1 - A Questão das Drogas e seus Aspectos



Historicamente podemos afirmar que as drogas sempre fizeram parte das sociedades, e que, continuarão existindo. As drogas podem ser conceituadas como produtos químicos ou naturais ("psicotrópicos" ou "psicoativos"), que produzem efeitos, sentidos como prazer, sobre o sistema nervoso central, que podem causar alterações na mente, no corpo e na conduta, sejam com finalidades religiosas ou culturais, curativas, relaxantes ou por prazer, diversas são as razões encontradas nos diversos grupos sociais ao longo da história.

Antigamente, as drogas faziam parte de hábitos sociais e ajudaram a integrar as pessoas na comunidade, através de cerimônias, rituais e festividades e também era considerada como um ato revolucionário. Hoje, em conseqüência das grandes mudanças socioeconômicas tais costumes se perderam, mais, como características da modernidade, com a alta concentração urbana, o amplo poder dos meios de comunicação, modificaram profundamente as interações sociais, e no decorrer desse processo o uso de drogas vem se intensificando.

Produtos antigos ou recentes, legais ou ilegais, conheceram novas formas de fabricação e comercialização, indo ao encontro de novas motivações e novas formas de procura. Hoje, diante da diversidade de produtos, é fundamental o conhecimento do padrão de consumo e efeitos das substâncias psicoativas, já que o uso e abuso de drogas representam uma questão social complexa.

2 - Os fatores de risco para uso ou abuso de drogas

Quanto aos fatores de risco relacionados ao abuso de drogas, eles são maiores para certas pessoas, em função das suas condições de vida. Assim, são mais inclinadas ao uso as pessoas:

 Sem informações adequadas sobre drogas e seus efeitos;

 Com uma saúde deficiente;

 Insatisfeitas com sua qualidade de vida;

 Com problemas psicológicos que possam torná-las vulneráveis

 Com fácil acesso a drogas.

O consumo de drogas se associa na busca pelo prazer: então pode tornar-se problemático precisamente por ser prazeroso resultante de sensações de bem-estar, ou euforia, de força, poder, leveza ou serenidade, ou ainda, da ausência de dor ou de memória. A procura de bem-estar e prazer é natural, fazendo parte da vida de todos; o problema consiste em querer buscá-los usando drogas.
Na falta do produto ao qual a pessoa se acostumou, ela é invadida por sensações penosas, indo de nervosismo, inquietação ou ansiedade ao impulso de obtê-lo de novo, a qualquer custo. Este estado chama-se dependência. O dependente de drogas deve ser considerado como um doente.


3 - Distingue-se a dependência física da psíquica.

- Dependência física

A dependência física ocorre quando o organismo acostuma-se à presença do produto, sendo que a sua falta provoca os sintomas da síndrome de abstinência (p.ex. delirium tremens, no alcoolismo). Enquadram-se produtos como o álcool, a nicotina, os produtos derivados do ópio.

- Dependência psíquica

A dependência psíquica instala-se quando a pessoa se acostuma a viver sob os efeitos de um produto psicoativo. Ela é dominada então por um impulso, quase incontrolável, de se administrar à droga com freqüência, para não experimentar o mal-estar da falta, conhecido como "fissura".

Significa, portanto, o apego da pessoa àquele estado de bem-estar. Diante da complexidade de diferenciar os dois tipos, a OMS recomenda hoje falar apenas dependência, caracterizada (ou não) pela síndrome de abstinência.

- Escalada

Chama-se escalada a passagem de um consumo ocasional a um uso intenso ou contínuo (escalada quantitativa), ou ainda a mudança de um uso de produtos "leves" para outros considerados "pesados" (escalada qualitativa). É importante assinalar que o produto psicoativo pode criar dependência, em função do modo de usar, do contexto e da personalidade.






- Tolerância

Fala-se de tolerância quando o organismo reage à presença de uma substância psicoativa através de um processo de adaptação biológica. Ele o incorpora em seu funcionamento de modo a responder cada vez menos ao produto. Logo, para obter os mesmos efeitos, é necessário aumentar a dosagem. Esta elevação, comparável à escalada quantitativa, aumenta os riscos de uma superdosagem ("overdose"), capaz de provocar morte súbita por parada respiratória ou cardíaca, como no abuso da cocaína, por exemplo.

4 - Tipos de usuários de drogas

É útil distinguir vários tipos de usuários de drogas, segundo critérios científicos, para desfazer o preconceito de que todo usuário seja "viciado" ou "marginal". Assim, a UNESCO distingue quatro tipos:

 Experimentador: limita-se a experimentar uma ou várias drogas, em geral por curiosidade, sem dar continuidade ao uso;

 Usuário ocasional: utiliza uma ou várias substâncias, quando disponível ou em ambiente favorável, sem rupturas nas relações afetivas, sociais ou profissionais;

 Usuário habitual ou "funcional": faz uso freqüente, ainda que controlado, mas já se observam sinais de rupturas;

 Usuário dependente ou "disfuncional" (toxicômano, drogadito, dependente químico): vive pela droga e para a droga, descontroladamente, com rupturas em seus vínculos sociais, podendo haver marginalização e isolamento.

O uso de drogas, portanto, não leva automaticamente a estados de dependência. Passa-se ao abuso com a perda de controle sobre o uso, em conseqüência de certas dificuldades ou fatores de risco, que variam de pessoa para pessoa, do contexto social e familiar. A compreensão dessas dificuldades e dos fatores de risco é crucial na ajuda ao dependente de drogas.






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5 - É possível prevenir o uso de drogas?

Se acreditarmos em que toda a questão reside no produto, então, deve-se pensar que o eliminando, o problema estará resolvido.

Em primeiro lugar, o uso de drogas é ocorrência de todos os tempos e de todos os povos; em segundo lugar, essa idéia se depara com o fato de que em qualquer país algumas drogas são permitidas e têm seu uso incentivado, constituindo-se em importante fonte de rendimentos.

Assim sendo, para que o atual consumo de drogas diminua, são necessárias mudanças estruturais e qualitativas, onde toda ação preventiva esteja voltada para a busca de uma sociedade saudável, que estimule as pessoas, valorizando-as, tirando-as do anonimato, que as conscientize sobre os efeitos nocivo das drogas, que dê alternativas de satisfação, prazer, realização pessoal e transcendência.

O consumo apoia-se no seguinte tripé: das motivações dos usuários, as pressões do contexto sócio-cultural e os estados de dependência (física e/ou psíquica).

6 - A fase adolescente e alguns questionamentos para o uso de drogas:

O que leva uma pessoa a fazer uso de drogas? Pode-se fazer uso de drogas e não se tornar um dependente? O adolescente, devido à "crise" por que passa no seu desenvolvimento, está mais vulnerável a usar drogas? Como entender melhor o adolescente? O conceito de adolescência engloba não só às transformações físicas, mas também o processo de mudança e adaptação psicológica, familiar e social a essas transformações.
Essas mudanças e adaptações acontecem de maneira diferenciada para cada pessoa, de acordo com a herança genética, sexo, condições alimentares, ambientais, educacionais e culturais.

UM POUCO SOBRE ADOLESCÊNCIA.


Do ponto de vista cronológico, a Organização Mundial da Saúde define adolescência como sendo a faixa etária de 10 a 19 anos completo. Esta também é a faixa etária que o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria consideram como adolescentes. Já o Estatuto da Criança e do Adolescente delimita entre 12 e 18 anos.
Enquanto o começo da adolescência é verificado principalmente pelo início da puberdade, a delimitação final da adolescência, tanto na teoria como na prática, não permite critérios rígidos.

"Enfim a adolescência termina quando o indivíduo mostra-se capaz de assumir, no seu grupo social, os papeis reconhecidos como próprios dos adultos".



RISCOS DO USO DE DROGAS

O uso/abuso de drogas na adolescência está associado a vários comportamentos de risco tais como violências de várias ordens, interface com a criminalidade, sexo sem proteção, dirigir em alta velocidade, exploração sexual entre outros. As características emocionais dessa faixa etária tais como pensamento mágico, onipotência, impulsividade, rebeldia, trazem para o (a) jovem a sensação de que está protegido (a) dos perigos existentes na vida diária, e em função disto ele (a) se submete a uma maior exposição ou pratica mais transgressões em diferentes situações. Deve-se considerar inclusive o desenvolvimento neurológico, ainda em desenvolvimento, que proporciona um menor controle da impulsividade e baixo limiar às frustrações, levando a riscos maiores, comparativamente aos adultos que, teoricamente, já possuem a capacidade de controle estabelecida.

Estar intoxicado aumenta muito as chances de acidentes automobilísticos graves, o envolvimento com violências sexuais tanto na condição de agressor como de agredido, a exposição a doenças sexualmente transmissíveis e gravidez não planejada. Além disto, são observados queda no desempenho escolar, dificuldades de aprendizado, déficit de memória, prejuízo no desenvolvimento e estruturação das habilidades cognitivo-comportamentais e emocionais, bem como, dificuldades nas relações familiares e sociais.

ESTÁGIOS DO USO

O envolvimento do adolescente com as substâncias químicas pode ocorrer em vários estágios: a abstinência, onde não há uso de substâncias psicoativas; uso experimental ou recreacional, no qual o uso ocorre de maneira esporádica; abuso inicial, fase em que os prejuízos começam a emergir, abuso, onde ao longo de um ano ocorre o uso recorrente das substâncias psicoativas que levam a prejuízo sociais e legais mais importantes, e a dependência, fase em que aparecem a tolerância, que é usar mais tempo ou quantidade maior para alcançar os efeitos desejados, onde há prejuízos sociais e legais graves e sintomas físicos que aparecem com a interrupção do uso (síndrome de abstinência).

