FORMAÇÃO CONTINUADA EM SERVIÇO: A AÇÃO PEDAGÓGICA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Ângela Conceição dos Anjos Pena[1]

Raphaelle Rodrigues Saraiva[2]

RESUMO

Trata-se de uma pesquisa ressaltando a importância da Formação Continuada em Serviço: A Ação Pedagógica nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Os objetivos deste trabalho são analisar a Formação em Serviço com ênfase na ação pedagógica e as suas contribuições para o fazer pedagógico, destacando o contexto histórico e os desafios da prática docente diante da globalização e assim aprofundar e melhorar a prática diária no âmbito escolar do professor. Tendo como problemática o seguinte questionamento: como a Formação Continuada em Serviço contribui na ação pedagógica desenvolvida nas Séries Iniciais no Ensino Fundamental? Para a realização da investigação, adotaremos a pesquisa bibliográfica baseada nas ideias de Tardif (2002), Nóvoa (1995), Imbernón (2011), Freire (1996), Luckesi (2003), Libâneo (2001) e Delors (200) para aprofundar e fundamentar os conhecimentos teóricos sobre a temática. A metodologia adotada foi um estudo através de um relato de experiência, O universo da pesquisa envolveu os profissionais que se encontram diretamente envolvido com o processo ensino-aprendizagem. Esses sujeitos foram selecionados porque suas experiências de aula podem contribuir significativamente para qualificar o referido estudo. Desse modo, contou-se com 2 professores do 4º e 5º ano que desenvolvem atividades em uma escola de cunho social onde disponibilizaram para a realização da pesquisa. O trabalho cotidiano do docente não pode ser visto como algo desligado do contexto. Entretanto é para esses contextos social diferenciados que o docente deve estar atento no seu labor diário, isto nos reporta que o saber agir com competência significa obter sucesso na tarefa de ensinar.

Palavras chaves: Docente, Ensino Fundamental, Formação Continuada, Prática Pedagógica, Professor.

RESUMEN

Se trata de una investigación resaltando la importancia de la Formación Continuada en Servicio: La Acción Pedagógica en las Series Iniciales de la Enseñanza Fundamental. Los objetivos de este trabajo son analizar la Formación en Servicio con énfasis en la acción pedagógica y sus contribuciones para hacerlo pedagógico, destacando el contexto histórico y los desafíos de la práctica docente ante la globalización y así profundizar y mejorar la práctica diaria en el ámbito escolar del profesor . Teniendo como problemática el siguiente cuestionamiento: ¿cómo la Formación Continuada en Servicio contribuye en la acción pedagógica desarrollada en las Series Iniciales en la Enseñanza Fundamental? Para la realización de la investigación, adoptaremos la investigación bibliográfica basada en las ideas de Tardif (2002), Nóvoa (1995), Imbernón (2011), Freire (1996), Luckesi (2003), Libneo (2001) y Delors (200) para profundizar y fundamentar los conocimientos teóricos sobre la temática. La metodología adoptada fue un estudio a través de un relato de experiencia, El universo de la investigación involucró a los profesionales que se encuentran directamente involucrados con el proceso enseñanza-aprendizaje. Estos sujetos fueron seleccionados porque sus experiencias de clase pueden contribuir significativamente a calificar el referido estudio. De ese modo, se contó con 2 profesores del 4º y 5º año que desarrollan actividades en una escuela de cuño social donde disponibilizaron para la realización de la investigación. El trabajo cotidiano del docente no puede ser visto como algo desconectado del contexto. Sin embargo, es para esos contextos social diferenciados que el docente debe estar atento en su labor diaria, esto nos reporta que el saber actuar con competencia significa obtener éxito en la tarea de enseñar.

Palabras claves: Docente, Enseñanza Fundamental, Formación Continuada, Práctica Pedagógica, Profesor.

1 INTRODUÇÃO

Os desafios de uma sociedade que está sempre mudando, exige novas concepções e posturas, por conseguinte o professor deve entre outras coisas ampliar os seus conhecimentos de diversas formas relacional, dialógica, científica, cultural, política, econômica e entre outras, uma vez que, estes aspectos são fundamentais para dinamizar a sua prática de sala de aula. Desse modo, há uma necessidade de aprimorar as informações no chão da escola, onde nota-se que existem docentes que se encontram despreparados para realidade desse contexto. Portanto, a importância da Formação Continuada em Serviço para esse fazer pedagógico, precisa levar em contas as peculiaridades apresentadas pelos alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental.

Sendo assim, o interesse em realizar esta pesquisa “Formação continuada em Serviço: a ação pedagógica nas séries inicias no Ensino Fundamental” surgiu no decorrer da trajetória acadêmica quando tivemos a oportunidade de estudar a respeito da formação continuada na docência, e ter compreendido que dar continuidade aos estudos após a graduação é extremamente relevante para desenvolver uma prática pedagógica significativa, que atenda as demandas da sociedade moderna que está sempre em processo de mudança, logo o professor precisa estar atualizado conforme as mudanças sociais, políticas e históricas.

Tendo por interesse em realizar este trabalho surgiu de estudar acerca de formação continuada, onde no decorrer das aulas estudamos a necessidade de discutir a respeito da formação continuada em serviço do educador das séries iniciais de ensino, visto que, ao concluírem a graduação os professores encontram-se despreparados para trabalhar com o público no qual este ensino. Com isso, refletimos sobre a formação inicial do professor nos damos conta das quantas dificuldades ele tem que atravessar ao se deparar com as particularidades do ensino fundamental, considerando que há uma necessidade de formação continuada voltada as séries inicias, visto que é a base do aluno.

O quadro descrito na educação apesar de apresentar mudanças significativas decorrentes de teorias que reforçam a necessidade de repensar e ampliar a pratica pedagógica que devem se revelar sendo o principal requisito para a melhoria do ensino mostra que o trabalho docente é parte integrante do processo educativo que se desenvolve para atender as demandas sociais, através da ação educativa o meio social exerce influência sobre os indivíduos e estes ao assimilarem e recriarem essas influências torna-se capazes de estabelecer uma relação ativa e transformadora em relação ao meio em qual estão inseridos. Neste destaque ganha força o trabalho do professor levando-se em consideração a sua importância no momento de fazer intervenções positivas na escola.

Diante do exposto é interessante pensar que é necessária uma constante renovação na ação educativa e esta nova forma de educar requerem uma redefinição importante da profissão docente e que se assumam novas competências profissionais no quadro de um conhecimento pedagógico, científico e cultural. Em outras palavras a nova era requer um profissional da educação diferente. Entretanto o que ainda se encontra são professores desenvolvendo com práticas pedagógicas tradicionais, poucas inovadoras, que não conseguem planejar e nem alcançar os pensamentos dos alunos.

A problemática aumenta quando é visível o descontentamento dos professores em relação ao seu trabalho, que trabalham com turmas superlotadas, recebem salários baixos, não tem o apoio da família para que possam desenvolver educação de qualidade. Outros conflitos também causam problemas entre estes se destacam a falta de interação entre os professores que ministram em diversas disciplinas, ausência do trabalho coletivo promovido de uma gestão democrática e também a inclusão de alunos com especificidades sem o suporte o especializado adequado. Todos esses problemas são decorrentes de forma direta e indireta de uma formação deficiente e desatualizada que contribui negativamente para um fazer docente de qualidade.

Diante das inquietações expostas, que tratam da formação docente e as implicações na aprendizagem dos alunos, pois é correto pensar que o professor precisa estar bem em seus aspectos psicológicos, emocionais e afetivos para que possa influenciar positivamente na construção de saberes e, por conseguinte levar os alunos a fazer uso do que aprenderam no chão da sala de aula tendo em vista que é deste profissional a responsabilidade de levar o aluno a refletir, questionar, criticar, analisar, fazendo uso do que aprendeu na escola na vida prática.

Acreditamos que algumas situações ocorram na escola, porque está comprometido o entendimento de que a Formação Continuada em Serviço contribui para ampliar o conhecimento e a prática docente, uma vez que a profissão docente é desafiada pela globalização e as constantes transformações tecnológicas, cientificas, econômicas que se ligam ao trabalho do professor e também, o contexto histórico que influencia na ação pedagógica em virtude da presença de práticas pedagógicas tradicionais e as que não inovam para despertar o interesse dos alunos pelo estudo.

Diante da expectativa, o objetivo geral da pesquisa é discutir a formação continuada em serviço com ênfase na ação pedagógica. O objetivo específico consiste em contextualizar a formação continuada a partir de uma retrospectiva histórica no contexto dos anos 1990 a 2007, valorizar as concepções pedagógicas voltadas para a formação continuada, perceber o professor como sujeito histórico da sua prática docente, verificar a perspectiva para a formação do professor reflexivo e, por conseguinte identificar as contribuições da formação continuada em serviço para o fazer pedagógico.

A revisão da literatura abordará as seguintes questões: o contexto histórico da profissionalização; profissionalização docente e os desafios na globalização; e as contribuições da formação continuada em serviço para o fazer pedagógico. Esse diálogo será fundamentado pelas ideias de Tardif (2013), Imbernón, Libâneo, Nóvoa (1992), Freire (1996), pois estes autores apresentam discussões importantes que podem contribuir para qualificar o referido estudo bem como ampliar a formação acadêmica e profissional.

Estas discussões são importantes para que possamos nos situar em um contexto representado por inúmeros desafios econômicos, sociais e culturais os quais os professores se depara com situações que refletem no seu trabalho, pois os cursos de formação de professores em sua maioria não atendem a essas expectativas, o que torna a sua profissionalização fragmentada. Nesse contexto, cabe uma profunda reflexão sobre como a formação continuada em serviço contribui para a reflexão pratico-teórica, visando à qualidade da educação.

A importância da profissionalização para os professores das séries iniciais seria visando a didática durante das aulas, o desempenho, o estímulo de uma prática diferenciada. Já que seu público são pessoas crianças, e se forem da rede pública muitas vezes passam por dificuldades em casa, com fome, falta de afetividade dos pais e acabam buscando refúgio na escola.  Porém, o trabalho do professor, deve contribuir para seus alunos não sejam traumatizados por dramas familiares, mas sim ajudar este aluno a atuar de forma reflexiva e consciente no meio em que vive, e assim buscar um curso superior, técnico ou profissionalizante com o intuito de melhorar a sua qualidade de vida. Portanto, o docente, tem a tarefa de “reconstruir socialmente” seus alunos, afetado por problemas familiares.

2 RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA FORMAÇÃO CONTINUADA NO CONTEXTO EDUCACIONAL

Estudando sobre o histórico da formação continuada no Brasil, observamos que a mesma vem recebendo atenção a partir da década de 1990, em virtude das pressões do mercado de trabalho e a comprovação da precariedade no desempenho escolar de grandes parcelas da população pelos sistemas governamentais.

A concepção de formação continuada voltada para os professores no Brasil surgiu com a elaboração dos documentos oficiais como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (BRASIL, 2002), o Programa de Desenvolvimento Profissional Continuado – Parâmetros em Ação (BRASIL, 1999), a Rede Nacional de Formação Continuada de Professores (BRASIL, 2004), a Lei n. 11.502 (BRASIL, 2007), que deu origem a chamada Nova Capes e as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica – Parecer CNE/CEB 7/2010 (BRASIL, 2010) e a Resolução CNE/CEB 4/2010 (BRASIL, 2010).

A convivência das pessoas em sociedade exige uma profunda reflexão sobre direitos e deveres, que irá direcionar compromissos de responsabilidades de cada um nos diversos âmbitos. Neste contexto, a lei se torna um importante instrumento de comunicação, interação e inclusão, visando o bem-estar coletivo. Sendo assim, ganha destaque o que preconiza a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, com a perspectiva de garantir a qualidade do ensino.

Com o intuito de organizar a educação surge a política de formação de professores que se caracteriza como uma grande conquista no que diz respeito ao preparo docente e na atuação nas modalidades de ensino, tendo em vista que, o professor precisa adquirir uma qualificação específica no quadro que deseja atuar, uma vez que, os interesses e as necessidades do educando são diferenciados, e sofrem influências de acordo com o local onde a escola se encontra inserida.

De acordo com Artigo 62 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (1996, p.46) ‘’assegura a formação do docente para atuar na educação básica, exigindo a graduação como a formação mínima para exercer o magistério. ’’ Essa garantia é relevante, porque está legalmente reconhecido o professor não poderá atuar no ensino se não possuir a graduação necessária, para atuar no ofício de ensinar, pois sabemos que o mundo muda constantemente e os professores precisam estar preparados para realizar intervenções significativas tanto na formação da identidade dos alunos como na mudança de seu fazer pedagógico, no sentido de romper com o ensino tradicional e pouco atraente aos alunos, independentemente da faixa etária que se encontram.

Diante dos avanços da legislação, é importante conhecer o conteúdo previsto no Artigo 62 sobre o trabalho docente. Neste documento, consta o seguinte:

a formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatros primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal. ’’ (BRASIL, 1996, p.46)

 

Hoje, não é permitido a nenhum professor atuar somente com o magistério, pois o ingresso a academia convoca este profissional a dialogar com diversos conhecimentos que permitirão o bom desempenho do seu trabalho. Então, é importante que os professores não parem de estudar, se tornem pesquisadores buscando após a graduação, o mestrado, cursos de capacitação, participem de eventos que possam contribuir na ampliação de seu intelecto e formação profissional.  Cabe também ressaltar que, tanto o professor que atua na educação infantil como aqueles que estão na instituição de ensino superior deve permanecer estudando para que possa dar conta de discutir e trabalhar com crianças, jovens e adultos de modo a atender as suas peculiaridades.

É responsabilidade do poder público, em especial das Secretarias de Educação elaborar planos de formação continuada em serviço para os professores e demais profissionais da educação, para que estes não percam o entendimento sobre a importância da sua contribuição nos desenvolvimentos dos alunos, da escola e da sociedade. Desta forma, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996, p.46) diz que Artigo_62__ § 1º ‘’A União, o Distrito Federal, e os estados e os municípios, em regime de colaboração, deverão promover a formação inicial, a continuada e a capacitação dos profissionais do magistério’’.

Conforme se observa, cabe aos órgãos institucionais garantir Formação Continuada, visando à qualificação dos trabalhadores da educação, de acordo com seus respectivos campos de atuação e conhecimento. Nesse contexto, a postura do órgão mantenedor é positiva, porque reconhece a importância da implementação de políticas educacionais que promovam uma educação que atenda as perspectivas e necessidades de uma sociedade que está em constante processo de transformação.

Outra ação importante trata-se do Programa de Desenvolvimento Profissional Continuado – Parâmetros em Ação, promovido por meio de parceria entre secretarias estaduais e municipais de educação e instituições de ensino superior, com o objetivo de capacitar os profissionais para que estes se sintam sempre preparados para o exercício da profissão. Dessa forma, ‘’essa atividade foi planejada para ser realizada em um contexto de formação de profissionais de educação, propiciando o estabelecimento de vínculos com as práticas locais’’ (BRASIL, 1999, p.09).

Observamos, portanto, que existe o comprometimento por parte do poder público para assegurar aos professores a qualificação necessária, visando seu pleno desenvolvimento profissional conforme o que está previsto na legislação, e de acordo com a implementação de políticas educativas, com o intuito de priorizar a educação de qualidade a partir de um intenso processo de formação para que os profissionais desenvolvam o seu trabalho cada vez maior.

