AUTISMO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Por Jaqueline souza | 05/03/2018 | EducaçãoJaqueline de Souza[1]
RESUMO
Nos dias de hoje o autismo vem sendo muito comentado, ainda mais quando se insere uma criança autista no ensino regular, essa conclusão de trabalho tem por objetivo compreender a inclusão escolar de uma criança autista ao ver de um docente de educação infantil, percebe-se que cada vez mais as crianças autistas estão sendo inseridas nas escolas, sendo assim os professores ainda não estão preparados para a inserção desses alunos, e assim não sabem lidar com algumas situações mesmo tentando diversificar suas aulas. Concluímos então o quão é difícil a inclusão desses autistas no ensino regular, precisamos de professores com formação profissional adequada e especializada para dar suporte a essas crianças que necessitam ser incluídas em salas de aulas e assim participar do convívio com outras crianças em todo o contexto escolar, e assim transformar suas necessidades em igualdade para um mundo melhor.
PALAVRAS-CHAVE: Inclusão no ensino regular, autista.
1. INTRODUÇÃO
Esse estudo de foco de falar mais sobre a inclusão de crianças autistas na educação infantil, tendo cada vez mais pesquisas sobre o autismo devido ao fato dele ser um distúrbio do desenvolvimento apresentado no individuo por toda vida, os sintomas estão associados a comunicação, a interação social, seu comportamento que pode ser observado na infância, mais ou menos aos 3 anos de idade.
Com isso vemos como é difícil para os pais, professores e pessoas que participam do convívio dessa criança, é muito complicado interagir com um autista, pelo fato do isolamento, de querer viver no seu “mundo”, as vezes se tornam agressivos, faz movimentos repetitivos, e chegam a não reconhecer o seu nome, com isso percebe-se que o trabalho é ardo, sendo necessário uma abordagem adequada e eficiente para que se consiga o desenvolvimento escolar e social dessa criança.
Esse trabalho tem por objetivo a necessidade de possibilitar novos conhecimentos e informações sobre o autismo, tentar identificar quais procedimentos pedagógicos facilitam na inclusão dessas crianças autistas, e que é necessário um suporte aos professores para saber lidar com essas crianças, recebendo uma formação, um entendimento, um apoio para assim ter sucesso com essa inclusão, pois sabemos como é difícil.
Nossos professores precisam cada vez mais conhecimentos e especializações, para trabalharem adequadamente com esses autistas e assim desenvolver um trabalho de qualidade, é notável a falta de informação, alguns por desinteresse, outros pela decadência da rede regular de ensino, vemos o quão é vazio de informações, sendo que hoje em dia é completamente necessário essas informações, é extremamente importante ter uma escola estruturada, com recursos didáticos diversos, com materiais que facilitem a coordenação motora deles.
Portanto esse trabalho vem a nos proporcionar inúmeras formas de como incluir uma criança autista no convívio social, principalmente na educação infantil discutiremos um pouco o conceito sobre o tema e abordaremos um breve histórico dos primeiros estudos sobre o autismo, pontuando algumas ideias, alguns sintomas e características dos autistas assim dando ênfase na educação infantil, apresentamos também dois métodos o TEACCH e ABA, que juntos auxiliam a inclusão desse aluno e o desenvolvimento da aprendizagem dessa criança autista.
2. O AUTISMO
2.1 Breve Histórico
Tem origem grega o termo Autismo (autós), que significa por si mesmo, é um termo utilizado pela psiquiatria para nomear o comportamento humano que é concentrado em si mesmo.
A palavra “autismo” foi criada pelo psiquiatra Eugene Bleuler no ano de 1911, segundo ele o autismo faz ligação com o sintoma da esquizofrenia. Porém em 1943 começaram os primeiros estudos sobre o autismo pelo psiquiatra americano Leo Kanner, (médico austríaco, residente em Baltimore, nos EUA), onde publicou a obra “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo” nele descreveu casos de 11 crianças, onde constatou que elas apresentavam características individualistas em relação as outras síndromes, essas crianças respondiam de maneira incomum ao seu ambiente, que tinham resistência a mudanças, observou seu relacionamento com as outras crianças e sua falta convívio social. Kanner então nomeou esse distúrbio como “distúrbio autístico do contato afetivo”, visto que elas tinham um “afastamento social” desde seus primeiros anos de vida.