FATORES DE RISCO PARA O USO

Existem inúmeros fatores considerados de risco para que um adolescente inicie o uso de drogas. A identificação destes fatores é de fundamental importância, a fim de que se possam realizar intervenções para inibir ou retardar o uso e abuso destas substâncias. A imitação que ocorre do comportamento de grupos de amigos ou de adultos de referência, que usam drogas pode levar, não só a iniciar o uso, como manter e até incrementá-lo.

Outros fatores importantes são a defasagem escolar, a ausência da figura paterna no ambiente familiar, brigas freqüentes, separações conflituosas, agressões familiares, falta de suporte parental, atitudes permissivas quanto ao uso de drogas, incapacidade dos pais de controlar os comportamentos indisciplinares dos filhos, também são predisponentes para iniciação ou continuação do uso por adolescentes. Além disto, há fatores orgânicos que podem ser predisponentes, tais como a presença de comorbidades psiquiátrica ( depressão, transtornos de humor, transtornos de ansiedade, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade entre outras) que podem também levar ao uso ou dependência de substâncias psicoativas.

São múltiplos e complexos os fatores que podem levar um (a) jovem ao uso de drogas, tais como os genéticos, psicológicos, familiares, socioeconômicos e culturais, portanto, não podem ser reduzidos a uma faceta da dimensão biológica, psicológica ou social, mas sim a uma combinação de vários deles. Desta forma, também são múltiplas e complexas as soluções para o enfrentamento tanto da prevenção quanto do abuso.


COMO DETECTAR O USO DE DROGAS:

Deve-se estar atento às mudanças bruscas de comportamento. Crianças ou adolescentes que, de repente tornam-se eufóricos ou oscilam facilmente entre euforia e depressão, demonstram diminuição ou aumento de apetite (para alguns a maconha estimula exageradamente o apetite), diminuição ou aumento da necessidade do sono, diminuição ou aumento do cansaço físico, olheiras profundas, olhos muito vermelhos ou lacrimejantes. Todos estes sintomas podem ser causados pelo consumo de drogas. A droga age de diferentes formas no organismo, portanto, não há regras rígidas para os sintomas. O sinal mais evidente do consumo de drogas é a mudança brusca de comportamento, de horários e hábitos. Quando um indivíduo muda radicalmente sem motivo aparente, algo vai mal e, quase sempre, o mal é a droga..

COMO AGIR AO DETECTAR USO DE DROGAS:

Às vezes só o diálogo e a informação não são suficientes e, mesmo sendo um jovem esclarecido e bem integrado à família/escola, também é possível viciar-se.
Uma das queixas mais comuns aos pais de filhos viciados é: "Mas fizemos tudo por ele, conversamos, explicamos, nos colocamos como amigos... Ele teve a mesma educação dos outros filhos, porque então, só ele viciou-se?"
A resposta é muito simples, porque "ele" não entendeu a boa intenção dos pais, precisava de mais assessoria, mais cuidados, mais informações e carinho do que os outros filhos. Aí entra a sensibilidade dos pais para conhecer e entender cada filho como único, necessitando de uma educação dirigida somente a ele. O que serve para o primogênito pode não valer nada para o caçula e vice-versa.

QUANDO A DROGA JÁ SE INSTALOU

Quando o diálogo não é suficiente e a criança/adolescente experimenta algum tipo de droga e vicia-se, o que deve ser feito é, antes de tudo, não chorar pelo "leite derramado", não procurar culpados, nem acusar ninguém muito menos o adolescente pelo que ocorreu simplesmente porque não existem culpados, pelo menos, não dentro da família e discussões e/ou acusações mútuas só irão complicar mais ainda a situação.
Deve-se conversar com o viciado e procurar saber como entrou em contato com a droga, que tipo de droga usou, se a continua usando, com que freqüência e, acima de tudo, há quanto tempo está drogando-se. Estas informações são essenciais para, definir qual o melhor tratamento para este indivíduo

E jamais pergunte ao jovem "porque" viciou-se, primeiro porque esta pergunta geralmente vem carregada de emoções conturbadas que questionam desde o "porque esta desgraça na nossa família" até o "onde foi que eu errei". E também porque o jovem, certamente, não terá a resposta para esta pergunta. Deixe esta pergunta para o Terapeuta que, se for competente, saberá conduzi-lo para a resposta. Aliás, ponto fundamental: Ao detectar uso de drogas, procure imediatamente ajuda profissional. E certifique-se de que o profissional é realmente competente para isso.

SUGESTÃO FINAL:

Deve-se mostrar claramente ao viciado que, acima do motivo que o levou ao vício está a vontade de sair dele que deve ser incentivada por todos até que o próprio viciado entenda que o melhor que pode fazer é parar de drogar-se.

Atualmente, considera-se cada vez mais o uso de drogas na adolescência como algo normal que faz parte dessa fase do desenvolvimento humano. A necessidade de experimentar emoções novas e diferentes, correr riscos, ser do contra etc. leva muitos adolescentes a querer conhecer as drogas. Estudos realizados com adolescentes mostram que a maioria dos jovens apenas experimenta ou usa ocasionalmente e moderadamente drogas, como, por exemplo, a maconha.

Com base nesses dados, acreditamos na eficácia de um trabalho preventivo junto aos jovens que ainda não são dependentes.






07 - A FAMÍLIA E AS DROGAS

Na atualidade, a maior ameaça que pais enfrentam em relação a seus filhos é seguramente a possibilidade do uso abusivo de drogas. A própria família do usuário de drogas assume, por desinformação, uma atitude preconceituosa, procurando, inconscientemente, negar a existência do problema, até que a realidade se interponha. A toxicomania no jovem é, muitas vezes, mais do que um sintoma individual: é o sintoma de um desequilíbrio familiar. Em alguns casos, pode estar relacionada a crises de adolescência, mas pode também ser uma reação a conflitos e desequilíbrios da estrutura familiar.

É comum os pais questionarem: como são as famílias típicas de um usuário de drogas; qual sua classe social e que problemas essas famílias enfrentam; em suma qual é a parte de "culpa" dos pais na dependência dos filhos às drogas?

A visão popular tenta responder a essas questões apontando o fator classe social como determinante de excessos ou faltas.

Nas famílias ricas, os "filhinhos de papai" usariam a droga porque "sempre tiveram tudo em excesso". Não teriam, portanto, aprendido a lidar com as frustrações, limitações, faltas e outras contingências da existência humana. Na adolescência - momento de responsabilizarem-se por si próprios - procurariam nas drogas a "infância perdida", prazerosa, sem limitações e responsabilidades. Nas famílias pobres, convivendo com muitas privações, as crianças seriam levadas a assumir responsabilidades de adulto, o que estaria na origem da busca das drogas como paliativo à fome, ao medo e ao abandono familiar e social. As drogas seriam, nesse caso, a alternativa de prazer mais acessível.


Embora essas hipóteses pareçam coerentes, estão longe de colocar o problema em toda sua abrangência, pois o uso de drogas não se explica apenas pelo contexto social. A personalidade do jovem, o significado que ele dá à droga e seu papel individual dentro do contexto familiar são aspectos de grande relevância para a compreensão da toxicomania.

Em nível familiar, a conduta de sacrifício consiste no fato de que o adolescente recebe sobre si uma parte da violência e dos sofrimentos da família. O alcoolismo do pai, o abuso de medicamentos pela mãe, as condutas delinqüências do irmão, os conflitos do casal, tudo se apaga em favor de um único culpado, que é toxicômano.

Em nível grupal, podemos considerar a toxicomania como uma conduta de sacrifício dos jovens enquanto grupo que seriam designados como vítimas expiatórias, para que se estabeleça contra eles uma unidade social.

Uma mudança nas interações familiares possibilita uma modificação das regras relacionais do sistema familiar e a conseqüente saída do jovem do papel de "bode expiatório" e de portador do sintoma familiar.

Essa mudança faz com que a família funcione sem necessidade do sintoma toxicomaníaco, proporcionando uma organização menos rígida do sistema e dando acesso a uma autonomia real para os diferentes membros da família.


08 - VIVENDO A TERCEIRA IDADE COM VITALIDADE E LONGE DAS DROGAS


Você é daqueles que acha que o álcool e outras drogas é um tema preocupante apenas para a juventude e não para os idosos?

Então fique esperto, o álcool e as outras drogas podem estar provocando uma epidemia silenciosa entre esse segmento da população. É muito comum esta falta de atenção com o alcoolismo, uso de outras drogas e a violência na terceira idade.

CAUSAS DO ALCOOLISMO E USO DE OUTRAS DROGAS NA TERCEIRA IDADE

O consumo de álcool e o uso de outras drogas na terceira idade podem estar relacionados ao fato do idoso estar numa situação de perdas continuadas; a diminuição do suporte sócio-familiar, a perda do status ocupacional e econômico, o declínio físico continuado, a maior freqüência de doenças físicas e a incapacidade transtornos físicos, depressão e outras doenças, compõem o elenco de perdas suficientes para um expressivo rebaixamento do humor.

