LORIVANE MENEGUZZO

DOUGLAS CASSIANO

FABRICIA BERTOLAZZI VARGAS

KELLY FABBRIS

LIDIANE NUNES DE ALMEIDA

LUCIANE CAMASSOLA

TAISE DA LUZ SOUZA

 

Resumo: O presente artigo faz referência a educação na contemporaneidade, conduzindo breve discussão acerca do uso da tecnologia digital e da internet como recursos metodológicos em sala de aula. Também faz menção ao papel do professor nesse contexto, o qual deixa de ser o detentor do conhecimento para ser mediador entre o aluno e o conhecimento. Outro ponto em destaque é o modelo de escola ainda mantido pelo sistema educacional, herdado há séculos, sendo necessário a mudança para acompanhar as crianças e jovens presentes nas escolas atualmente.

Palavras chave: Educação, Tecnologia digital, Internet, Professor.

A educação é parte essencial da constituição humana, o homem necessita dela para humanizar-se, dando-se a humanização de forma processual e histórica, a qual se modifica com o tempo e com a cultura. Além disso, ela é instrumento indispensável para o desenvolvimento dos sujeitos.A humanidade, hoje, vive uma nova fase, que se difere das demais pela velocidade que as mudanças ocorrem. Atualmente, tais mudanças se dão com muito mais frequência, sendo as tecnologias digitais um dos fatores responsáveis por essas modificações, já que estão em atualizações constantes, possibilitando novas formas de serem utilizadas.

Essa mesma sociedade capitalista vive na era da tecnologia, onde as transformações são constantes e numa velocidade estonteante, porém a educação não acompanha essas mudanças pois, resiste às mudanças, às transformações, dificilmente os educadores e as escolas acompanham o ritmo das crianças e jovens. Neste sentido, torna-se claro que o grande desafio da educação na atualidade é transformar-se, é abrir-se às mudanças, é tornar-se “atraente” às crianças e jovens, é fazer com que estes tornem-se sujeitos ativos na construção do conhecimento.

O sistema educacional e, consequentemente, a educação necessitam passar por grandes transformações, para se aproximar às modificações que a sociedade está passando. É fato que essas mudanças ganharam mais força a partir da facilitação do acesso às tecnologias digitais pela maioria dos sujeitos da sociedade e, independente da classe social a qual fazem parte, esses recursos tecnológicos popularizaram o acesso à informação, transformando a maneira como o homem vive e, devido a isso, a maneira como ele aprende.

Todas essas modificações resultaram em uma sociedade ativa que passa por mudanças constantes e marcantes na forma de se comunicar, de se relacionar, de aprender, enfim, de viver. Em vista disso, a aprendizagem não é mais individual, mas coletiva, pois grande parte do conhecimento é construído em grupo e, indiscutivelmente, ele está acessível a praticamente todos os sujeitos. Anteriormente, o professor era o participante ativo da sala de aula, o detentor do conhecimento, que transmitia, e os alunos recebiam passivamente. Atualmente, o aluno detém muito conhecimento e, em alguns assuntos, mostra-se conhecer mais que o professor, caracterizando uma geração habituada a agir, a participar, interagir e questionar.

Diante desse quadro, a escola e a educaçãonão podem continuar com o modelo herdado há séculos. Segundo Prensky (2011), os alunos de hoje não são mais as pessoas para as quais o sistema educacional foi projetado para ensinar. Entretanto, alguns professores creem que os alunos são os mesmos de sempre, o que, de fato, não corresponde à realidade e, portanto, a suposição de que métodos educacionais adotados na época em que esses professores eram alunos não se concretizam para os alunos da atualidade. Essa geração anseia por uma postura diferenciada do professor frente às modificações que a sociedade está enfrentando, pois, já que a tecnologia faz parte do cotidiano de praticamente todos os jovens, eles esperam que ela seja utilizada por eles no dia a dia e esteja presente na sala de aula.

