AMBIENTE, CURRICULO ADAPTADO E INCLUSÃO ESCOLAR

 Tânia Mara de Souza Sampaio

 

Uma das maiores razões para o insucesso está nas dificuldades de construções de ambientes educativos com características peculiares e estruturas adaptadas que visem a qualidade na aprendizagem e convivência.

A inclusão existe em ambientes e não em espaços, sendo importante que a família, os alunos e a unidade escolar avaliem a adaptabilidade, tornando uma realidade mais próxima que vise a necessidade do educando .

Segundo a Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, vigora no Art. 2o  

I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida;

Além de adaptações nos espaços e recursos físicos, devemos modificar a nossa postura em relação aos posicionamentos críticos e repensar o sentido que se está atribuindo à Educação, além de atualizar nossas concepções e resignificar o processo de construção de todo indivíduo, compreendendo a complexidade, amplitude que envolve essa temática e proporcionar ambientes com aprendizagem rica.

A inclusão seria uma oportunidade que se tem para reverter a situação da maioria de nossas escolas, as quais atribuem aos alunos as deficiências que são do próprio ensino ministrado por elas, de modo que os alunos não sejam penalizados pela repetência, a evasão, a discriminação, a exclusão. (MARTINS, 1997). A Educação inclusiva é marcada pelo fracasso e pela evasão de uma parte significativa dos seus alunos, que são marginalizados pelo insucesso e privações constantes e pela baixa autoestima resultante da exclusão escolar e social. Alunos que são vítimas de seus pais, de seus professores e, sobretudo, por viverem em condições de pobreza em todos os seus sentidos.

Sabe-se que inclusão é um desafio nas escolas, fora delas e que estes desafios são necessários a fim de que se possa avançar. É fácil receber os alunos que aprendem e é mais fácil ainda encaminhar os que têm dificuldades de aprendizagem para as classes e escolas especiais, sendo ou não deficientes aos programas de reforço e aceleração. Por meio dessas válvulas de escape continuar-se-á a discriminar os alunos que não se consegue ensinar. Está-se habituado a repassar os problemas para outros colegas, os “especializados” e, assim, não recai sobre os ombros o peso das limitações profissionais.

A Lei nº 9.394/96, em seu capítulo voltado à Educação Especial, busca o apoio legal para a formação de uma sociedade justa, sem preconceito, discriminação, em que todos, indistintamente, tenham direito à Educação de qualidade e à cidadania.

A aprendizagem escolar é vinculada ao currículo e o currículo é construído a partir do Projeto Político pedagógico da unidade escolar.

O Projeto Político Pedagógico deve ser o ponto de referência que define a prática escolar, favorece a diversificação e flexibilização do processo ensino aprendizagem que atenta às diferenças individuais de cada educando.

No currículo deve estar presente atitudes que contribuam para a construção de conhecimento, identidade e intercâmbio de experiências que permite conhecer as diferenças individuais de cada aluno.

O Currículo é uma ferramenta com utilidade que pode ter alterações maiores ou menores em busca de beneficiar o desenvolvimento, social e pessoal dos educandos.

As medidas adaptativas curriculares promovem uma maior eficácia na educação para todos e fazem-se ainda necessárias.

Adequação curricular de maneira dinâmica é um elemento da educação, flexibiliza a pratica em prol de atender à todos e propicia  o progresso das diferenças e possibilidades individuais.

A escola é definida como um ambiente de desafios e aprendizagens e deve estar preparada para adaptar os alunos de maneira geral inclusiva.

A inclusão impulsiona a qualidade de aprendizagem e nos leva às possíveis barreiras impostas para a busca de soluções coletivas.

A Educação inclusiva consegue educar todos os indivíduos inseridos em um mesmo contexto escolar, e faz as diferenças serem olhadas como oportunidade  de convivência, diversidade e não problemas.

Segundo Martins, 2001, p.28

inclusão escolar de educandos com necessidades especiais é um fenômeno que ganha forças nos dias atuais . Apesar de já ser uma realidade em alguns países e expressar um processo de desenvolvimento educacional, ainda enfrenta muitas barreiras em nosso país, principalmente em decorrência da desinformação e do preconceito. Tais barreiras serão vencidas com persistência e participação de toda a sociedade.

A inclusão na escola direciona a um processo de amadurecimento com exigência de tempo, experiências e vivências que geram uma questão de valor  e responsabilidade social.

A escola inclusiva é aquela que abre espaços para todos, adequando-se às necessidades de cada um. O caminho para a inclusão tem sido demorado e nem sempre conseguido

Segundo a Declaração de Salamanca “A preparação adequada de todo pessoal da educação constitui um fator-chave na promoção do progresso em direção às escolas inclusivas”.

Para que haja de fato a inclusão escolar é preciso mudanças muito adentro nas concepções, nas práticas educativas e nas organizações de ensino regular que contribuem em prol de uma escola justa e acolhedora frente às diferenças individuais dos seus alunos.

Conclui-se que a educação escolar inclusiva é um desafio que para ser efetivada faz-se necessário considerar que cada educando têm direito de acesso ao conhecimento, à acessibilidade, bem como ao Atendimento Educacional Especializado, cabe a unidade escola abrir espaços para todos, realizar adaptações no currículo, reconhecer e valorizar as diferenças, diferenças essas que ajudam a traçar metas para fazer uma nova escola, voltada para a cidadania livre de preconceitos.

 

Referências bibliográficas

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MANTOAN, Maria Tereza Eglér. Inclusão Escolar, O que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna, 2003

 

MANTOAN, Maria Terez Eglér; PRIETO, Rosangela; ARANTES, Valéria Amorim. Inclusão escolar: Pontos e Contrapontos. 2 ed. São Paulo: SUMMUS, 2006.

 

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http://webartigos.com/artigos/gestao-educacional-e-inclusao-em-uma-proposta-no-ambiente-escolar/141669