RESUMO

Neste trabalho é apresentado um estudo sobre espécies medicinais da restinga na região de Rio das Ostras-RJ, Brasil. Tais espécies tornam esse estudo significativo para o acervo Botânico da cidade, pois essas plantas são pertencentesàs comunidades arbóreas que compõem a flora nesse município. Essa pesquisa visa a contribuir para um registro inicial da relação que a cultura local desenvolveu junto às plantas de interesse medicinal e mensurar as condições desses ambientes aos quais essas espécies pertencem e o grau de interferência provocado pelas possíveis introduções dessas, na comunidade arbórea.A cultura local desenvolve práticas de uso junto às plantas de interesse medicinal, quer sejam exóticas, invasoras ou nativas,e medicinais, em especial a Aroeira Mansa (Schinus Terebinthinfolius) na região de Rio das Ostras. Sendo assim, conhecer essesvegetais que compõem a flora nativa da Restinga faz-se necessário, uma vez que torna esseestudo uma contribuição para o arquivo etnobotânico do município de Rio das Ostras.

PALAVRAS-CHAVE: Plantas medicinais; plantas exóticas; plantas invasoras exóticas; Schinus Terebinthifolius.

1. INTRODUÇÃO

A Biodiversidade é a diversidade da natureza viva; é a variedade de formas de vidas no planeta, compreendendo os ecossistemas terrestres, marinhos e os complexos ecológicos do qual fazem parte. Ela é a responsável por garantir o equilíbrio dos ecossistemas, do mundo inteiro. Quanto maior é o número de espécies (isto é, maior biodiversidade), maior é a capacidade de recuperação apresentada pelo ecossistema. Isto é possível graças às melhores possibilidades de absorção e redução das alterações ambientais.

De acordo com (Pitelli, 2007; Lima, 2004), as espécies invasoras condicionam atributos adaptativos que auxiliam sua reprodução e dissipação. As espécies exóticas provocam desequilíbrios aos ecossistemas, passando a ter benefícios competitivos em relação às nativas devido a sua fragilidade e vulnerabilidade no sentido de resistência. Neste sentido, é importante a conservação da biodiversidade para a manutenção dos sistemas biológicos.

Segundo Zalba (2005), uma espécie inserida pode conservar-se sem provocar prejuízos ao ecossistema por indeterminado tempo até que consiga mecanismos para ultrapassar certas condições ambientais, multiplicar-se e construir extensas populações, bem ambientadas.

A principal ameaça à biodiversidade é a ação humana, através dos desmatamentos, das queimadas e da não preservação dos animais. O dano causado prejudica não somente as espécies que habitam aquele local, mas prejudica muito a rede de relações entre as espécies e o meio onde vivem – além do próprio ser humano, parte desta cadeia. Por causa dos desmatamentos e das queimadas, por exemplo, muitas espécies são extintas, antes que possam ser estudadas, utilizadas, ou que alguma ação seja tomada para tentar a preservação da espécie.

           Nessa perspectiva, é imprescindível identificar as espécies com interesse medicinal da restinga e referir a importância do seu uso e divulgação na manutenção da biodiversidade deste ecossistema, ou seja, a restinga na região de Rio das Ostras-RJ, Brasil.

Assim, este trabalho teve como objetivo, identificar e fazer um levantamento com enfoque nas espécies medicinais, em especial a Aroeira Mansa (Schinus Terebinthifolius),da restinga na região de Rio das Ostras  ̶  RJ, observando possíveis alterações no habitat, o seu grau de disseminação e a sua importância na biodiversidadeem situação atual, o impacto provocado pela introdução de espécies invasoras ou exóticas, avaliando a dispersão e as condições da comunidade da Aroeira Mansa (Schinus Terebinthifolius), no entorno da Lagoa de Iriry.

Essa pesquisa também pretende refletir sobre as propriedades medicinais, da espécie Aroeira Mansa (Schinus Terebinthifolius), uma árvore de pequeno a médio porte, capaz de alcançar de 5-9m de altura, cujo habitat natural se restringe à Restinga em torno da Lagoa de Iriry, e que apresenta dentre suas propriedades, benefícios medicinais, os quais têm sido utilizados em larga abrangência medicamentosa, conforme estudos anteriores realizados acerca dessa espécie (Zalba, 2005; Ziller, 2006).

              A Aroeira Mansa (Schinus Terebinthifolius)tem uma abrangência multiuso, como o reflorestamento, o paisagismo, a culinária, o medicamento e outros; neste sentido, é uma planta interessante para arborização urbana. Seu porte médio e a frutificação ornamental, aliados à rusticidade da planta, fazem com que ela seja uma excelente escolha para o paisagismo, prestando-se como arvoreta e cerca-viva (Schittini, et al., 2008).