O Que Leva Um Ser Humano A Ter Preconceitos E Discriminação Com Seus Semelhantes.


A sociedade vive um momento abertura para as diversidades sociais, quebra dos tabus, momento de inclusão. Muitos debates sobre o builyng presente nas escolas e outras comunidades sóciais.

Sabemos que a maior causa das exclusões dá-se pelo fato da não aceitação do diferente, principalmente nas escolas, atualmente, os debates se aprofundam pelo fato do grande numero das evasões escolares, muitas vezes, os alunos perdiam a vontade de estudar, se recusavam a ir para a escola sem que alguém procurasse saber a causa real.

Até então, não se atentava para a questão da exclusão, como fruto do preconceito e da discriminação, a criança era punibilizada muitas vezes tanto por professores quanto pelos responsáveis legais, que denominavam a criança ou o adolescente de "preguiçosa" ou "burra" por não querer estudar. Por outro lado a sociedade julgava os pais como desinteressados e omissos na educação dos filhos, não perpassava a idéia da exclusão vinda do próprio meio escolar, de um convívio de violência velada direta ou indireta vivenciada por estas crianças ou adolescentes.

Violência esta que pode vir tantos das outras crianças como dos professores e ainda, de outros funcionários da escola, por questões de religiosidade, étnico-racial ou sexualidade.

A criança ao se sentir rejeitada por um determinado grupo, reage de forma imprevisível, esta reação pode vir de diversas formas, que pode ser de violência, isolamento, depressão, baixo rendimento escolar, doenças inexistentes ou sérios problemas psicológicos.

Toda esta situação de violência e exclusão escolar entre os jovens nos leva aos educadores de forma geral, a buscar as causas antes invisíveis, passamos então ao questionamento sobre as causas de tanto preconceito e discriminação entre os seres humanos.

O preconceito pode ser conceituado como sendo uma idéia pré-concebida sobre algo e/ou, sobre uma pessoa que desconhecemos ou conhecemos superficialmente. Tanto pode ser em cima do que ouviu de terceiros, como pela famosa frase, que considero o ícone do preconceito, "primeira impressão é a que fica".

E é em cima deste juízo preconcebido, que é manifestado geralmente, na forma de uma atitude, que algumas pessoas passam a formar um quadro avaliatório e a conceber idéias sobre a pessoa, seu comportamento, modo de vida, características culturais e sociais, raça, religião, cor, orientação sexual, gênero e, até mesmo os "pensamentos" de seu alvo, se auto-afirmando profundo conhecedor da personalidade do individuo; "sabem" se a pessoa é boa, tem uma boa índole, comportamento, se relaciona bem, se é um "nocivo", bom ou mau caráter e outros adjetivos congêneres.
A partir desta análise pessoal e/ou recebida, dependendo do resultado do perfil da pessoa, que pode ser "bom" ou "nocivo", em seguida, inicia-se a fase da discriminação ou aceitação, generaliza-se o estereótipo a quando aceito a mesmo e agregada ao grupo ou a comunidade de seu "avaliador".

Caso a mesma não se enquadre nos padrões comportamentais, considerados perfeitos, com características comuns aos demais, a uma maioria dominante. Esta maioria pode ser dentro de um núcleo familiar, escola, amigos, sociedade ou região, passam a ser discriminada, excluída e ultrajada por suas "diferenças".

A forma mais cruel do preconceito é quando ele se dá no próprio seio familiar, a partir do momento em que a família passa a rejeitar o membro do grupo que não se enquadra ao padrão sócio cultural adotado pelo núcleo ou pela comunidade circunvizinha da família, o que seria um "porto seguro" para a vítima, passa a ser um verdadeiro cativeiro ou reduto de violência, pelo fato de quando dentro do seio familiar, fica mais difícil de ser denunciada por vários fatores, dentre os quais podemos relacionar:
? Medo de romper de vez os vínculos familiares;
? Segregação;
? Aumento da violência;
? Magoar ou punir a família;
? Questões religiosas;
? Questões sociais, financeiras e culturais;
? Problemas psicológicos.

De modo geral, as pessoas preconceituosas não assumem de modo algum o serem, se dizem abertas a todos os tipos de pessoas, dizem aceitar bem todas as condições sociais, raça, orientação sexual, religião e o mais que houver; só tem um pequeno detalhe, desde que não seja membro de sua família, caso seja um parente, buscam logo outras qualidades do mesmo para mascarar o que consideram "desvio" ou "aberração" da chamada conduta bem aceita.

Nota-se então que, pela superficialidade ou pela estereotipia, o preconceito é um erro. Entretanto, trata-se de um erro que vem da crença, não do conhecimento, ou seja, ele tem uma base irracional, sem nenhuma fundamentação e foge a qualquer questionamento pautado num argumento ou raciocínio, os sentimentos negativos em relação a um grupo fundamentam a questão afetiva do preconceito, e as ações, o fator comportamental.

Considerando vivermos em uma sociedade que se diz justa, democrática, precisamos repensar esta questão, procurar ver no outro as suas qualidades, buscar a conhecer mais o outro, humanizar nossas ações e pensamentos, respeitar os semelhantes sem pré-julgamentos, pois estamos vivenciando um período de violência, falta de respeito, de consideração e valores, a vida passou a ser uma simples mercadoria sem nenhum valor.

Todos os seres humanos são dignos do exercício pleno de sua cidadania, ter o respeito, a liberdade de ser como é, pois só assim podemos ter uma sociedade justa e igualitária,

Francisca Elizabeth Nascimento de Souza