O material do projeto PARÂMETROS EM AÇÃO, que tem como propósito apoiar e incentivar o desenvolvimento profissional de professores e especialistas em educação, de forma articulada com a implementação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, dos Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e para a Educação Indígena e da Proposta Curricular para a Educação de Jovens e Adultos.  (BRASIL, 1999, p. 01)

 

A Lei 11.502 garante que:

 Art. 2º A Capes subsidiará o Ministério da Educação na formulação de políticas e no desenvolvimento de atividades de suporte à formação de profissionais de magistério para a educação básica e superior e para o desenvolvimento científico e tecnológico do País.

§ 2o No âmbito da educação básica, a Capes terá como finalidade induzir e fomentar, inclusive em regime de colaboração com os Estados, os Municípios e o Distrito Federal e exclusivamente mediante convênios com instituições de ensino superior públicas ou privadas, a formação inicial e continuada de profissionais de magistério, respeitada a liberdade acadêmica das instituições conveniadas, observado, ainda, o seguinte:

I - Na formação inicial de profissionais do magistério, dar-se-á preferência ao ensino presencial, conjugado com o uso de recursos e tecnologias de educação à distância;

II - Na formação continuada de profissionais do magistério, utilizar-se-ão, especialmente, recursos e tecnologias de educação à distância.

§ 3o A Capes estimulará a valorização do magistério em todos os níveis e modalidades de ensino.

Conforme notamos, é significativo o empenho dos órgãos confederados no sentido de promover avanços na formação continuada dos profissionais que estão na educação. Acreditamos que esse é o primeiro passo, para que ocorra o desenvolvimento do ensino, e este processo alcance o sucesso de acordo com o que está previsto na legislação, e, por conseguinte, os alunos tenham condições de ingressar no mercado de trabalho, atuando nas diversas áreas do conhecimento ajudando no progresso da nação.

Segundo a Resolução CNE/CEB 4/2010:

Art. 56. A tarefa de cuidar e educar, que a fundamentação da ação docente e os programas de formação inicial e continuada dos profissionais da educação instauram, reflete se na eleição de um ou outro método de aprendizagem, a partir do qual é determinado o perfil de docente para a Educação Básica, em atendimento às dimensões técnicas, políticas, éticas e estéticas. (BRASIL, 2010, p.17)

Diante do exposto, é visível a compreensão de que a formação continuada em serviço é um projeto que precisa ser bem elaborado para atender tanto as disparidades regionais apresentadas no Brasil, como para garantir que os profissionais sejam qualificados de acordo com as modalidades que trabalham. Neste sentido, não há como negar que um profissional bem qualificado terá mais chances de elaborar planejamentos, projetos, propostas educativas que levem em conta as necessidades e a realidade que se apresenta em cada contexto social.

A preocupação com a formação continuada em serviço, surgiu dentro de um contexto no qual a sociedade vivencia mudanças significativas que exigem do professor repensar o seu trabalho, a sua profissão e as relações que ele mantém principalmente com os alunos, pois ele é o responsável pela a dinamização do saber historicamente construído. Consequentemente, se a educação dos seres humanos gradativamente se tornou mais complexa, o mesmo deverá acontecer à profissão docente, uma vez que, essa complexidade é incrementada pela mudança radical das estruturas cientificas, sociais e educativas, que ocorrem no meio social.

2.1 A FORMAÇÃO E IDENTIDADE DOCENTE

A identidade é compreendida como um processo de construção social de um indivíduo dentro do seu contexto histórico. Quando falamos de identidade profissional, essa se constrói baseado no significado social da profissão, de suas tradições e também no movimento histórico de suas contradições. A profissão docente manifesta-se num cenário como resposta às necessidades colocadas pela sociedade, sendo um corpo organizado de saberes e um conjunto de normas e valores.

Ressaltamos que a construção da identidade do professor, apresenta-se na atualidade como uma problemática para qualificação da educação brasileira. Nesse cenário, é importante refletir a respeito das reais necessidades do professor no exercício da sua ação pedagógica, Libâneo (2001) revela que a profissionalização docente se destina a condições de trabalho para o bom exercício da docência que, por sua vez, é imprescindível que o professor tenha acesso à qualificação e formação acadêmica, além de adequadas condições de trabalho como forma de ressignificar o papel social do professor na sociedade.

Conforme Saviani (2007) O professor pesquisador é aquele que busca reunir informações sobre uma determinada problemática ou tema e procura analisa-las, para alcançar isso usa o método científico para ampliar o conhecimento da temática a ser pesquisada.

O professor conteudista é aquele que segue rigorosamente ao que está determinado no currículo, é apenas um transmissor de informações e conhecimentos, é aquele que visa somente à transmissão dos conteúdos. O professor tradicional é aquele que trabalha os conteúdos separadamente das experiências do aluno e da realidade social.

Sobre a formação e a identidade docente, é interessante destacar três definições de um perfil docente: o pesquisar que é aquele que busca as melhores maneiras de atingir os alunos no processo ensino-aprendizagem; o conteudista se preocupa apenas em ensinar os conteúdos que estão no currículo, e o tradicional é aquele que apresenta os conteúdos prontos e acabados.

Atualmente, um professor conteudista ou tradicional não é o mais adequado, uma vez que, estamos inseridos em uma sociedade que se encontra em constante processo de transformação, logo, o docente precisar levar em consideração que modernidade exige um ensino mais dinâmico, onde o aluno possa ser o autor da sua aprendizagem, e o papel do professor é ser mediador deste processo. 

A formação não se constrói por acumulação (de cursos, de conhecimentos ou de técnicas), mas sim através de um trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas e de (re) construção permanente de uma identidade pessoal. Por isso é tão importante investir a pessoa e dar estatuto ao saber da experiência. (NÓVOA, 1995, p.25).

Diante disso, percebe-se que a docência é um exercício constante de reflexão do trabalho que é desenvolvido na sala de aula, nas relações mantidas na escola, na vida particular, e demais nos quais o professor convive, tendo em visa, que o seu aprendizado não irá ocorrer somente nos momentos em que ele ensina, mas também quando ele aprende. Nesta lógica, o professor acaba desenvolvendo um perfil que irá direcionar tanto o seu trabalho quanto a sua vida, pessoal e profissional.

Tardif discute que o docente ideal é como “Alguém que deve conhecer sua matéria, sua disciplina e seu programa, além de possuir certos conhecimentos relativos às ciências da educação e à pedagogia de desenvolver um saber prático baseado em sua experiência cotidiana com os alunos” (TARDIF, 2002, p. 39). Comenta-se que, o professor precisa adquiri um conhecimento específico voltado não somente para a vocação, para que se identifique com a sua profissão. Com isso que ressaltamos a importância da qualificação específica, contudo mesmo possuindo um saber específico na sua área de atuação, ele precisa também possui o conhecimento da ciência, da tecnologia, dentre outras áreas, pois estas se interligam a educação e possibilitam a compreensão da realidade.

2.2 FORMAÇÕES CONTÍNUA DO PROFESSOR NO BRASIL: REFLEXÃO CRÍTICA.

Os cursos de formação continuada de professores é uma questão fundamental para o papel da prática em sala de aula, pois o mesmo tornou-se responsável pelas mudanças de atitudes e pensamentos autônomos e críticos de seus alunos, não apenas sendo um mero transmissor de conhecimento, mas participando efetivamente da construção pessoal do seu educando. Entretanto, é necessário que o professor tenha uma prática reflexiva, onde esteja sempre disposto a melhorar, a reformular, a se aperfeiçoar na sua ação educativa, mas sempre lembrando que é preciso ser produzido de forma constante e contínua no cotidiano escolar.

A formação inicial possui pontos deficitários, em que o professor em certas situações não consegue lidar e fazer relações com o aprendizado teórico aprendido na graduação, pois a maioria das vezes a teoria está longe da realidade vivida pelo aluno e consequentemente pelo professor, e isso influenciará diretamente no dia a dia do ambiente de sala de aula, no aprendizado de ambos. Por esse motivo, a indispensabilidade dos cursos de aperfeiçoamentos, para ajudar ainda mais o trabalho do professor no cotidiano, levando permanentemente a prática reflexiva consigo.

E segundo Schnetzler e Rosa (2003, p.27):

[...] a necessidade de contínuo aprimoramento profissional e de reflexões críticas sobre a própria prática pedagógica, pois a efetiva melhoria do processo ensino-aprendizagem só acontece pela ação do professor; a necessidade de se superar o distanciamento entre contribuições da pesquisa educacional e a sua utilização para a melhoria da sala de aula, implicando que o professor seja também pesquisador de sua própria prática; em geral, os professores têm uma visão simplista da atividade docente, ao conceberem que para ensinar basta conhecer o conteúdo e utilizar algumas técnicas pedagógicas.

 

A prática critico-reflexiva do professor viabiliza e possibilita um novo ver e um despertar de novas perspectivas para o desenvolvimento do educador, que diante de uma prática eficaz irá notar outros horizontes na sua atividade educacional. Pois, tendo o ato de refletir, o docente poderá auto avaliar-se, sendo assim capaz de identificar suas deficiências, falhas e dificuldades na prática de sala de aula, de como está trabalhando e lidando educandos. Esse feito de auto avaliação proporciona produtividade, competência e afetividade entre os indivíduos envolvidos.

Os cursos de formação começam a expandir significativamente a partir da segunda metade da década de 90, que vem como forma de corrigir falhas na formação inicial. Jacques Delors afirmar que “a qualidade do ensino é determinada tanto ou mais pela formação contínua dos professores do que pela sua formação inicial”, pois essa formação contínua que aperfeiçoará e ajudará o docente na execução do seu ofício no cotidiano, colaborando para os conflitos que o mesmo terá que enfrentar.

Os profissionais da educação são amparados pela LBD, no artigo 87, inciso III “realizar programas de capacitação para todos os professores em exercício, utilizando também, para isto, os recursos a distância”. Ou seja, os órgãos responsáveis têm por obrigação efetivar cursos de capacitação entre os professores, com uso da tecnologia, o recurso a distância. Facilitando para os docentes a participação nos cursos de formação online, proporcionando ao educador uma nova forma integrar os cursos.

No artigo 63, inciso III as entidades devem elaborar “programas de formação continuada para os profissionais de educação dos diversos níveis”, assegurando do mesmo modo no artigo 67, inciso II, “que os sistemas de ensino deverão promover aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim”. Então, podemos perceber em cada inciso a preocupação em estar sempre profissionalizando o educador periodicamente e fornecendo auxílio para os profissionalizantes.

Ressaltando do mesmo modo que a Formação Continuada está no Plano Nacional da Educação, sendo a meta número 17 das 20 a serem alcançadas, acentuando que irá “garantir a todos (as) os (as) profissionais da educação básica formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino”. Percebemos então, que para o crescimento da qualidade da educação básica são necessários investimentos para o aperfeiçoamento permanente do docente.

Di Giorgi (2010, p.15) a formação continuada pode ser estabelecida como “um processo constante do aprender a profissão de professor, não como mero resultado de uma aquisição acumulativa de informação, mas como um trabalho de seleção, organização e interpretação da informação”. Quer dizer, os docentes não podem tratar os cursos ou seminários como mais um para o currículo ou acúmulo de conhecimento teórico, mas é necessários resultados efetivos em sala.

Freire, alegava que “a natureza formadora da docência, que não poderia reduzir-se a puro processo técnico e mecânico de transferir conhecimentos [...]” (2001, p.39), mas criar seres de mente pensante que sejam autênticos e críticos. O mesmo reforça novamente que ensinar vai além de técnicas “formar é muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho de destrezas”. (FREIRE, 1996, p.15).

Por isso, Freire defende a formação permanente dos professores, e a todo o momento levar a reflexão crítica consiga sobre a prática. É ponderando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática.

FREIRE (2001ª, p.72) ressalta:

A melhora da qualidade da educação implica a formação permanente dos educadores. E a formação permanente se funda na prática de analisar a prática. É pensando sua prática, naturalmente com a presença de pessoal altamente qualificado, que é possível perceber embutida na prática uma teoria não percebida ainda, pouco percebida ou já percebida, mas pouco assumida.

 

Gatti, André e Barreto (2011) apontam para “a importância de os professores serem propositores dos programas de formação contínua, a partir das necessidades que apontam”. É fundamental que os organizadores sejam competentes e reflexivos para a realização de programas sobre a formação docente e possam ter olhares para as necessidades formativas dos educandos e educadores, sendo programas de caráter de atualização e não compensatório.

E que as formações não sejam pautadas por tendências prescritivas e padronizadas por políticas de formação tradicionais e robotizadas, mas proporcione eficácia e reflexividade e assim terá resultado e melhoria na educação no âmbito escolar. Visando fazer o bem para os alunos e estando em consonância com as reais necessidades em um contexto geral e constantemente um aprendendo com o outro, aquela troca de saberes que Freire defende.

2.3 CONTEXTUALIZÃO HISTÓRICA NO CONTEXTO DOS ANOS 1990 A 2007

Os anos 90 foram marcados por inúmeros programas de alfabetização. Com o neoliberalismo em alta os setores educacionais, sociais, culturais e saúde passaram a ser regulados por ações humanas no mercado e assim como seus direitos. Clientelismo e privatização caracterizaram as políticas educacionais no governo de Collor de Melo (1990-1992). O mesmo tinha uma assessoria formado por políticos conservadores que se qualificavam por muito discurso e pouca ação.

Na década de 90, sob o governo de Fernando Melo de Collor é criado o Programa Nacional de Alfabetização e Cidadania-PNAC (1990) que junto com MEC propunha a alfabetização de crianças, jovens e adultos por meio de órgãos governamentais e não governamentais tendo por objetivo a redução de 70% o analfabetismo no país pelos próximos 5 anos, mas foi encerrado após (DI PIERRO; JOIA; RIBEIRO; MACHADO, 2008).

            Outro programa criado foi o Programa Setorial de Ação do Governo Collor na área de educação (1991-1995) a intenção desse programa era implementar a nova tecnologia que estava percorrendo no mundo, a meta também seria inserir no Brasil esse avanço tecnológico. Propondo metas de uma educação motivacional de potencialização para a criação de possibilidades, apresentando ideias de competividade, equidade, eficiência e qualidades são estabelecidos nesse programa.

Em 1991 é instaurado também outro programa Brasil: um Projeto de Reconstrução Nacional tinha por alcance a reforma do Estado, buscando uma economia moderna. A educação foi vista como elemento fundamental para uma nova estruturação competitiva da economia- a Teoria do Capital Humano (THC). Sendo preciso que a educação fosse apropriada à demanda da população junto com a necessidade econômica do país, fundamentalmente essencial a participação do Estado para à oferta da educação.

Com esse projeto se previa inclusive a elaboração de técnicas para a incorporação e compatibilização de cortesias financeiras da UNIÃO e dos sistemas de ensino do Fundo Nacional de Desenvolvimento (FNDE) e do Salário-Educação Quota Federal, partilhando as tarefas com o Conselho Nacional de Secretários Estaduais (CONSED) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais (UNDIME). Os dois últimos projetos de Collor tinham por objetivo promover a divisão das responsabilidades igualitárias entre o governo, iniciativa privada e a sociedade aumentando a ideia de que o vínculo com o setor empresarial teria êxito.

