Resenha do texto: Invenção do bárbaro e inventário do mundo.

Houve um tempo anterior que não havia separação entre bárbaros e gregos, ou seja, gregos e bárbaros eram a mesma coisa com a mesma cultura e costumes. Então se começou a ter a chamada grecidade que era suscetível de ser adquirida, que quer dizer uma transformação de bárbaros para se tornarem gregos, quando isso ocorreu os povos que estavam se transformando em gregos até aprenderem uma nova língua.

Os gregos depois de se tornado grego, teve um grande crescimento cultural, e os bárbaros continuaram como estavam, ou seja, eram bárbaros. E os gregos se elevaram em cima dos bárbaros.

Entre os séculos sexto e quinto a. C., principalmente depois das Guerras Médicas a separação entre bárbaro e grego se acentuou. Os bárbaros ganharam um rosto, o rosto do persa, e o domínio do persa era a Ásia, então surge à rivalidade entre Europa e Ásia, pois a Europa era a terra dos gregos e a Ásia a terra dos persas. Para os persas a Ásia era o seu território e a Europa era uma região à parte. As Guerras Médicas, além de dá rosto as bárbaros, também mostrou que surgiu uma visão política que separam gregos e bárbaros, os bárbaros não eram necessariamente cruéis e maldosos, mas são submissos a um rei, enquanto os gregos são políticos e livres. Para os gregos o tirano é a figura central do poder, ou seja, o rei, e ele o tirano é bárbaro.

Um pouco após a inversão do bárbaro, há o desenvolvimento da ciência grega, onde conhecimentos são recolhidos, organizados, investigados e inventados, mas sua principal base é aprender sobre o mundo, ou seja, deduzi-lo e representá-lo. O espaço começou a ser estudado por Périplos que confeccionou os primeiros mapas, logo após vem Erastóstenes que inventou o nome geográphos para designar quem desenha ou escreve sobre a Terra. A filosofia está associada ao viajar, ou melhor, viajar para ver e refletir sobre o mundo, que dizer criar uma representação do mundo.

Outro ponto que pode ser citado e que tem certa importância é o clima, pois a Grécia recebeu o clima mais temperado, e para os gregos isso significava que era um lugar sem muito frio e sem muito calor, e assim a mistura das coisas mais belas do calor e do frio. E segundo os gregos o clima pode explicar a morfologia dos povos que habitam um determinado local, como a Europa e a Ásia, que se diferem por causa do clima, na Ásia a ausência de mudanças climáticas violentas produz uma população amolecida, pouco guerreira, mas o clima não dá conta de tudo, ou seja, os asiáticos não são assim por causa do clima ou o clima faz o modo de ser do asiático.

O clima em Jônia tem um pouco da Ásia e da Europa, é uma região que fica situada no meio dos dois continentes, e suas características são a ausência de energia da Ásia e o guerreiro da Europa. A partir dessas características vem o conceito de mistura cultural equilibrada entre gregos e bárbaros, que pelas reflexões gregas isso era possível de acontecer, e Alexandre o Grande foi mais fundo, querendo que o mundo bárbaro e o mundo grego se fundissem. Mas as divisões entre gregos e bárbaros irá se manter mesmo depois que suas culturas terem se misturarado, pois os gregos se acham superiores porque seu rei são as leis, e o bárbaro é governado por transgressores.

A Guerra do Peloponeso trás uma era de crise e questionamento, porque é uma guerra que acontece entre gregos, ela passa paralelamente a história do passado e a dos não gregos, que viviam como bárbaros, com isso o passado é desvalorizado, só o presente merece ser estudado. E com as conseqüências da guerra fica evidente que a cidade é mortal.

Com o passar do tempo os gregos vão se tornando menos políticos e mais educados e cultos, a grecidade é algo que se pode adquirir, porque a sociedade grega deu muita ênfase a sua cultura, Atenas foi a cidade que mais se educou e se destacou por isso.

O primitivo começa a se valorizar, a cidade por duvidar de si mesma volta ao passado e a antiguidade é bem vista, então se descobre com o estudo do passado que a sophia grega é a mais recente do que as outras civilizações, aí a noção de bárbaro se despoliza, pois os gregos são descentes dos bárbaros.

Algum tempo depois o mundo começará a ser visto por Alexandria no Egito, e não mais por Atenas, além de que a cidade se torna mais importante que o próprio Egito, e o helenismo é o seu ponto principal. O museu e a biblioteca, instituições importantíssimas e também há o túmulo de seu fundador, Alexandre o Grande. O helenismo é o momento de recapitualização de um saber de segundo grau e desenvolve um instrumento de crítica, e tudo isso era desenvolvido de acordo com os livros da biblioteca de Alexandria. Para o homem de ciência, ver é ler e saber é corrigir, ou seja, o homem tem ciência porque lê e reflete, e vira leitor.

Alexandria tinha uma biblioteca muito importante para a Grécia, lá se encontrava a história desde a Guerra de Tróia até a morte de Alexandre Magno, e não era só história, mas a cultura ou melhor a própria Grécia. Vários outros temas eram encontrados em grande escala como matemática, história, literatura e geografia.

Crítica

Os gregos e os bárbaros tinham a mesma origem, mas os gregos desenvolveram o seu pensamento, começaram a filosofar em vários sentidos e assim fez com que se tornasse uma das civilizações da antiguidade com as idéias e princípios mais avançados que muitos países de hoje. O os bárbaros não fizeram o mesmo, e ficaram do jeito que sempre foram, de uma forma submissa e sem evolução.

Mas os gregos achavam que eram melhores porque eram mais cultos, políticos e questionadores, e mesmo assim muitas vezes o gregos iam refletir e chegavam a conclusão que eles não eram superiores ao bárbaros, mas sim mais evoluídos.