1. 1.      Introdução

 Ao introduzirmos este tema sobre a Guerra civil na América do norte também chamada de Guerra da Secessão, foi um conflito armado que envolveu os estados membros da federação estado-unidenses em dois lados opostos, os estados nortistas ou unionistas e os estados sulistas ou confederados, entre 1861 a 1865. Assim como a Revolução Americana ou a Independência das 13 Colónias essa Guerra constitui um dos eventos mais marcantes na formação dos Estados Unidos e simboliza um marco definitivo da passagem do colonialismo para modernidade industrial.

  1. 2.      Objectivos

2.1. Objectivo geral

  • Compreender os efeitos da Guerra Civil dos Estados Unidos da América

2.2. Objectivos específicos

  • Identificar os antecedentes da guerra civil na América do norte
  • Explicar quais foram as causas da guerra civil na América do norte;
  • Descrever as consequências da guerra civil na América do norte
  1. 3.      Metodologia
  • Foi possível a elaboração deste trabalho através da revisão bibliográfica, internet e análise de ideias referentes a autores que abordam sobre este tema.

 

  1. A GUERRA CIVIL DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA 1861-1865

4.1. Antecedentes

  • No Sul desenvolveram-se grandes fazendas monoculturas, que utilizavam trabalho escravo, essa economia era essencialmente agro-exportadora e dependente;
  • Ao Norte desenvolveu-se uma sociedade e economia mais diversificada e urbana. No campo predominavam pequenas e médias propriedades, que utilizavam trabalho familiar e assalariado. Suas cidades desenvolveram-se rapidamente, com o comércio e com uma indústria crescente, contribuiu também para esse desenvolvimento o fluxo constante de imigrantes europeus que vinham tentar a sorte no Novo Mundo, chegando a portos como Boston e Nova York.
  • A Constituição de 1787, federativa e com seus artigos de ampla interpretação, permitiu que esses dois modelos tão diferentes convivessem por décadas no mesmo país, também arranjos políticos temporários garantiram essa convivência por mais algum tempo.

4.2. As Causas da Guerra Civil dos Estados Unidos da América

No entanto, a partir de meados do século XIX novos problemas agravaram as relações na Federação, somando-se a outros pré-existentes:

 

4.2.1.      Causas económicas

  • A Revolução Industrial atingia os Estados do Norte, o que gerou novas necessidades e o desejo de uma nova ordem administrativa da nação.
  • Questões tarifárias, distribuição de recursos e emissão de papel-moeda tornavam a convivência entre os Estados extremamente difícil, o Norte defendia leis e medidas de âmbito federal, enquanto o Sul desejava maior autonomia estadual nesses assuntos.
  • Norte tendia ao proteccionismo alfandegário e o Sul ao livre-câmbio. Mas nenhum outro problema era mais grave do que a escravidão, os Estados nortistas eram, de maneira geral, abolicionistas (em especial aqueles da Nova Inglaterra) já os sulistas defendiam com veemência o direito à escravidão e ao seu modo de vida.

 

 

 

 

 

4.2.2.      Causas políticas

  • A expansão para o Oeste e a formação de novos Estados exacerbou essa crise política, tributária e social entre Norte e Sul.
  • A lei Kansas-Nebraska veio tentar resolver a questão dos novos Estados, deixando aos habitantes do Estado a escolha do modelo a seguir, no entanto, a lei causou mais conflitos e cisões políticas.
  • Partido Republicano surgiu nesse momento de tensões crescentes, com franca orientação abolicionista e nortista. Cresceu rapidamente e ganhou muitos representantes na Câmara e no Senado Federal.
  • O Partido Democrata, uma força nacional, chegou dividido nas eleições de 1860, ao invés de um candidato entrou com dois na corrida presidencial.
  1. A Guerra Civil dos Estados Unidos da América

De 1861 a 1865, os Estados Unidos viram-se envolvidos numa angustiante guerra civil, o conflito teve início a 12 de Abril de 1861 através de acções militares do Sul quando as forças confederadas atacaram o Fort Sumter e um posto militar americano na carolina do sul de inicio, a vantagem esteve do lado dos Confederados porque eram mais versados nas tácticas militares. O ponto de viragem da guerra foi o decreto de Abraham Lincoln segundo a qual lotes de terra do Oeste seriam dados aqueles que estivessem prontos a trabalhar para eles a lei das quintas e todos os escravos pertencentes aos rebeldes do Sul teriam a liberdade a partir de 1 de Janeiro de 1863. Estas leis tiveram grande significado revolucionário e atraíram muitos recrutas para o exército do Norte, (BARNEY, 1990).

