Engenheiro Goulart e a festa de 2500 anos!

 

No dia  25 de junho/2016, no Sitio da Panela, em Igaratá,  um grupo de amigos se juntou para um feijãorrasco. Alguém somou e gritou : quase 2500 anos de vida! Estavam presentes 45 pessoas numa média de idade  próxima de 60 anos. Mas o mais importante, foi marcado por outra aclamação: mais  de 1500 anos de amizade! Essa é a glória! Juntar um grupo com toda essa bagagem de amizade tem um significado especial para todos! Mais de seis gerações, bisavós, avós, netos, todos ligados pela amizade de muitos anos! Isso é possível com o pessoal maravilhoso de Engenheiro Goulart. Um bairro simples, pacato e cheio de gente boa. Só gente desse tipo consegue uma façanha dessa natureza. Um punhado de lances curiosos, com lampejos de saudade e sobra de felicidade. A camisa 10 do  Vila Silvia sendo autografada por todos, e atrás o nome do Mingão. Essa foi de matar! O Mingão, pai do Mirtola e avó do Zé Ricardo, do Marcão e do China, foi um dos fundadores do Vila Silvia, em 1938. Foi lembrado e festejado.  Num abraço de  irmão no Mirtola lembramos  com saudade do Velho Mingão. Houve choro , num misto de tudo :  lembranças gostosas, felicidade e muito carinho. Uma manhã de inverno, fria e com sol aberto e cheio de vida!  Por volta de 9,00 horas, chega a turma para o almoço!  O Mario trazendo uma foto e um abraço  do João Baiano – que não pode vir- e mais alguns minutos, chegou a Van do Tripa, e desce a primeira surpresa - o Baianinho – figura inesquecível pela bondade e educação e que há mais de 40 anos não via! É assim, essa turma chega bem cedo! Alguns  minutos e o Dico Maradona, com muita conversa, simpatia e milonga  faz o primeiro gol : uma bela talagada de Johnnie Walker e sem gelo! Na cozinha, logo chegou a turma  para  o café com bolo de fubá e queijo. Tudo já se misturava com o cheiro gostoso do fogão a lenha e de todo o cuidado da Maria, nossa cozinheira e prefeita do sítio!  A parada na cozinha foi curta. A turminha queria chop! O grupo da pescaria sob o comando do China- apaixonado por pesca - e do Denarte arrumaram as tralhas e partiram. Outros seguiram. O Devair, muito engraçadinho! queria pescar no tanque, onde tratamos dos peixes com comida na boca.  Ali é covardia pegar peixe! E o bando foi à pesca. Se cada um trouxesse um  pescado, estava pronta a bóia! O Zé Alfaro, que foi adotado pela turma, parceiro de tudo, estava encarregado de espantar a peixarada. Nota 10 ao Zé, ninguém pegou nada! Que surpresa: o Maurão, com toda pose do goleiro Gilmar, que ele sempre  adorou, abria um vozeirão e atacou de Boemia. Os celulares todos se acenderam. Que bacana! O nosso goleiro tinha virado cantor e todos gostaram! E muito! O Maurão arrasou. E a turminha do samba não deixou por menos – Marcão , Zé Ricardo e o Bebé Filho  mantinham o som vivo. A essa altura, o jogo já estava quente! Uns espetinhos para salgar a garganta e chopp  direto e reto! Aliás, um churrasqueiro de primeira grandeza -  o Marcio deu um show. O Mario, mais irmão que primo, o Gijo, o Zé Luiz e o Antonio Carlos, que continua elétrico, não se cansavam de admirar e elogiar os cantores e os batuqueiros. Ouvi deles algumas vezes : que bacana! O Denarte, o médico de todos, e o Devair, muito entusiasmado, fizeram uma foto inesquecível : juntaram pessoas que há anos não se conversavam! Essa turma não é fácil! O Zezinho, acompanhado de seu sobrinho que já é do grupo, e o Tripa sempre atentos a tudo! Esses camaradas foram brilhantes na marcação, na observação e na orientação de todos os lances: nada de exagero, só festa! O Sergio, o irmão de sempre e querido por todos, se preocupando com ajeitações, daqui e dali, para que ninguém se sentisse fora do  bolo. Ele sabe juntar pessoas como ninguém.  Nesses encontros, a turma que junta, e que faz dar liga,  alegra e dá vida a tudo! Nessa de ver se não falta nada, estavam o Alexandre e o Gustavo, meus filhos queridos e o Tadeu, meu genro! Que detalhe interessante - ouvi  de muitos: que filhos bacanas! E muitos queriam notícias do Daniel, que não estava presente, mas com certeza, estaria pensando na festa, lá em Palmas. E a Mariana e a Dona Cleide, em Bragança Paulista, numa torcida danada, para que tudo desse certo.  