TIPOS DE DROGAS MAIS COMUNS NA TERCEIRA IDADE

 Álcool
 Medicamentos
 Tabagismo
 Outras drogas

EFEITOS DO ALCOLISMO OUTRAS DROGAS NA TERCEIRA IDADE:


- O consumo de álcool por idosos pode ser relacionado aos problemas físicos, psicológicos e mentais, maior tendência a ficar doente (mobilidade), baixa auto-estima, transtornos depressivos, redução da satisfação sexual, separações, autoflagelação, menos relações sociais e mais propensos a riscos de acidentes domésticos e de trânsito.
- O aumento da incidência de fraturas, intensa agitação e alucinações visuais.
- A utilização rotineira do álcool pode conflitar com o uso dos medicamentos
- O idoso também tem a tendência de se automedicar, fazendo uso de remédios caseiros, em forma de chás ou infusão que podem levar as conseqüências indesejáveis quando, associados a outros medicamentos, e isto pode ocorrer sem conhecimento do médico.
- Por outro lado a existência de determinados distúrbios, como a insuficiência renal, oscilação da pressão arterial, delírios, arritmias, perda do apetite, aumento da glicose no sangue, redução da visão, sonolência entre outros.
- Intoxicações por substâncias químicas (solventes, pesticidas,) por medicamentos com validade vencida ou dosagem excessiva, pelo consumo de alimentos deteriorados, lembrando que o tabagismo e o alcoolismo também são fatores de intoxicação.
- cuidado, os sedativos ou tranqüilizantes, a associação destas substâncias com outras também freqüentemente utilizadas na terceira idade, como os diuréticos, podem trazer graves conseqüências como quedas e fraturas.


Algumas dicas úteis podem ser postas em prática no seu dia a dia:

1. Procure um médico habilitado e de sua confiança para seu acompanhamento,
2. Fuja de consultas nos balcões de farmácias.
3. Siga as orientações de seu médico ao tomar medicamentos. Fique atento para o período em que estes devem ser utilizados. Não abandone ou prolongue o tratamento sem conversar com o profissional que fez sua prescrição,
4. Avise também se estiver tomando medicamentos caseiros ou naturais, se fuma ou toma bebidas alcoólicas,
5. Anote os medicamentos que você deve tomar diariamente de forma que seja mais fácil para o seu entendimento. Cole em sua geladeira ou em outro local visível em sua casa.
6. Peça ajuda a seus familiares ou a seu cuidador quando não entender ou ficar confuso sobre qual remédio que deve ser tomado ou ao horário de administração do mesmo,
7. Também jogue fora aqueles fora do prazo de validade,
8. Não misture medicamentos com álcool,
9. Ocorrendo qualquer alteração em seu organismo avise imediatamente o seu médico, por exemplo, náuseas, vômitos, alterações na pele, alterações no seu hábito intestinal e inapetência,
10. Lembre-se de informar a seu médico se possui qualquer tratamento com outro profissional.
11. Toda medicação deve ser reavaliada periodicamente, tanto em função do tipo como também a sua dosagem.
09 - Drogas e Comportamentos Sexuais de Risco
As palavras "sexo" e "drogas" sempre pareceram possuir um "e" entre elas.
A associação entre o consumo de drogas e a atividade sexual é freqüentemente considerada um só comportamento. Para muitos indivíduos, o consumo de drogas naturalmente leva à prática sexual. Há ainda, a idéia de que o prazer do ato sexual é potencializado pela ação de substâncias químicas. Tais crenças parecem ser confirmadas por relatos históricos: os egípcios utilizavam a mandrágora com finalidades afrodisíacas. Os hindus utilizavam a maconha e a datura com os mesmos propósitos. O vinho e o ópio estiveram presentes nos cultos dionisíacos da Grécia Antiga
O consumo de drogas, inicialmente restrito a determinadas culturas, se popularizou e se generalizou por diversos países nos últimos trinta anos, principalmente entre as faixas etárias mais jovens. Atingindo proporções dignas de um problema de saúde pública (principalmente o álcool e o tabaco), são responsáveis por boa parte da morbidade e da mortalidade passível de prevenção nos dias de hoje.
Concomitante à popularização do consumo de drogas, o mundo Ocidental viveu um período de grande liberação sexual, precedida pelo desenvolvimento da pílula anticoncepcional, que liberou os indivíduos para a prática do sexo recreacional. Novas modalidades, tais como o cybersex (sexo pela internet) e o sexo virtual, apontam para novas fronteiras na exploração e entendimento da sexualidade humana. Tratada com timidez e reservas pela saúde pública durante um longo tempo, a sexualidade passou a receber grande atenção desta após o surgimento da AIDS nos anos 80. A chegada da AIDS repercutiu definitivamente sobre as forças sociais, econômicas e culturais que influenciam diretamente as práticas sexuais e a sexualidade dos indivíduos. Desde então, a combinação de sexo e consumo de drogas, resultando na prática sexual de risco, vem sendo objeto de preocupação e interesse entre os pesquisadores e agentes de saúde pública de nosso tempo
Acredita-se que a ação das drogas, capaz de causar desinibição e aumento do desejo sexual, deixe os indivíduos (em especial os adolescentes) mais propensos a práticas sexuais de risco. Alguns estudos mostram que apesar dos adolescentes iniciarem sua vida sexual antes do consumo de drogas e saberem claramente as formas de transmissão do HIV, pouco alterou seu comportamento sexual para fazer frente à infecção. Além disso, adolescentes que iniciam o consumo de drogas em fases mais precoces ou concomitantes à prática sexual mostram-se ainda mais propensos a práticas sexuais de risco. Esse panorama é mais acentuado em alguns países em desenvolvimento, onde o sexo de risco (sem proteção e com múltiplos parceiros) representa a maior causa de doenças infecto-contagiosas entre adolescentes.
Alguns estudos com usuários de álcool, cocaína, maconha, anfetaminas e ecstasy deixam claro a existência de uma relação entre a presença do consumo de drogas e o aumento da incidência das práticas sexuais de risco e da infecção pelo HIV. Tais estudos, por outro lado, investigaram populações (delinqüentes, estudantes...) ou situações (homossexuais que freqüentam raves) específicas capazes de possuírem outros fatores para o sexo de risco. Não deixam claro, assim, se há uma relação de causalidade, isto é, se o consumo de drogas por si só leva ao aumento do risco, ou se este é mais uma faceta da vida social destes indivíduos, marcada por diversos comportamentos de risco.
É possível que traços particulares da personalidade, tais como o grau de preocupação individual acerca das normas e opiniões gerais da sociedade, possa também influenciar a quantidade de parceiros e o consumo de substâncias psicoativas. O consumo de drogas de fato leva à desinibição, mas é importante considerar que anteriormente ao ato do consumo, já havia o desejo (e a intenção) do intercurso sexual. Reduzir a questão à primeira frase responsabiliza uma substância pela ocorrência de ato genuinamente humano.
Alguns estudos apontam para conexões prováveis entre o consumo de drogas e a ocorrência de encontros sexuais: [1] o álcool e as outras drogas promovem comportamentos de riscos por alterarem temporariamente as percepções de risco e beneficiarem imediatamente as ações de recompensa; [2] o consumo incidental de álcool e drogas, facilita interações que levam ao sexo, onde a intenção do encontro já existia previamente; [3] os encontros que potencialmente levam ao sexo acontecem em bares e casas noturnas. O álcool e as drogas, coincidentemente, estão disponíveis nesses locais. O álcool é parte estabelecida das interações sociais no Ocidente. Desse modo tais substâncias, por si só, não alteram um comportamento sexual latente; [4] muitos utilizam drogas deliberadamente para relaxar, tendo em vista a aproximação com alguém que pretendem estabelecer um relacionamento. [5] indivíduos propensos a comportamentos de risco podem, coincidentemente, utilizar álcool e outras drogas. Todas essas colocações parecem ser relevantes e devem ser consideradas em conjunto.



10 - AS DROGAS E SEUS EFEITOS NO ORGANISMO:

Todos os dias um grande número de pessoas no mundo inteiro consome os mais variados produtos com a finalidade de aliviar dores físicas, diminuir tensões nervosas, fazer dormir ou permanecer acordado, levantar o ânimo, esquecer problemas, aumentar a confiança em si mesmo e no mundo ou, simplesmente, experimentar novas sensações.

Segundo a OMS, "droga é toda substância que, administrada ao organismo, produz modificações em uma ou mais de suas funções.".

Drogas psicotrópicas são aquelas que atuam sobre nosso cérebro, alterando de alguma maneira o nosso psiquismo. Mas estas alterações não são sempre no mesmo sentido e direção, dependem do tipo de droga que foi usada. E quais são esses tipos?

Um primeiro grupo é aquele de drogas que diminuem a atividade do nosso cérebro, ou seja, deprimem o funcionamento do mesmo, fazendo a pessoa ficar "desligada", "devagar", desinteressada pelas coisas.

Por isso estas drogas são chamadas de Depressores da Atividade do Sistema Nervoso Central.



Num segundo grupo, estão aquelas que atuam aumentando a atividade de nosso cérebro, ou seja, estimulando o funcionamento do mesmo, fazendo com que a pessoa fique "ligada", "elétrica", sem sono. Por isso essas drogas recebem a denominação de Estimulantes da Atividade do Sistema Nervoso Central. Por essa razão este terceiro grupo de drogas recebe o nome de Perturbadores da Atividade do Sistema Nervoso Central.


11 - As principais drogas psicotrópicas, e que são usadas de maneira abusiva, de acordo com a classificação mencionada aqui, estão relacionadas abaixo:

Depressores da Atividade do SNC (Sistema Nervoso Central):

? Soníferos ou hipnóticos (drogas que promovem o sono): barbitúricos, alguns benzodiazepínicos.

? Álcool;

? Ansiolíticos (acalmam, inibem a ansiedade): benzodiazepínicos como, por exemplo, diazepam, lorazepam etc.

? Opiáceos ou narcóticos (aliviam a dor e dão sonolência), como morfina, heroína, codeína, ziperol, meperidina etc.

? Inalantes ou solventes (colas, tintas, removedores, lança-perfume etc.).






Estimulantes da Atividade do SNC:

 Fumo (tabaco)

 Esteróides anabolizantes

 Anorexígenos (diminuem a fome). As principais drogas pertencentes a essa classificação são as anfetaminas. Ex.: dietilpropiona, fenproporex, inibex etc. ? cocaína, crack, merla.

