de Deus, mas um intercessor, Ele é o nosso advogado, que nos defende do acusador. Jesus é o Rei de toda a terra, mas o seu reino não é deste mundo, é um reino celestial, que está preparado para nós quando nos encontrarmos com ele na glória eterna. Essa é a nossa esperança em Cristo, o amado das nossas almas, o nosso Rei e libertador. Amém!

 

Diác. Gilson Nunes

Igreja Presbiteriana Éfeso

Ceilandia-DF

04/11/2011