*Jéssica Lorrayne Ananias da Silva

(Professora Esp. da Rede Municipal de Educação de Rondonópolis)

*Maria Juciete Pereira de Souza 

(Professora Esp. da Rede Municipal de Educação de Rondonópolis)

*Marina dos Santos Batista 

(Professora Esp. da Rede Municipal de Educação de Rondonópolis)

Por saber que a educação infantil é a etapa da vida do ser humano na qual tudo acontece e por ser ela a fase mais importante da construção da identidade do sujeito, o profissional que ali atua deve apresentar um caráter e uma postura flexível, porém isso não quer dizer que temos de deixar as coisas acontecerem por si só. É necessário pensar em um planejamento estruturados a partir da curiosidade e anseios das crianças, para que assim possamos planejar nosso espaço, tempo, materiais e organização das propostas pedagógicas direcionadas a estes desejos.

Didonet (1991) salienta que:

A criança é um todo orgânico, físico e psicológico. A educação infantil coloca como seu objetivo-síntese o desenvolvimento integral da criança compreendendo com isso, os aspectos físicos, cognitivos e afetivos de sua personalidade (DIDONET, 1991, p. 93).

Quando falamos em ambiente escolar estamos nos referindo a vários espaços que são caracterizados e construído de acordo com as características de cada grupo, sendo eles a sala dos professores, cozinha, coordenação, secretaria, o pátio tanto interno como externo e o próprio espaço de troca de experiências (sala de aula) que mesmo recebendo turmas diferentes em cada período apresenta uma particularidade especifica em ambos, pois ali são constituídos o ponto de equilíbrio, o lugar a qual o sujeito se apropria fazendo o seu segundo porto seguro, onde o primeiro é o seu lar.

A educação infantil precisa ser um espaço de descobertas, neste sentido  Moreno (2007) enfatiza:

Uma educação infantil que respeite direitos da criança em um espaço adequado, rico em estímulos, agradáveis aos olhos infantis num tempo bem planejado capaz de satisfazer suas necessidades em busca da construção de novos saberes e da descoberta do mundo a sua volta (MORENO, 2007, p. 55).

Sendo assim, ao planejar uma atividade o profissional dever estar atento do espaço onde será desenvolvida a mesma, preparando o ambiente para que aquela proposta aconteça de maneira significativa e venha atingir o objetivo proposto, a análise do espaço nos permite ter noção dos materiais necessários e o tempo em que devemos realizar, bem como deve ser organizada tal, uma vez que não se pode esquecer da rotina da instituição. Não tem como falar em educação infantil sem nos referirmos a rotina, por ser ela a ação que permite a criança em seus primeiros contatos com o ambiente escolar se situar e estruturar, quanto sujeito daquele ambiente, porém esta rotina deve ser flexível a ponto do professor e ou a criança ter autonomia para decidir a duração de cada atividade proposta. Moreno ainda considera que:

O trabalho pedagógico na educação infantil deve respeitar a criança quanto aos seus direitos e especificidades, isto é sua essência lúdica; sua constante curiosidade; seu desenvolvimento físico. Cognitivo. Afetivo e social; sua dependência e / ou necessidade de ajuda no cuidado com seu corpo, com sua alimentação, seus pertences etc. (MORENO, 2007, p. 57).

O espaço da sala de aula deve ser um lugar de descobertas e interações na qual ao explorar a criança amplie sua criatividade, sua imaginação e desenvolva sua autonomia cada uma em seu ritmo, preferencialmente que este espaço seja subdividido em pequenos novos espaços que chamamos de cantinhos formando assim um ambiente acolhedor e diversificado  permitindo as crianças se reinventarem à medida que os explora. Esses cantinhos devem ser restruturados e reorganizados por tempo, pois se forem definitivos o interesse e o entusiasmo de explorar aquele espaço vão se perdendo, por este motivo o professor deve esta atento ao tempo, pois algumas vezes planejamos um cantinho para  aproximadamente um mês, mas ao observar a criança percebemos que o interesse se perdeu antes deste tempo previsto, e assim se torna necessário modificá-lo  para seja atrativo aos pequenos. Para Sampaio (1989) a organização destes espaços em cantos menores e protegidos permite a elas um aprofundamento maior, um contato direto com o brincar.

Quanto as atividades propostas em ambientes externos como pátio deve-se atentar ao tempo de execução, aos matérias disponibilizados, se usar algo que venha chamar ainda mais a atenção como fantasias, adereços ou acessório para tornar este momento ainda mais atrativo, vale lembrar que neste momento é de extrema importância  estar atento a rotina da unidade. Uma vez que ao preparar uma contação de história ao ar livre, a mesma terá que analisar os seguinte pontos, horário de lanche das outras turmas, em qual espaço será realizada a proposta, e se aquele ambiente contem algo que poderá tirar a atenção das crianças, após esta análise será possível obter um espaço favorável que permitirá a criança envolver-se de maneira significativa nesta proposta sem que se perca pela distração.

Por fim pensar em ambiente escolar, é pensar em espaços atrativos, em organizar nossas propostas pedagógicas de maneira continua e significativa, tornando o cotidiano  um processo de ensino aprendizagem comprometedor, na qual o tempo não se torna inimigo e sim aliados na construção de uma qualidade de ensino que permita ao sujeito ser protagonistas de suas próprias vivencias, tendo autonomia para se posicionar livremente se opressão ou medo, mas sabendo respeitar o ritmo do outro propiciando uma interação e socialização significativa pautadas nos eixos norteadores que são as brincadeiras e interações.

 

Referências

MORENO, Gilmara Lupion. Organização do trabalho pedagógico na instituição de educação infantil. In: PASCHOAL, Jaqueline Delgado (Org.). Trabalho pedagógico na educação infantil. Londrina: Humanidades, 2007.

DIDONET, Vital. Educação Infantil. Humanidades, Brasília, n, 43, 1991, p. 89-98.

SAMPAIO, Rosa Maria Whitaker Ferreira. Freinet: Evolução histórica e atualidades. São Paulo: Editora Scipione Ltda, 1989.