Kanner, em 1949, refere-se ao quadro com o nome de Autismo Infantil Precoce, evidenciando serias dificuldades de contatos com pessoas, ideia fixa em manter os objetos e as situações em varia-los, fisionomia inteligente, alterações na linguagem do tipo inversão pronominal, neologismo e metáforas. (RODRIGUES, 2010, p. 18).
Segundo Kanner, os sintomas do autismo era primário, e por sinal diferentes das inúmeras psicoses infantis, mas devido as pesquisas feitas por Eugene Bleuler onde enfatizava o autismo ligado a esquizofrenia dificultou os diagnósticos feitos por Kanner para distinguir o autismo.
Outros pesquisadores através desse estudo de Kanner, relacionaram o autismo a um déficit cognitivo social, considerando como um distúrbio de desenvolvimento, apresentando assim mais sintomas e não dando conclusão ao autismo. Em 1944 Hans Asperger identificou que o autismo acontecia mais em meninos do que em meninas, e que a falta de socialização deles eram extremamente graves, a empatia, movimentos descoordenados, com seus estudos Asperger nomeou essas crianças como “pequenos professores”, através de seus estudos a Síndrome de Asperger (transtorno espectro autista, antigamente era uma condição relacionada, porém distinta do autismo, não apresentam grandes atrasos no desenvolvimento da fala e não sofrem tanto com comprometimento cognitivo grave, seu desenvolvimento motor é o mais comprometido, muitas vezes não conseguem pegar no lapís.) ganhou seu nome, por estudos feitos sobre o autismo.
Em 1950 surgiram várias hipóteses sobre o autismo, tal qual a falta de carinho dos pais causaria o autismo, a falta do calor maternal onde chamavam de “mãe geladeira”, Bruno Bettelheim psicanalista popularizou o termo, depois disso vários estudos foram feitos. Com isso em 1960 com evidencias foi sugerido que o autismo partia de um transtorno cerebral presente desde a infância, onde aparecia em qualquer pessoa. Ao decorrer do tempo vários estudos foram feitos, alguns prolongam outros excluídos com o tempo. No ano de 1998 o cientista inglês Andrew Wakefield afirmou que algumas vacinas poderiam causar o autismo, esses estudos foram descartados por outros cientistas, e assim Andrew acabou perdendo seu registro de médico.
Segundo Motoan (1997), o autismo é definido pela Organização Mundial de Saúde como um distúrbio do desenvolvimento, sem cura e severamente incapacitante, a sua incidência é de cinco casos em cada 10.000 nascidos, mais frequente em pessoas do sexo masculino, caso adote um critério de classificação rigorosa, e três vezes maior se considerar correlatados, isto é, que necessitem do mesmo tipo de atendimento.
Em 2007, para o conhecimento da sociedade sobre esse transtorno foi criado pela ONU o Dia Mundial da Conscientização do Autismo em 02 de Abril, assim fazendo surgir interesse sobre o transtorno, havendo mais dialogo, mais interação com médicos das áreas e até mesmo mais conhecimento para os próprios autistas.
O manual Diagnostico e Estatístico de transtornos mentais (DSM-V) em sua quinta edição foi lançado em 2013, nele trouxe mudanças importantes, novos diagnósticos e algumas alterações de nomes de doenças que já existiam, foi incorporado um novo termo médico chamado de transtorno do Espectro do Autismo (TEA), considerado como uma forma mais branda do autismo, são diagnosticados com apenas graus de comprometimento, com isso o diagnostico fica mais completo.
2.2. Causas e sintomas
As causas do autismo são desconhecidas, porem cada vez mais estudada, acredita-se que tenha ligação com algumas anormalidades em algumas partes do cérebro, porém nada muito conclusivo, alguns ainda por questões da própria genética ou até mesmo hereditários, há uma combinação de fatores que levam ao autismo. Muitos genes aparecem envolvidos na causa do autismo, alguns tornam a criança mais vulnerável ao transtorno, outros afetam o cérebro e a comunicação entre os neurônios, tem também os fatores externos que contribuem para o transtorno no qual são, a poluição do ar, as complicações durante a gravidez, infecções causadas por vírus, alterações no trato digestório, contaminação por mercúrio.
As crianças em geral dão os primeiros sinais para se preocupar a partir dos 12 meses de vida, alguns fatores para os pais se alertarem são:
- Não responder com sorriso ou expressão de felicidade aos seis meses
- Não imitar sons ou expressões faciais aos nove meses
- Não balbuciar aos 12 meses
- Não gesticular aos 12 meses
- Não dizer nenhuma palavra aos 16 meses
- Não dizer frases compostas de pelo menos duas palavras aos 24 meses
- Perder habilidades sociais e de comunicação em qualquer idade.
