Cotidianamente somos apresentados a novas tecnologias e adereços que nos fazem repensar nosso modo de vida e também engavetar utensílios que antes eram indispensáveis. Assim foi com o walk-men, videocassete, toca-fitas e MP3 recentemente.

              Então o que antes cabia em pouco espaço – graças ao tamanho reduzido das demandas e atribuições a serem gerenciadas, passou a demandar mais espaço com o passar do tempo. Para acumular e ser possuidor de tantos apetrechos e bugigangas tecnológicas (ou retrogradas, a gosto da pessoa), cada vez mais espaço era necessário para reter todos os pertences acumulados.

              Chegamos no século XXI e algumas dessas medidas escalonadas estão retrocedendo e ocupando menos espaço – televisores LED e projetores substituíram equipamentos graúdos de outrora. Quem diria que na tela de um smartphone caberia relógio, calendário, despertador, computador, bloco de notas, câmera fotográfica, biblioteca e até agências bancárias?

              Será que a busca por mais espaço nos levará a ter a posse de mais ou menos espaço? Certo é que o planeta Terra não aumentará suas dimensões para atender o bel prazer de uns ou outros mais gananciosos que queiram ter todas suas necessidades consumistas atendidas. Então essa expansão eclodirá em uma derrocada rumo ao espaço sideral?

              Quanto mais tecnologia chega ao nosso conhecimento, proporcionalmente maior se torna o nosso âmbito e conhecimento sobre aonde podemos chegar. Isso demanda a posse de certos aparelhos e apetrechos que visam melhorar nossa qualidade de vida e otimiza nossos tempo. Entretanto tamanho consumo de metais nos levará a qual ponto – haja visto a substituição de materiais que se tornaram obsoletos venha a ser creditada na conta de descartes no planeta que habitamos?

              O cenário retratado no filme “Wall-E” demonstra um planeta totalmente devastado pelo desgasta provocado pelo homem que usou os recursos para seu bel prazer e tão longe chegou que não mais do planeta precisou. O esgotamento dos recursos naturais pode levar a extinção da espécie humana num futuro próximo graças a escassez – quiçá abolição – de se regenerar todo estrago que foi e está sendo feito.

              Paralelo a tal cenário, no filme “Mogli, o menino lobo” é apresentado pelo protagonista e pelo urso Baloo através de uma canção que o “somente o necessário” deve ser utilizado por nós para manter a “engrenagem natural” em ordem.

              Podemos concluir que os avanços tecnológicos levaram o homem a lugares antes impossíveis e ao aumento da qualidade de vida. Entretanto, se o consumo desenfreado se mantiver e por mais espaço a busca continuar, os caminhos que nos aguardam podem ser tenebrosos e o futuro poderá nos reservar cenários apocalípticos como o retratado nos filmes “Mad Max” e “O Livro de Eli” – onde havia disputa por água e saber.