CONCEPÇÕES EPISTEMOLÓGICAS E PEDAGÓGICAS: UMA ANÁLISE ACERCA DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM 

Antonio José Pereira do Nascimento

RESUMO

Diante dos pressupostos estudados, tendo como foco primordial uma reflexão eminentemente teórica, propõe-se analisar a contribuição de pesquisadores renomados realizadas por autores conceituados nacional e internacionalmente com o objetivo de se esboçar uma definição relacionada à forma mais adequada a sua complexidade, notadamente para a situação escolar. Foram muitos os pesquisadores que apresentaram teorias científicas na intenção de modelar o processo de aprendizagem humano. Porém, considerando a importância da relação professor-aluno diante do processo ensino-aprendizagem e as necessidades de construir uma prática educativa que possibilite a sensatez, a crítica e a edificação do saber, pautando-se nos problemas investigativos que ocorrem ao longo do curso da construção e interação mútua do conhecimento.

Palavras-chave: Ensino-aprendizagem. Concepções Epistemológicas e Zona de Desenvolvimento Proximal.

Mestrando em Ciências da Educação e Multidisciplinaridade pela Faculdade do Norte do Paraná e professor de carreira da rede pública de ensino. Website: www.professorantoniojose.com.br E-mail: www.professorantoniojose.com.br E-mail: [email protected].

Introdução

Apesar do relevante acesso à escola, o grande problema hoje da educação diz respeito à qualidade do ensino. Portanto, há necessidade urgente de se construir estratégias que garantam a qualidade, priorizando-se a aprendizagem, trazendo-a para a pauta das discussões e das pesquisas referentes à educação.

O processo ensino-aprendizagem na perspectiva simplista e linear não abrange a riqueza das trocas ocorridas em sala de aula; ou seja, o processo de mediação e os aspectos socioculturais. Já temos teorias que comprovam que a relação do homem no mundo não é uma relação direta, mas uma relação fundamentalmente intermediada.

A intercessão na teoria de Feurstein é concebida como processo de intenções, em que se compartilham significados e processos superiores do pensamento, capazes de favorecer a construção de estruturas cognitivas que organizam o indivíduo e potencializam a sua capacidade de transformação.

Nesse trabalho, deu-se importância ao que os autores enfatizam sobre concepções e construção de aprendizagem, ambas sendo abordadas em tópicos distintos, mas entendo-as de forma indissociável. É possível considerar nessa discussão, a relevância do papel do professor no processo de intervenção, tendo em vista a relevância de seu papel na consolidação de saberes por parte do educando.

São muitos os pesquisadores que apresentaram teorias científicas na intenção de modelar o processo de aprendizagem humano, dentre os quais Pavlov a Skinner, de Gagné a Piaget ou Vygotsky e Feuerstein, incluindo, ainda, Ausubel, Bandura e Novack. Mas, até o momento, nenhuma conseguiu estabelecer como teoria definitiva, que englobe e explique todas as manifestações do comportamento em situações de ensino-aprendizagem (VASCONCELOS; ALMEIDA, 1988).

Para que o sistema educacional promova uma aprendizagem mais operacional, preparando os alunos para aprender a aprender, deve-se considerar a relevância da aprendizagem significativa, possibilitando que as situações que envolvem mais abstração e complexidade sejam solucionadas com menor esforço e maior sentimento de competência pelos discentes.

Utilizando como centro essencial o processo ensino-aprendizagem, mesmo sendo refletida ou irrefletidamente, a adoção de concepções de natureza epistemológica e psicológica, intrínseca ou extrinsecamente, estar sempre voltada e condicionada à intenção de transmissão de informações e/ou mediação de conhecimentos. Isso significa que, ao optar por um método de ensino, o professor deixa transparecer a sua forma de entender o que seja conhecimento e aprendizagem, tanto na perspectiva da filosofia quanto da psicologia.

Analisando o espaço escolar, percebe-se que variadas concepções estão presentes na prática dos professores, muitas vezes desvinculadas das concepções que as fundamentam, sem, inclusive, articular-se com o projeto pedagógico da escola em que atuam.

Para melhor compreender nossas ações em sala de aula, é conveniente que tenhamos referenciais teóricos de análise, pois eles nos possibilitam revelar o que está por trás de nossas atitudes e de nossas escolhas. Esses parâmetros podem ser traduzidos em  modelos explicativos  que  relacionam as concepções epistemológicas (das teorias do conhecimento), as teorias psicológicas e as práticas pedagógicas que se afinam com uma determinada concepção de ser humano, natureza e sociedade e das relações que se estabelecem entre eles.

Modelos são tentativas de explicação de uma determinada realidade, que sofre uma redução ao ser expressa, não devendo, portanto, ser entendidos de forma absoluta. Ou seja, toda forma de classificação é arbitrária e deve ser relativizada, visto que nem sempre as práticas educacionais podem ser enquadradas totalmente em um determinado modelo.