A MARIOLOGIA DO VATIXCANO II NO PONTIFICADO DO PAPA FRANCISCO

 

Dr. Andressa dos Santos Messiano

CPF 219.297.658-51

 

 

INTRODUÇÃO 

A Mariologia da Igreja Católica é o estudo sistemático da pessoa de Maria, mãe de Jesus, e do seu lugar na economia da salvação, dentro de teologia católica.

Santos (2015) dita que quando se indica a mariologia do Vaticano estando esse ligado a um referido pontificado, tal qual o pontificado do Papa Francisco, denomina-se a Mariologia como sendo dos papas, a qual pode ser descrita como sendo a o estudo teológico da influência que os papas detiveram, ou detém, sobre o desenvolvimento, formulação e transformação de doutrinas e devoções relacionadas com a Virgem Maria da Igreja Católica Romana.

Nesse segmento temático Moura (2016) relata que o desenvolvimento da Mariologia, ao longo dos séculos, foi influenciado por uma série de fatores, entre os quais as diretrizes e/ ou cartas papais, as quais representaram, frequentemente, marcos importantes nessa. Exemplos de influências papais junto a Mariologia incluem os novos dias festivos de Maria, orações, aceitação de novas congregações marianas, indulgências, suporte para aparições marianas (por exemplo, Lourdes e Fátima) e declaração de dogmas marianos.

Sob tal foco Souza (2014) lembra que, ao longo dos séculos, a Mariologia da Igreja Católica Romana vem sendo essa moldada através da ação de teólogos que se baseiam não só na Escritura e na tradição, como também no sensus fidelium e nas cartas papais, definindo assim os dogmas marianos, espalhando doutrinas e incentivando a devoções dessa dentro da Igreja Católica.

Nesse ponto é interessante destacar que a Mariologia da Igreja Católica Romana, por se basear no sensus fidelium acabou por ganhar mais “força” no segundo Concílio Vaticano (também denominado Vaticano II), o qual cedeu maior “abertura” ao relacionamento próximo entre a Igreja e o mundo moderno, o que deu um melhor dialogo a cerca da Fé a todos.

O Vaticano II foi o vigésimo primeiro conselho ecumênico da Igreja Católica Romana e o segundo a ser realizado na Basílica de São Pedro no Vaticano. O Conselho, através da Santa Sé, abriu formalmente sob o pontificado do Papa João XXIII, em 11 de Outubro 1962, e fechou sob o pontificado do Papa Paulo VI, em 08 de dezembro de 1965. Várias alterações resultaram do Conselho, incluindo a renovação da vida consagrada esforços ecumênicos para o diálogo com outras religiões e a vocação universal à santidade, que de acordo com o Papa Bento XVI, a mensagem mais importante e essencial do Vaticano II é o mistério pascal como o centro do que é ser cristão e, portanto, da vida cristã, o ano cristão, as estações cristãs. Outras mudanças que seguiram desses incluem o uso generalizado de vernáculo, a revisão das orações eucarísticas, a abreviatura do calendário litúrgico, a capacidade de celebrar a Missa de frente para a congregação ou de frente para a Cruz e as mudanças estéticas modernas tal qual o uso de música litúrgica católica contemporânea e arte nas Missas (SOUZA, 2014. Pg. 21).

Nesse contexto Dogness (2015) dita ser interessante ressaltar que desde o Vaticano I uma série de Papas se pronunciaram em temas marianos, sendo essa uma parte fundamental de seu papado, onde, por exemplo, Pio XII invocou o primeiro e único caso de infalibilidade papal a fim de estabelecer um dogma mariano e cedeu a encíclica papel Mystici corporis Christi, Leão XIII emitiu um registro onze encíclicas sobre o rosário e João Paulo II dispôs a encíclica papal Redemptoris Mater.

Em tempos mais “modernos” o Papa Francisco, se valendo dos indicativos do Vaticano II, ao realizar visita a Coréa, no Dia da Juventude Asiática, promulgando nesse uma solene celebração da Assunção de Maria, corpo e alma, para a glória do céu, em sua homilia, convidou o público coreano a melhor dialogar sua Fé, contemplando Maria, entronizada em glória ao lado de seu Filho divino, como “Mãe da Igreja”, indicando que os Católicos deveriam, por meio de orações a Maria, suplicar ajuda a ser manterem fieis à liberdade real que os foi cedida no dia de seu Batismo.

