INTROSPECÇÕES E ...
Por José Berton | 04/03/2021 | CrônicasINTROSPECÇÕES E...
Senti saudades. Ah, como senti. Saudades de tanta coisa! A começar pelo vigor de até poucos anos atrás. O acordar cedo, o espreguiçar bem gostoso e o levantar! Sair de encontro à vida! Fazer de tudo um pouco e ainda sentir o desejo de realizar mais e mais. O trabalho junto a todos. O ir e vir às vezes com pressa. Por outras, com direito a contemplar algo que até então havia passado despercebido... Um detalhe no Beiral de uma antiga construção, uma forma abstrata de árvores ainda de pé. Pessoas que sempre estiveram inseridas em quadros raros de beleza junto as nossas praças, ruas, e cantões desta terra nossa! Que falta me faz a larga carga de tempo e de coragem para fazer. O primeiro e o segundo turno de produção como funcionário público. Os afazeres de casa onde nunca foram poucas as tarefas minhas e somente minhas! As reuniões no Centro Cultural Italiano, os jantares, as homenagens das quais em grande número a parte literária era responsabilidade minha. As convocações para assembleias em sede de Partido, em Igrejas, escolas e família. Saudades de um tempo que passou. E como dizem alguns se passou não volta. Faz parte de uma história a ser contada somente. Quando regada de lutas e de vitórias, ou, quando do enfrentamento às adversidades. Saudades! Doce ingrata saudade dos microfones da Rádio Diário AM 570! As tardes de sábado e sua seleta programação onde motivação era tudo! Levar ao ar as mais belas e encantadoras canções era um prazer inenarrável. Neste formato único o gosto em proporcionar o melhor ao ouvinte fiel do “Palavras de Vida” nos dava o direito de construir uma mescla de obras imortais onde ouvir Clássicos da música internacional era suporte para na sequencia deleitar-se com MPB - música popular brasileira, tendo a seguir, tango, Bolero, Samba, Boemia, entre outras que fizeram do Programa do Berton um marco do Rádio na década de 2000. Nesta miscelânea não poderia faltar em hipótese alguma as Canções Italianas! Sem elas o romantismo não seria o mesmo. Com elas a certeza do pulsar forte de um coração bravo!
José C. Ramos Berton
Jornalista