Perturbadores da Atividade do SNC:

1. De origem vegetal: ? mescalina (do cacto mexicano); ? THC (da maconha e haxixe); psilocibina (de certos cogumelos) e ? lírio ou trombeteira ou zabumba ou saia branca



2. De origem sintética: LSD-25; ectasy e anticolinérgicos (Artame, Bentyl).


Drogas estimulantes do SNC:

FUMO (TABACO):

O tabaco é uma droga poderosa que pode viciar num prazo de um a três meses. A partir da tragada, em sete segundos a nicotina chega ao cérebro através da circulação sanguínea e entra em contato com os receptores das células nervosas, a região da membrana que opera seu reconhecimento.

Em condições normais, a acetilcolina libera dopamina, um estimulante que está associado à sensação de prazer - é uma sensação passageira. A nicotina, prolonga esse período agradável. Inibe-se o fluxo de informação entre as células, ao mesmo tempo em que se amplifica a duração do bem-estar. A dependência só acontece porque o organismo reage ao logro, criando novos pontos de ligação da acetilcolina. A saída, então, é fumar mais, sempre em busca da sensação original - o mecanismo clássico das drogas. A nicotina atua como estimulante, aumentando os níveis de adrenalina no sangue, e também como relaxante. Aí começa o inferno do fumante: ele fica irritado, ansioso, insone e pode até vomitar. Em situações mais sérias, a reação se caracteriza como crise de abstinência, expressão mais comumente usada em relação ao álcool e às drogas ilícitas. O fumante anseia por manter no sangue a concentração habitual de nicotina, capaz de garantir sensações que considera agradáveis, como relaxamento muscular e alívio de tensão.
Existem hoje mais de 60 mil trabalhos comprovando os malefícios do tabagismo. Investigações epidemiológicas mostram que esse vício é responsável por 75% dos casos de bronquite crônica e enfisema pulmonar, 80% dos casos de câncer do pulmão e 25% dos casos de infarto do miocárdio. Além disso, segundo pesquisas, os fumantes têm risco entre 100% e 800% maior de contrair infecções respiratórias bacterianas e viróticas, câncer da boca, laringe, esôfago, pâncreas, rins, bexiga e colo do útero, como também doenças do sistema circulatório, como arteriosclerose, aneurisma da aorta e problemas vasculares cerebrais. A probabilidade de aparecimento desses distúrbios tem relação direta com o tempo do vício e sua intensidade. Quando associado a pílulas anticoncepcionais, o cigarro vira um torpedo: neste caso a mulher aumenta em oito vezes, em relação ao homem, a chance de sofrer um infarto. O feto recebe elementos tóxicos da circulação materna. A presença dessa substância eleva a freqüência cardíaca do feto e age sobre seus centros nervosos, provocando a redução dos movimentos torácicos.
O cigarro também pode afetar a vida sexual das pessoas. Na mulher o tabagismo tende a antecipar a menopausa para antes dos 40 anos, se ela começou a fumar antes dos 17 anos ou fumou um maço por dia ao longo de duas décadas. Além disso, o fumo reduz o transporte do óvulo na trompa.

No homem, o hábito de fumar tira dos espermatozóides mobilidade, volume e concentração em cada ejaculação. Predispõe também à impotência, pois o efeito vasoconstritor da nicotina aumenta o risco de bloqueio das artérias que irrigam o pênis, dificultando a ereção. Em geral, a pessoa adota o vício do tabagismo entre 12 e 20 anos. Os meninos começam a fumar para se auto-afirmar perante os pais e amigos, além de exibir-se e impressionar as meninas, e assim se tornam dependentes da nicotina. Na vida adulta, eles precisam do cigarro para se sentir mais seguros e importantes.

COCAINA:


A cocaína não provoca dependência física, porém provoca forte dependência psíquica. Logo depois de aspirada, a cocaína produz uma intensa vasoconstrição, diminuindo a circulação sanguínea da mucosa local e dando ao usuário a sensação de respirar melhor.

Quando utilizada regularmente, provoca inflamação e danos na mucosa do nariz, podendo chegar a perfurar o septo nasal (cartilagem central que separa as narinas). No restante do aparelho respiratório, as conseqüências mais freqüentes são: dores no peito, aumento da freqüência respiratória, taquicardia e falta de ar. Além disso, o uso continuado da droga pode causar hipertensão arterial (pressão alta), inchaço pulmonar e hemorragia nos alvéolos (estruturas do pulmão onde ocorrem as trocas gasosas), seguida de eliminação de sangue pela tosse.

Com o consumo habitual surgem perturbações de memória, perda da capacidade mental, apatia, delírios de perseguição e alucinações; o indivíduo pode se tornar agressivo e perigoso, sendo capaz de atos anti-sociais graves.


CRACK:

Crack é o nome dado à cocaína transformada com o uso de soda cáustica ou bicarbonato de sódio, para se tornar própria para o fumo. É a cocaína solidificada e fumada na forma de cristais ou pedras. Esta droga pode atingir um grau de até 90% de pureza e é cinco vezes mais potente que a própria cocaína.

A droga vicia rapidamente, escraviza o seu usuário e o mata de forma fulminante. Subproduto da cocaína, geralmente fumado em cachimbos de fabricação caseira, o crack é uma droga de uso simples e preço baixo, o que facilita sua comercialização e para os usuários, a droga fumada parece mais inofensiva do que a injetada.
Mas é engano, pois a substância fumada é absorvida muito mais rapidamente pelo organismo. A droga vai dos pulmões direto para o cérebro. Quando cheirada, ela passa primeiro por filtros do aparelho respiratório. A droga provoca o acúmulo de uma substância neurotransmissora denominada dopamina, nos feixes nervosos. A dopamina é responsável pela transmissão dos impulsos elétricos entre os neurônios, possibilitando a passagem de informações, especialmente as relacionadas à aprendizagem e à emoção. Nos usuários de crack, a droga bloqueia o mecanismo de recaptura da dopamina na fenda sináptica, superestimulando os receptores moleculares, o que provoca euforia, desinibição, agitação psicomotora, taquicardia, dilatação da pupila, aumento da pressão arterial e transpiração, e, eventualmente, alucinações visuais ou táteis. O crack diminui a fome, aumenta a atividade psicomotora e também altera o funcionamento dos chamados centros límbicos do cérebro, responsáveis pela sensação de prazer.

Mas, como em todas as drogas, a euforia dura pouco (o que faz com que a pessoa fume cada vez mais), os receptores ajustam se às necessidades do sistema nervoso. Passada a euforia, provoca efeitos como depressão, sensação de medo e paranóia de perseguição, efeito comumente chamado por dependentes e traficantes de noía. Devido à paranóia de perseguição, os usuários de crack, quando sob efeito da droga, tornam-se agressivos, podendo até matar pessoas que se encontrem próximas.




MERLA:

Outro derivado da cocaína, a pasta de coca, é um produto grosseiro, obtido das primeiras fases de separação da cocaína das folhas da planta, quando estas são tratadas com álcali, solvente orgânico como querosene ou gasolina e ácido sulfúrico. Esta pasta contém muitas impurezas tóxicas.

A concentração de cocaína na pasta de Merla varia de 40% a 70%.

Pode ser fumada pura e também misturada ao tabaco ou à maconha. É importante lembrar que, ao fumar a merla, o usuário estará absorvendo para o seu organismo, além da cocaína, outros elementos químicos como solução de bateria, querosene, ácido sulfúrico, pó de giz e outros.
A intensidade do prazer obtido e o contraste entre o estado normal e a euforia experimentada levam a pessoa a querer repetir as doses. Por ser uma substância altamente tóxica, em poucas tragadas ou bolas, como dizem os usuários, é rapidamente absorvida pelos pulmões e, uma vez na corrente sanguínea, chega ao cérebro, provocando excitação do sistema nervoso central.

Passada a euforia das primeiras horas de uso, provoca efeitos como depressão, sensação de medo e paranóia de perseguição, efeito comumente chamado por dependentes e traficantes de noía. Algumas semanas após o uso contínuo da droga, o usuário experimenta uma perda total de apetite e conseguinte perda de peso, sonolência e cansaço constante, porém com incapacidade de conciliar o sono. Começa por criar uma cadeia convulsiva de ansiedade no usuário, escravizando-o, situação que favorece o processo de dependência, fazendo com que o usuário se afaste de seu meio ambiente, fechando-se em seu próprio mundo. Apresenta, ainda, perda progressiva do desejo sexual que conduz à impotência e frigidez. A dependência leva o usuário a recorrer a qualquer método para consegui-la.


O uso contínuo e prolongado pode provocar estado acentuado de depressão crescente, podendo levar ao suicídio; por causa dos resíduos de ácidos e solventes, entre os usuários pode haver casos de fibrose pulmonar; perda dos dentes (pelo ácido de bateria usado na mistura), além do usuário se tornar agressivo e violento com outras pessoas.

ANFETAMINAS:

As anfetaminas são drogas estimulantes da atividade do sistema nervoso central, isto é, fazem o cérebro trabalhar mais depressa, deixando as pessoas mais "acesas", "ligadas", com menos sono, "elétricas".

São drogas sintéticas que agem de maneira ampla, afetando vários comportamentos do ser humano. As anfetaminas ou "bolinhas", tomadas na forma de comprimidos ou injetadas na veia, excitam o sistema nervoso, aumentando a atividade motora, provocando inapetência (perda do apetite), causando euforia e cortando a sonolência. O organismo fica em estado de estresse, com freqüência cardíaca e pressão arterial aumentadas. São usadas em medicamentos para emagrecer (moderadores de apetite) que só podem ser comprados com receita médica. Entretanto, devido ao risco de tolerância e dependência psíquica, sua utilização como moderador do apetite vem sendo cada vez menos aceita entre os médicos modernos.

