E AGORA JOSÉ?
Por ADALBERTO CUNHA | 28/08/2014 | PolíticaE AGORA JOSÉ?
Estamos novamente em um período de eleições em nosso país. Exatamente em outubro de 2.014. O sofrimento, a angustia, o mal-estar e sobretudo a insegurança e incerteza, refletem o real estado de espírito do povo brasileiro. Cansado de tantas decepções políticas, do processo ininterrupto de corrupções e, do desrespeito total dos políticos partidários, o povo fica tonto. Sem rumo. O país vive um mar de lamas. A desonestidade foi banalizada no Brasil. Estamos vivendo a realidade de uma frase do grande Ruy Barbosa, que em síntese, dizia: “chegará um tempo em que o homem se envergonhará de ser honesto!..”
A desesperança é tamanha que me leva a pensar no poema do Carlos Drumont de Andrade, e, me perguntar, e agora José? José, e agora?
Então, se todos os candidatos e partidos são ruins, se trata de um caso perdido? E, desta forma, não temos mais esperança de vermos dias melhores? As coisas não estão exatamente neste patamar. Contudo, trata-se de um jogo de xadrez disputadíssimo, sendo que o povo é o único jogador que pode dar um xeque-mate nesse tabuleiro de negociatas, corrupções e descasos. É necessário analisarmos e tirarmos proveito de situações que se apresentam no cenário da política nacional. Sem paixão e sem fidelidade a nada ou a ninguém, exceto a PROJETOS. Não podemos nos fixar em PARTIDOS ou CANDIDATOS, é necessário focarmos unicamente em PROJETOS.
É fato, que alguns estiveram muito tempo no poder e praticaram atos de descasos, corrupções e não cuidaram do IDH–INDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO, como de fato deveriam ter cuidado e, do mesmo modo, alguns que estiveram muito tempo fora do poder, quando entraram, adotaram o mesmo comportamento, talvez até com mais voracidade, pois a ausência os fez mais famintos.
A corrupção, assim como o poder, em todos os campos sociais, são doenças. Não é à toa que ouvimos frases como: “A corrupção está no DNA do brasileiro.” Evidentemente que estando o sujeito exercendo um cargo político é motivo para potencializar a doença. O pior é que a corrupção promove meios para que os doentes se mantenham no poder. Desta forma, a corrupção é uma doença mais grave que o poder. Ela não respeita nada nem ninguém e não vai de uma ponta a outra, e sim de um extremo a outro. Desde o roubo de merenda escolar de crianças extremamente pobres, desvios de remédios de doentes que, de fato, são necessitados da medicação a estratégias pirotécnicas como o mensalão e outras que ainda não vieram à tona. Precisamos analisar, sem paixões e sem preferências pessoais por PARTIDOS ou CANDIDATOS, quais benefícios ou danos nos trarão a manutenção ou a troca do poder no Brasil. Ainda que isso venha a ocorrer a cada quatro anos. A diferença fundamental entre os partidos políticos no cenário atual é que um está no poder e quer se manter a qualquer preço, enquanto dez querem acessá-lo a todo custo. É exatamente essa ganância exacerbada pelo poder, exercida pelos partidos e pelos políticos, via nosso sistema eleitoral vigente, que nos permite manter acesa a esperança de que dias melhores poderão vir. Estou falando do regime de eleições diretas que nos dá a opção de manter, colocar e do mesmo modo tirar partidos e políticos do poder. Quem está dentro do poder quer se perpetuar. Quem está fora quer entrar. Quem tem o poder do voto é que decide quem fica, quem entra e quem sai. Somos nós o fiel da balança. Porém, para exercermos este poder de forma correta, é preciso que nos desvencilhemos de PARTIDOS e de CANDIDATOS e adotemos votar em PROJETOS.Estamos prontos para isso? Pelo menos queremos tentar? Depende de nós!..
Acunha
Agosto/14