Resumo

Foi realizado um estudo Descritivo/exploratório com o tema: Descontinuidade das Gestantes as Consultas Pré – natais. O presente tema objectivou Analisar os Factores que contribuem na Descontinuidade das Gestantes as Consultas Pré – Natais no Hospital Rural de Montepuez. Sua população foi composta por gestantes que, em 2012, tiveram sua consulta pré – natal e o seu atendimento ao parto realizados. Foram inqueridas 90 parturientes e analisados seus respectivos cartões num período de dois meses de Novembro a Dezembro, estabelecendo – se frequência absoluta e percentual de ocorrência para as variáveis estudadas. Analisou – se os factores da descontinuidade, a frequência das das gestantes as consultas pré – natais, a execução dos procedimentos clínico – obstétricos durante as consultas, o estado o recém-nascido. Resultado: Os achados mostram quedas 90 parturientes inqueridas cerca 68% (61) não completaram o numero de consultas recomendadas e cerca de 32% (29) das parturientes completaram o número de consultas como recomenda a OMS. Um número considerável da amostra recebeu adequadamente os procedimentos clínicos - obstétricos essenciais durante as consultas. Conclusões: A partir da análise multivariada  foi encontrado o teste qui – quadrático igual a 38,281 e nível de significância (sig = 0,004) a qual é inferior a 0,05. Esses achados reflectem que o baixo nível de escolaridade e a idade das gestantes contribuiu para realização das consultas pré natais de forma inadequada. Neste contexto o presente estudo recomenda que o Ministério da Educação evidencie mais esforço no combate ao analfabetismo no Distrito.

Palavras-chave: Descontinuidade, consultas pré – natal, gestantes.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho cujo tema é Descontinuidade das Gestantes as Consultas pré-natais, consiste na elaboração da monografia para fim de aquisição de notas para conclusão de curso.

A assistência pré-natal compreende um conjunto de actividades com a finalidade de identificar riscos e implementar medidas que visam maior nível de saúde para a mulher e para o concepto. Entretanto, a qualidade dessa assistência implica em uma serie de factores que podem ser pessoais ou ligados a organização e oferta dos serviços de saúde, dentre outros.

Considerando as causas directamente relacionadas com a função reprodutiva, observa-se que óbitos por hipertensão na gravidez, hemorragias, infecção puerperal, complicações no trabalho de parto e abortos, são a maioria, apesar de serem facilmente evitáveis, através de adequada assistência ao ciclo gravidico puerperal, em todas as suas etapas: pré – natal, parto e puerpério.

As condições da assistência e a própria organização dos serviços têm sido mencionados em Moçambique como factores determinantes das condições de saúde da população. O acompanhamento pré-natal de reconhecido efeito positivo sobre a saúde da mulher e do concepto, tem na sua baixa cobertura associada a fraca aderência por parte das gestantes às consultas pré-natais. A mulher grávida deve iniciar as consultas Pré-natais, muito cedo, ter cobertura universal, ser realizado de forma periódica, estar integrado às demais acções preventivas e curativas, necessitando ser efectuado um número mínimo de cinco consultas. Além disso, precisa incluir a realização de procedimentos clínicos indispensáveis para o acompanhamento da gravidez, como exames laboratoriais, vacinas e actividades educativas, uma grávida deve ser vista 5 vezes no mínimo nas consultas pré-natais. Gestantes que frequentam serviços de atenção Pré-natal apresentam menos doenças e seus filhos têm um melhor crescimento intra-uterino, menor mortalidade pós parto e infantil. O controlo pré-natal, segundo recomendações de organismos oficiais de saúde, deve ter inicio precoce, ter cobertura universal, ser realizado de forma periódica, estar integrado com as demais acções preventivas e curativas, e deve ser observado um número mínimo de 3 (três) consultas. Seu sucesso depende, em grande parte, do momento em que ele se inicia e do número de consultas realizadas. Este número, varia de acordo com o mês de inicio e com intercorrências durante a gravidez. Estudo mostram que, apesar da alta cobertura pré-natal nas Unidades Sanitárias, as gestantes não completam no mínimo cinco e existiam desigualdades nos cuidados oferecidos às gestantes. As de maior risco gestacional apresentam maior proporção de Pré-natal classificado como inadequado ou intermediário, quando comparadas com as de menor risco. A assistência pré – natal constitui num conjunto de procedimentos clínicos e educativos com o objectivo de vigiar a evolução da gravidez e promover a saúde da gestante e da criança, encaminhando – os para soluções imediatas ao sistema único de Saúde.

A análise multivariada através de Teste Qui-quadratico tem sido referida com muitos autores para comparar a relação entre variáveis com vista a identificar os factores que melhor se relacionam na ocorrência de um fenómeno. Foi realizado um estudo Descritivo com o objectivo geral : Avaliar os Factores Associados a Descontinuidade das Gestantes as Consultas Pré -Natais nos Centros de Saúde de Montepuez como uma estratégia de redução da mortalidade Materna Infantil num período de nove (9) meses desde de Fevereiro á Novembro de 2012

Para responder o objectivo geral da pesquisa foram considerados os seguintes Objectivos Específicos:

  • Identificar os factores que influenciam as gestantes a descontinuarem as consultas Pré natais.
  • Descrever os factores que influenciam as gestantes a descontinuarem as consultas Pré natais.
  • Identificar os procedimentos aplicados nas gestantes às consultas pré natais.

Definição do Problema

Tem se registado fraco a frequência as consulta pré – natais por parte das gestantes ao nível das unidades sanitárias de Montepuez. Também é notório a ocorrência de abandono das consultas pré-natais por parte das gestantes. Em Moçambique representada pelo ministério da saúde recomenda 4 consultas pré – natais durante uma gestação, sendo a 1ª consulta logo que a mulher notar ausência da menstruação; 2ª consulta acontece 20ª semana, 3ª consulta 28 semanas, e a 4ª às 36 semanas. Moçambique não poderá alcançar os objectivos do desenvolvimento do milénio no que tange a mortalidade materna infantil, Os Objectivos do Desenvolvimento do Milénio preconiza reduzir o rácio da mortalidade materna até 2015 em 250 por 100000 nados vivos, e mortalidade infantil em 108 por 1000 nados vivos em contra partida em Moçambique a taxa de mortalidade infantil ronda em 500/1000 nados vivos sendo a província de Cabo Delgado com uma taxa de 800/1000 nados vivos. Há evidências de que os níveis de mortalidade materna e infantil são influenciados pelas condições de vida e pela qualidade da assistência obstétrica e pré-natal. Ainda que exista controvérsia, pesquisas sugerem que a assistência pré-natal pode contribuir para a redução da ocorrência de prematuridade e do baixo peso ao nascer.

O Ministério da Saúde recomenda que uma gravidez normal deve ser observada (5) cinco vezes, sendo uma consulta/trimestre, no primeiro e segundo trimestre da gravidez, e uma consulta mensal, no último trimestre.

Neste contexto há necessidade de avaliar os factores que influenciam as gestantes a descontinuarem as consultas pré natais na área de saúde de Montepuez porque as consultas pré natais influenciam na saúde da mulher e da criança. O problema que se levanta em torno da abordagem que se pretende com o tema, é demonstrar até que ponto as consultas pré-natais realizadas com qualidade pode desembocar numa prática restritiva a saúde da Mulher e Criança, tomando como ponto de partida a modalidade das consultas pré-natais na área de Saúde de Montepuez.

Por outro lado surge a seguinte pergunta:

Quais são os factores que influenciam as gestantes a não completarem as consultas pré-natais na área de saúde em Montepuez?