Não exercem somente efeitos no cérebro, produzindo dilatação das pupilas (midríase), aumento dos batimentos cardíacos (taquicardia) e aumento da pressão sanguínea.


ANABOLIZANTES:

Esteróides anabolizantes são substâncias controladas e hormônios muito poderosos que podem causar sérias reações adversas. São derivados sintéticos da testosterona - hormônio sexual masculino responsável pelo crescimento e desenvolvimento de órgãos sexuais masculinos e pela manutenção dos caracteres sexuais secundários, que incluem crescimento e maturação da próstata, vesícula seminal, pênis e escroto. Além do mais, a testosterona ajuda no engrossamento das cordas vocais, na alteração da musculatura do corpo, distribuição de gorduras e retenção de nitrogênio, água e eletrólitos pelo corpo.


Os esteróides anabolizantes estão associados com numerosos efeitos colaterais, sendo contra-indicados para estimular condições atléticas. Mesmo assim, devido à sua capacidade de queimar gorduras e, ao mesmo tempo, ativar as células de crescimento humano, muitos atletas, não temendo os efeitos colaterais das drogas, fazem uso dessas substâncias com a finalidade de vencer competições, uma vez que não representam mais praticamente seu País e sim uma marca.


12 - Como agem os esteróides anabolizantes nas células

 A testosterona que está no sangue atravessa com facilidade a parede da célula até chegar ao citoplasma. No citoplasma da célula, encaixa-se nos receptores androgênicos, responsáveis exclusivos pelo transporte do hormônio masculino.

 O complexo formado pela testosterona e pelo receptor androgênico entra no núcleo, onde está o DNA da célula. Cada complexo se combina com uma parte do DNA e, a partir daí, forma-se o chamado RNA mensageiro (RNAm).
 A partir daí, inicia-se a fase efetiva da síntese protéica, pois os RNA transportadores - RNAt (moléculas que carregam o aminoácido) já podem transportar os formadores da proteína até o local da síntese protéica.


 5- Cada RNAt que carrega um aminoácido se fixa em uma parte do complexo ribossomo- RNAm, levando seu respectivo aminoácido. Isso acelera a atividade da célula e provoca a síntese de mais proteínas que o normal. Como as células musculares não se multiplicam, elas ficam hipertrofiadas de proteínas e crescem além do normal.

13 - Efeitos colaterais dos esteróides anabolizantes:

Ambos os sexos:

NO CÉREBRO: dores de cabeça; tonturas; aumento da agressividade; irritação; alteração do humor; comportamento anti-social; paranóia; depressão; excitação e insônia

CORAÇÃO:

Aumento do músculo cardíaco, que pode levar o infarto em jovens.


FÍGADO E SISTEMA DIGESTIVO:

1. Aumento da produção da enzima transaminase, responsável pelo metabolismo das substâncias. O órgão passa a trabalhar demais.
Os rins ficam sobrecarregados e, em longo prazo, podem aparecer tumores, queimação e dores ao urinar.



APARELHO REPRODUTOR:

A infertilidade; aumento da libido inicialmente e queda depois do uso repetido

PELE:

1. Acne (tipo grave que deixa cicatrizes no rosto e no corpo)

2. Estrias

3. Padrões masculinos de calvície

4. Calafrios

MÚSCULOS E LIGAMENTOS:

1. Aumento da massa muscular pelo depósito de proteínas nas fibras musculares.

2. Diminuição da quantidade de gordura do corpo.


SISTEMA CIRCULATÓRIO E IMUNOLÓGICO:

1. Redução do bom colesterol (HDL) e aumento do mau colesterol (LDL), o que pode levar à hipertensão arterial.

2. Aumento do número de hemácias jovens e diminuição dos glóbulos brancos de defesa.

OSSOS:

1. na puberdade, os anabolizantes aceleram o fechamento das epífises (regiões de ossos responsáveis pelo crescimento), reduzindo o período de crescimento, resultando em uma estatura menor.

Em homens Em mulheres:

 Irritabilidade na bexiga ? hipertrofia do clitóris

 Ginecomastia (desenvolvimento excessivo da glândula mamária do).
 (homem)

 Engrossamento da voz

 Aumento da freqüência de ereções ? irregularidade menstrual

 Atrofia testicular ? aumento de pêlos faciais e no corpo

? oligospermia (baixa de espermatozóides), podendo levar à infertilidade (são necessários de seis a 30 meses para que o homem volte à produção normal de espermatozóides). ? virilização


ANABOLIZANTES INJETÁVEIS X AIDS

Segundo estudiosos, a via injetável, apesar de menos prejudicial ao fígado, pode ter uma complicação extra: o uso comum de seringas. Grande parte dos jovens faz a própria aplicação junto com os amigos da academia. Apesar de não existirem estatísticas, acredita-se que a incidência do vírus da AIDS (HIV) e da hepatite aumentou entre os jovens que usam anabolizantes por via intravenosa, por causa do compartilhamento da seringa.

ANABOLIZANTES ESTERÉRÓIDES X AMINOÁCIDOS

A maioria dos anabolizantes é derivado sintético do hormônio masculino testosterona, geralmente retirado do testículo do boi. A substância faz o anabolismo protéico, um aumento da síntese de proteínas no organismo, que, associada a exercícios físicos, aumenta a massa muscular.


Mas quando se consome testosterona sintética, o organismo suspende o comando de liberação de gonadotrofina pela hipófise e, consequentemente, as funções dos testículos, onde se fabricam o hormônio e os espermatozóides. Por isso, o uso de anabolizantes causa infertilidade que, na maioria dos casos, é reversível com a suspensão da droga.

Além do uso de esteróides anabolizantes, existem mais quatro classes de doping: estimulantes, narcóticos, analgésicos, diuréticos e hormônios peptídicos.
Fazem parte desse grupo as anfetaminas, a efedrina, a cafeína e a cocaína (apesar de trazer mais prejuízos do que benefícios).



Drogas depressoras do SNC:

ÁLCOOL:

Muitos especialistas em dependência química garantem que o maior problema do Brasil não são as drogas ilícitas, como maconha e cocaína, mas o álcool. O álcool causa sérias lesões funcionais e orgânicas. Ele afeta o funcionamento dos rins, fígado, coração e cérebro, provocando lesões significantes. Um dos maiores problemas do álcool é o uso por gestantes. A mulher alcoólatra, mesmo que pare de beber na gravidez, se tiver feito uso do álcool três meses antes da fertilização do óvulo, poderá comprometer a inteligência, o desenvolvimento motor, o peso e até provocar más formações genéticas no feto.
Em outras palavras, "Alcoolismo é a perda da liberdade de beber." É a principal causa de acidentes automobilísticos, é responsável por acidentes no trabalho, faltas no trabalho, lesões neurológicas graves e desnutrição. Maconha, cocaína e crack são drogas que não provocam esse tipo de dependência física, pois sua dependência é psíquica.


Existem apenas cinco substâncias químicas que provocam dependência física: a nicotina, o álcool, os opiáceos (morfina, heroína), os benzodiazepínicos (ansiolíticos) e os barbitúricos (soníferos e anticonvulsivos).

O desenvolvimento da dependência está relacionado à predisposição do indivíduo em tornar-se dependente. Pessoas com tendência à dependência química, quando privadas do uso do álcool, por exemplo, procuram outras substâncias. Se houver uma repressão às drogas "menores", como tranqüilizantes, as pessoas certamente vão procurar drogas mais "pesadas", como a heroína ou a cocaína.

Não existe diferença entre a dependência às drogas lícitas e ilícitas, mas apenas uma convenção social. Consumir álcool não é mais vantajoso do que fumar maconha. É fácil entender a atração do álcool sobre qualquer pessoa, e muito mais quando se trata de jovens vivendo os desafios da adolescência.

Em boa parte das famílias, esse hábito está incorporado à cultura nacional - e mesmo em países onde a lei é cumprida ao pé da letra, como nos Estados Unidos, a garotada enche a cara em festas particulares.

Como o consumo adolescente é socialmente aceito, fica difícil saber quando um jovem está bebendo além da conta. Na versão inofensiva, uma bebedeira homérica é apenas uma história divertida.

O problema é que muitas vezes um único excesso pode acabar em graves acidentes de carro, em relações sexuais sem preservativo e em todos esses pesadelos que costumam acometer a maioria dos pais nas noites de sábado.

Segundo o CEBRID (Centro Brasileiro de Informações sobre drogas Psicotrópicas), 64% dos estudantes entre 10 e 12 anos já experimentaram bebida alcoólica; 19% dos jovens entre 10 e 18 anos tomam bebida alcoólica mais de seis vezes por mês, o que em termos médicos já caracteriza uso freqüente da substância. O álcool nem sempre vem sozinho na vida do adolescente. Ele é a porta de entrada para drogas mais pesadas. Em geral, os jovens dependentes de cocaína ou crack, para ficar nos exemplos mais temidos, também fazem uso pesado de álcool.



NARCÓTICOS:

O termo narcótico, em sua acepção médica, se refere ao ópio e aos derivados de ópio ou a seus sucessores sintéticos.

Enquadram-se neste grupo as substâncias que deprimem o sistema nervoso central (cérebro e medula), provocando sonolência e bloqueando os impulsos de dor, fome e sede, bem como o impulso sexual. Entre os narcóticos, destacam-se o ópio, um suco espesso retirado da papoula (uma planta cultivada na Ásia), e seus derivados, como a morfina, a codeína, e a heroína, chamadas coletivamente opiáceos. Existem drogas sintéticas com ação semelhante à dos opiáceos, chamadas opióides: meperidina, propoxifeno, metadona, ziperol.