Segundo VILHENA (s/d, p. 2), Considerada a primeira guerra moderna da história, pois utilizou pela primeira vez táctica, arma e novos meios de destruição, como a utilização em larga escala das ferrovias, no transporte de tropas e suprimentos.

 

  • A introdução e o uso comum de armas de repetição;
  • As trincheiras que foram usadas muitas vezes;
  • Os aeróstatos surgiram no horizonte do campo de batalha;
  • Os navios blindados, os submarinos, as minas e os torpedos chegaram a ser usados em violentas batalhas navais;

A Guerra de civil colocou em confronto dois mundos: o industrial moderno, representado pelos Estados do Norte, e o arcaico modelo agro-exportadora mantido pelos sulistas.

Para EISENGERG, foi a primeira guerra a aplicar o conceito da Guerra Total, no qual todos os recursos da nação são usados para alcançar a vitória e até a população civil tornava-se alvo prioritário de um exército, o transcorrer do conflito morreram mais estado-unidenses, mais do que os mortos dos Estados Unidos somados nas duas guerras mundiais, na guerra da Coreia e na guerra do Vietnã, Como demonstra o seguinte:

“Os yankees, os nortistas, tinham claras vantagens numéricas, população de mais de vinte milhões quase 90% da indústria, das ferrovias e da fabricação de armas da nação, maior parte do dinheiro em circulação e os trabalhadores mais qualificados. Também foi importante o controle de praticamente toda a esquadra de guerra, que era baseada em portos nortistas. O Sul, não estava sem condição de resistir, pelo contrário, possuía as melhores tropas e melhores oficiais, a maioria das altas patentes do exército antes de secessão eram sulistas. Além disso, os confederados lutavam em seu próprio território, os sulistas lutaram para manter sua Confederação, já os yankees ou unionistas lutavam para acabar com o que considerava ser uma rebelião e restaurar a União. Desta forma os federados ou unionistas partiram para o ataque, mas foram vencidos”, (Eisengerg, apud. VILHENA, s/d, p. 3).

 

Faltavam as tropas da União e aos seus oficiais brilhantismo e eficiência o que sobrava nas tropas confederadas ou rebeldes no entanto, o enorme peso das reservas nortistas, sua capacidade industrial e o bloqueio sobre os estados confederados foram decisivos em longo prazo para a vitória da campanha unionista.

“Na frente diplomáticas, os embaixadores dos Estados Unidos anularam as tentativas de reconhecimento da Confederação junto aos governos europeus e impediram que esses mesmos governos apoiassem a causa confederada. Mas nenhuma campanha diplomática se comparou a iniciativa do presidente A. Lincoln quando em 1º de Janeiro de 1863, pelo Ato de Emancipação, libertou os escravos nos Estados Unidos da América a lei definitiva só viria em Dezembro de 1865, quando o Congresso proibiu oficialmente a escravidão nos Estados Unidos através da 13ª Emenda Constitucional. A medida teve pouco ou nenhuma acção prática no Sul que permanecia em guerra, mas transformou a Guerra Civil numa campanha civilizadora e humanista, não mais a guerra do Norte contra o Sul, mas a Guerra contra a escravidão e pela liberdade”, (VILHENA S/d, p. 2).

 

Percebendo a necessidade de uma vitória decisiva contra as forças da União, o General Robert E. Lee, Comandante em Chefe dos confederados, iniciou uma campanha de ataque ao Norte, que chegou ao clímax na Batalha de Gettysburg, durante três dias os exércitos sulistas e nortistas bateram-se nos campos ensolarados próximos a cidade de Gettysburg, terminando com a vitória das tropas da União. A derrota do General Lee, marcou o fim de qualquer nova iniciativa do Sul Confederado, (HAMBY, 2011, p.158).