Após o impeachment de Collor, Itamar Franco (1992-1994) assume o cargo da presidência no Brasil. E em 1993 foi expresso as diretrizes governamentais na educação através do Plano Decenal de Educação para Todos 1993-2003 se tornando um documento determinante para as políticas educacionais direcionada a educação básica com destaque o ensino fundamental. Elaborado pela coordenação do MEC, o Plano foi fruto da participação na Conferência de Educação para Todos na Tailândia em Goten em 1990.

Nesse documento do Plano Decenal é destacado como tática fundamental a universalização do ensino fundamental, erradicação do analfabetismo, incrementar recursos financeiros para a manutenção e investimentos. O Brasil deveria assumir compromissos internacionais, tendo em vista o cenário social procedente da informação e o Plano Decenal seria essa meta que o país deveria cumprir, levando sempre em consideração questões de aprendizagem que atendesse a carência da vida contemporânea.

Fernando Henrique Cardoso em 1995 assume a presidência do Brasil. Nesse governo os repasses para a educação continuam mínimos. Ainda assim, é lançado o documento “Mãos à obra Brasil”, que sugeria que o poder executivo organizasse e criasse prioridades educacionais, desse modo, o MEC teria seu trabalho reduzido como órgão intermediário de execução, dando ênfase a descentralização- a reforma do Estado.

A asserção deste documento estava de acordo com as diretrizes do Planejamento Político-estratégico (1995-1998), estando voltada para o Ensino Fundamental; o reconhecimento da escola e sua autenticidade, de certo o seu compromisso com o aluno, sociedade e comunidade; a aplicação de recursos políticos e financeiros para assegurar a eficácia e igualdade do sistema; a inserção de um canal de televisão via satélite, direcionado a assistência das escolas, buscando parcerias com o governo.

Em 1996, após 35 anos da primeira LBD, a mesma foi sancionada no dia 20 de dezembro pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, sendo Darcy Ribeiro o relator. Foi nessa LDB que passou a ser exigida a formação de docentes em nível superior para atuação na educação básica (art.62) e similarmente a formação de especialista da educação em cursos superior de pedagogia ou pós-graduação (art.64)

Já em 1998 é criado o FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério) que são recursos para o ensino fundamental e também para a habilitação de professores. Foi criado pela Emenda Constitucional n.º 14/96, regulamentado pela Lei n.º 9.424/96 e pelo Decreto n.º 2.264/97 e implantado automaticamente em janeiro de 1998 em todo o País.

Era destinado 40% da parcela do FUNDEF para a habilitação e capacitação dos professores do antigo magistério, já que estavam assegurados no plano de carreira. A formação no nível superior estava inclusa obedecendo as questões legais intitulados na recente LDB de 1996, no artigo 62 “A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura plena, de graduação plena [...]

Já com outro presidente no cargo, o presidente Lula em 2006 no seu último ano do seu primeiro mandato cria o FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) destinado à educação básica, diferente do FUNDEF que se destinava somente para o ensino fundamental. O FUNDEB foi instituído pela Emenda Constitucional nº 53, de 19 de dezembro de 2006.

Em 2007 o presidente Lula junto com o ministro da educação Fernando Hadad funda o PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação) com o intuito de melhorar a educação básica em 15 anos. Com ações que envolvem a docência tem, como:

 *Formação: o programa Universidade Aberta do Brasil, por meio de um sistema nacional de ensino superior à distância, visa capacitar professores da Educação Básica pública que ainda não têm graduação, formar novos docentes e propiciar formação continuada;

*- Educação profissional: os Institutos Federais de Educação Tecnológica (IFETs) reorganizarão o modelo da educação profissional e atenderão as diferentes modalidades de ensino;

3 A CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA DE FORMAÇÃO CONTINUADA: ALGUMAS QUESTÕES

A formação continuada de professores é de importância para ação reflexiva do docente e assim construir um processo dinâmico para transformação social, mas para que isso ocorra o educador precisa ter uma conscientização da sua ação educativa, da prática de crítica e autônoma, necessária no sentido da realidade, do contexto social do aluno. Nesta situação, é preciso um professor pesquisador que busque atender as demandas da sociedade e do contexto social do aluno, Garcia (1999, p.22) ressalta isso:

A formação continuada de professores favorece questões de investigação e de propostas teóricas e práticas que estudam os processos nos quais os professores se implicam, e que lhes permite intervir profissionalmente no desenvolvimento do seu ensino, do currículo e da escola.

O professor tem um papel essencial nessa formação, a sua disposição, seu empenho em participar de ações para o aprimoramento. “O homem é intrinsecamente bom e orientado para o crescimento: sob condições favoráveis, não ameaçadoras, procurará desenvolver suas potencialidades ao máximo”. (MOREIRA, 2009, p.139).  Porém, os programas que gerenciam esses cursos precisam articular formas, na qual o professor tenha prazer e interessem em participar. Tornando o educador como um aluno da educação regular, onde precise envolver o docente nas práxis educativas- reflexiva e não apenas encher os professores com cursos, onde tenham que participar por obrigação ou imposição de um superior. Nóvoa (1992, p.13), afirma:

A formação não se constrói por acumulação de cursos, de conhecimento ou de técnicas, mas assim através de um trabalho de reflexibilidade crítica sobre práticas e de (re) construção permanente de uma identidade pessoal. A formação vai e vem, avança e recua, construindo-se num processo de relações ao saber e ao conhecimento.

 

Por essa razão, o diálogo é fundamental com os envolvidos num espaço escolar, uma gestão participativa, em que todos sejam ouvidos e possam expressar sua opinião sem represálias, deboche ou descaso. Mas haja a participação efetiva de todos os componentes da ação pedagógica. No lugar de um modelo tradicional, autoritário e impositivo, favoreça a democracia, a troca mútua de aprendizagem, o respeito e o interesse de progredir e enriquecer a prática educativa, visando sempre o crescimento do educando.

Nessa perspectiva, Santos (2010) faz menção de dois tipos de concepções de formações no âmbito docente educacional: a estruturante e a interativo-construtivista. A concepção estruturante, engloba padrões tradicionais de aprendizagem, concepção que retrata o principal modelo que impera nas salas de aula, e logicamente interfere nas áreas educacionais da escola. No paradigma estruturante, os professores consumem seus conhecimentos da academia, e preservar apenas para a formação da universidade, desvalorizando a trajetória docente.

Já a concepção interativo-construtivista, é composto pela dialética, o diálogo, argumentação, a reflexão e a averiguação, como base dessa concepção. Baseia- se no indispensável para o indivíduo, ligado por seu contexto social-educativo levando seu aluno a racionalidade prática. Nessa concepção, a formação é vista como um processo permanente, devido as constantes mudanças no meio educacional e social, considerando sempre o aprimoramento do fazer docente.

Com isso, percebemos que uma concepção é contrária a outra. Enquanto uma valoriza a prática, o fazer docente, o aperfeiçoamento, e a outra, desvaloriza a carreira docente, defendendo um modelo tradicional, rígido e arcaico. Desconsiderando, a mudança necessária que os docentes precisam ter, de busca, de ser um professor pesquisador que se preocupa com o saber que irá ensinar aos seus alunos. Santos (2010, p.34), ressalta:

O tratamento recai não mais no professor enquanto indivíduo, mas no profissional da educação que desenvolve uma atividade de caráter social e, por isso, encontra-se submerso em uma teia de relações que compreendem as dimensões coletivas [...].

 

Nesse ponto de vista, percebemos e entendemos o professor como o sujeito incessante do desenvolvimento pessoal e profissional. Pessoal sendo a sua valorização docente, e profissional a valorização dos conhecimentos da docência, sendo a escola o lócus de formação profissional. “A educação do professor torna-se um processo de desenvolvimento adulto, um processo de maturação mais que um processo de instrução do professor de como ensinar”. (KINCHELOE, 1997, p.2000). Por isso, a importância da realização pessoal do docente, pois desenvolverá suas potencialidades em êxito.

Portanto, os cursos de formações continuada não são apenas atualizações, didáticas, científicas, comportamental ou maneiras de lidar com os problemas envoltos da escola, mas que as formações sejam para os docentes construírem suas práticas num processo de despertar e organizar teorias desenvolvidas no decorrer dos cursos de formação.

Nóvoa (1995) levanta a questão sobre o “tempo” necessário ao professor se habituar e refletir sobre as práticas pedagógicas relevantes para sua atuação mesmo com as longas jornadas de trabalho. Talvez essas longas jornadas force o docente a usar práticas robóticas e somente teoria e assim desligando o ensino sobre a realidade do aluno e não atendendo o desenvolvimento do aluno e nem o profissional do professor. Gauthier (1998, p.13) afirma:

Cabe ao professor expandir suas reflexões ‘além das dimensões’ técnicas ou organizacionais, caracterizando a natureza dos saberes subjacentes ao ato de ensinar, isto é, o conjunto de conhecimentos, competências e habilidades que servem de alicerce a prática correta do magistério e que poderão ser incorporados aos programas de formação inicial e continuada de professores.

 

Com isso, a formação continuada em serviço precisa ser vista como oportunidades de aprimorar as práticas e os conhecimentos necessários, na qual a reflexão precisa trabalhada constantemente e ser um dos primordiais princípios dos professores, pois com a reflexibilidade os docentes poderão se sensibilizar e podendo rever seu exercício em sala de aula.

3.1 FORMAÇÃO PEDAGÓGICA: PRINCIPAIS CARACTERISTICAS

Neste tópico discutiremos sobre as principais características da formação dos professores. Ao longo do trabalho, destacamos sobre o professor autônomo, dialógico, crítico-reflexivo, afetivo, amoroso, pesquisador, entre outros. O professor do século XXI, precisa ter o perfil das características citadas acima com a intenção de aperfeiçoar o trabalho docente, precisamente o âmbito da sala de aula. E dessa maneira, desligar-se de todo método tradicional, enciclopédico, arcaico, o qual por um longo tempo assolou a área educacional.

E com base no livro “O profissional da educação para o século XXI” de Hamilton Werneck, abordaremos mais três características do profissional da educação desse século. O primeiro aspecto a salientar é a criatividade. Vivemos em mundo, onde o anseio por novidades move pessoas, a busca para ter os últimos lançamentos tecnológicos influencia os indivíduos da sociedade para se ter aquilo lançado. Porém, esse desejo vem desde a época das grandes navegações, onde a busca por riquezas mobilizava os navegantes a buscarem tesouros que encantavam os habitantes para quem traziam.

Nos dias atuais, os alunos são como os habitantes e os navegantes como os professores, que quando trazem inovações para sala de aula, encantam seus alunos, fazem os mesmos a ficarem fascinados por aprender de uma forma diferente, da qual normalmente estão acostumados. Sobre isso Albert Einstein enfatiza “ As soluções para os problemas não podem ser dadas com os mesmos parâmetros que criaram esses mesmos problemas”, ou seja, é necessário que haja mudanças e inovações, dessa forma teríamos progresso em nosso meio educacional.

“Ser criativo é fazer mais com menos” (Werneck 2014), o autor expressa que a criatividade, é como ter mágica nas mãos, onde com algo simples o professor pode solucionar problemas que até então parecia impossível. Criatividade, muitas vezes não é sofisticação, mas é com o pouco que tiver de fazer virar muito, ter iniciativa com mesmo que o recurso seja limitado. No entanto, por vezes presenciamos o contrário, professores que usam a limitação como pretexto para ficarem estagnados nos modos tradicionais.

Os professores são capazes de criar seus próprios métodos, assim como tudo foi aprimorado desde início da vida humana. Com a prática docente, não é diferente, os professores são formadores dos indivíduos do futuro e esses indivíduos precisam de estímulos para garantir o amanhã dos próximos seres que virão. É necessário que os docentes incentivem feiras de ciências, de criatividade, concursos literários e amostras artísticas para estimular a criatividade nos alunos.

Nessa perspectiva, encaixamos a educação tecnicista adotada por volta dos anos 1970, que transformava os professores e alunos em executores e receptores, como se fossem operários e máquinas, ou seja, a educação foi transformada em algo robótico para favorecer a classe privilegiada da época. Onde o docente não possuía liberdade para trabalhar didaticamente, apenas transmitir e preparar o aluno para a sua inserção no mercado de trabalho, isto é, os discentes eram formados para o capitalismo e não seres transformadores sociais.

Luckesi (2003, p. 61) ressalta que:

A escola atua, assim, no aperfeiçoamento da ordem social vigente (o sistema capitalista), articulando-se diretamente com o sistema produtivo; para tanto, emprega a ciência da mudança de comportamento, ou seja, a tecnologia comportamental. Seu interesse imediato é o de produzir indivíduos "competentes" para o mercado de trabalho, transmitindo, eficientemente, informações precisas, objetivas e rápidas.

 

Neste contexto da educação tecnicista, falaremos sobre a segunda característica apresentada pelo autor: a comunicação. O qual nessa tendência o diálogo entre professor e aluno acabava por não existir, cabia ao aluno apenas absorver o que lhe era transmitido pelo docente. A comunicação abriu horizontes para os questionamentos e dúvidas dos alunos, o diálogo os induza a querer saber mais, a ser um ser investigador, a ter interesse em aprender. Por isso, a importância desse diálogo entre os envolvidos no âmbito geral da escola, com envolvidos.

Ressaltamos, inclusive a comunicação tecnológica. A era tecnológica permeia a sala de aula e o professor deve fazer da rede virtual seu aliado, saber manusear juntamente com os alunos, pois os mesmos em muitos momentos estão à frente do professor nessa era digital. Então, o professor deve estar plugado com o objetivo de cada vez ficar mais inteirado no mundo virtual e está com ferramentas adequadas para ampliar a comunicação entre os envoltos.

Outro aspecto considerável é a competência. Competência, não é apenas ter um diploma ou ter domínio de uma área específica, todavia o professor competente é aquele que sabe usar e ensinar todo conhecimento obtido ao longo da sua carreira acadêmica, incluindo cursos de aperfeiçoamento. Não se trata somente ser informado, mas garantir até seu lugar no mercado de trabalho, pois as empresas buscam os melhores para assegurar o crescimento da instituição.

Werneck (2014, p.117) destaca:

A competência está mudando de figura. Não se trata mais de uma competência puramente acadêmica, em que o diploma fala mais alto: trata-se de uma competência que segue uma formação continuada. Não se concebe mais uma empresa que não esteja preocupada com a formação permanente de seus membros.

 

Na contemporaneidade, é altamente recomendado a atualização do conhecimento, do aprendizado. O professor deve aproveitar as oportunidades de continuar estudando e melhorando sua prática, pois depois de um tempo títulos conquistados somente nas academias irão torna-se ultrapassados e o mercado irá a procura de profissionais altamente qualificados e capacitados para atuar em tal área destinada. Werneck (2014, p.118), salienta:

O aprendizado continuado pode ser conseguido por meio de cursos ou com a vivência. Precisamos estar abertos-ou, como modernamente se diz, resilientes-para aprender sobre o novo que se apresenta. Quem não for assim estará muito distante dos requisitos de um profissional do século XXI.