O autismo sempre está em constante modificações, assim apresenta uma serie de sintomas e dificuldades que prejudicam no convívio social, na relação de atividades pedagógicas, na comunicação e na afetividade. Essa falta de comunicação afasta eles cada vez mais do convívio social, nisso eles mesmo se isolam. Existem vários sintomas para identificar o autismo, porém nem sempre a criança apresenta todos, alguns exemplos:
- Não faz amigos
- Não participa de jogos interativos
- É retraído
- Pode não responder a contato visual e sorrisos ou evitar o contato visual
- Pode tratar as pessoas como se fossem objetos
- Prefere ficar sozinho, em vez de acompanhado
- Mostra falta de empatia
- Não se assusta com sons altos
- Tem a visão, audição, tato, olfato ou paladar ampliados ou diminuídos
- Pode achar ruídos normais dolorosos e cobrir os ouvidos com as mãos
- Pode evitar contato físico por ser muito estimulante ou opressivo
- Esfrega as superfícies, põe a boca nos objetos ou os lambe
- Parece ter um aumento ou diminuição na resposta à dor
- Não imita as ações dos outros
- Prefere brincadeiras solitárias ou ritualistas
- Não faz brincadeiras de faz de conta ou imaginação
- Acessos de raiva intensos
- Fica preso em um único assunto ou tarefa (perseverança)
- Baixa capacidade de atenção
- Poucos interesses
- É hiperativo ou muito passivo
- Comportamento agressivo com outras pessoas ou consigo
- Necessidade intensa de repetição
- Faz movimentos corporais repetitivos
Os sintomas de um autista caracterizam por apresentar um agrupamento de sintomas que comprometem em três áreas básicas que são, o comportamento, a interação social e a comunicação, porém pode apresentar habilidades motoras, uma memória excelente, facilidade em músicas. Nem sempre estão na sua idade cronológica, alguns se apresentam bem mais adiantados que outros.
Uma crianças dita como “normal”, desde quando nasce responde aos estímulos internos, chora quando sente fome, ou quando sente dor, mas uma criança autista não transmite essa mesma reação, elas tem a ausência do comportamento que representa a dor, o medo, seu desenvolvimento emocional é confuso, as vezes sorriem sem motivos, dificilmente exprimem afeto, emoções, seu paladar é seletivo, não diversifica os alimentos, dependendo não dorme muito bem, são por vezes resistentes ao aprendizado, as vezes age como surdos, são resistentes quando há mudança de rotina. Por não conseguirem ter essa interação social, lesa seus comportamentos e por diversas vezes acaba sendo agressivos e não conseguem falar e expressar o que quer, alguns ainda conseguem esse desenvolvimento de falar, mas não são todos, depende dos casos, dos progressos, o fato de ser tudo muito instável para eles, podem progredir em um dia e em outro regredir.
Uma criança com autismo pode:
- Ter visão, audição, tato, olfato ou paladar excessivamente sensíveis (por exemplo, eles podem se recusar a usar roupas "que dão coceira" e ficam angustiados se são forçados a usar)
- Ter uma alteração emocional anormal quando há alguma mudança na rotina
- Fazer movimentos corporais repetitivos
- Demonstrar apego anormal aos objetos.
- Não poder iniciar ou manter uma conversa social
- Comunicar-se com gestos em vez de palavras
- Desenvolver a linguagem lentamente ou não desenvolvê-la
- Não ajustar a visão para olhar para os objetos que as outras pessoas estão olhando
- Não se referir a si mesmo de forma correta (por exemplo, dizer "você quer água" quando a criança quer dizer "eu quero água")
- Não apontar para chamar a atenção das pessoas para objetos (acontece nos primeiros 14 meses de vida)
- Repetir palavras ou trechos memorizados, como comerciais
- Usar rimas sem sentido
Muitas pessoas perguntam se o autismo tem cura, os estudiosos sobre o autismo afirmam que não tem cura, mas existe o tratamento precoce, intensivo e apropriado com isso melhora muito a perspectiva de crianças com o transtorno. O objetivo desses tratamentos é fazer o possível para que haja habilidades sociais e comunicativas da criança, contribuindo também para o desenvolvimento da aprendizagem, e com isso a redução dos sintomas do autismo, há também várias terapias disponíveis, tais como:
- Terapias de comunicação e comportamento
- Medicamentos
- Terapia ocupacional
- Fisioterapia
- Terapia do discurso/linguagem
Quando adultos, existem casos em que o autista tende a ter melhoras, tanto que alguns se casam, cursam faculdades, ou seja, conseguiram um desenvolvimento satisfatório, porem as características do autismo permanecem durante a vida toda. O autismo não é progressivo, mas a idade e fatores relevantes acabam por piorar ou não o autismo, quando na fase da adolescência as vezes a epilepsia aparecem, não que seja um fato, porém há relatos de tais crises, e com a fase adulta melhora um pouco essas crises. Os maiores fatores de risco para o desenvolvimento do autismo são em meninos como já foi dito, tendo histórico familiar alguma pessoa que já tenha o transtorno facilita o desenvolvimento, é comum alguma criança que tenha o transtorno o pais terem algum problema com convívio social, com a comunicação, crianças com algum problema de saúde especifico (Epilepsia e esclerose tuberosa), são propensas a desenvolver também, pais com uma idade avançada.
