BREVE REFEXÃO SOBRE A PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Por Neide Figueiredo de Souza | 22/02/2022 | Educação

                                          REVE REFEXÃO SOBRE A PESQUISA   BIBLIOGRÁFICA

                                                                                                        Ludmilla Paniago Nogueira 

                                                                                                    Neide Figueiredo de Souza

 

A pesquisa como forma de buscar conhecimento, pode ser ainda compreendida como meio para resolução de situações que inquietam profissionais de diferentes áreas, sobretudo quando enfrentam dificuldades no alcance de objetivos de desenvolvimento de organizações, de projetos, de pessoas. Por isso, o investimento em estratégias para conhecer, propor e desenvolver contextos. No campo da educação, especialmente quando se identificam empecilhos na aprendizagem de uma etapa formativa, a pesquisa pode ser o caminho mais produtivo para a adoção de estratégias para solucioná-los.

Nessa perspectiva, podemos dizer que pesquisa é uma: “atividade básica da Ciência na sua indagação e construção da realidade. É a pesquisa que alimenta a atividade de ensino e a atualiza frente à realidade do mundo. Portanto, embora seja uma prática teórica, a pesquisa vincula o pensamento e ação.”. (DESLANDES, 1994, p. 17).

Dessa forma, de acordo com os objetivos e problemas desta pesquisa que propomos, é necessário apontar os procedimentos metodológicos básicos para sua execução. Nesse sentido, esta pesquisa se configura como uma investigação qualitativa, já que, segundo Deslandes (1994), esse método de pesquisa é eminentemente exploratória e:

Responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas Ciências Sociais com um nível da realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização das variáveis. (DESLANDES, 1994, p. 21-22).

Quanto aos procedimentos técnicos, a investigação explorará a pesquisa bibliográfica, que, segundo Deslandes (1994), trata da fundamentação teórica que embasa o desenvolvimento da pesquisa no que se refere ao tema em específico. Na pesquisa bibliográfica, seleciona-se o material já publicado acerca do tema, remetendo “um diálogo entre a teoria e o problema a ser investigado” (DESLANDES, 1994, p. 40). As publicações consultadas na pesquisa bibliográfica são: livros,revistas    científicas,   artigos, teses, dissertações,    Anais   e outras   publicações impressas ou digitais (bibliotecas virtuais).

Trata-se ainda de uma pesquisa exploratória, pois, objetiva proporcionar maior familiaridade com o problema para torná-lo mais exp licito.

Com o fito de apresentar propostas didáticas para explorar a contação de histórias no processo de alfabetização, esta pesquisa aborda a concepção de alfabetização e de leitura subjacente à BNCC, identificando especialmente possibilidades de trabalho docente nos anos iniciais do Ensino fundamental para o desenvolvimento da alfabetização do educando. Assim, este estudo atende à perspectiva da referenciada linha de pesquisa de “Processos educativos, linguagens e tecnologias” ao propor sequência didática com contação de histórias que poderá servir como base à atuação do professor alfabetizador. Nessa perspectiva, considera-se sequência didática, segundo Zabala (1998):

 

Uma maneira de encadear e articular as diferentes atividades ao longo de uma unidade didática. Assim, pois, poderemos analisar as diferentes formas de intervenção segundo as atividades que se realizam e, principalmente, pelo sentido que adquirem quanto a uma sequência orientada para a realização de determinados objetivos educativos. As sequências podem indicar a função que tem cada uma das atividades na construção do conhecimento ou da aprendizagem de diferentes conteúdos e, portanto, avaliar a pertinência ou não de cada uma delas, a falta de outras ou a ênfase que devemos lhe atribuir. (ZABALA, 1998, p. 20).

Inserido em um contexto atual, que demanda o desenvolvimento no alunado de várias competências, é incumbência do professor das séries iniciais, sobretudo até o terceiro ano, promover a alfabetização de cada aprendiz. Tal demanda exige do professor habilidade para preparar aulas de leitura e de contação de histórias que possam também ser adequadas a esse objetivo formativo, mas que também despertem no aluno o prazer em ler e sua ampliação de horizonte de expectativas e domínio sobre textos em relação à sua análise e interpretação, já que está sendo criado ou consolidado o hábito de ler.

Dessa forma, esta pesquisa propõe-se a apresentar um roteiro de práticas leitoras amparadas em contação de histórias com vistas à alfabetização. Diante disso, entendemos que o roteiro de práticas leitoras construído neste trabalho deve estar amparado em três ideias basilares: a) a de que o desenvolvimento da competência leitora deve ser prioridade na medida em que se espera do aluno tal competência para a vida dentro e fora da escola; b) a de que contação de histórias não deve substituir aquilo que singulariza a formação de leitores, que é o contato e a apreciação crítica dos textos, mas é uma formação e aproximar crianças dos textos e da escrita; c) a de que as atividades de contação de histórias promovidas pode promover a “ampliação das possibilidades de participação em práticas de diferentes esferas/ campos de atividades humanas”, segundo a BNCC (MEC, 2019, p. 65). Logo, a proposição do roteiro de proposições didáticas deve propiciar ao estudante experiências novas de construção de significado de textos para sua inserção no mundo da leitura e da escrita no ambiente escolar.

Em função disso, pensar em um roteiro de contação de histórias e alfabetização para essa demanda é um desafio na medida em que ainda não identificamos perspectiva de atividades nessa linha proposta neste trabalho. Assim, a proposição elaborada precisa envolver a presença de atividades de contação de histórias e seguir um roteiro prévio, o qual, neste estudo, foi criado com base na experiência desta pesquisadora como alfabetizadora.

Para organizar as proposições didáticas, tendo-se em vista que cada campo de atuação precisa envolver experiências diferentes de contato com o texto e de compreensão do texto, elegeu-se a apresentação das práticas de contação de histórias por temas que se relacionam ao ser criança, e a abordagem desses temas demanda a seleção de textos para a contação.

.Assim, a escolha dos temas está na possibilidade de, através das leituras abordar temas, por vezes, polêmicos na vivência da criança no âmbito escolar e/ou familiar, como inclusão e bullying. Valendo-nos da literatura infantil com obras que nos auxiliam nessas abordagens, considerando a contação da história de forma que toda criança compreenda o assunto e dele se aproprie, ponderamos que trabalhar as supracitadas obras na sequência didática nos possibilitará promover desenvolvimento emocional, social e cognitivo da criança de forma que ela adquira uma postura crítico-reflexiva e assim, esse processo contribua para sua plena formação.

REFERÊNCIAS

 

DESLANDES, Suely Ferreira. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. / Suely Ferreira Deslandes, Otávio Cruz Neto, Romeu Gomes; Maria Cecília de Souza Minayo (organizadora). Petrópolis – RJ: Vozes, 1994.

 

MEC. BNCC – Base Nacional Comum Curricular. Ministério de Educação – MEC / Conselho Nacional de Secretários de Educação – CONSED / União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação – UNDIME, 2019. Disponível em:

<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_20dez_site.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2020.

ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre, ArtMed, 1998.

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