Cinco Minutos, para Sempre

 

Dia de conflitos, dia de confrontos, mas houve uma pausa na guerra. Nenhuma baixa há 23 dias, horas e mais horas sem dormir, ao som de gritos horrendos, muito choro desesperado, alguns sorrisos insanos, sem graça, que causam até medo, cantos de boca e rostos com restos de sangue, olhares distantes. Homens parando em trincheiras, em buracos improvisados causados por bombas, dividindo alguns despojos, mas eles, os Gaaditas, abrindo mão da parte que os cabe, e, dando aos que ligam para as relíquias bélicas (os que vão só passar por isso e entenderão que aqui não é o seu lugar), pois os que vão continuar sabem que, quanto menos peso, melhor.

 

No meio de tudo isso, me sinto só, mas levo apenas seu sorriso, dentes grandes, me dizendo te espero amor. Ela diz também: - Volta bem e não perca nada que venha me fazer falta, principalmente seu senso de humor (um pouco negro, ela ressalta), de meninão. . . e ela consegue me proteger, mesmo de longe, ela tem esse dom.

 

Eu digo que voltarei bem, peço que quando eu chegar, ela prepare meu chimarrão.

 

Não esqueça, não deixe a água ferver, lembre-se do ponto certo, onde a água não queima a erva, e, o sabor adequado, me faz dar um sorriso, admirando e percebendo que tu ainda se importa em me agradar, com gestos que fazem eu gostar ainda mais de ti.

 

Não sei quantos dias passarei com você, em casa (ou não), mas sei que valerão a pena, e, todas as vezes antes de dormir, terei os 5 minutos de seus pensamentos e esse é o meu objetivo, pois não sei se voltarei (mesmo te promentendo).

 

Te marcar por dentro, para sempre.

 

Se eu for, definitivamente, mesmo que venhas a ter outro, ao teu lado, antes de dormir, ele nunca roubará meus 5 minutos, nossos, únicos. Mesmo que você esteja olhando para ele, é a mim que verá, e você sorrirá lembrando que valeu a pena enquanto durou.

 

Seu soldado amado, indesistível.

 

Guerreiro Gaadita, teu, por todos os dias, cinco minutos, para sempre.

Christiano Buys