Concluímos então que o autismo é um transtorno complexo, apresentando assim uma variedade de sintomas, dificultando seu conceito, apesar de muitos pesquisadores estudarem essa síndrome e ser caracterizado por diversas teorias, hoje em dia vê se que esse conceito foi ampliado e que existem diferentes graus de autismo.
3. AUTISMO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
3.1 Direitos sobre inclusão.
Crianças com autismo tem todo o direito de frequentar o ensino regular, por lei a educação é um direito de todos, para existir a inclusão foram criadas várias leis para permitir o ingressar desses alunos no ensino regular dentre elas temos:
LDB (Lei de diretrizes e Base da Educação Nacional), Art. 59°, preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender às suas necessidades; assegura a terminalidade específica àqueles que não atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental em virtude de suas deficiências e; a aceleração de estudos aos superdotados para conclusão do programa escolar. Também define, dentre as normas para a organização da educação básica, a “possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado” (art. 24, inciso V) e “(…) oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames” (art. 37). Em seu trecho mais controverso (art. 58 e seguintes), diz que “o atendimento educacional especializado será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular”.
Constituição da República Federativa do Brasil, estabelece “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (art.3º inciso IV). Define, ainda, no artigo 205, a educação como um direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. No artigo 206, inciso I, estabelece a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola” como um dos princípios para o ensino e garante, como dever do Estado, a oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208).
Lei nº 7.853/89 - Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência e sua integração social. Define como crime recusar, suspender, adiar, cancelar ou extinguir a matrícula de um estudante por causa de sua deficiência, em qualquer curso ou nível de ensino, seja ele público ou privado. A pena para o infrator pode variar de um a quatro anos de prisão, mais multa.
Lei nº 12.764/90 - Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3º do art. 98 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990.
Plano Nacional de Educação (PNE) - Projeto de lei ainda em tramitação. A Meta 4 pretende “Universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino.”. Dentre as estratégias, está garantir repasses duplos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) a estudantes incluídos; implantar mais salas de recursos multifuncionais; fomentar a formação de professores de AEE; ampliar a oferta do AEE; manter e aprofundar o programa nacional de acessibilidade nas escolas públicas; promover a articulação entre o ensino regular e o AEE; acompanhar e monitorar o acesso à escola de quem recebe o benefício de prestação continuada.
Dentre vários outros, vemos então o quão todos tem os direitos e que caso haja algum empecilho para não conseguir ingressar no ensino regular devemos saber todos os direitos sobre inclusão.
3.2 Educação Infantil
O autismo vem sendo muito comentado na educação infantil, cada vez mais crianças vem ingressando nas escolas regulares com essa síndrome, como uma criança autismo apresenta dificuldade na interação social é bem mais difícil interagir com os outros alunos, vê se que sua dificuldade comportamental, o não verbal, prejudica cada vez mais seu desenvolvimento.
O autista tem alguns hábitos como, não ter o contato visual, não apontador o dedo para alguns objetos, não reage ao ouvir seu nome, prefere manter os objetos no mesmo lugar, gostar de seguir uma mesmo rotina, as vezes agressivos por não conseguirem se comunicar, tudo isso pode vir a atrapalhar cada vez mais em seu aprendizado.
Pode ser observado pelo professor, o interesse dele pelo o rodar do ventilador, o apresso dele por usar apenas uma cor, gosta de ficar rodando dentro da sala de aula, faz movimentos com as mãos, as vezes ficam pulando, é ai que o professor precisa intervir e ajudá-lo a dar continuidade as suas atividades em sala de aula.