Os narcóticos são indispensáveis na prática da medicina: são os agentes mais eficazes, até agora conhecidos, para o alívio da dor intensa. Como drogas de abuso, no entanto, podem ser cheirados, fumados ou auto-administrados por vias mais diretas através de injeções subcutâneas ("bolha dérmica") e endovenosas ("pico").


O alívio do sofrimento quer de origem física ou psicológica, pode resultar num estado de euforia de curta duração. Os efeitos iniciais, no entanto, são, na maioria das vezes, desagradáveis. Os narcóticos tendem a induzir a contração das pupilas e redução da visão, juntamente com a sonolência, apatia, diminuição da atividade física e prisão de ventre. Uma dose mais elevada pode induzir o sono, porém existe a grande possibilidade de náusea, vômitos e depressão respiratória.

Como provocam diminuição dos impulsos nervosos que chegam ao cérebro, produzem relaxamento muscular, reduzem a tensão nervosa e as preocupações, conduzindo ao entorpecimento e inatividade. Os narcóticos sendo usados através de injeções dentro das veias, ou em doses maiores por via oral podem causar grande depressão respiratória e cardíaca. A pessoa perde a consciência, fica de cor meio azulada porque a respiração fica muito fraca e a pressão arterial cai a ponto de o sangue não circular direito: é o estado de coma, que se não for atendido pode levar à morte.


Outro problema com estas drogas é a facilidade com que elas levam à dependência psíquica, seguida de dependência física, ficando as mesmas como o centro da vida das vítimas, e quando estes dependentes, por qualquer motivo, param de tomar a droga, ocorre um violento e doloroso processo de abstinência, com náuseas, vômitos, diarréia, cãimbras musculares, cólicas intestinais, lacrimejamento, corrimento nasal, etc., que pode durar até 8-12 dias.

À medida que se desenvolve tolerância, o indivíduo passa a não sentir os efeitos da droga, mas continua a usá-la para evitar a síndrome de abstinência, podendo chegar a atos criminosos para consegui-la. O aumento progressivo da dose provoca frequentemente a morte por intoxicação.

Narcóticos de Origem Natural:


MORFINA: é o principal componente do ópio, com um grau de concentração que varia de 4 a 21%, e é uma das drogas mais eficazes que se conhece para o alívio da dor. O usuário desenvolve rapidamente a tolerância e a dependência psíquica seguida de física. Apenas uma pequena parte da morfina obtida do ópio é utilizada para fins médicos.

CODEÍNA: É o narcótico de origem natural mais amplamente empregado na clínica médica. Essa droga inibe o centro da tosse no cérebro, mesmo que haja um estímulo para ativá-lo, além de agirem em outros centros cerebrais, por isso são utilizados na fabricação de xaropes e gotas para tosse. Com a codeína a pessoa sente menos dor (analgésico), pode ficar sonolenta e ter a pressão do sangue, o número de batimentos cardíacos e a respiração diminuídos.

A codeína leva rapidamente o organismo a um estado de tolerância e, quando tomada em doses maiores do que a terapêutica, produz uma acentuada depressão das funções cerebrais. Como conseqüência, a pessoa fica apática, a pressão do sangue cai muito, o coração funciona com grande lentidão e a respiração torna-se muito fraca.

A pessoa fica fria e meio azulada (cianose) por respiração deficiente, podendo ficar em estado de coma e morrer. Se as pessoas viciadas deixam de tomar a droga, aparecem os sintomas da chamada síndrome de abstinência, cujos sintomas mais comuns são calafrios, cãimbras, cólicas, nariz escorrendo, lacrimejamento, inquietação, irritabilidade e insônia.

Os xaropes e gotas à base de codeína só podem ser vendidos nas farmácias com a apresentação de receita médica, que fica retida para posterior controle. Infelizmente há farmácias desonestas que vendem "por baixo do pano" como forma de ganhar mais dinheiro.

Narcóticos Semi-sintéticos:

HEROÍNA: A heroína pura é um pó branco, de sabor amargo, derivado da morfina. A heroína pura é raramente vendida nas ruas. Um "papelote", no jargão do submundo da droga (uma unidade de dose única de heroína) pode pesar 100 g e conter apenas 5% de heroína. Considerada uma das drogas mais devastadoras - usá-la três vezes é suficiente para causar dependência física, além de produzir tolerância acentuada em curto espaço de tempo, a heroína passou a preocupar os especialistas brasileiros em 1990.

A heroína, mais difícil de diluir em água do que drogas como a cocaína, costumam entupir as veias e provocar inflamação nos vasos sangüíneos. Injeções freqüentes no mesmo lugar podem inutilizar as veias, obrigando o viciado a recorrer a quaisquer vasos sangüíneos disponíveis no corpo. Injetada na corrente sangüínea, a droga leva menos de um minuto para chegar ao cérebro, onde disparam a produção de endorfinas, substâncias que regulam as sensações de prazer. Sob o efeito da droga, o sistema nervoso central é levado a trabalhar lentamente, gerando sensação de relaxamento no corpo.
Estados Unidos, porém, ela já tem como aplicação principal o tratamento dos viciados.

Narcóticos sintéticos:

Em contraste com os produtos farmacêuticos derivados direta ou indiretamente de narcóticos de origem natural, os narcóticos sintéticos são produzidos inteiramente dentro do laboratório. A busca ininterrupta de um produto que retenha as propriedades analgésicas da morfina, porém isento dos perigos conseqüentes de tolerância e de dependência, ainda não foi capaz de produzir uma droga que não seja suscetível ao abuso. Há duas drogas em disponibilidade e que são amplamente usadas: meperidina e metadona.
É quimicamente diferente da morfina, porém se assemelha à mesma em seu efeito analgésico. A tolerância e a dependência se desenvolvem com o uso crônico, e as doses elevadas podem resultar em convulsões ou morte.

METADONA:

Foi sintetizada por cientistas alemães durante a segunda Guerra Mundial por causa da falta de morfina. Embora quimicamente diferente da morfina ou da heroína, a metadona produz os mesmos efeitos. Introduzida nos Estados Unidos em 1947 como um analgésico e distribuída com nomes tais como Amidone, Dolophine e Methadone, tornou-se largamente empregada na década de 1960, no tratamento de viciados em entorpecentes. Seus efeitos se diferem dos apresentados pela morfina por apresentarem uma duração mais prolongada, atingindo até 24 horas, o que permite a administração de apenas uma dose diária nos programas de desintoxicação de heroína e de manutenção do tratamento. Além disso, a eficácia da metadona é quase igual quando administrada por via oral ou injeção.






SEDATIVOS E TRANQUILIZANTES:


Sedativo é o nome que se dá aos medicamentos capazes de diminuir a atividade de nosso cérebro, principalmente quando ele está num estado de excitação acima do normal. Finalmente, existem algumas dessas drogas que são capazes de acalmar o cérebro hiperexcitado dos epilépticos. São as drogas antiepilépticas, capazes de prevenir as convulsões destes doentes.

Os barbitúricos são prescritos pelo médico como sedativos que induzem ao sono, por diminuir a atividade do cérebro. A sua duração limitada, aliada à dependência física e psíquica, levam o usuário a usar doses cada vez maiores para obtenção dos efeitos originais (tolerância). Doses altas, entretanto, causam depressão, amnésia e confusão mental, podendo bloquear os centros nervosos responsáveis pela circulação e pela respiração, o que determina a morte.

Devido ao grande risco de tolerância e dependência psíquica e física, os barbitúricos são vendidos exclusivamente com receita médica. Mesmo assim, há uma tendência entre os médicos em usá-los apenas como auxiliares no tratamento de doenças mentais e em casos de risco de enfarte ou outras doenças agravadas por tensões nervosas. Quando a pessoa está dependente dos barbitúricos e deixa de tomá-los, passa a ter a síndrome de abstinência, que vai desde insônia rebelde, irritação, agressividade, delírios, ansiedade, angústia, até convulsões generalizadas. A síndrome de abstinência requer obrigatoriamente tratamento médico e hospitalização, pois há perigo da pessoa vir a falecer.

Todos os benzodiazepínicos são capazes de estimular os mecanismos no nosso cérebro que normalmente combatem estados de tensão e ansiedade, produzindo uma depressão da atividade cerebral que se caracteriza por: diminuição da ansiedade, indução de sono, relaxamento muscular, redução do estado de alerta, o que prejudica parte das funções psicomotoras. Além desses efeitos, os ansiolíticos dificultam os processos de aprendizagem e memória.



INALANTES SOLVENTES OU VOLÁTEIS:

A palavra solvente significa substância capaz de dissolver coisas e inalantes são todas as substâncias que podem ser inaladas, isto é, introduzidas no organismo através da aspiração pelo nariz ou boca. Dentre os efeitos dos solventes o mais predominante é a depressão. Além de provocar dependência psíquica, são muito perigosos à saúde, podendo provocar lesões graves ao fígado, rim, medula óssea e cérebro, além de alterações no ritmo cardíaco e depressão respiratória, que podem levar à morte.

De acordo com o aparecimento dos efeitos após inalação de solventes, eles foram divididos em quatro fases:

? PRIMEIRA FASE: é a chamada fase de excitação e é a desejada, pois a pessoa fica eufórica, aparentemente excitada, pois ocorrem tonturas e perturbações auditivas e visuais. Mas pode também aparecer náuseas, espirros, tosse, muita salivação e as faces podem ficar avermelhadas.

? SEGUNDA FASE: a depressão do cérebro começa a predominar, com a pessoa ficando em confusão, desorientada, voz meio pastosa, visão embaçada, perda de autocontrole, dor de cabeça, palidez; a pessoa começa a ver e ouvir coisas.

