NO BANCO DA PRAÇA

Professor Me. Ciro José Toaldo

 

No contexto urbano em que estamos inseridos, as cidades apresentam a estrutura para garantir a qualidade de vida de sua população; assim, além de áreas destinadas às atividades físicas, também surgem os espaços para descanso, arborização e embelezamento da cidade que são as praças, onde há trânsito de pessoas!

A praça central, sempre é referencia para uma cidade. Desde os Gregos, passando pelos Romanos antigos as praças representavam o coração de sua civilização, tendo a preocupação de torna-la o ‘cartão postal principal’. Aliás, foram nos bancos da Acrópole grega que surgiram teorias que revolucionaram a filosofia e grande parte das ciências, desta forma a praça, com sua estrutura, inclusive ligada aos seus bancos podem se tornar um importante instrumento para se entender a população de uma cidade!

Somos latino-americanos, povo que busca viver com intensidade, diferente dos europeus temos outra dimensão de encarrar a existência. Mesmo tendo grandes dificuldades, o povo latino encarra a vida com animosidade e, principalmente nas praças conseguimos compreender a dinâmica deste comportamento!

Tenho habito de ir ao trabalho com a bicicleta, um dos caminhos é a praça central, lá encontro pessoas de diferentes tipos. A curiosidade levou-me a observar com mais detalhes o ambiente de nossa praça. Alguns aspectos são negativos, outros positivos. Negativo pelo fato de encontrar jovens desocupados, consumindo bebida alcoólica, fumando e sem expectativa de vida. Aliás, tive dificuldade em continuar a reflexão, pois alguns daqueles moços dirigiram-me a palavra, pedindo dinheiro.

O que passa na cabeça destes jovens, em plena luz da tarde estarem naquela situação? Muitas questões foram afloradas naquele momento e meu pensamento divagou, pois não basta verificar a consequência, mas se deve buscar entender as causas que os levaram a estar naquela situação!

Mas, não eram apenas jovens que estavam lá, observei que havia idosos, uns cabisbaixos, outros alegres! Alguns fumando, outros pareciam com o pensamento longe! Alguns senhores, vendendo ‘picolé’, percebia-se um olhar de indignação por se encontrarem naquela situação. Havia os transeuntes, estes andavam depressa! Nossa como a praça é movimentada e cheia de vida. 

O lado positivo encontra-se na dimensão do povo, na expressão de outras tantas fisionomias que demonstravam alegria e determinação no olhar! De fato, a praça expressa muito sobre a população: felicidade, sabedoria, sofrimento e tantos outros quesitos podem ser observados por meio de um banco da praça.

Não precisa ser psicólogo formado, basta ter predisposição para refletir e perceber qual a vivencia de nosso povo! Faça a experiência e irá ficar fascinado (ou preocupado) com nossa população esta vivendo!