[...] a escola não pode continuar ignorando o que acontece ao seu redor nem anulando e marginalizando as diferenças nos processos pelos quais forma e instrui os alunos. E muitos menos desconhecer que aprender implica ser capaz de expressar, dos mais variados modos, o que sabemos, implica representar o mundo a partir de nossas origens de nossos valores e sentimentos. (MONTOAN, 2003, p. 12).
Percebemos o quão as escolas dividem os “normais” e os “anormais”, escolas especiais e regulares, temos que ter professores informados para que não façamos esse tipo de divisão, para isso seria ter uma classe com menos crianças e com um professor para auxiliar não podemos ser hipócritas e esperar que o professor saiba o problemas de todos, mas com ajuda da escola, de psicólogos, psicopedagogos etc, podemos cada vez mais ajuda-los no decorrer do dia a dia. Isso seria necessário para que possamos fazer a diferença na vida dessas crianças, e não deixar eles aprender apenas com as experiências vivenciadas, buscando maneiras para melhorar seu aprendizado.
O primeiro ano na rede de ensino regular para um autista é complexo, tanto para ele quanto para o professor, para isso a melhor maneira é o professor já se preparar para recebe-lo, pesquisar, estudar seu comportamento, para assim ver as melhores maneiras dele aprender, com a convivência o professor passa a conhecer seu aluno, caso apenas o professor suspeite que o aluno seja autista o melhor é analisar o seu ritmo, se tem alguns sintomas, quais características (se olha nos olhos, se faz movimentos com as mãos, se chega a ser agressivo ou não), ver seu desenvolvimento em atividades físicas, sociais, afetivas, linguísticas, caso perceber algo o melhor é conversar com um psicólogo da escola, para que assim possa ser feito uma análise mais aprofundada, até porque é complexo detectar o transtorno da criança, principalmente o autismo.
Existem alguns critérios para diagnosticar um autista, porem apresentam controvérsia, o diagnostico deve ser cauteloso, é necessário uma conversa com os pais, familiares, fazer exames específicos, diagnósticos são obtidos pelas clinicas e pelos diálogos obtidos pelo familiares que aliás convivem com eles a mais tempo e por mais horas.
O CID-10 (Código Nacional de Doença) e o DSM-IV (Manual Diagnostico e Estatístico de Transtornos Mentais), ambos buscam diagnosticar o autismo, são definições semelhantes e são utilizados no Brasil como critério oficial para o diagnóstico.
Quando diagnosticada a escola ter uma certa dificuldade para aceitar e receber essa criança ou qualquer outra com algum tipo de deficiência, até porque crianças de educação infantil exigem mais atenção do professor, questiona-se que com uma inclusão atrapalhara o desenvolvimento dos demais, por isso é necessário o conhecimento do professor e da escola, para que juntos possam ajuda-los dentro de sala de aula.
Cada vez mais temos que ter a plena consciência de como é importante incluir um autista na rede regular, tanto para sua socializar quanto para que as outras crianças possam vivenciar a diferença entre as pessoas, o autista incluso desenvolve suas habilidades, sua interação social.
4. MÉTODOS TEACCH E BEA
4.1 Método TEACCH
TEACCH (Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits Relacionados à Comunicação), instituído no ano de 1964 é um projeto desenvolvido para atender os autistas e qualquer tipo de distúrbio no desenvolvimento, o foco do método é atender suas necessidades diárias e melhorar a qualidade de vida dos autistas.
O método TEACCH utiliza uma avaliação denominada PEP-R (Perfil Psicoeducacional Revisado) para avaliar as crianças e determinar seus pontos fortes e de maior interesse, e suas dificuldades, e, a partir desses pontos, montar um programa individualizados. O TEACCH se baseia na adaptação do ambiente para facilitar a compreensão da criança em relação a seu local de trabalho e ao que se espera dele. Por meio da organização do ambiente e das tarefas de cada aluno, o TEACCH visa o desenvolvimento da independência do aluno de forma que ele precise do professor para o aprendizado de atividades novas, mas possibilitando-lhe ocupar grande parte de seu tempo de forma independente. (MONTE,2004. p. 9)
Podemos ver que através desse método cria-se formas de adaptações no ambiente em que ele convive, mesmo tendo que avaliar cada autista de modo individual, pois podem apresentar o mesmo diagnostico, porém diferentes do
Segundo Rodrigues o autista tem melhor percepção visual do que percepção auditiva durante estimulações, responde melhor em ambientes organizados, em lugares bem estruturados.
