Que P é essa o espelho!

Ele teima em dizer o que não pergunto!

Sabe aquele menino “inxirido”, irritante e metido

Que corre à sua frente pra contar as coisas,

Igual alguém que conta o final do filme na porta do cinema?

É o espelho!

Não pedi opinião, nem pergunto,

Mas ele, de teimoso, afirma que o tempo passou.

E ainda diz mais: eu?

Eu continuo aqui!

E impassível, nem esboça ar de riso – sou espelho!

Cale-se! Respondo.

Mas, quer saber, eu nem acredito no que ele diz!

Somente quando às vezes, a máquina não quer obedecer,

Ainda assim, eu sei que posso, minh’alma afirma.

Às vezes eu mango dele – tu sabes de nada!

Ainda bem que tenho uma mente fértil, fácil mente,

E de mente, rapidamente me reorganizo.

Arrisco-me sempre ao futuro, aos planos e me esqueço do tempo.

Afinal, espectro é somente sombra,

Embora que assombra às vezes, você especular.

Ainda bem que ele não mapeia ou reflete minha mente,

Senão iria querer assombrar também.

Todavia, que personalidade é essa o espelho,

Que zomba de mim e teima em querer me decifrar,

Adivinhar quem sou, como sou, como me sinto ou como estou?

Que quer determinar aonde e como vou?

Por vezes, até mesmo, quer me transformar

Em esboço de si,

Ora, ora, ora, tenha Graça!

Espelho, espelho!

Ô meu!

Quem te fez apreender que este que agora estou, sou todo eu?

Ailton França