A MORTE: POR QUE TEMER?

Professor Me. Ciro José Toaldo

 

Vivemos em meio a uma cultura que nos levou a ver o fim (morte), como a pior e mais cruel ação humana. Falar dela ou saber que alguém está neste estágio terminal é aterrorizante!

A dimensão da morte pode ser comparada com a questão da aposentadoria do trabalho, pois, são poucas as criaturas que se preparam para usufruir deste maravilhoso período da existência. Ocorre que a maioria ao obter este privilégio, acaba trancafiando-se em suas casas, sentada em seus sofás em frente da televisão e destinam-se a esperar o seu derradeiro fim. Infelizmente, vivenciei tal sina, dentro da própria família, este é assunto para outro momento.

No contexto desta reflexão, na semana passada, recebi uma mensagem com a seguinte afirmativa: “A morte é um dia que vale a pena ser vivido”! Não havia entendido, mas busquei na internet informações e encontrei esse endereço: https://www.youtube.com/watch?v=ep354ZXKBEs e nele soube que se tratava da médica de nome Ana Claudia Quintana Arantes com larga experiência na rede pública e atende casos de doentes na fase terminal. Recomendo que conheçam essa grande profissional que destaca a importância da espiritualidade no momento da finitude da vida. A médica também argumenta ser o tema da morte, um enorme tabu, além de ter enfrentado inúmeras dificuldades para poder convencer as autoridades, os colegas e muitos pacientes que deveriam lutar e ser entusiastas, mesmo quando não há chance da cura.

Essa médica aborda a respeito da finitude, mas sob um ângulo surpreendente, pois afirma que deveria nos assustar não é a morte em si, mas a possibilidade de chegarmos ao fim da vida sem aproveitá-la, de não usarmos nosso tempo da maneira como gostaríamos!

Portanto, deveríamos reverter o que a maioria pensa e rever a nossa própria existência, e buscar oferecer as pessoas ao nosso redor à oportunidade de viver bem até o dia de sua partida. Em vez de medo e angústia, devemos aceitar nossa essência para que o fim seja apenas o terminal material de uma caminhada que irá continuar em outra dimensão, assim sendo, a morte é uma transformação e não um ponto final, não é o fim, pois neste momento ocorre a desencarnação que é a separação do espírito de seu corpo físico.

Nesta perspectiva: devemos temer a morte? Ou deveríamos ter a dimensão da importância de preparar-se para ter este momento da morte (desencarnação) para ser tranquilo?

Uma questão é certa: devemos saber aproveitar a nossa existência para evoluir, compreendendo que o espírito continua vivo após a morte, ou seja, a morte afeta apenas o corpo, e o espírito continuará sua trajetória baseada nas suas realizações na Terra. 

Assistindo vídeos com palestras da médica Ana Claudia, fica claro: a medicina ganha uma dimensão especial, quando exercida por profissionais que amam a sua atividade, levam seus pacientes a compreender o quanto é importante estar preparado para o momento do desencarne do corpo.    

Chico Xavier deixou uma colocação importante a respeito deste assunto: “Na vida, não vale tanto o que possuímos e, acima de tudo, importante é o que fazemos de nós”.