? TERCEIRA FASE: a depressão se aprofunda com redução acentuada do alerta, descoordenação ocular (a pessoa não consegue mais fixar os olhos nos objetos), incoordenação motora com marcha vacilante, fala "enrolada", reflexos deprimidos; já podem ocorrer evidentes processos alucinatórios.

? QUARTA FASE: depressão tardia, que pode chegar à inconsciência, queda da pressão, sonhos estranhos, podendo ainda a pessoa apresentar surtos de convulsões. Esta fase ocorre com freqüência entre aqueles cheiradores que usam saco plástico e após certo tempo já não conseguem afastá-lo do nariz e assim a intoxicação torna-se muito perigosa, podendo mesmo levar ao coma e morte.

Drogas perturbadoras do SNC:



MACONHA E HAXIXE:

O termo maconha designa a planta do cânhamo indiano (Canabis sativa) ou qualquer parte ou extrato da mesma que produza modificações somáticas ou psíquicas no homem. É produzida pela secagem das folhas e das partes superiores da planta em florescência, e apresenta grande variedade quanto a sua potência, dependendo da origem e da seletividade do tipo de planta utilizado. Essa diferença na qualidade deve-se às diferentes concentrações da substância ativa, que produz os efeitos da maconha: o tetrahidrocanabiol (THC).

Do cânhamo também pode ser extraída uma resina produzida pela flor da planta fêmea - o haxixe. Trata-se de secreções resinosas da planta do cânhamo, ricas em THC Depois de repetidas extrações de materiais da planta do cânhamo, obtêm-se um líquido escuro e viscoso, cujas amostras atuais contêm em média 20% de THC: o óleo de haxixe.
Os efeitos dessa droga variam muito com a quantidade consumida, as partes da planta que entram na mistura, o terreno em que a erva é cultivada, o ambiente em que ela é consumida, a constância do uso e a personalidade do fumante. Esses efeitos físicos e psíquicos sofrerão mudanças de acordo com o tempo de uso que se considera, ou seja, os efeitos são agudos (quando decorrem apenas algumas horas após fumar) e crônicos (conseqüências que aparecem após o uso continuado por semanas ou meses ou anos).

Os efeitos físicos agudos são muito poucos: os olhos ficam meio avermelhados (hiperemia das conjuntivas), a boca fica seca (xerostomia) e o coração dispara (taquicardia). Os efeitos psíquicos agudos dependerão da qualidade da maconha fumada e da sensibilidade de quem fuma. Para outras pessoas os efeitos são mais para o lado desagradável: sentem angústia, ficam aturdidas, temerosas de perder o controle da cabeça, trêmulas, suando.

Os efeitos físicos crônicos da maconha são devastadores. De fato, com o continuar do uso, vários órgãos do nosso corpo são afetados. A maconha contém alto teor de alcatrão (maior que o cigarro comum), e nele existe uma substância chamada benzopireno, conhecido agente cancerígeno. Também traz os mesmos problemas que o cigarro (tabaco): bronquite, asma, faringite, enfisema e câncer (devido ao benzopireno).
Há ainda a considerar os efeitos psíquicos crônicos. Sabe-se que o uso continuado da maconha interfere com a capacidade de aprendizagem e memorização e pode induzir um estado de amotivação, isto é, não sentir vontade de fazer mais nada, pois tudo fica sem graça e importância (síndrome amotivacional). Além disso, a maconha pode levar algumas pessoas a um estado de dependência.

A dependência pode ocorrer por uso repetido durante bastante tempo. Pode haver tolerância, de forma que a pessoa passa a fazer uso diário da droga; no entanto a suspensão abrupta do uso não produz sintomas físicos (dependência apenas psíquica). O dependente se afasta da família, do trabalho e do lazer, para ficar usando a droga.

EFEITOS NO USUÁRIO:

É comum uma sensação de bem-estar, às vezes com acessos de euforia e de riso incontrolável. Mais de quatro cigarros podem levar a alucinações, provocar confusão mental, apatia e indolência.

Dilatação das pupilas e boca seca são efeitos comuns, assim como um pouco de taquicardia. Estudos mostram ainda queda da taxa de açúcar no sangue, da quantidade do hormônio testosterona e de espermatozóides, o que pode levar à impotência sexual.

 Queda nas defesas do organismo contra infecções.

 Irritação nas vias respiratórias.

 Diminuição da memória e da capacidade de aprendizado.

A dependência psíquica faz o usuário sentir vontade de usar a droga, acompanhada, às vezes, de irritação, insônia ou perda de apetite.

O consumo da maconha pode abrir caminho para o uso de drogas mais fortes e perigosas, seja porque, como droga ilícita, leva seu consumidor a entrar em contato com traficantes, ou porque estimula a pessoa a experimentar drogas mais caras e que trazem dependência física.

Existe também o óleo de haxixe que é produzido por processos de repetidas extrações de materiais do cânhamo, para obtenção de um líquido escuro, que possui 20% de THC e é acrescentado ao cigarro.

Apesar dos efeitos maléficos citados, o THC tem propriedades que podem ser usadas medicinalmente. Seu uso terapêutico vem sendo discutido em casos de tratamento ou adjuvante no tratamento de doenças como o câncer, a AIDS, esclerose múltipla e glaucoma.
A perda de peso pelos aidéticos (devido à diarréias, ação de toxinas etc.) é agravada pela falta de apetite. O THC, como estimulante do apetite, principalmente de "doces", resolve parcialmente esse problema, combatendo a fraqueza. O THC, devido à propriedade de relaxante muscular, ameniza esse problema, devolvendo o controle dos braços e pernas.

Devido à maconha causar dilatação dos brônquios e diminuir a sufocação provocada pela asma, tentou-se atribuir a essa droga poderes medicinais para doença. Porém, a fumaça é prejudicial aos pulmões, além da maconha conter mais alcatrão que o tabaco, substância de natureza cancerígena.

O uso medicinal da maconha ainda está em discussão. Como a droga não possui apenas THC e os agentes químicos que contém são semelhantes aos do cigarro (tabaco), existe controvérsia no seu uso terapêutico.

Alguns médicos propõem o uso do THC (e não da maconha), no tratamento dessas enfermidades, utilizando-o na forma de comprimidos ou supositórios.

ECSTASY (ÊXTASE):

Droga sintética nascida na Alemanha e espalhada pela Europa a partir de Londres, o ectasy (ou êxtase) chegou ao Brasil depois de uma rápida escala nos EUA A polícia brasileira mal o conhece; as autoridades não dispõem de dados sobre os consumidores, mas seu uso não pára de aumentar.

Provoca dependência psíquica e, em alguns casos, até a morte. De amplo uso nos clubes das grandes cidades brasileiras, principalmente São Paulo, é vendido na porta ou mesmo dentro das danceterias, sendo conhecido como a droga do amor, o que remete imediatamente a algum suposto afrodisíaco, pois provoca uma excitação quase incontrolável no usuário, ajudando a romper bloqueios emocionais, aflorar a libido (desejo sexual), além de proporcionar sensação de bem-estar.

Porém, os celebrados poderes eróticos do ectasy são uma lenda: aumenta o desejo sexual, mas prejudica o desempenho. No homem, diminui em 50% a capacidade de ereção e torna o orgasmo difícil. É por isso que nas boates em que se consome muito ectasy são comuns cenas de "bolos" de corpos humanos abraçados, rolando ao som alucinante das pistas. O que prende a turma do ectasy às casas noturnas é o som. "A combinação da droga com a música produz um estado de transe similar ao experimentado em rituais tribais ou em cerimônias religiosas", o que parece amplificar o efeito da droga.

A droga, num primeiro momento, deixa seus usuários falantes, felizes, seguros de si, receptivos ao contato social e com a sensualidade em alta. O chamado "revertério" ocorre porque a droga aumenta a temperatura do corpo e provoca sudorese e sede. Ao transpirar em abundância, a pessoa não perde apenas água, mas também minerais fundamentais para o organismo.

Há também casos de mortes por reações alérgicas. Na literatura há descrições de mortes causadas, principalmente, quando a droga é associada a outras, como a cocaína e o álcool. Quando não mata, o ectasy pode provocar ainda distúrbios psiquiátricos, como síndrome de pânico, depressão, déficit de memória, delírios e alucinações.

ALUCINÓGENOS:

O LSD, como é conhecido a dietilamida do ácido lisérgico, é o mais potente alucinógeno conhecido. Extraído inicialmente de um tipo de cogumelo e hoje produzido sinteticamente, o LSD - juntamente com a mescalina extraída do cacto peiote, a psilocibina, obtida de um cogumelo mexicano, o vinho de Jurema, preparado à base da planta brasileira Mimosa hostilis, Caapi e Chacrona, plantas alucinógenas utilizadas conjuntamente na forma de bebidas - faz o consumidor ver, ouvir e imaginar coisas de forma anormal ou exagerada.

Há dependência psíquica em graus variáveis, sem dependência física, não ocorrendo desenvolvimento de síndrome de abstinência. O fenômeno da tolerância desenvolve-se muito rapidamente, mas também há o desaparecimento rápido do mesmo com o cessar do uso.

Podem aparecer sintomas físicos pouco salientes como dilatação das pupilas, suor excessivo, taquicardia e náuseas seguidas de vômitos. Estes últimos são mais comuns com a bebida do Santo Daime (duas plantas alucinógenas, Caapi e Chacrona, que são utilizadas conjuntamente sob forma de uma bebida que é ingerida no ritual do Santo Daime ou Culto da União Vegetal e várias outras seitas dos Estados do Norte do Brasil, São Paulo, Rio de Janeiro etc.).
O perigo do LSD-25 não está tanto na sua toxidade para o organismo, mas sim no fato de que, pela perturbação psíquica, há perda da habilidade de perceber e avaliar situações comuns de perigo. Há também descrições de casos de comportamento violento, gerado principalmente por delírios de perseguição: o drogado pode atacar pessoas por julgar que estão tramando contra ele.