 

Antes de tudo, o professor deve ter um encontro consigo mesmo com o propósito de trilhar e alcançar metas para uma educação de qualidade. Pois, percebemos docentes insatisfeitos com seu trabalho e acabam negligenciando sua prática pedagógica e acaba atingindo o aluno que não possui culpa alguma. O professor realizado esforçar-se em certificar o melhor para o seu aluno, buscando alternativas para um fazer diferente, um fazer satisfatório. O profissional do século XXI, dispõe da criatividade, da comunicação, da competência e outros aspectos com finalidade de promover virtudes educacionais.

3.2 O PROFESSOR COMO SUJEITO HISTÓRICO DE SUA PRÁTICA DOCENTE

Nos dias atuais, ensinar é a cada dia um desafio para os educadores que se encontram cada vez mais envolvidos com acontecimentos, fatos e situações, que exigem profundas reflexões sobre a sua prática, que também está diretamente relacionada com as relações que ocorrem na sociedade, e interferem nas relações mantidas na sala de aula, por isso os professores devem pensar sobre o seu trabalho e a forma como este é realizada, visando se encaixar neste cenário de transformações.

De acordo com Freire (1996), a formação é como um fazer permanente que se refaz constantemente na ação, sendo que a formação não se dá por acumulação de conhecimentos, mas constitui uma aquisição de recursos que o professor deve saber utilizar, se faz constantemente em suas ações, por isso se faz necessário o educador ter compromisso e responsabilidade, seja portador de competências e atitudes que o capacitem a ultrapassar os obstáculos.

            O educador deve ser percebido como um profissional especialista e intelectual do conhecimento, possuir capacidade de lidar com diferentes assuntos, sabendo posicionar-se de maneira critica e reflexiva de modo a atender e compreender a diversidade presente na sala de aula. Por isso a Formação Continuada é um processo que se faz necessário pela própria natureza do saber, do fazer e do aprender como uma prática que transforma constantemente, para isso necessita se atualizar, principalmente para analisar as mudanças que ocorrem em sua prática de educador.

Libâneo (2001, p. 28) apresenta novas atitudes docentes necessárias ao currículo do novo professor frente às exigências que a contemporaneidade traz consigo, entre esses, o autor afirma que o professor como sujeito histórico deve assumir o ensino como mediação, visando a aprendizagem ativa do aluno com a ajuda pedagógica no decorrer do processo educativo para modificar a ideia de prática tradicional para umas práxis interdisciplinares.

Nesse contexto, as práticas pedagógicas cotidianas são adquiridas através da troca de conhecimentos assimilados nos Cursos de Formação e na própria postura docente com as trocas de experiências entre os professores, pois estas promovem informações que podem ser apreciadas ou servir de exemplo objetivando mudanças não somente no perfil do educador, mas principalmente nas relações escolares, pois estas são complexas por envolver diversas experiências e dinâmicas porque relacionam-se ao comportamento humano.

Segundo Pimenta (1999, p. 18):

identidade é um processo de construção do sujeito historicamente situado, sendo esta construída a partir da significação social da profissão; da revisão constante e das tradições. Podendo ainda ser construída pelo significado que cada professor, enquanto ator e autor, confere a atividade docente no seu cotidiano a partir de seus valores, de seu modo de situar-se no mundo, de sua história de vida, de suas representações, de seus saberes, de suas angústias e anseios, do sentido que tem em sua vida a ser professor.

 

A autora convida a refletir que as identidades do professor são construídas no decorrer de suas práticas, essas por sua vez recebem influências significativas de acordo com as mudanças ocorridas no cenário em que este sujeito se encontra inserido. Entretanto, cabe ressaltar que muitos professores ainda insistem em cultivar práticas tradicionais que são refletidas em seu modo de pensar e agir no mundo, encontrando dificuldades para lidar com as transformações e mudar o seu posicionamento no momento de desenvolver o seu trabalho.

O saber profissional do professor não provém apenas da formação, da experiência, vem também da sua história de vida pessoal, conforme destacam diferentes autores, entre eles, Tardif (2002). O professor, habitualmente, não possui uma só e única “concepção” de sua prática, mas várias concepções que utiliza ao agir em sala de aula, em função, ao mesmo tempo, de sua realidade cotidiana, de sua biografia e de suas necessidades, recursos e limitações. Daí a importância que tem, nos processos de formação, os estudantes poderem revisar essas crenças, valores, os quais influenciarão sua atuação profissional.

Diante da perspectiva dos autores, constata-se a necessidade do professor enquanto sujeito histórico superar a concepção da prática pedagógica como ação de transmitir conhecimento, como uma atitude de agir sobre o outro que ocupa um lugar passivo. Desse modo, é imprescindível, se o objetivo deste profissional for ampliação de conhecimentos que possibilite aos alunos se tornarem cidadãos críticos e atuantes na sociedade em que convivem. Sendo assim, essa é uma concepção ainda bastante preservada no pensamento dos professores, que interfere negativamente em seu trabalho docente.

Conforme ressalta Freire (1996), que objeto a ser conhecido não é de posse exclusiva de um dos sujeitos que fazem o conhecimento. Para que haja construção do conhecimento, é preciso uma aproximação tanto do professor quanto do aluno, dinâmica na direção do objeto. Ao fazer isso, o professor refaz o seu conhecimento sobre o objeto, através da capacidade de conhecer dos alunos, em vez de transferir o conhecimento como se fosse uma posse fixa.

Sobre esse aspecto da finalidade da prática pedagógica é interessante trazermos a contribuição de Vasconcellos (1995, p.102), que vem afirmando o seguinte:

Que a elaboração de um planejamento pedagógico acontece tendo como referência três dimensões da ação humana consciente: Realidade (ponto de partida, o quê?), Finalidade (o que é → o que deve ser) e Mediação (caminho a ser seguido para transformar a realidade). Essas dimensões relacionam-se de maneira dinâmica, dialética: uma supõe, nega e supera as demais.

Prática refere-se ao desenvolvimento de ações com a intenção de alcançar objetivos, de acordo com os interesses que foram planejados, levando em consideração um contexto específico. No caso do professor, a prática refere-se ao exercício do que ele almeja e planeja para beneficiar os alunos e qualificar saberes específicos de são determinantes para fortalecer o processo ensino aprendizagem, é todo trabalho que o docente pensa, planeja e executa em benefício da clientela que ele atende.

3.3 PERSPECTIVA PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR REFLEXIVO

            O trabalho do professor é permeado por atitudes e comportamentos que evidenciam, um perfil profissional para atender as demandas da sociedade que se mostra cada vez mais envolvida com a mudança. Neste cenário, de modernidade é interessante considerar perspectivas positivas envolvendo a formação docente, pois esta é fator determinante para a garantia da oferta de um trabalho de excelência. Desse modo será proposta a seguir uma discussão sobre a temática, porque este assunto é de interesse educacional e social.

Como sugere Borges (2002, p.210): “a reflexão crítica é emancipatória, porque liberta as visões acríticas, os hábitos, as tradições e os costumes não questionados, as formas de coerção e de dominação que tais práticas supõem o autoengano dos professores’’. A formação continuada deve pautar pela reflexão do docente a cerca da sua prática, pois o trabalho formativo precisa incluir tanto o domínio teórico do conhecimento profissional quanto à capacidade de saber mobilizá-lo em situações concretas. Por essa razão a formação não é algo inacabado, será necessário o professor está sempre receptivo ás novas mudanças. É necessário que o mesmo seja pesquisador e constantemente analise sua prática docente e a partir da compreensão dos problemas estudados, trace caminhos alternativos para sua prática, é preciso o educador possuir autonomia intelectual é o que garante uma prática atualizada e inovada.

Freire (1996, p.43-44) nos convida a refletir sobre a prática docente quando comenta que ‘’o momento fundamental na formação permanente dos professores é o da reflexão crítica sobre a prática. E ainda diz que é pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. ’’  Diante disso, é relevante que o professor apresente compromisso e responsabilidade, seja possua competências e habilidades que o capacitem a ultrapassar os obstáculos encontrados na escola, para alcançar objetivos de acordo com as expectativas que a escola está inserida, pois é deste profissional a responsabilidade de promover mudanças de posturas que possibilite intervenções positivas na formação dos alunos.

Nesse contexto, as perspectivas sobre processo de formação é adquirido através de diversas formas como seminários, conferências, roda de conversa, cursos de curto prazo, on-line, através de livros, pesquisas, de cursos de aperfeiçoamento como as especializações e cursos oferecidos pelas próprias Secretarias de Educação.

Diante do que foi exposto, é possível compreender que o conceito de formação é suscetível de múltiplas perspectivas, mas tem sido recorrente associar o conceito ao seu desenvolvimento pessoal e profissional. E que alguns autores citados concordam em refletir sobre a formação contínua e a inserção do professor no mercado com um trabalho mais diversificado e democrático.

Para Libâneo (2001, p. 85):

as práticas de formação de professores mais recentes são as que concebem o ensino como atividade reflexiva. Para o autor, o importante nessa filosofia é que o professor pense não apenas em sua formação, mas também no currículo, ensino e metodologia de docência, o que ocasiona o desenvolvimento da capacidade reflexiva deste profissional sobre seu trabalho.

 

Sendo que o professor ao realizar a sua formação contínua toma pra si com mais responsabilidade sua atividade em sala e torna-se também um desafio, pois a cada minuto surge um questionamento, cabe ao professor se aprimorar cada vez mais para atender o seu aluno. Portanto a profissionalização docente é muito abrangente, é necessário utiliza-se a pesquisa, atividades diferenciadas para tornar as aulas mais atrativas e interessantes, pois em uma sala de aula se depara com discentes e atitudes diferenciadas.

O professor é a peça fundamental para gerar conhecimentos pedagógicos e, consequentemente, promover as modificações necessárias no ensino. A reflexão na ação se apresenta como um processo significativo e essencial para colaborar na consolidação de mudanças de caráter qualitativo no trabalho pedagógico. Isso permite que o professor elabore e re-elabore criticamente sua própria prática. ’’ (IMBERNÓN, 2011, p. 90).

 

O docente envolvido com a reflexão sobre o que seja um profissional do ensino e as inúmeras implicações que essa atividade complexa exige, desde o processo formativo inicial ao continuado, consegue enxergar novas perspectivas e novas possibilidades de aprendizagem, onde seja possível discutir diferentes temáticas integradas a disciplina do currículo, valorizando os conhecimentos prévios do aluno, respeitando a sua identidade e a realidade onde a escola está inserida.

Pimenta (2001, p. 30) destaca ‘’a importância de haver uma atitude reflexiva dos professores em relação ao seu ensino e às condições sociais que o influenciam. ’’ Dessa forma, a autora nos motiva a compreender que a ideia de reflexão surge associada ao modo como se lida com problemas da prática profissional, à possibilidade de aceitar um estado de incerteza e estar aberto a novas hipóteses dando, assim, forma a esses problemas, descobrindo novos caminhos, construindo e concretizando soluções.

            Diante da discussão promovida com os autores, que trata da perspectiva para a formação do professor reflexivo torna-se evidente a ideia de que a prática reflexiva é orientada e ampliada a partir dos conhecimentos que o professor adquire no momento da Formação Continuada em Serviço, pois ao participar deste evento, ele tem a oportunidade de vivenciar experiências, voltadas para os diversos segmentos da educação, que de algum modo estão diretamente relacionadas com a realidade escolar.

PALAVRAS FINAIS

No decorrer da elaboração desta pesquisa, foram significativos os desafios enfrentados para a sua conclusão, tendo em vista, a questão do tempo que precisou ser administrada, compromisso no qual foi necessário fazer opções, os momentos de estudos, pois precisávamos nos dedicar às outras disciplinas, e imprevistos surgidos, que foram determinantes para pensarmos na prioridade de construirmos um trabalho de qualidade, que corresponde-se as expectativas propostas pela orientação que sempre se manteve dedicada e atenciosa na condução da pesquisa.

Diante de todas as expectativas, o trabalho foi finalizado com sucesso evidenciando várias contribuições para a nossa formação, possibilitando ampliar horizontes teóricos em relação a formação continuada dos professores, que entendemos ser um caminho importante para a promoção de educação com qualidade, pois é o docente o profissional responsável em conduzir o ensino, de forma a contribuir também na construção do conhecimento dos alunos e na dinâmica escolar.

Dessa forma, a contribuição da pesquisa na formação pessoal aconteceu no momento em que percebemos que desde os primeiros momentos de escolarização o professor se faz presente em nossas vidas, fazendo intervenções importantes que levamos para a família e outros âmbitos da sociedade que convivemos. O professor que possui uma formação contextualizada com os contextos sociais e os interesses da escola ajuda a pensar, refletir, interagir, analisar e questionar, comportamentos que são essenciais para a convivência social.

Quanto à formação social, a pesquisa foi importante porque evidenciou que todos os profissionais que atuam nas diversas áreas do conhecimento tiveram um professor durante a sua trajetória, e de algum modo o professor contribui com o seu fazer docente no desenvolvimento e progresso da nação, pois o seu trabalho reflete os ensinamentos promovidos na sala de aula. Dessa forma, não há como questionar a função social deste trabalhador dentro e fora da instituição educativa.

Em relação à contribuição para o conhecimento acadêmico, a pesquisa contribuiu para pensarmos que a formação continuada em serviço deve continuar precisa continuar dentro da academia depois que o conclui a Graduação, Pós-graduação, mestrado e doutorado. Ele deve estar sempre se qualificando para acompanhar as constantes transformações que ocorrem e repensar a sua prática na sala de aula, as relações com os colegas de trabalho, a convivência familiar e sua participação nos outros âmbitos no qual está inserido.

Diante do contexto apresentado, formação continuada permite identificar o professor reflexivo reconhecido como um sujeito histórico da sua prática docente, uma vez que, esta deve valorizar concepções adequadas de acordo com a realidade e as experiências escolares, pois a escola acompanha um movimento social constante no qual o professor é convidado a enfrentar a desafios que são históricos e, precisam ser revistos para que este possa romper com paradigmas tradicionais que refletem negativamente no resultado final a ser alcançado, que certamente é o desenvolvimento integral e aprendizagem do aluno.

No que diz respeito a formação profissional, o estudo foi relevante na medida em que envolveu importante questões voltadas para a sociedade, uma vez que problemas como violência, drogas, álcool, Billings, degradação ambiental, participação da família, religião, falta de estrutura da escola, baixa remuneração, ausência de uma gestão escolar democrática, falta de um trabalho coletivo, ausência de metodologias que contemplem a interdisplinariedade afetam a formação do professor.

Diante de tudo que foi estudado no decorrer da elaboração desta pesquisa, na qual mantivemos um diálogo com diversas teorias, é pertinente a compreensão de que a formação continuada em serviço deve ser assegurada na educação porque se constitui em um conjunto de oportunidades e possibilidades que permitem ao professor aprender mais ampliando sua forma de agir, pensar e trabalhar, sem perder de vista os objetivos que esse profissional pretende alcançar com os seus alunos.