Esse método auxilia também aos pais e responsáveis pela criança, auxiliando nas necessidades e nos atendimentos a eles, os familiares sempre terão que estar presentes nesses processos, ajudar o autista com a organização dentro de casa para que eles possam se sentir mais confiantes, mais seguras, se for necessário mudanças, em casa, na escola, ou em algum ambiente frequentado por ele, é necessário que essas mudanças sejam lentas, para que ele não sinta de forma trágica tal mudança.
4.2. ABA
O método, ABA tem por objetivo modificar o comportamento de um autista sendo aplicado em crianças e assim tendo excelentes resultados, esse método ABA (Análise Comportamental Aplicada), vem da teoria Behaviorista onde se analise, se observa e se explica a relação entre o meio, o comportamento e aprendizagem, esse método realiza um trabalho de interação no meio social, por ser uma dificuldade que os autistas tem, é elaborado um planejamento adequado em que envolva todos os lugares que a criança convive, Segundo Mello (2001), o método ABA, é um tratamento comportamental indutivo, ou seja que se constrói por etapas, diretamente com as crianças e trazendo novas habilidades não trabalhadas, essas habilidades são construídas individualmente.
É seguido um conjunto de instruções, tendo como objetivo trabalhar os comportamentos considerados adequados e funcionais, para chegar a uma conclusão se o tratamento está tendo bons resultados é extremamente necessário, exames constantes e observações, tendo que ter registro rigorosos, haver coleta de dados e assim chegar a resultados positivos com essa criança, esse método deve ser aplicado por profissionais da área de análise comportamental com experiência supervisionada.
Segundo MELLO, a principal crítica desses dois métodos é a forma robotizada de ambos, por ter uma ideia de interferir precocemente o máximo possível, fazendo a criança se desenvolver de forma independentemente o mais cedo possível, além disso a autora relata o quão caro seria esse tratamento.
CONCLUSÃO
Concluímos então que a inclusão não basta apenas incluir, colocar dentro de uma sala de ensino regular e deixar, e sim ter conhecimentos com a “diferença” dessa criança, estarem aptos há recebe-lo, é um trabalho ardo no qual requer que todos lutem para resultados positivos, vimos como é complicado incluir um autista pelo fato de não se socializar, por haver agressões, e várias outras dificuldades vistas aqui.
São necessários materiais para que facilite o trabalho do professor, para que ele consiga dinamizar suas aulas e fazer o possível para que esse aluno seja incluído e chamado a atenção para tal atividade, vemos também que a maioria dos professores não estão preparados para receber um autista em sala, sozinho não se faz um bom trabalho é necessário um trabalho em equipe, junto a escola, á especialista, a família para assim obtermos resultados produtivos, importante o incentivo para eles, tanto vindo do professor quanto da família sempre haver o incentivo.
Para os pais é preciso a convivência deles com outras crianças, frequentar locais públicos onde há um número grande de pessoas, deixar que ele mesmo dê um passo de cada vez, quando for vesti-lo um exemplo uma camiseta passe os braços, e deixe que ele puxe a cabeça, colocar uma calça, veste apenas uma perna e deixe que ele termine, fazendo assim com o passar dos dias ele entenderá que terá que se vestir e assim começará a fazer.
REFERÊNCIAS
BRASIL, MEC. Política Nacional de Educação e Perspectiva Inclusiva, Brasília, 2008.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, 1996.
BRASIL. Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3o do art. 98 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Brasília, 2012
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 1988.
BRASIL. Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009. Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007.Brasília, 2009.
FREITAS, Soraia Napoleão. “A formação de professores na educação inclusiva: construindo a base de todo o processo”. In: RODRIGUES, David (org). Inclusão e Educação: doze olhares sobre a educação inclusiva. São Paulo: Summs, 2006, pp. 162-179.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. A integração de pessoas com deficiência. São Paulo: Memnon, 1997.
MELLO, Ana Maria S. Ros. Autismo: guia prático. 2º ed. São Paulo, Corde 2001.
[1] Graduação em Pedagogia Especialização em Educação Especial e Inclusiva, pela Faculdade de Educação São Luís de Jaboticabal/SP. E-mail do autor: jackgbbs2@yahoo.com.br Orientadora: Luciane Mialich Scadelai.