˝As vitórias dos yankees (unionistas) na Campanha do Mississípi alçou a figura do General Ulysses S. Grant ao Comando em Chefe das forças unionistas, sua estratégia foi manter pressão ininterrupta sobre os rebeldes sulistas, mesmo com um alto custo em vidas tanto da União quanto dos confederados, Grant poderia repor suas perdas, os confederados não. Um dos principais generais de Grant foi William T. Sherman, que iniciou uma campanha de muito sucesso, partindo do Mississípi em direcção ao Oceano Atlântico, devastando o Coração da Confederação, (VILHENA s/d, p. 3).

 

Desta forma tornou-se uma questão de tempo a capitulação incondicional dos confederados, em 09 de Abril de 1865, em Appomattox, O General Lee rendeu-se. A partir dessa rendição os demais generais e líderes sulistas capitularam progressivamente. Chegava ao fim a Guerra de custos astronómicos, que ceifou a vida de centenas de milhares de homens e que deixaria marcas profundas nas gerações posteriores somente em 28 de Julho de 1865, com a rendição das últimas tropas remanescente da confederação marcava o término da guerra civil na América do norte.

5.1.Consequências da Guerra Civil dos Estados Unidos da América

  • O Sul confederado foi ocupado por tropas da União e os governos estaduais passaram a ser dirigidos por interventores federais, quase sempre oficiais da União;
  • O plano de reconstrução do Sul nunca chegou a ser viabilizado, ao contrário, muitas vezes ocorreu a exploração de famílias sulistas, que se encontravam em situação calamitosa, por parte de capitalistas do Norte;
  • Os negros, ex-escravos, ganharam a liberdade e obtiveram direitos iguais aos brancos, além de conseguirem a igualdade de direito eleitoral;
  • O terrorismo contra as comunidades e líderes negros tornou-se comum no Sul, grupos como os Cavaleiros da Camélia Branca e a Ku Klux Klan praticavam actos de vandalismo e assassinatos;
  • O presidente Abraham Lincoln líder da Federação durante todo o conflito e que nunca abandonou o propósito de restabelecer a União, não pode concretizar seus planos para a reconstrução do país recém pacificado, pois foi assassinado em 1865, ainda quando comemorava o fim do longo conflito.

 

 

 

  1. 6.      Conclusão

Ao terminar com o nosso trabalho, verificamos que os Estados Unidos viveram um período de depressão económica logo após a Guerra, no entanto, nas últimas décadas do século XIX o modelo industrial e moderno do Norte triunfou completamente, destruindo do modelo sulista de produção eliminou os últimos entraves coloniais que impediam o total desenvolvimento da nação, foi decisiva também a ocupação efectiva das vastas e ricas regiões do Oeste, para onde foram milhões de imigrantes e norte-americanos, nessas áreas desenvolveu-se um grande mercado consumidor, fornecedor de alimentos e matérias-primas para a crescente industrialização estado-unidenses, consolidando o capitalismo industrial dos Estados Unidos, terminando o grupo conclui que a Guerra de Secessão deixou marcas que permanecem até hoje, especialmente nas regiões sulistas. Problemas sociais e económicos persistentes fragilizam muitos dos Estados do Sul, muitas vezes camuflados ou escondidos pela imensa riqueza da nação estado-unidenses.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  1. 7.      Referências bibliográficas

EISENGERG, Peter L., Guerra Civil Americana. 4ª Edição, Editora Brasiliense 1987

HAMBY, Alonzo L. Um esboço da historia Americana, a Guerra e reconstituição 2ª ed., 2011.

VILHENA, José Augusto B. et all. A Guerra Civil dos Estados Unidos da América. s/d

BARNEY, William L. Campo de batalha para a união: A era da Guerra civil e reconstrução. Prentice Hall, Infopédia, Editora Porto, Lisboa 1990.