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[1] Psicopedagoga e Professora da Escola Superior Madre Celeste – ESMAC. Presidente do Colegiado do Curso de Pedagogia [email protected]

[2] Pedagoga e Pós-graduada em Educação Especial na Perspectiva da Inclusão pela Escola Superior Madre Celeste – ESMAC. [email protected]

FORMAÇÃO CONTINUADA EM SERVIÇO: A AÇÃO PEDAGÓGICA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Ângela Conceição dos Anjos Pena[1]

Raphaelle Rodrigues Saraiva[2]

RESUMO

Trata-se de uma pesquisa ressaltando a importância da Formação Continuada em Serviço: A Ação Pedagógica nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Os objetivos deste trabalho são analisar a Formação em Serviço com ênfase na ação pedagógica e as suas contribuições para o fazer pedagógico, destacando o contexto histórico e os desafios da prática docente diante da globalização e assim aprofundar e melhorar a prática diária no âmbito escolar do professor. Tendo como problemática o seguinte questionamento: como a Formação Continuada em Serviço contribui na ação pedagógica desenvolvida nas Séries Iniciais no Ensino Fundamental? Para a realização da investigação, adotaremos a pesquisa bibliográfica baseada nas ideias de Tardif (2002), Nóvoa (1995), Imbernón (2011), Freire (1996), Luckesi (2003), Libâneo (2001) e Delors (200) para aprofundar e fundamentar os conhecimentos teóricos sobre a temática. A metodologia adotada foi um estudo através de um relato de experiência, O universo da pesquisa envolveu os profissionais que se encontram diretamente envolvido com o processo ensino-aprendizagem. Esses sujeitos foram selecionados porque suas experiências de aula podem contribuir significativamente para qualificar o referido estudo. Desse modo, contou-se com 2 professores do 4º e 5º ano que desenvolvem atividades em uma escola de cunho social onde disponibilizaram para a realização da pesquisa. O trabalho cotidiano do docente não pode ser visto como algo desligado do contexto. Entretanto é para esses contextos social diferenciados que o docente deve estar atento no seu labor diário, isto nos reporta que o saber agir com competência significa obter sucesso na tarefa de ensinar.

Palavras chaves: Docente, Ensino Fundamental, Formação Continuada, Prática Pedagógica, Professor.

RESUMEN

Se trata de una investigación resaltando la importancia de la Formación Continuada en Servicio: La Acción Pedagógica en las Series Iniciales de la Enseñanza Fundamental. Los objetivos de este trabajo son analizar la Formación en Servicio con énfasis en la acción pedagógica y sus contribuciones para hacerlo pedagógico, destacando el contexto histórico y los desafíos de la práctica docente ante la globalización y así profundizar y mejorar la práctica diaria en el ámbito escolar del profesor . Teniendo como problemática el siguiente cuestionamiento: ¿cómo la Formación Continuada en Servicio contribuye en la acción pedagógica desarrollada en las Series Iniciales en la Enseñanza Fundamental? Para la realización de la investigación, adoptaremos la investigación bibliográfica basada en las ideas de Tardif (2002), Nóvoa (1995), Imbernón (2011), Freire (1996), Luckesi (2003), Libneo (2001) y Delors (200) para profundizar y fundamentar los conocimientos teóricos sobre la temática. La metodología adoptada fue un estudio a través de un relato de experiencia, El universo de la investigación involucró a los profesionales que se encuentran directamente involucrados con el proceso enseñanza-aprendizaje. Estos sujetos fueron seleccionados porque sus experiencias de clase pueden contribuir significativamente a calificar el referido estudio. De ese modo, se contó con 2 profesores del 4º y 5º año que desarrollan actividades en una escuela de cuño social donde disponibilizaron para la realización de la investigación. El trabajo cotidiano del docente no puede ser visto como algo desconectado del contexto. Sin embargo, es para esos contextos social diferenciados que el docente debe estar atento en su labor diaria, esto nos reporta que el saber actuar con competencia significa obtener éxito en la tarea de enseñar.

Palabras claves: Docente, Enseñanza Fundamental, Formación Continuada, Práctica Pedagógica, Profesor.

1 INTRODUÇÃO

Os desafios de uma sociedade que está sempre mudando, exige novas concepções e posturas, por conseguinte o professor deve entre outras coisas ampliar os seus conhecimentos de diversas formas relacional, dialógica, científica, cultural, política, econômica e entre outras, uma vez que, estes aspectos são fundamentais para dinamizar a sua prática de sala de aula. Desse modo, há uma necessidade de aprimorar as informações no chão da escola, onde nota-se que existem docentes que se encontram despreparados para realidade desse contexto. Portanto, a importância da Formação Continuada em Serviço para esse fazer pedagógico, precisa levar em contas as peculiaridades apresentadas pelos alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental.

Sendo assim, o interesse em realizar esta pesquisa “Formação continuada em Serviço: a ação pedagógica nas séries inicias no Ensino Fundamental” surgiu no decorrer da trajetória acadêmica quando tivemos a oportunidade de estudar a respeito da formação continuada na docência, e ter compreendido que dar continuidade aos estudos após a graduação é extremamente relevante para desenvolver uma prática pedagógica significativa, que atenda as demandas da sociedade moderna que está sempre em processo de mudança, logo o professor precisa estar atualizado conforme as mudanças sociais, políticas e históricas.

Tendo por interesse em realizar este trabalho surgiu de estudar acerca de formação continuada, onde no decorrer das aulas estudamos a necessidade de discutir a respeito da formação continuada em serviço do educador das séries iniciais de ensino, visto que, ao concluírem a graduação os professores encontram-se despreparados para trabalhar com o público no qual este ensino. Com isso, refletimos sobre a formação inicial do professor nos damos conta das quantas dificuldades ele tem que atravessar ao se deparar com as particularidades do ensino fundamental, considerando que há uma necessidade de formação continuada voltada as séries inicias, visto que é a base do aluno.

O quadro descrito na educação apesar de apresentar mudanças significativas decorrentes de teorias que reforçam a necessidade de repensar e ampliar a pratica pedagógica que devem se revelar sendo o principal requisito para a melhoria do ensino mostra que o trabalho docente é parte integrante do processo educativo que se desenvolve para atender as demandas sociais, através da ação educativa o meio social exerce influência sobre os indivíduos e estes ao assimilarem e recriarem essas influências torna-se capazes de estabelecer uma relação ativa e transformadora em relação ao meio em qual estão inseridos. Neste destaque ganha força o trabalho do professor levando-se em consideração a sua importância no momento de fazer intervenções positivas na escola.

Diante do exposto é interessante pensar que é necessária uma constante renovação na ação educativa e esta nova forma de educar requerem uma redefinição importante da profissão docente e que se assumam novas competências profissionais no quadro de um conhecimento pedagógico, científico e cultural. Em outras palavras a nova era requer um profissional da educação diferente. Entretanto o que ainda se encontra são professores desenvolvendo com práticas pedagógicas tradicionais, poucas inovadoras, que não conseguem planejar e nem alcançar os pensamentos dos alunos.

A problemática aumenta quando é visível o descontentamento dos professores em relação ao seu trabalho, que trabalham com turmas superlotadas, recebem salários baixos, não tem o apoio da família para que possam desenvolver educação de qualidade. Outros conflitos também causam problemas entre estes se destacam a falta de interação entre os professores que ministram em diversas disciplinas, ausência do trabalho coletivo promovido de uma gestão democrática e também a inclusão de alunos com especificidades sem o suporte o especializado adequado. Todos esses problemas são decorrentes de forma direta e indireta de uma formação deficiente e desatualizada que contribui negativamente para um fazer docente de qualidade.

Diante das inquietações expostas, que tratam da formação docente e as implicações na aprendizagem dos alunos, pois é correto pensar que o professor precisa estar bem em seus aspectos psicológicos, emocionais e afetivos para que possa influenciar positivamente na construção de saberes e, por conseguinte levar os alunos a fazer uso do que aprenderam no chão da sala de aula tendo em vista que é deste profissional a responsabilidade de levar o aluno a refletir, questionar, criticar, analisar, fazendo uso do que aprendeu na escola na vida prática.

Acreditamos que algumas situações ocorram na escola, porque está comprometido o entendimento de que a Formação Continuada em Serviço contribui para ampliar o conhecimento e a prática docente, uma vez que a profissão docente é desafiada pela globalização e as constantes transformações tecnológicas, cientificas, econômicas que se ligam ao trabalho do professor e também, o contexto histórico que influencia na ação pedagógica em virtude da presença de práticas pedagógicas tradicionais e as que não inovam para despertar o interesse dos alunos pelo estudo.

Diante da expectativa, o objetivo geral da pesquisa é discutir a formação continuada em serviço com ênfase na ação pedagógica. O objetivo específico consiste em contextualizar a formação continuada a partir de uma retrospectiva histórica no contexto dos anos 1990 a 2007, valorizar as concepções pedagógicas voltadas para a formação continuada, perceber o professor como sujeito histórico da sua prática docente, verificar a perspectiva para a formação do professor reflexivo e, por conseguinte identificar as contribuições da formação continuada em serviço para o fazer pedagógico.

A revisão da literatura abordará as seguintes questões: o contexto histórico da profissionalização; profissionalização docente e os desafios na globalização; e as contribuições da formação continuada em serviço para o fazer pedagógico. Esse diálogo será fundamentado pelas ideias de Tardif (2013), Imbernón, Libâneo, Nóvoa (1992), Freire (1996), pois estes autores apresentam discussões importantes que podem contribuir para qualificar o referido estudo bem como ampliar a formação acadêmica e profissional.

Estas discussões são importantes para que possamos nos situar em um contexto representado por inúmeros desafios econômicos, sociais e culturais os quais os professores se depara com situações que refletem no seu trabalho, pois os cursos de formação de professores em sua maioria não atendem a essas expectativas, o que torna a sua profissionalização fragmentada. Nesse contexto, cabe uma profunda reflexão sobre como a formação continuada em serviço contribui para a reflexão pratico-teórica, visando à qualidade da educação.

A importância da profissionalização para os professores das séries iniciais seria visando a didática durante das aulas, o desempenho, o estímulo de uma prática diferenciada. Já que seu público são pessoas crianças, e se forem da rede pública muitas vezes passam por dificuldades em casa, com fome, falta de afetividade dos pais e acabam buscando refúgio na escola.  Porém, o trabalho do professor, deve contribuir para seus alunos não sejam traumatizados por dramas familiares, mas sim ajudar este aluno a atuar de forma reflexiva e consciente no meio em que vive, e assim buscar um curso superior, técnico ou profissionalizante com o intuito de melhorar a sua qualidade de vida. Portanto, o docente, tem a tarefa de “reconstruir socialmente” seus alunos, afetado por problemas familiares.

2 RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA FORMAÇÃO CONTINUADA NO CONTEXTO EDUCACIONAL

Estudando sobre o histórico da formação continuada no Brasil, observamos que a mesma vem recebendo atenção a partir da década de 1990, em virtude das pressões do mercado de trabalho e a comprovação da precariedade no desempenho escolar de grandes parcelas da população pelos sistemas governamentais.

A concepção de formação continuada voltada para os professores no Brasil surgiu com a elaboração dos documentos oficiais como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (BRASIL, 2002), o Programa de Desenvolvimento Profissional Continuado – Parâmetros em Ação (BRASIL, 1999), a Rede Nacional de Formação Continuada de Professores (BRASIL, 2004), a Lei n. 11.502 (BRASIL, 2007), que deu origem a chamada Nova Capes e as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica – Parecer CNE/CEB 7/2010 (BRASIL, 2010) e a Resolução CNE/CEB 4/2010 (BRASIL, 2010).

A convivência das pessoas em sociedade exige uma profunda reflexão sobre direitos e deveres, que irá direcionar compromissos de responsabilidades de cada um nos diversos âmbitos. Neste contexto, a lei se torna um importante instrumento de comunicação, interação e inclusão, visando o bem-estar coletivo. Sendo assim, ganha destaque o que preconiza a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, com a perspectiva de garantir a qualidade do ensino.

Com o intuito de organizar a educação surge a política de formação de professores que se caracteriza como uma grande conquista no que diz respeito ao preparo docente e na atuação nas modalidades de ensino, tendo em vista que, o professor precisa adquirir uma qualificação específica no quadro que deseja atuar, uma vez que, os interesses e as necessidades do educando são diferenciados, e sofrem influências de acordo com o local onde a escola se encontra inserida.

De acordo com Artigo 62 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (1996, p.46) ‘’assegura a formação do docente para atuar na educação básica, exigindo a graduação como a formação mínima para exercer o magistério. ’’ Essa garantia é relevante, porque está legalmente reconhecido o professor não poderá atuar no ensino se não possuir a graduação necessária, para atuar no ofício de ensinar, pois sabemos que o mundo muda constantemente e os professores precisam estar preparados para realizar intervenções significativas tanto na formação da identidade dos alunos como na mudança de seu fazer pedagógico, no sentido de romper com o ensino tradicional e pouco atraente aos alunos, independentemente da faixa etária que se encontram.

Diante dos avanços da legislação, é importante conhecer o conteúdo previsto no Artigo 62 sobre o trabalho docente. Neste documento, consta o seguinte:

a formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatros primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal. ’’ (BRASIL, 1996, p.46)

 

Hoje, não é permitido a nenhum professor atuar somente com o magistério, pois o ingresso a academia convoca este profissional a dialogar com diversos conhecimentos que permitirão o bom desempenho do seu trabalho. Então, é importante que os professores não parem de estudar, se tornem pesquisadores buscando após a graduação, o mestrado, cursos de capacitação, participem de eventos que possam contribuir na ampliação de seu intelecto e formação profissional.  Cabe também ressaltar que, tanto o professor que atua na educação infantil como aqueles que estão na instituição de ensino superior deve permanecer estudando para que possa dar conta de discutir e trabalhar com crianças, jovens e adultos de modo a atender as suas peculiaridades.

É responsabilidade do poder público, em especial das Secretarias de Educação elaborar planos de formação continuada em serviço para os professores e demais profissionais da educação, para que estes não percam o entendimento sobre a importância da sua contribuição nos desenvolvimentos dos alunos, da escola e da sociedade. Desta forma, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996, p.46) diz que Artigo_62__ § 1º ‘’A União, o Distrito Federal, e os estados e os municípios, em regime de colaboração, deverão promover a formação inicial, a continuada e a capacitação dos profissionais do magistério’’.

Conforme se observa, cabe aos órgãos institucionais garantir Formação Continuada, visando à qualificação dos trabalhadores da educação, de acordo com seus respectivos campos de atuação e conhecimento. Nesse contexto, a postura do órgão mantenedor é positiva, porque reconhece a importância da implementação de políticas educacionais que promovam uma educação que atenda as perspectivas e necessidades de uma sociedade que está em constante processo de transformação.

Outra ação importante trata-se do Programa de Desenvolvimento Profissional Continuado – Parâmetros em Ação, promovido por meio de parceria entre secretarias estaduais e municipais de educação e instituições de ensino superior, com o objetivo de capacitar os profissionais para que estes se sintam sempre preparados para o exercício da profissão. Dessa forma, ‘’essa atividade foi planejada para ser realizada em um contexto de formação de profissionais de educação, propiciando o estabelecimento de vínculos com as práticas locais’’ (BRASIL, 1999, p.09).

Observamos, portanto, que existe o comprometimento por parte do poder público para assegurar aos professores a qualificação necessária, visando seu pleno desenvolvimento profissional conforme o que está previsto na legislação, e de acordo com a implementação de políticas educativas, com o intuito de priorizar a educação de qualidade a partir de um intenso processo de formação para que os profissionais desenvolvam o seu trabalho cada vez maior.