Diante do supradescrito surge a questão: “Como o Papa Francisco entende e expressa a Mariologia dentro no segundo Concílio Vaticano?”.

Desse modo, o presente estudo tem por objetivo ceder revisão bibliográfica, concisa, a cerca de como opera a Mariologia no segundo Concílio Vaticano, elucidando como essa é entendida e expressada junto ao pontificado do Papa Francisco, ato que o torna o estudo pertinente a pesquisadores, estudantes, profissionais da área e interessados no tema.

DESENVOLVIMENTO

No seu primeiro dia como Sumo Pontífice, o Papa Francisco humildemente se dispôs a ir a Basílica de Santa Maria Maior, a maior igreja mariana em Roma, a fim de pedir orientação a Nossa Senhora, Santíssima Virgem, o que, a muitos Cristãos, pareceu impressionante.

Nesse sentido é interessante destacar que, atualmente, a veneração de Maria como Mãe da Igreja, é o aspecto mais mal compreendido do catolicismo, onde tanto cristãos não Católicos como incrédulos, imaginam que os Católicos adoram Maria como um Deus, sendo que os cristãos não Católicos pensam que a adoração a Maria é uma forma de idolatria e os incrédulos se dizem convencidos que a adoração a Maria é a prova de que o catolicismo nada mais é do que uma crença pagã. Nesse contexto Mariano é interessante destacar que, embora não seja necessário que a salvação dos homens advenha da devoção a Maria, Santíssima Virgem, tal devoção é um dos aspectos mais antigos do cristianismo, sendo que o próprio Jesus Cristo venerou sua Mãe, sendo seu povo chamado a imitá-lo por Paulo em sua primeira carta aos Coríntios.

Sob tal temática Santos (2015) lembra que, na história humana, toda vez que a Igreja Católica se torna mais ortodoxa e forte, a Mariologia, em especial dos Papas, se mostra mais evidenciada e aceita na Igreja.

No que tange a Mariologia dos papas é vital, hoje, destacar o papel do Papa Francisco, sendo imprescindível iniciar o preâmbulo Mariano desse relatando sua visita à Coréia, em 13 de Agosto de 2014, a qual, dentre outros objetivos buscou por aproximar dos fieis e as religiões a Igreja Católica Romana a fim de crescer, unificar e multiplicar a Fé pelo mundo, ato esse que é “base”, fundamental, do Vaticano II (CASTRO, 2015).

Vasco (2015), a fim de enriquecer os indicados acima de Castro (2015), lembra que a Ásia é uma das regiões mais promissoras do mundo para a ascensão da Igreja Católica Romana, sendo essa uma das principais razões que levou Papa Francisco a dispor desejos em visitar países asiáticos os quais também seguem, inevitavelmente, relacionados à China, onde existe um desafio diplomático, entre o Vaticano e o governo Chinês, a “abrir” fronteiras ao Catolicismo, ato esse que, inclusive, levou referido Papa a, durante sua visita, reforçar, extensivamente, o tema “diálogo” e o indicativo de que os Cristãos da Igreja Romana, de modo algum, buscam por “invadir” as pessoas e/ ou suas nações e sim trazer mensagens de Fé a todos.

Ainda segundo Vasco (2015), deixando de lado as considerações geopolíticas de tal posicionamento papal, é interessante dar ênfase a ocorrência de apontamentos espirituais muito “fortes” a cerca dos entendimentos e expressões do Papa quanto a Mariologia na Igreja Católica Romana, os quais se fizeram ecoar, por todo o mundo, no decorrer de tal visita. O Papa Francisco, em sua homilia, na solene celebração da Assunção de Maria, corpo e alma para a glória do céu, na Coréia:1 Coríntios 12). O Papa Francisco, por outro lado, tem uma maneira “maternal” de indicar como se conseguir esse relacionamento bom/ correto.