Essas mudanças sofridas pela sociedade exigem uma nova postura por parte do professor, o qual deve iniciá-la com a descentralização da sua figura para a do aluno no ambiente da sala de aula. Além disso, o professor deve estar em sincronia com a contemporaneidade e, para isso, é necessário se atualizar, aprender a utilizar as tecnologias disponíveis em benefício de um ensino mais eficiente e dinâmico, trabalhando a parceria com o aluno e tendo consciência de que não é o detentor do conhecimento. Priorizando capacidade de refletir, questionar, raciocinar e compreender a realidade firmando parceria com os alunos no intuito de formar cidadãos que, possam construir opiniões próprias e, assim, contribuir na sociedade em que estão inseridos.

O aluno precisa desenvolver o hábito da reflexão e da pesquisa, naturalmente, assim seu interesse pela aprendizagem, estará se ampliando transformando-se em um crítico da realidade que o cerca. Por isso, cabe ao professor aguçar e explorar essas habilidades, mediando e oferecendo ao aluno múltiplas possibilidades de aprendizagem, ampliando os recursos disponíveis, ou seja, assumindo o papel de facilitador da aprendizagem.

Dessa forma, fica clara a necessidade de a educação como um todo acompanhar essas mudanças, a fim de se adaptar ao mundo contemporâneo e exercer da melhor forma seu papel como instituição formal de aprendizagem. Para exercê-lo, de fato, a instituição necessita contar com profissionais capacitados e, para isso, é necessário que o sujeito permita-se crescer profissionalmente, permanecendo atento às mudanças e aberto a atualizações. Além disso, também é importante participar das atividades e projetos da escola, orientando a prática de acordo com as características e realidade da comunidade escolar. Outra atitude do bom profissional é optar por didáticas que promovam a aprendizagem de todos os alunos, evitando qualquer tipo de exclusão e respeitando as particularidades de cada um e, não menos importante, utilizar diferentes estratégias para avaliar a aprendizagem. 

Um exemplo é o uso da Internet em sala de aula como instrumento de apoio ao aluno, possibilitando o desenvolvimentoda aprendizagem, tendo como base a troca de conhecimentos entre as mais diversas culturas. Porém, para que essas informações adquiridas com auxílio da Internet transformem-se em conhecimento, é preciso que o professor conduza, e faça a conexão entre o conhecimento e o aluno, sendo o orientador e o mediador do processo. Segundo (MORAN, 2007), é evidente que a Internet facilita a motivação do aluno pela novidade e possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece.

O professor deve usar a internet para investigar e buscar caminhos que apresentem de maneira diferenciada os conteúdos, por meio da inovação na sala de aula, assumindo o papel de facilitador da construção do conhecimento e, gradativamente, deixando de lado o papel de transmissor de informações.

Portanto a função social da escola, na contemporaneidade, é trabalhar para a formação de sujeitos históricos, críticos, culturais, afetivos e, principalmente, construtores do seu processo educativo com o intuito de erradicar as desigualdades sociais, promovendo qualidade de vida e educação para todos.

Finalizando, para quea transformação aconteça é necessário que todos os envolvidos com o sistema educacional entendam a educação como agente transformador da sociedade e não objeto alienante e reprodutor do sistema vigente. Uma educação onde alunos, professores, e toda comunidade escolar, sintam-se parte do processo, e assim sejam cidadãos de direitos ativos, na luta por uma sociedade mais justa e igualitária.

Referências

MENEGUZZO, Lorivane. O Brincar na Educação Infantil: A Influência das Tecnologias Digitais Móveis no Contexto da Brincadeira. Dissertação de Mestrado, UCS, 2014. Disponível em:

https://repositorio.ucs.br/xmlui/bitstream/handle/11338/988/Dissertacao%20Lorivane%20Aparecida%20Meneguzzo.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em 20 de abr. de 2019.

MORAN, J. M. Novos desafios para o educador. In: A educação que desejamos:Novos desafios e como chegar lá. P. Campinas: Papirus, 2007.

PRENSKY, M. 2011.Tecnologias digitais e ações de aprendizagem dos nativos digitais, Cristina M. Pescador. Disponível em:

http://www.ucs.br/ucs/tplcinfe/eventos/cinfe/artigos/artigos/arquivos/eixo_tematico7/TECNOLOGIAS%20DIGITAIS%20E%20ACOES%20DE%20APRENDIZAGEM%20DOS%20NATIVOS%20DIGITAIS.pdf . Acesso em: 15 de abr. de 2019.