O material do projeto PARÂMETROS EM AÇÃO, que tem como propósito apoiar e incentivar o desenvolvimento profissional de professores e especialistas em educação, de forma articulada com a implementação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, dos Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e para a Educação Indígena e da Proposta Curricular para a Educação de Jovens e Adultos.  (BRASIL, 1999, p. 01)

 

A Lei 11.502 garante que:

 Art. 2º A Capes subsidiará o Ministério da Educação na formulação de políticas e no desenvolvimento de atividades de suporte à formação de profissionais de magistério para a educação básica e superior e para o desenvolvimento científico e tecnológico do País.

§ 2o No âmbito da educação básica, a Capes terá como finalidade induzir e fomentar, inclusive em regime de colaboração com os Estados, os Municípios e o Distrito Federal e exclusivamente mediante convênios com instituições de ensino superior públicas ou privadas, a formação inicial e continuada de profissionais de magistério, respeitada a liberdade acadêmica das instituições conveniadas, observado, ainda, o seguinte:

I - Na formação inicial de profissionais do magistério, dar-se-á preferência ao ensino presencial, conjugado com o uso de recursos e tecnologias de educação à distância;

II - Na formação continuada de profissionais do magistério, utilizar-se-ão, especialmente, recursos e tecnologias de educação à distância.

§ 3o A Capes estimulará a valorização do magistério em todos os níveis e modalidades de ensino.

Conforme notamos, é significativo o empenho dos órgãos confederados no sentido de promover avanços na formação continuada dos profissionais que estão na educação. Acreditamos que esse é o primeiro passo, para que ocorra o desenvolvimento do ensino, e este processo alcance o sucesso de acordo com o que está previsto na legislação, e, por conseguinte, os alunos tenham condições de ingressar no mercado de trabalho, atuando nas diversas áreas do conhecimento ajudando no progresso da nação.

Segundo a Resolução CNE/CEB 4/2010:

Art. 56. A tarefa de cuidar e educar, que a fundamentação da ação docente e os programas de formação inicial e continuada dos profissionais da educação instauram, reflete se na eleição de um ou outro método de aprendizagem, a partir do qual é determinado o perfil de docente para a Educação Básica, em atendimento às dimensões técnicas, políticas, éticas e estéticas. (BRASIL, 2010, p.17)

Diante do exposto, é visível a compreensão de que a formação continuada em serviço é um projeto que precisa ser bem elaborado para atender tanto as disparidades regionais apresentadas no Brasil, como para garantir que os profissionais sejam qualificados de acordo com as modalidades que trabalham. Neste sentido, não há como negar que um profissional bem qualificado terá mais chances de elaborar planejamentos, projetos, propostas educativas que levem em conta as necessidades e a realidade que se apresenta em cada contexto social.

A preocupação com a formação continuada em serviço, surgiu dentro de um contexto no qual a sociedade vivencia mudanças significativas que exigem do professor repensar o seu trabalho, a sua profissão e as relações que ele mantém principalmente com os alunos, pois ele é o responsável pela a dinamização do saber historicamente construído. Consequentemente, se a educação dos seres humanos gradativamente se tornou mais complexa, o mesmo deverá acontecer à profissão docente, uma vez que, essa complexidade é incrementada pela mudança radical das estruturas cientificas, sociais e educativas, que ocorrem no meio social.

2.1 A FORMAÇÃO E IDENTIDADE DOCENTE

A identidade é compreendida como um processo de construção social de um indivíduo dentro do seu contexto histórico. Quando falamos de identidade profissional, essa se constrói baseado no significado social da profissão, de suas tradições e também no movimento histórico de suas contradições. A profissão docente manifesta-se num cenário como resposta às necessidades colocadas pela sociedade, sendo um corpo organizado de saberes e um conjunto de normas e valores.

Ressaltamos que a construção da identidade do professor, apresenta-se na atualidade como uma problemática para qualificação da educação brasileira. Nesse cenário, é importante refletir a respeito das reais necessidades do professor no exercício da sua ação pedagógica, Libâneo (2001) revela que a profissionalização docente se destina a condições de trabalho para o bom exercício da docência que, por sua vez, é imprescindível que o professor tenha acesso à qualificação e formação acadêmica, além de adequadas condições de trabalho como forma de ressignificar o papel social do professor na sociedade.

Conforme Saviani (2007) O professor pesquisador é aquele que busca reunir informações sobre uma determinada problemática ou tema e procura analisa-las, para alcançar isso usa o método científico para ampliar o conhecimento da temática a ser pesquisada.

O professor conteudista é aquele que segue rigorosamente ao que está determinado no currículo, é apenas um transmissor de informações e conhecimentos, é aquele que visa somente à transmissão dos conteúdos. O professor tradicional é aquele que trabalha os conteúdos separadamente das experiências do aluno e da realidade social.

Sobre a formação e a identidade docente, é interessante destacar três definições de um perfil docente: o pesquisar que é aquele que busca as melhores maneiras de atingir os alunos no processo ensino-aprendizagem; o conteudista se preocupa apenas em ensinar os conteúdos que estão no currículo, e o tradicional é aquele que apresenta os conteúdos prontos e acabados.

Atualmente, um professor conteudista ou tradicional não é o mais adequado, uma vez que, estamos inseridos em uma sociedade que se encontra em constante processo de transformação, logo, o docente precisar levar em consideração que modernidade exige um ensino mais dinâmico, onde o aluno possa ser o autor da sua aprendizagem, e o papel do professor é ser mediador deste processo. 

A formação não se constrói por acumulação (de cursos, de conhecimentos ou de técnicas), mas sim através de um trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas e de (re) construção permanente de uma identidade pessoal. Por isso é tão importante investir a pessoa e dar estatuto ao saber da experiência. (NÓVOA, 1995, p.25).

Diante disso, percebe-se que a docência é um exercício constante de reflexão do trabalho que é desenvolvido na sala de aula, nas relações mantidas na escola, na vida particular, e demais nos quais o professor convive, tendo em visa, que o seu aprendizado não irá ocorrer somente nos momentos em que ele ensina, mas também quando ele aprende. Nesta lógica, o professor acaba desenvolvendo um perfil que irá direcionar tanto o seu trabalho quanto a sua vida, pessoal e profissional.

Tardif discute que o docente ideal é como “Alguém que deve conhecer sua matéria, sua disciplina e seu programa, além de possuir certos conhecimentos relativos às ciências da educação e à pedagogia de desenvolver um saber prático baseado em sua experiência cotidiana com os alunos” (TARDIF, 2002, p. 39). Comenta-se que, o professor precisa adquiri um conhecimento específico voltado não somente para a vocação, para que se identifique com a sua profissão. Com isso que ressaltamos a importância da qualificação específica, contudo mesmo possuindo um saber específico na sua área de atuação, ele precisa também possui o conhecimento da ciência, da tecnologia, dentre outras áreas, pois estas se interligam a educação e possibilitam a compreensão da realidade.

2.2 FORMAÇÕES CONTÍNUA DO PROFESSOR NO BRASIL: REFLEXÃO CRÍTICA.

Os cursos de formação continuada de professores é uma questão fundamental para o papel da prática em sala de aula, pois o mesmo tornou-se responsável pelas mudanças de atitudes e pensamentos autônomos e críticos de seus alunos, não apenas sendo um mero transmissor de conhecimento, mas participando efetivamente da construção pessoal do seu educando. Entretanto, é necessário que o professor tenha uma prática reflexiva, onde esteja sempre disposto a melhorar, a reformular, a se aperfeiçoar na sua ação educativa, mas sempre lembrando que é preciso ser produzido de forma constante e contínua no cotidiano escolar.

A formação inicial possui pontos deficitários, em que o professor em certas situações não consegue lidar e fazer relações com o aprendizado teórico aprendido na graduação, pois a maioria das vezes a teoria está longe da realidade vivida pelo aluno e consequentemente pelo professor, e isso influenciará diretamente no dia a dia do ambiente de sala de aula, no aprendizado de ambos. Por esse motivo, a indispensabilidade dos cursos de aperfeiçoamentos, para ajudar ainda mais o trabalho do professor no cotidiano, levando permanentemente a prática reflexiva consigo.

E segundo Schnetzler e Rosa (2003, p.27):

[...] a necessidade de contínuo aprimoramento profissional e de reflexões críticas sobre a própria prática pedagógica, pois a efetiva melhoria do processo ensino-aprendizagem só acontece pela ação do professor; a necessidade de se superar o distanciamento entre contribuições da pesquisa educacional e a sua utilização para a melhoria da sala de aula, implicando que o professor seja também pesquisador de sua própria prática; em geral, os professores têm uma visão simplista da atividade docente, ao conceberem que para ensinar basta conhecer o conteúdo e utilizar algumas técnicas pedagógicas.

 

A prática critico-reflexiva do professor viabiliza e possibilita um novo ver e um despertar de novas perspectivas para o desenvolvimento do educador, que diante de uma prática eficaz irá notar outros horizontes na sua atividade educacional. Pois, tendo o ato de refletir, o docente poderá auto avaliar-se, sendo assim capaz de identificar suas deficiências, falhas e dificuldades na prática de sala de aula, de como está trabalhando e lidando educandos. Esse feito de auto avaliação proporciona produtividade, competência e afetividade entre os indivíduos envolvidos.

Os cursos de formação começam a expandir significativamente a partir da segunda metade da década de 90, que vem como forma de corrigir falhas na formação inicial. Jacques Delors afirmar que “a qualidade do ensino é determinada tanto ou mais pela formação contínua dos professores do que pela sua formação inicial”, pois essa formação contínua que aperfeiçoará e ajudará o docente na execução do seu ofício no cotidiano, colaborando para os conflitos que o mesmo terá que enfrentar.

Os profissionais da educação são amparados pela LBD, no artigo 87, inciso III “realizar programas de capacitação para todos os professores em exercício, utilizando também, para isto, os recursos a distância”. Ou seja, os órgãos responsáveis têm por obrigação efetivar cursos de capacitação entre os professores, com uso da tecnologia, o recurso a distância. Facilitando para os docentes a participação nos cursos de formação online, proporcionando ao educador uma nova forma integrar os cursos.

No artigo 63, inciso III as entidades devem elaborar “programas de formação continuada para os profissionais de educação dos diversos níveis”, assegurando do mesmo modo no artigo 67, inciso II, “que os sistemas de ensino deverão promover aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim”. Então, podemos perceber em cada inciso a preocupação em estar sempre profissionalizando o educador periodicamente e fornecendo auxílio para os profissionalizantes.

Ressaltando do mesmo modo que a Formação Continuada está no Plano Nacional da Educação, sendo a meta número 17 das 20 a serem alcançadas, acentuando que irá “garantir a todos (as) os (as) profissionais da educação básica formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino”. Percebemos então, que para o crescimento da qualidade da educação básica são necessários investimentos para o aperfeiçoamento permanente do docente.

Di Giorgi (2010, p.15) a formação continuada pode ser estabelecida como “um processo constante do aprender a profissão de professor, não como mero resultado de uma aquisição acumulativa de informação, mas como um trabalho de seleção, organização e interpretação da informação”. Quer dizer, os docentes não podem tratar os cursos ou seminários como mais um para o currículo ou acúmulo de conhecimento teórico, mas é necessários resultados efetivos em sala.

Freire, alegava que “a natureza formadora da docência, que não poderia reduzir-se a puro processo técnico e mecânico de transferir conhecimentos [...]” (2001, p.39), mas criar seres de mente pensante que sejam autênticos e críticos. O mesmo reforça novamente que ensinar vai além de técnicas “formar é muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho de destrezas”. (FREIRE, 1996, p.15).

Por isso, Freire defende a formação permanente dos professores, e a todo o momento levar a reflexão crítica consiga sobre a prática. É ponderando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática.

FREIRE (2001ª, p.72) ressalta:

A melhora da qualidade da educação implica a formação permanente dos educadores. E a formação permanente se funda na prática de analisar a prática. É pensando sua prática, naturalmente com a presença de pessoal altamente qualificado, que é possível perceber embutida na prática uma teoria não percebida ainda, pouco percebida ou já percebida, mas pouco assumida.

 

Gatti, André e Barreto (2011) apontam para “a importância de os professores serem propositores dos programas de formação contínua, a partir das necessidades que apontam”. É fundamental que os organizadores sejam competentes e reflexivos para a realização de programas sobre a formação docente e possam ter olhares para as necessidades formativas dos educandos e educadores, sendo programas de caráter de atualização e não compensatório.

E que as formações não sejam pautadas por tendências prescritivas e padronizadas por políticas de formação tradicionais e robotizadas, mas proporcione eficácia e reflexividade e assim terá resultado e melhoria na educação no âmbito escolar. Visando fazer o bem para os alunos e estando em consonância com as reais necessidades em um contexto geral e constantemente um aprendendo com o outro, aquela troca de saberes que Freire defende.

2.3 CONTEXTUALIZÃO HISTÓRICA NO CONTEXTO DOS ANOS 1990 A 2007

Os anos 90 foram marcados por inúmeros programas de alfabetização. Com o neoliberalismo em alta os setores educacionais, sociais, culturais e saúde passaram a ser regulados por ações humanas no mercado e assim como seus direitos. Clientelismo e privatização caracterizaram as políticas educacionais no governo de Collor de Melo (1990-1992). O mesmo tinha uma assessoria formado por políticos conservadores que se qualificavam por muito discurso e pouca ação.

Na década de 90, sob o governo de Fernando Melo de Collor é criado o Programa Nacional de Alfabetização e Cidadania-PNAC (1990) que junto com MEC propunha a alfabetização de crianças, jovens e adultos por meio de órgãos governamentais e não governamentais tendo por objetivo a redução de 70% o analfabetismo no país pelos próximos 5 anos, mas foi encerrado após (DI PIERRO; JOIA; RIBEIRO; MACHADO, 2008).

            Outro programa criado foi o Programa Setorial de Ação do Governo Collor na área de educação (1991-1995) a intenção desse programa era implementar a nova tecnologia que estava percorrendo no mundo, a meta também seria inserir no Brasil esse avanço tecnológico. Propondo metas de uma educação motivacional de potencialização para a criação de possibilidades, apresentando ideias de competividade, equidade, eficiência e qualidades são estabelecidos nesse programa.

Em 1991 é instaurado também outro programa Brasil: um Projeto de Reconstrução Nacional tinha por alcance a reforma do Estado, buscando uma economia moderna. A educação foi vista como elemento fundamental para uma nova estruturação competitiva da economia- a Teoria do Capital Humano (THC). Sendo preciso que a educação fosse apropriada à demanda da população junto com a necessidade econômica do país, fundamentalmente essencial a participação do Estado para à oferta da educação.

Com esse projeto se previa inclusive a elaboração de técnicas para a incorporação e compatibilização de cortesias financeiras da UNIÃO e dos sistemas de ensino do Fundo Nacional de Desenvolvimento (FNDE) e do Salário-Educação Quota Federal, partilhando as tarefas com o Conselho Nacional de Secretários Estaduais (CONSED) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais (UNDIME). Os dois últimos projetos de Collor tinham por objetivo promover a divisão das responsabilidades igualitárias entre o governo, iniciativa privada e a sociedade aumentando a ideia de que o vínculo com o setor empresarial teria êxito.

