Formação e atuação profissional de Educação Física no campo do lazer.

Autor: Dr. Elionai Dias Soares 
Professor de OMF / Anatomia Humana – Cesmac / AL 
Licenciado em Educação Física 
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@prof.elionaisoares

 

Considerações iniciais
Os autores Melo e Alves Júnior, em 2013, em seu livro denominado “Introdução ao lazer” discorreram sobre reflexões acerca das características específicas que o professor de Educação Física, enquanto profissional do lazer ou animador cultural, deve buscar constantemente durante o seu processo de formação e atuação em campo. A seguir, destacamos duas dessas características: quanto à postura profissional – formação; e quanto ao domínio de conteúdos – cultura.


Quanto à postura profissional – Formação
O profissional deverá preocupar-se em articular os seus conhecimentos de formação específica com outras áreas afins. Esse caráter multidisciplinar do conhecimento se manifestará em campo na medida em que o profissional traz para o cotidiano a amplitude de novas habilidades e competências, que contemplarão áreas diversas do conhecimento e experiência. 
No entanto, conforme asseguram os autores do livro supracitado, vários fatores interferem no processo de formação de qualidade do profissional do lazer: a tradição histórica; a compreensão equivocada sobre o humor estritamente necessário e a desvalorização do profissional em seu campo de atuação. 
Assim, esse processo de visão ampla, ainda que constantemente negligenciada, se manifesta de forma dinâmica e constante. Segundo André Lázaro (2001), a formação do profissional refletirá na formação do discente, pois esta deve ser também uma oportunidade para o aluno aprender a interferir no mercado e na ordem social, ainda que ele esteja imerso nesse contexto. Desta forma, o ensino e a aprendizagem por meio do lazer, com entendimento multidisciplinar, identificarão o sujeito docente, muito além daquelas expectativas laborais.

 

Quanto ao domínio de conteúdos – Cultura
O profissional do lazer, também chamado de animador cultural, deve constituir-se em mediador entre o público e a atividade. Nessa condição, não cabe uma formação simplista e equivocada isenta daquele largo espectro das experiências multiculturais. Há de se esperar do profissional competente um conjunto de valores e normas, além das simples realizações de atividades pré-concebidas, formatadas antecipadamente sob a ótica de tarefas pragmáticas. É bem verdade que a universidade, boa parte das vezes, abre mão do seu papel de difusora e geradora da cultura, diante seus discentes e futuros profissionais. A diminuição da frequência em teatros, cinemas, eventos de música, museus etc são exemplos que constatam essa lamentável realidade. 
Assim, conforme afirmam os autores, o futuro profissional poderá ser um “tarefista”, na medida em que mantém os seus horizontes restritos em um campo de visão que se definha por falta de ampla vivência cultural. De igual maneira, novas reflexões deverão ocorrer na direção de entender como poderá um profissional colaborar para o processo de emancipação humana, por meio do tempo livre de trabalho (lazer), na falta dessas múltiplas expressões de sentimentos, emoções e afetos, decorrentes da aquisição de ampla cultura.

 

Considerações finais
Destaca-se o aspecto lúdico e motivador, sempre presente no aprendizado cultural, que é o elemento central na vida do educador e do educando. Desta forma, inseridos em contexto de produção imaterial humana, teremos indivíduos socialmente críticos e emancipados, em processo de ensino e aprendizagem, intermediados pela figura do professor de educação física, enquanto animador cultural.

 

Referências

ISAYAMA, H. F. (Org.). Lazer em estudo: currículo e formação profissional. Campinas: Papirus, 2014.
MARCELLINO, N. C. (Org.). Lazer: formação e atuação profissional. Campinas: Papirus, 2013.
MELO, V. A.; ALVES JÚNIOR, E. D. Introdução ao lazer. 2. ed. rev. atual. São Paulo: Manole, 2012. 
SILVA, R. A. Recreação e Lazer. Batatais: Claretiano, 2014.