Este artigo visa fazer uma análise sobre o mundo do futebol pré e pós implementação de novas tecnologias (advento da “linha digital do gol”, para averiguar se a bola entrou e também do famigerado VAR), traçando paralelos de como a boleiragem e os respectivos torcedores se portavam diante das ocorrências envolvendo os jogos.

         Charles Miller começou com esta modalidade ainda no século XIX e este se popularizou mundo a fora pela simplicidade de sua prática desportiva. Desde então, muitos torneios mundiais, nacionais e regionais foram disputados de maneira que, em alguns deles, o juiz e/ou os auxiliares (“bandeirinhas”) se tornaram protagonistas.

         A famosa e “mítica” La Mano de Díos protagonizada pelo argentino Diego Armando Maradona contra os ingleses é um exemplo clássico de falha de interpretação da arbitragem, pois, se houvesse o VAR naquela ocasião, a jogada seria revista e o gol anulado – quiçá recolocando a Inglaterra novamente em condições de duelar contra a Argentina naquela Copa do Mundo.

         Com a recente implementação, por exemplo, do VAR, alguns torneios pelo mundo têm apaziguado os erros de arbitragem naquilo que esta tecnologia possa colaborar com a atuação da figura maior de autoridade na partida, no caso, o árbitro. Ocasiões de impedimentos, lances de pênaltis e gravidades de faltas (com possíveis cartões amarelos e até expulsões) são alguns casos em que o VAR é acionado e a interpretação do juiz pode ser modificada graças a um olhar mais apurado e sob diversos ângulos – que somente os telespectadores tinham acesso no conforto de suas respectivas casas.

         Mesmo os torcedores que iam ao estádio não tinham plena certeza se determinado lance foi ou não foi impedimento, por exemplo, graças a interpretações pessoais via “olho nu” e acabavam emitindo “gracejos” para a mãe do juiz, a depender se o lance era a favor ou contra ao seu tão defendido clube do coração.

         Com uma diferença quase gritante do tempo que é levado para revisar tais lances de determinado local para o outro, uma pergunta reverbera na cabeça de muitos amantes deste esporte: ela veio para ajudar ou atrapalhar? Há resposta plausível para a adoção de tais medidas, se já havia a figura do árbitro e bandeirinhas (em alguns momentos até fiscal de linha também já esteve presente no gramado)?

         Estas perguntas vão sendo respondidas com o passar das rodadas disputadas nos mais diversos cantos do planeta. Certo é que algumas falhas de interpretação – algumas por falta de “olhos de águia” frente aos impedimentos e/ou penalidades máximas – vão sendo acometidas pelas revisões no “árbitro de vídeo” e isso agrega ao futebol um teor mais justo e menos sujeito a falhas humanas.

         Desta maneira, podemos concluir que as adições tecnológicas são bem-vindas, pois acabam colocando mais justiça frente aos 22 atletas que ingressam em determinado embate dentro das quatro linhas do gramado. Quando alguma dúvida imperar, basta que se acione os “fiéis escudeiros” com mais olhos, ângulos e repetidos replays, para que se chegue a uma conclusão mais acertada e certeira do que a interpretação unilateral que está mais sujeita a erros, por dispor de menos recursos para julgar.