Santo forte e família unida, são bênçãos  de Deus! Na supervisão geral, sempre a postos o Zé Alfaro, um  misto de amigo e mais família, e o Ivan, o homem de trinta e cinco instrumentos  e  sempre colaborativo.  Bebida, comida e muita história . Os amigos de futebol da Nitro Química também presentes : o capitão Tonhão,  Roberto Parente, o lateral esquerdo de pé direito, Juquinha, o melhor ponta- esquerda, com quem tive oportunidade de jogar, e o nosso amigo e fã de todos nós, o Toninho.  Sentimos muito a ausência do Rômulo – pessoa ótima e de coração de gigante -  com certeza, ajudou na juntada do pessoal da Nitro.  Com essa turma, marcamos  muitos gols e lembramos de quase todos! Que gente maravilhosa e que época rica de bons momentos. Foi muita risada e até algumas lágrimas. Em todos os cantos, alguém lembrava  de alguma passagem inesquecível: O Hildo, nosso comandante militar, e goleiro de muito anos, lembrava dos detalhes de uma briga de dois times e que sobrou um camburão para mim. O Hildo foi lá me livrar da polícia, com todo o respeito e autoridade. Sempre teve postura impecável! O Hiram ouvia a tudo, e dava muita risada e tirava foto de tudo. Parecia muito satisfeito  e lembrava com muita saudade do joguinho de baralho, que não existe mais. O Pirilo, com a mesma tranquilidade, educação e gentileza  se mostrava muito satisfeito e feliz. O Bodada  não cansava de fazer elogios a tudo e a máquina na mão, filmando e fotografando! O Robertinho sempre sorridente  e a todo instante  trazia alguma lembrança nova à prosa. O ambiente tinha cheiro de alegria – chopp, pinga, carne e feijão! O Newton, causou-me  uma grande surpresa: lembrava de detalhes da época em que trabalhei no IBDF e tive uma agradável desavença com um deputado federal! Disse que  gostou muito da peitada que eu tinha dado  no deputado. Enfatizou:  que encrenca bacana! E eu disse a ele, que essa  foi  a encrenca que mais me orgulhou como profissional!  Que  lembrança gostosa e de encher o peito – há mais de 40 anos atrás, brigar com político de plantão era  coisa de louco, ou de gente de Engenheiro Goulart . O Newton era péssimo goleiro, mas se mostrou bom de gole  e de rica  lembrança! E o Maurão, o rei da seresta e de amplo repertório não dava moleza e com gestos de artista!  O Dico não cansava do batuque e quando dava uma folguinha vinha falar de futebol ,da Globo , do Corinthians e suas peripécias futebolísticas. Uma figuraça, que  dá um tom de alegria  em toda festa! O Claudio Macaco observando tudo e sempre em silêncio e junto com seu filho, parecia que  queria explicar ao seu filho, o segredo para fazer toda aquela turma se juntar e dar mostra de tanta felicidade. Ao lado do Mirtola, já no balanço final, quando o sol, já estava dando sinal de retirada, lembramos coisas maravilhosas do Vila Silvia e de muitos amigos que não puderam estar presentes.  E o Mirtola  lembrou : esse dia vai ficar para nossa história! E numa folha de papel, onde muitos fizeram seus registros , seu filho, o  Zé Ricardo escreveu: ”A amizade, nem mesmo a força do tempo irá destruir. Quero chorar o  seu choro. Quero sorrir seu sorriso. Valeu por você existir. Amigo, foi assim que eu nasci e aprendi com todos vocês, a extensão da minha família! Obrigado, turma do Vila Silvia”.  Esse moço fez  gol de placa!   Parece ser o voz e o sentimento  de todos. Tenho que agradecer de coração esse banho de felicidade e de alegria! Valeu  para todos. Foi uma dosagem pesada de energia e de vida!  Alguém falou: o tempo devia parar, e um dia como esse durar três dias! Mas, em seguida, emendou:  vai durar muito mais que três dias. Vai ficar para  sempre no coração de todos e na história de nossas vidas! Até a próxima e de coração: obrigado pessoal!

Nelson Barboza Leite [email protected]    -junho/2016