Ainda no campo dos efeitos tóxicos, há também descrições de ansiedade muito grande, depressão ou mesmo acessos psicóticos.

O chamado chá do Santo Daime é uma bebida "mágica" do oeste da Amazônia. É conhecida pelo nome de caapi ou iagê e é basicamente feita com plantas, sendo que a espécie mais usada no Brasil é a do caapi. Entre os vários efeitos da droga, ocorrem alucinações visuais coloridas, além de um estado de grande coragem e valentia. A bebida é geralmente preparada com os talos da planta; às vezes juntam as folhas do cipó, triturando o material em um pilão e adicionando água.
Recentemente verificou-se os ingredientes ativos da bebida (tanto na casca como nas folhas): são a harmina, a harmalina e a D-tetrahidroharmina; todas elas efetivamente alucinógenas.


ANTICOLINÉRGICOS:

Incluem nesse grupo a planta trombeteira ou lírio e os medicamentos Artame, Akineton e Bentyl, drogas que são capazes de, em doses elevadas, produzir, além dos efeitos no nosso corpo, alterações em nossas funções psíquicas.

Assim, as pupilas ficam muito dilatadas, a boca seca e o coração pode disparar sintomas esses que são acompanhados de alucinações provocadas por alterações mentais do tipo percepção mental sem objeto (ver ratos, índios e estrelas quando esses objetos não existem, por exemplo). Os intestinos ficam paralisados (são usados medicamente como antidiarréicos) e a bexiga fica "preguiçosa" ou há retenção de urina.


14- As drogas mais usadas no Brasil

Entre todas as consumidas no país, o álcool é a que mais se destaca. Estima-se que o alcoolismo (uso crônico) atinja de 3 a 10% da população, e o uso ocasional, 84%. O abuso de álcool, como se sabe, cria graves problemas e sofrimentos, com altíssimo custo social. O uso crônico leva a uma degradação física e moral provocando, na falta do produto, uma síndrome de abstinência violenta. Ele pode levar à morte (por coma alcoólico ou por complicações orgânicas, como a cirrose). Instiga com freqüência violência e acidentes, e absenteísmo no trabalho.

Manual do Multiplicador

As drogas depressoras

Os tranqüilizantes (calmantes, ansiolíticos, sedativos) são muito usados no mundo inteiro. A base da substância ativa é o diazepan (por isso são chamados de benzodiazepínicos). Quando usados sem justificativa médica, procura se uma "anestesia das emoções". O abuso destes medicamentos provoca dependência.

Os opiáceos ilegais como ópio e heroína, objeto do narcotráfico oriundo da Ásia, são pouco presentes no Brasil. A morfina é um potente analgésico, mas cria dependência quando usada por períodos prolongados. O opiáceo mais consumido no Brasil é a codeína, presente na forma de xaropes contra a tosse ou de analgésicos. O abuso, além de dependência e síndrome de abstinência, pode provocar parada respiratória. Os inalantes ou solventes representam hoje, na juventude brasileira, a "droga de iniciação" (como antigamente a maconha), em particular o "cheirinho de loló". Eles têm a fama de produzir efeitos mirabolantes ("barato"), mas podem provocar danos graves.


As drogas estimulantes

A cafeína é amplamente consumida, sendo que o café representa a bebida nacional por excelência. Dosagens excessivas, no entanto, podem causar danos.
A nicotina, aspirada pelo fumo do tabaco, causa inúmeros malefícios cardiovasculares e respiratórios. A estimativa é que 50% dos homens e 33% das mulheres brasileiras fazem uso de cigarro.

A cocaína e subprodutos, como o crack, são extraídos da coca, planta nativa dos Andes. Objeto do narcotráfico oriundo dos países andinos, ela é injetada ("pico"), pode transmitir infecções graves, como a hepatite ou o vírus da AIDS.

O crack, pedras cristalizadas a partir da pasta base de cocaína, é fumado no cachimbo. Substâncias anfetamínicas estão contidas nos moderadores de apetite (anorexígenos); além de emagrecimento, criam dependência. Todo abuso de substâncias estimulantes pode provocar insônia, nevorsismo, irritabilidade, instabilidade emocional e idéias de perseguição (paranóia), chegando a formações delirantes.


As drogas alucinógenas

Os produtos "psicodélicos" foram popularizados na década de 60, com o movimento hippie. Pode provocar alucinações e confusão mental de demorada remissão; "viagens ruins" podem levar ao suicídio.


A maconha é uma das substâncias mais antigas. Ela favorece a introspecção e o desligamento do mundo. O uso intensivo e prolongado provoca a chamada "síndrome amotivacional", prejudicando o engajamento ativo.

Um exemplo é a ayahuasca, usada nas seitas Santo Daime e União do Vegetal. Encerramos aqui a descrição sumária das drogas mais comuns no Brasil. De posse dessas informações você poderá lidar mais facilmente com os problemas de drogas com os quais se defrontar, seja na sua família, no seu meio social ou seu ambiente de trabalho.

Uso de drogas e AIDS

Nos últimos anos, a infecção pelo HIV cresceu muito entre usuários de drogas injetáveis (UDI). No mundo inteiro, eles representam hoje um grupo significativo com conduta de risco. O grupo dos UDI com certeza não é homogêneo, mas algumas características psicossociais são comuns. Assim, a maioria vive na marginalidade ou clandestinidade, perseguida tanto pela repressão policial quanto pela opinião pública.
Esta via é, em parte, responsável pelo grande aumento de AIDS entre mulheres. Diante da confluência constatada de drogas e AIDS, a adaptação de novas medidas de prevenção tornou-se urgente.

Deve-se insistir na prevenção ao abuso de drogas, mas como danos maiores se espalham rapidamente no bojo do seu uso deve-se também priorizar a adoção de práticas para enfrentar a disseminação do HIV entre os usuários.

Redução de Danos pelo Consumo de Drogas

Pesquisas têm demonstrado que mesmo os usuários de drogas injetáveis (UDI) mais inveterados são capazes, quando abordados em um contexto propício, de adotar medidas preventivas simples. Da mesma maneira que não se preconiza a abstinência sexual, mas sexo seguro recomenda-se aqui "uso limpo" de drogas, enquanto a dependência impedir de abster-se delas.

Esta é a proposta de "redução de danos" ou "redução de riscos" ("harm reduction"), sustentada hoje pela OMS e outros organismos das Nações Unidas. Ela não dispensa o engajamento pela "redução do uso" ou "redução da demanda", mas, diante da dificuldade para o controle do tráfico de drogas e o alastramento do HIV entre os UDI, e a partir deles para a população em geral, constitui-se em ação concreta para reduzir a transmissão do HIV entre os próprios UDI e seus contatos.

A recomendação, portanto, é tríplice:

Não use drogas; se você as usar, não faça uso injetado; se você é dependente de drogas injetáveis, faça uso limpo.

A proposta de redução de danos não legitima o uso e nem sequer o incentiva: corresponde a uma medida emergencial dentro de uma situação de calamidade pública. Experiências internacionais mostram que tais ações, implantadas com lucidez e circunspecção no contexto de toda uma programação preventiva, levam a uma diminuição sensível da infecção pelo HIV entre os UDI e seus parceiros; o mais longo prazo, pelo potencial de conscientização que contêm, conduz a uma redução do consumo e suscitam demandas de tratamento. Observamos ainda, que a aprendizagem e a prática do aconselhamento devem sempre levar em consideração dois aspectos que se complementam:

1) Dificuldades pessoais que possam estar interferindo no desenvolvimento das ações nesta área. Estar atento às próprias emoções, conhecer-se a si mesmo torna-se condição fundamental para caminhar na direção do conhecer e lidar satisfatoriamente com as emoções do outro.
2) Manejo de situações difíceis que irá enfrentar no seu trabalho, como por exemplo:
Como auxiliar uma profissional do sexo a adotar o uso da camisinha com seu parceiro fixo, quando ele se recusa radicalmente?

Como argumentar com o preso sobre a importância da prevenção das infecções se ele só conheceu restrição, morte, violência e não valoriza a própria vida?

Como abordar sobre o uso de camisinha com a dona de casa que corre riscos de contrair as infecções com o parceiro, quando ela acredita que ele é fiel? Ou vice-versa?

Como abordar o aconselhando sobre a importância de contar ao parceiro (a) que é soropositivo (a), quando ele está resolvido a não revelar para ninguém?

Como abordar a mulher gestante soropositiva que teme a possibilidade de transmissão do HIV para seu filho?

Nosso esforço será inútil se não houver envolvimento, empatia com o outro.


Conclusão:
Um dos pressupostos básicos da proposta de redução de danos é o fato de que se deve levar em conta a importância do contexto no qual o comportamento de risco tem lugar. Propostas que implicam simplesmente em "dizer não às drogas", ou estratégias que passam exclusivamente pela busca da abstinência não são efetivas. A proposta de redução de danos tenta compreender as normas culturais e trabalhar no seu âmbito, focalizando a alteração dos fatores que, de fato, permitam uma mudança de comportamento.

MULTIPLICADORA
FRANCISCA ELIZABETH NASCIMENTO DE SOUZA
ASSISTENTE SOCIAL E TERAPEUTA COMUNITÁRIA
ESP. EM DIREITOS HUMANOS E SEGURANÇA PÚBLICA
SECRETARIA DE ESTADO DE JUSTIÇA E CIDADANIA/DEDH



BIBLIOGRAFIA:
? Prevenção ao Uso de Álcool e outras Drogas no ambiente de trabalho/SENAD
? Curso EAD SUPERA / SENAD