Após o impeachment de Collor, Itamar Franco (1992-1994) assume o cargo da presidência no Brasil. E em 1993 foi expresso as diretrizes governamentais na educação através do Plano Decenal de Educação para Todos 1993-2003 se tornando um documento determinante para as políticas educacionais direcionada a educação básica com destaque o ensino fundamental. Elaborado pela coordenação do MEC, o Plano foi fruto da participação na Conferência de Educação para Todos na Tailândia em Goten em 1990.

Nesse documento do Plano Decenal é destacado como tática fundamental a universalização do ensino fundamental, erradicação do analfabetismo, incrementar recursos financeiros para a manutenção e investimentos. O Brasil deveria assumir compromissos internacionais, tendo em vista o cenário social procedente da informação e o Plano Decenal seria essa meta que o país deveria cumprir, levando sempre em consideração questões de aprendizagem que atendesse a carência da vida contemporânea.

Fernando Henrique Cardoso em 1995 assume a presidência do Brasil. Nesse governo os repasses para a educação continuam mínimos. Ainda assim, é lançado o documento “Mãos à obra Brasil”, que sugeria que o poder executivo organizasse e criasse prioridades educacionais, desse modo, o MEC teria seu trabalho reduzido como órgão intermediário de execução, dando ênfase a descentralização- a reforma do Estado.

A asserção deste documento estava de acordo com as diretrizes do Planejamento Político-estratégico (1995-1998), estando voltada para o Ensino Fundamental; o reconhecimento da escola e sua autenticidade, de certo o seu compromisso com o aluno, sociedade e comunidade; a aplicação de recursos políticos e financeiros para assegurar a eficácia e igualdade do sistema; a inserção de um canal de televisão via satélite, direcionado a assistência das escolas, buscando parcerias com o governo.

Em 1996, após 35 anos da primeira LBD, a mesma foi sancionada no dia 20 de dezembro pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, sendo Darcy Ribeiro o relator. Foi nessa LDB que passou a ser exigida a formação de docentes em nível superior para atuação na educação básica (art.62) e similarmente a formação de especialista da educação em cursos superior de pedagogia ou pós-graduação (art.64)

Já em 1998 é criado o FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério) que são recursos para o ensino fundamental e também para a habilitação de professores. Foi criado pela Emenda Constitucional n.º 14/96, regulamentado pela Lei n.º 9.424/96 e pelo Decreto n.º 2.264/97 e implantado automaticamente em janeiro de 1998 em todo o País.

Era destinado 40% da parcela do FUNDEF para a habilitação e capacitação dos professores do antigo magistério, já que estavam assegurados no plano de carreira. A formação no nível superior estava inclusa obedecendo as questões legais intitulados na recente LDB de 1996, no artigo 62 “A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura plena, de graduação plena [...]

Já com outro presidente no cargo, o presidente Lula em 2006 no seu último ano do seu primeiro mandato cria o FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) destinado à educação básica, diferente do FUNDEF que se destinava somente para o ensino fundamental. O FUNDEB foi instituído pela Emenda Constitucional nº 53, de 19 de dezembro de 2006.

Em 2007 o presidente Lula junto com o ministro da educação Fernando Hadad funda o PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação) com o intuito de melhorar a educação básica em 15 anos. Com ações que envolvem a docência tem, como:

 *Formação: o programa Universidade Aberta do Brasil, por meio de um sistema nacional de ensino superior à distância, visa capacitar professores da Educação Básica pública que ainda não têm graduação, formar novos docentes e propiciar formação continuada;

*- Educação profissional: os Institutos Federais de Educação Tecnológica (IFETs) reorganizarão o modelo da educação profissional e atenderão as diferentes modalidades de ensino;

3 A CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA DE FORMAÇÃO CONTINUADA: ALGUMAS QUESTÕES

A formação continuada de professores é de importância para ação reflexiva do docente e assim construir um processo dinâmico para transformação social, mas para que isso ocorra o educador precisa ter uma conscientização da sua ação educativa, da prática de crítica e autônoma, necessária no sentido da realidade, do contexto social do aluno. Nesta situação, é preciso um professor pesquisador que busque atender as demandas da sociedade e do contexto social do aluno, Garcia (1999, p.22) ressalta isso:

A formação continuada de professores favorece questões de investigação e de propostas teóricas e práticas que estudam os processos nos quais os professores se implicam, e que lhes permite intervir profissionalmente no desenvolvimento do seu ensino, do currículo e da escola.

O professor tem um papel essencial nessa formação, a sua disposição, seu empenho em participar de ações para o aprimoramento. “O homem é intrinsecamente bom e orientado para o crescimento: sob condições favoráveis, não ameaçadoras, procurará desenvolver suas potencialidades ao máximo”. (MOREIRA, 2009, p.139).  Porém, os programas que gerenciam esses cursos precisam articular formas, na qual o professor tenha prazer e interessem em participar. Tornando o educador como um aluno da educação regular, onde precise envolver o docente nas práxis educativas- reflexiva e não apenas encher os professores com cursos, onde tenham que participar por obrigação ou imposição de um superior. Nóvoa (1992, p.13), afirma:

A formação não se constrói por acumulação de cursos, de conhecimento ou de técnicas, mas assim através de um trabalho de reflexibilidade crítica sobre práticas e de (re) construção permanente de uma identidade pessoal. A formação vai e vem, avança e recua, construindo-se num processo de relações ao saber e ao conhecimento.

 

Por essa razão, o diálogo é fundamental com os envolvidos num espaço escolar, uma gestão participativa, em que todos sejam ouvidos e possam expressar sua opinião sem represálias, deboche ou descaso. Mas haja a participação efetiva de todos os componentes da ação pedagógica. No lugar de um modelo tradicional, autoritário e impositivo, favoreça a democracia, a troca mútua de aprendizagem, o respeito e o interesse de progredir e enriquecer a prática educativa, visando sempre o crescimento do educando.

Nessa perspectiva, Santos (2010) faz menção de dois tipos de concepções de formações no âmbito docente educacional: a estruturante e a interativo-construtivista. A concepção estruturante, engloba padrões tradicionais de aprendizagem, concepção que retrata o principal modelo que impera nas salas de aula, e logicamente interfere nas áreas educacionais da escola. No paradigma estruturante, os professores consumem seus conhecimentos da academia, e preservar apenas para a formação da universidade, desvalorizando a trajetória docente.

Já a concepção interativo-construtivista, é composto pela dialética, o diálogo, argumentação, a reflexão e a averiguação, como base dessa concepção. Baseia- se no indispensável para o indivíduo, ligado por seu contexto social-educativo levando seu aluno a racionalidade prática. Nessa concepção, a formação é vista como um processo permanente, devido as constantes mudanças no meio educacional e social, considerando sempre o aprimoramento do fazer docente.

Com isso, percebemos que uma concepção é contrária a outra. Enquanto uma valoriza a prática, o fazer docente, o aperfeiçoamento, e a outra, desvaloriza a carreira docente, defendendo um modelo tradicional, rígido e arcaico. Desconsiderando, a mudança necessária que os docentes precisam ter, de busca, de ser um professor pesquisador que se preocupa com o saber que irá ensinar aos seus alunos. Santos (2010, p.34), ressalta:

O tratamento recai não mais no professor enquanto indivíduo, mas no profissional da educação que desenvolve uma atividade de caráter social e, por isso, encontra-se submerso em uma teia de relações que compreendem as dimensões coletivas [...].

 

Nesse ponto de vista, percebemos e entendemos o professor como o sujeito incessante do desenvolvimento pessoal e profissional. Pessoal sendo a sua valorização docente, e profissional a valorização dos conhecimentos da docência, sendo a escola o lócus de formação profissional. “A educação do professor torna-se um processo de desenvolvimento adulto, um processo de maturação mais que um processo de instrução do professor de como ensinar”. (KINCHELOE, 1997, p.2000). Por isso, a importância da realização pessoal do docente, pois desenvolverá suas potencialidades em êxito.

Portanto, os cursos de formações continuada não são apenas atualizações, didáticas, científicas, comportamental ou maneiras de lidar com os problemas envoltos da escola, mas que as formações sejam para os docentes construírem suas práticas num processo de despertar e organizar teorias desenvolvidas no decorrer dos cursos de formação.

Nóvoa (1995) levanta a questão sobre o “tempo” necessário ao professor se habituar e refletir sobre as práticas pedagógicas relevantes para sua atuação mesmo com as longas jornadas de trabalho. Talvez essas longas jornadas force o docente a usar práticas robóticas e somente teoria e assim desligando o ensino sobre a realidade do aluno e não atendendo o desenvolvimento do aluno e nem o profissional do professor. Gauthier (1998, p.13) afirma:

Cabe ao professor expandir suas reflexões ‘além das dimensões’ técnicas ou organizacionais, caracterizando a natureza dos saberes subjacentes ao ato de ensinar, isto é, o conjunto de conhecimentos, competências e habilidades que servem de alicerce a prática correta do magistério e que poderão ser incorporados aos programas de formação inicial e continuada de professores.

 

Com isso, a formação continuada em serviço precisa ser vista como oportunidades de aprimorar as práticas e os conhecimentos necessários, na qual a reflexão precisa trabalhada constantemente e ser um dos primordiais princípios dos professores, pois com a reflexibilidade os docentes poderão se sensibilizar e podendo rever seu exercício em sala de aula.

3.1 FORMAÇÃO PEDAGÓGICA: PRINCIPAIS CARACTERISTICAS

Neste tópico discutiremos sobre as principais características da formação dos professores. Ao longo do trabalho, destacamos sobre o professor autônomo, dialógico, crítico-reflexivo, afetivo, amoroso, pesquisador, entre outros. O professor do século XXI, precisa ter o perfil das características citadas acima com a intenção de aperfeiçoar o trabalho docente, precisamente o âmbito da sala de aula. E dessa maneira, desligar-se de todo método tradicional, enciclopédico, arcaico, o qual por um longo tempo assolou a área educacional.

E com base no livro “O profissional da educação para o século XXI” de Hamilton Werneck, abordaremos mais três características do profissional da educação desse século. O primeiro aspecto a salientar é a criatividade. Vivemos em mundo, onde o anseio por novidades move pessoas, a busca para ter os últimos lançamentos tecnológicos influencia os indivíduos da sociedade para se ter aquilo lançado. Porém, esse desejo vem desde a época das grandes navegações, onde a busca por riquezas mobilizava os navegantes a buscarem tesouros que encantavam os habitantes para quem traziam.

Nos dias atuais, os alunos são como os habitantes e os navegantes como os professores, que quando trazem inovações para sala de aula, encantam seus alunos, fazem os mesmos a ficarem fascinados por aprender de uma forma diferente, da qual normalmente estão acostumados. Sobre isso Albert Einstein enfatiza “ As soluções para os problemas não podem ser dadas com os mesmos parâmetros que criaram esses mesmos problemas”, ou seja, é necessário que haja mudanças e inovações, dessa forma teríamos progresso em nosso meio educacional.

“Ser criativo é fazer mais com menos” (Werneck 2014), o autor expressa que a criatividade, é como ter mágica nas mãos, onde com algo simples o professor pode solucionar problemas que até então parecia impossível. Criatividade, muitas vezes não é sofisticação, mas é com o pouco que tiver de fazer virar muito, ter iniciativa com mesmo que o recurso seja limitado. No entanto, por vezes presenciamos o contrário, professores que usam a limitação como pretexto para ficarem estagnados nos modos tradicionais.

Os professores são capazes de criar seus próprios métodos, assim como tudo foi aprimorado desde início da vida humana. Com a prática docente, não é diferente, os professores são formadores dos indivíduos do futuro e esses indivíduos precisam de estímulos para garantir o amanhã dos próximos seres que virão. É necessário que os docentes incentivem feiras de ciências, de criatividade, concursos literários e amostras artísticas para estimular a criatividade nos alunos.

Nessa perspectiva, encaixamos a educação tecnicista adotada por volta dos anos 1970, que transformava os professores e alunos em executores e receptores, como se fossem operários e máquinas, ou seja, a educação foi transformada em algo robótico para favorecer a classe privilegiada da época. Onde o docente não possuía liberdade para trabalhar didaticamente, apenas transmitir e preparar o aluno para a sua inserção no mercado de trabalho, isto é, os discentes eram formados para o capitalismo e não seres transformadores sociais.

Luckesi (2003, p. 61) ressalta que:

A escola atua, assim, no aperfeiçoamento da ordem social vigente (o sistema capitalista), articulando-se diretamente com o sistema produtivo; para tanto, emprega a ciência da mudança de comportamento, ou seja, a tecnologia comportamental. Seu interesse imediato é o de produzir indivíduos "competentes" para o mercado de trabalho, transmitindo, eficientemente, informações precisas, objetivas e rápidas.

 

Neste contexto da educação tecnicista, falaremos sobre a segunda característica apresentada pelo autor: a comunicação. O qual nessa tendência o diálogo entre professor e aluno acabava por não existir, cabia ao aluno apenas absorver o que lhe era transmitido pelo docente. A comunicação abriu horizontes para os questionamentos e dúvidas dos alunos, o diálogo os induza a querer saber mais, a ser um ser investigador, a ter interesse em aprender. Por isso, a importância desse diálogo entre os envolvidos no âmbito geral da escola, com envolvidos.

Ressaltamos, inclusive a comunicação tecnológica. A era tecnológica permeia a sala de aula e o professor deve fazer da rede virtual seu aliado, saber manusear juntamente com os alunos, pois os mesmos em muitos momentos estão à frente do professor nessa era digital. Então, o professor deve estar plugado com o objetivo de cada vez ficar mais inteirado no mundo virtual e está com ferramentas adequadas para ampliar a comunicação entre os envoltos.

Outro aspecto considerável é a competência. Competência, não é apenas ter um diploma ou ter domínio de uma área específica, todavia o professor competente é aquele que sabe usar e ensinar todo conhecimento obtido ao longo da sua carreira acadêmica, incluindo cursos de aperfeiçoamento. Não se trata somente ser informado, mas garantir até seu lugar no mercado de trabalho, pois as empresas buscam os melhores para assegurar o crescimento da instituição.

Werneck (2014, p.117) destaca:

A competência está mudando de figura. Não se trata mais de uma competência puramente acadêmica, em que o diploma fala mais alto: trata-se de uma competência que segue uma formação continuada. Não se concebe mais uma empresa que não esteja preocupada com a formação permanente de seus membros.

 

Na contemporaneidade, é altamente recomendado a atualização do conhecimento, do aprendizado. O professor deve aproveitar as oportunidades de continuar estudando e melhorando sua prática, pois depois de um tempo títulos conquistados somente nas academias irão torna-se ultrapassados e o mercado irá a procura de profissionais altamente qualificados e capacitados para atuar em tal área destinada. Werneck (2014, p.118), salienta:

O aprendizado continuado pode ser conseguido por meio de cursos ou com a vivência. Precisamos estar abertos-ou, como modernamente se diz, resilientes-para aprender sobre o novo que se apresenta. Quem não for assim estará muito distante dos requisitos de um profissional do século XXI.

