COMEMORAÇÃO DO DIA DOS PAIS – RODA DE CONVERSA SOBRE O TERERÉ – TRADIÇÃO DO MS. 

Escola Winner – Escola dos Vencedores[1] 

Neste dia em que nos encontramos com os pais de nossa escola, vamos conversar um pouco sobre as origens do tereré, inicialmente vai essa pequena trova: “Quando ouvimos a palavra “tereré” nos dias quentes de verão, soa como música para os ouvidos de quem aprecia a bebida, e conhece sua capacidade instantânea de aliviar o calor”. 

Assim como o chimarrão, o tereré também tem a erva-mate como principal ingrediente, apesar de ser mais grossa porque neste caso ela é triturada no barbacuá e cancheada, portanto, ela não é moída. Outra grande diferença entre as duas bebidas está na temperatura da água. Enquanto o chimarrão tem um ritual que se inicia ao se aquecer a água e esperar o chiado da chaleira, no tereré quanto mais gelada a água, será melhor.

Quanto aos apetrechos, eles também mudam: para o tereré o ideal é consumir em guampas (elas são feitas de chifres de boi) que conservam a bebida gelada até o último gole, sem suar ou soltar qualquer gosto que comprometa o sabor da erva-mate escolhida.

Caso se prefira fazer uso de outro recipiente, não há problema, pois o tereré pode ser tomado em copos de qualquer tipo, até mesmo no copo plástico.

Seja na cuia, guampa ou copo, o tereré ou o chimarrão tem muitos benefícios e se cruzam isto se deve a erva-mate que tem o nome científico chamada de Ilex Paraguariensis, este nome foi atribuído, no ano de 1820, pelo francês botânico Saint Hilaire que em uma visita ao Paraguai encontrou uma árvore.

O tereré é uma tradição muito antiga, sua origem está antes da chegada dos portugueses e espanhóis, no território que hoje é o Mato Grosso do Sul, Paraguai e parte da Argentina.

A invenção do uso do tereré deve-se ao povo guarani, índios que viviam na região de Salto de Guairá (Paraguai), em Mundo Novo (atual MS) e Guaíra (atual Paraná), onde havia Reduções indígenas dos padres Jesuítas que catequizavam os nativos, foi neste contato com o homem branco que se propagou o costume indígena de saborear o tereré. Inclusive a origem da palavra, tereré é do guarani jacubi, que era mate de água fria.

Entretanto, nem sempre o consumo do tereré foi aceito socialmente. Nas Reduções dos Jesuítas, no Sul, no início do século XVII, os padres proibiram o uso da erva-mate, diziam que era erva do diabo, pois para eles era alucinógena. Mas, perceberam que os índios, sem o mate, aumentaram o consumo de bebidas alcoólicas e não trabalhavam. Os padres liberaram o uso da erva-mate, pois entenderam que ela dava força e vigor e matava a sede mais do que a água pura.

E, os padres passam a consumir e cultivar ervais, inclusive exportando erva para a Europa.

Também neste século XVII, o general espanhol “Irala”, ao entrar em contato com os indígenas da região da atual cidade de Guaíra, difundiu a bebida para os povoados espanhóis onde hoje é o Paraguai. Os bandeirantes, ao invadirem as reduções em busca de índios para escravizar, também expandiram o hábito do tereré.

Contudo, foi na época da Guerra do Paraguai (1864-1870), final do século XIX, quando ocorre o maior conflito armado da América Latina, onde o Brasil participou com cerca de 150 mil soldados, que o tereré foi muito difundido no lado brasileiro, onde as tropas começaram a beber o mate frio para não acender fogos que denunciariam sua presença ao inimigo, isso ocorria na região fronteiriça, hoje, Ponta Porã (atual MS), onde se deu o desfecho desta Guerra, inclusive com a vitória brasileira.

Este costume cultural muito antigo dos índios guarani, do uso do tereré, em terras muito quentes e úmidas, tornava-se remédio para o corpo, além de proporcionar vigor, força e estimulo, sobretudo para o trabalho.

Em 2019, a UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Cultura e Ciência - declarou que a tradição do tereré é uma cultura imaterial da humanidade, dado ao seu uso intenso, tanto no Paraguai, como em Mato Grosso do Sul, sendo algo transmitido de geração a geração.

O costume cultural muito antigo dos índios guarani, do uso do tereré, em terras muito quentes e úmidas, tornava-se remédio para o corpo, além de dar vigor ao trabalho dos índios.

Para concluir, fica outra quadrinha: “O tereré é consumido tanto no verão como no inverno, dia e de noite; não há calendário para o seu consumo. O tereré em rodas de bate-papo é indispensável. Mas consumido como remédio é refrescante pela manhã que a partir das nove horas serve para abrir o apetite, onde adultos e crianças podem consumir, sem dizer que é um ótimo diurético”.

Viva o nosso tereré!

Dando continuidade a nossa roda de conversa sobre o tereré, a aluna Carol irá nos contar a respeito da lenda da erva-mate.

Agora será a vez do aluno Gabriel que nos contará a respeito da cultura e costumes do tereré em outras regiões do Brasil.

A aluna Maria Júlia nos dirá quais são as regras para o preparo do tereré e o que deve ser feito para se manter a tradição do beber o tereré.

Nesta nossa roda de conversa, sobre o tereré, teremos um momento de descontração, apresentando o vídeo sobre os nove tipos de pessoas para tomar tereré. 

Para encerrar, enquanto saboreamos a nossa bebida tradicional sul-mato-grossense, apresento aos queridos pais, a canção do grupo musical de nosso estado, Grupo Zíngaros a canção Roda de Tereré... Muito obrigado pela atenção.

 

[1] Essa foi uma compilação feita pelo Professor Me. Ciro José Toaldo, mediante vários estudos e pesquisas feitas a respeito do tereré, sua origem, seus costumes e as demais informações para serem apresentadas aos pais da Escola Winner de Naviraí – MS, para prestar uma homenagear na passagem do dia dos pais, aonde enfatizamos a cultura imaterial do MS, tendo como costume tomar o tereré.