 

Antes de tudo, o professor deve ter um encontro consigo mesmo com o propósito de trilhar e alcançar metas para uma educação de qualidade. Pois, percebemos docentes insatisfeitos com seu trabalho e acabam negligenciando sua prática pedagógica e acaba atingindo o aluno que não possui culpa alguma. O professor realizado esforçar-se em certificar o melhor para o seu aluno, buscando alternativas para um fazer diferente, um fazer satisfatório. O profissional do século XXI, dispõe da criatividade, da comunicação, da competência e outros aspectos com finalidade de promover virtudes educacionais.

3.2 O PROFESSOR COMO SUJEITO HISTÓRICO DE SUA PRÁTICA DOCENTE

Nos dias atuais, ensinar é a cada dia um desafio para os educadores que se encontram cada vez mais envolvidos com acontecimentos, fatos e situações, que exigem profundas reflexões sobre a sua prática, que também está diretamente relacionada com as relações que ocorrem na sociedade, e interferem nas relações mantidas na sala de aula, por isso os professores devem pensar sobre o seu trabalho e a forma como este é realizada, visando se encaixar neste cenário de transformações.

De acordo com Freire (1996), a formação é como um fazer permanente que se refaz constantemente na ação, sendo que a formação não se dá por acumulação de conhecimentos, mas constitui uma aquisição de recursos que o professor deve saber utilizar, se faz constantemente em suas ações, por isso se faz necessário o educador ter compromisso e responsabilidade, seja portador de competências e atitudes que o capacitem a ultrapassar os obstáculos.

            O educador deve ser percebido como um profissional especialista e intelectual do conhecimento, possuir capacidade de lidar com diferentes assuntos, sabendo posicionar-se de maneira critica e reflexiva de modo a atender e compreender a diversidade presente na sala de aula. Por isso a Formação Continuada é um processo que se faz necessário pela própria natureza do saber, do fazer e do aprender como uma prática que transforma constantemente, para isso necessita se atualizar, principalmente para analisar as mudanças que ocorrem em sua prática de educador.

Libâneo (2001, p. 28) apresenta novas atitudes docentes necessárias ao currículo do novo professor frente às exigências que a contemporaneidade traz consigo, entre esses, o autor afirma que o professor como sujeito histórico deve assumir o ensino como mediação, visando a aprendizagem ativa do aluno com a ajuda pedagógica no decorrer do processo educativo para modificar a ideia de prática tradicional para umas práxis interdisciplinares.

Nesse contexto, as práticas pedagógicas cotidianas são adquiridas através da troca de conhecimentos assimilados nos Cursos de Formação e na própria postura docente com as trocas de experiências entre os professores, pois estas promovem informações que podem ser apreciadas ou servir de exemplo objetivando mudanças não somente no perfil do educador, mas principalmente nas relações escolares, pois estas são complexas por envolver diversas experiências e dinâmicas porque relacionam-se ao comportamento humano.

Segundo Pimenta (1999, p. 18):

identidade é um processo de construção do sujeito historicamente situado, sendo esta construída a partir da significação social da profissão; da revisão constante e das tradições. Podendo ainda ser construída pelo significado que cada professor, enquanto ator e autor, confere a atividade docente no seu cotidiano a partir de seus valores, de seu modo de situar-se no mundo, de sua história de vida, de suas representações, de seus saberes, de suas angústias e anseios, do sentido que tem em sua vida a ser professor.

 

A autora convida a refletir que as identidades do professor são construídas no decorrer de suas práticas, essas por sua vez recebem influências significativas de acordo com as mudanças ocorridas no cenário em que este sujeito se encontra inserido. Entretanto, cabe ressaltar que muitos professores ainda insistem em cultivar práticas tradicionais que são refletidas em seu modo de pensar e agir no mundo, encontrando dificuldades para lidar com as transformações e mudar o seu posicionamento no momento de desenvolver o seu trabalho.

O saber profissional do professor não provém apenas da formação, da experiência, vem também da sua história de vida pessoal, conforme destacam diferentes autores, entre eles, Tardif (2002). O professor, habitualmente, não possui uma só e única “concepção” de sua prática, mas várias concepções que utiliza ao agir em sala de aula, em função, ao mesmo tempo, de sua realidade cotidiana, de sua biografia e de suas necessidades, recursos e limitações. Daí a importância que tem, nos processos de formação, os estudantes poderem revisar essas crenças, valores, os quais influenciarão sua atuação profissional.

Diante da perspectiva dos autores, constata-se a necessidade do professor enquanto sujeito histórico superar a concepção da prática pedagógica como ação de transmitir conhecimento, como uma atitude de agir sobre o outro que ocupa um lugar passivo. Desse modo, é imprescindível, se o objetivo deste profissional for ampliação de conhecimentos que possibilite aos alunos se tornarem cidadãos críticos e atuantes na sociedade em que convivem. Sendo assim, essa é uma concepção ainda bastante preservada no pensamento dos professores, que interfere negativamente em seu trabalho docente.

Conforme ressalta Freire (1996), que objeto a ser conhecido não é de posse exclusiva de um dos sujeitos que fazem o conhecimento. Para que haja construção do conhecimento, é preciso uma aproximação tanto do professor quanto do aluno, dinâmica na direção do objeto. Ao fazer isso, o professor refaz o seu conhecimento sobre o objeto, através da capacidade de conhecer dos alunos, em vez de transferir o conhecimento como se fosse uma posse fixa.

Sobre esse aspecto da finalidade da prática pedagógica é interessante trazermos a contribuição de Vasconcellos (1995, p.102), que vem afirmando o seguinte:

Que a elaboração de um planejamento pedagógico acontece tendo como referência três dimensões da ação humana consciente: Realidade (ponto de partida, o quê?), Finalidade (o que é → o que deve ser) e Mediação (caminho a ser seguido para transformar a realidade). Essas dimensões relacionam-se de maneira dinâmica, dialética: uma supõe, nega e supera as demais.

Prática refere-se ao desenvolvimento de ações com a intenção de alcançar objetivos, de acordo com os interesses que foram planejados, levando em consideração um contexto específico. No caso do professor, a prática refere-se ao exercício do que ele almeja e planeja para beneficiar os alunos e qualificar saberes específicos de são determinantes para fortalecer o processo ensino aprendizagem, é todo trabalho que o docente pensa, planeja e executa em benefício da clientela que ele atende.

3.3 PERSPECTIVA PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR REFLEXIVO

            O trabalho do professor é permeado por atitudes e comportamentos que evidenciam, um perfil profissional para atender as demandas da sociedade que se mostra cada vez mais envolvida com a mudança. Neste cenário, de modernidade é interessante considerar perspectivas positivas envolvendo a formação docente, pois esta é fator determinante para a garantia da oferta de um trabalho de excelência. Desse modo será proposta a seguir uma discussão sobre a temática, porque este assunto é de interesse educacional e social.

Como sugere Borges (2002, p.210): “a reflexão crítica é emancipatória, porque liberta as visões acríticas, os hábitos, as tradições e os costumes não questionados, as formas de coerção e de dominação que tais práticas supõem o autoengano dos professores’’. A formação continuada deve pautar pela reflexão do docente a cerca da sua prática, pois o trabalho formativo precisa incluir tanto o domínio teórico do conhecimento profissional quanto à capacidade de saber mobilizá-lo em situações concretas. Por essa razão a formação não é algo inacabado, será necessário o professor está sempre receptivo ás novas mudanças. É necessário que o mesmo seja pesquisador e constantemente analise sua prática docente e a partir da compreensão dos problemas estudados, trace caminhos alternativos para sua prática, é preciso o educador possuir autonomia intelectual é o que garante uma prática atualizada e inovada.

Freire (1996, p.43-44) nos convida a refletir sobre a prática docente quando comenta que ‘’o momento fundamental na formação permanente dos professores é o da reflexão crítica sobre a prática. E ainda diz que é pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. ’’  Diante disso, é relevante que o professor apresente compromisso e responsabilidade, seja possua competências e habilidades que o capacitem a ultrapassar os obstáculos encontrados na escola, para alcançar objetivos de acordo com as expectativas que a escola está inserida, pois é deste profissional a responsabilidade de promover mudanças de posturas que possibilite intervenções positivas na formação dos alunos.

Nesse contexto, as perspectivas sobre processo de formação é adquirido através de diversas formas como seminários, conferências, roda de conversa, cursos de curto prazo, on-line, através de livros, pesquisas, de cursos de aperfeiçoamento como as especializações e cursos oferecidos pelas próprias Secretarias de Educação.

Diante do que foi exposto, é possível compreender que o conceito de formação é suscetível de múltiplas perspectivas, mas tem sido recorrente associar o conceito ao seu desenvolvimento pessoal e profissional. E que alguns autores citados concordam em refletir sobre a formação contínua e a inserção do professor no mercado com um trabalho mais diversificado e democrático.

Para Libâneo (2001, p. 85):

as práticas de formação de professores mais recentes são as que concebem o ensino como atividade reflexiva. Para o autor, o importante nessa filosofia é que o professor pense não apenas em sua formação, mas também no currículo, ensino e metodologia de docência, o que ocasiona o desenvolvimento da capacidade reflexiva deste profissional sobre seu trabalho.

 

Sendo que o professor ao realizar a sua formação contínua toma pra si com mais responsabilidade sua atividade em sala e torna-se também um desafio, pois a cada minuto surge um questionamento, cabe ao professor se aprimorar cada vez mais para atender o seu aluno. Portanto a profissionalização docente é muito abrangente, é necessário utiliza-se a pesquisa, atividades diferenciadas para tornar as aulas mais atrativas e interessantes, pois em uma sala de aula se depara com discentes e atitudes diferenciadas.

O professor é a peça fundamental para gerar conhecimentos pedagógicos e, consequentemente, promover as modificações necessárias no ensino. A reflexão na ação se apresenta como um processo significativo e essencial para colaborar na consolidação de mudanças de caráter qualitativo no trabalho pedagógico. Isso permite que o professor elabore e re-elabore criticamente sua própria prática. ’’ (IMBERNÓN, 2011, p. 90).

 

O docente envolvido com a reflexão sobre o que seja um profissional do ensino e as inúmeras implicações que essa atividade complexa exige, desde o processo formativo inicial ao continuado, consegue enxergar novas perspectivas e novas possibilidades de aprendizagem, onde seja possível discutir diferentes temáticas integradas a disciplina do currículo, valorizando os conhecimentos prévios do aluno, respeitando a sua identidade e a realidade onde a escola está inserida.

Pimenta (2001, p. 30) destaca ‘’a importância de haver uma atitude reflexiva dos professores em relação ao seu ensino e às condições sociais que o influenciam. ’’ Dessa forma, a autora nos motiva a compreender que a ideia de reflexão surge associada ao modo como se lida com problemas da prática profissional, à possibilidade de aceitar um estado de incerteza e estar aberto a novas hipóteses dando, assim, forma a esses problemas, descobrindo novos caminhos, construindo e concretizando soluções.

            Diante da discussão promovida com os autores, que trata da perspectiva para a formação do professor reflexivo torna-se evidente a ideia de que a prática reflexiva é orientada e ampliada a partir dos conhecimentos que o professor adquire no momento da Formação Continuada em Serviço, pois ao participar deste evento, ele tem a oportunidade de vivenciar experiências, voltadas para os diversos segmentos da educação, que de algum modo estão diretamente relacionadas com a realidade escolar.

PALAVRAS FINAIS

No decorrer da elaboração desta pesquisa, foram significativos os desafios enfrentados para a sua conclusão, tendo em vista, a questão do tempo que precisou ser administrada, compromisso no qual foi necessário fazer opções, os momentos de estudos, pois precisávamos nos dedicar às outras disciplinas, e imprevistos surgidos, que foram determinantes para pensarmos na prioridade de construirmos um trabalho de qualidade, que corresponde-se as expectativas propostas pela orientação que sempre se manteve dedicada e atenciosa na condução da pesquisa.

Diante de todas as expectativas, o trabalho foi finalizado com sucesso evidenciando várias contribuições para a nossa formação, possibilitando ampliar horizontes teóricos em relação a formação continuada dos professores, que entendemos ser um caminho importante para a promoção de educação com qualidade, pois é o docente o profissional responsável em conduzir o ensino, de forma a contribuir também na construção do conhecimento dos alunos e na dinâmica escolar.

Dessa forma, a contribuição da pesquisa na formação pessoal aconteceu no momento em que percebemos que desde os primeiros momentos de escolarização o professor se faz presente em nossas vidas, fazendo intervenções importantes que levamos para a família e outros âmbitos da sociedade que convivemos. O professor que possui uma formação contextualizada com os contextos sociais e os interesses da escola ajuda a pensar, refletir, interagir, analisar e questionar, comportamentos que são essenciais para a convivência social.

Quanto à formação social, a pesquisa foi importante porque evidenciou que todos os profissionais que atuam nas diversas áreas do conhecimento tiveram um professor durante a sua trajetória, e de algum modo o professor contribui com o seu fazer docente no desenvolvimento e progresso da nação, pois o seu trabalho reflete os ensinamentos promovidos na sala de aula. Dessa forma, não há como questionar a função social deste trabalhador dentro e fora da instituição educativa.

Em relação à contribuição para o conhecimento acadêmico, a pesquisa contribuiu para pensarmos que a formação continuada em serviço deve continuar precisa continuar dentro da academia depois que o conclui a Graduação, Pós-graduação, mestrado e doutorado. Ele deve estar sempre se qualificando para acompanhar as constantes transformações que ocorrem e repensar a sua prática na sala de aula, as relações com os colegas de trabalho, a convivência familiar e sua participação nos outros âmbitos no qual está inserido.

Diante do contexto apresentado, formação continuada permite identificar o professor reflexivo reconhecido como um sujeito histórico da sua prática docente, uma vez que, esta deve valorizar concepções adequadas de acordo com a realidade e as experiências escolares, pois a escola acompanha um movimento social constante no qual o professor é convidado a enfrentar a desafios que são históricos e, precisam ser revistos para que este possa romper com paradigmas tradicionais que refletem negativamente no resultado final a ser alcançado, que certamente é o desenvolvimento integral e aprendizagem do aluno.

No que diz respeito a formação profissional, o estudo foi relevante na medida em que envolveu importante questões voltadas para a sociedade, uma vez que problemas como violência, drogas, álcool, Billings, degradação ambiental, participação da família, religião, falta de estrutura da escola, baixa remuneração, ausência de uma gestão escolar democrática, falta de um trabalho coletivo, ausência de metodologias que contemplem a interdisplinariedade afetam a formação do professor.

Diante de tudo que foi estudado no decorrer da elaboração desta pesquisa, na qual mantivemos um diálogo com diversas teorias, é pertinente a compreensão de que a formação continuada em serviço deve ser assegurada na educação porque se constitui em um conjunto de oportunidades e possibilidades que permitem ao professor aprender mais ampliando sua forma de agir, pensar e trabalhar, sem perder de vista os objetivos que esse profissional pretende alcançar com os seus alunos.

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[1] Psicopedagoga e Professora da Escola Superior Madre Celeste – ESMAC. Presidente do Colegiado do Curso de Pedagogia [email protected]

[2] Pedagoga e Pós-graduada em Educação Especial na Perspectiva da Inclusão pela Escola Superior Madre Celeste – ESMAC. [email protected]