UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - UFMS 

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS - FACH CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS 

 

 

 

 

 

 GUSTAVO MEDEIROS OLIVEIRA 

 

 

 

 

 

 

 

A GERAÇÃO Z E OS NOVOS MODELOS DE RELAÇÕES SOCIAIS APOIADOS NAS TECNOLOGIAS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Campo Grande – MS

 

 

2020 

 

 

GUSTAVO MEDEIROS OLIVEIRA 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A GERAÇÃO Z E OS NOVOS MODELOS DE RELAÇÕES SOCIAIS APOIADOS NAS TECNOLOGIAS

 

 

 

 

 

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Ciências Sociais da Faculdade de Ciências Humanas, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, sob orientação da Profª Dra. Mara Aline Ribeiro.

 

 

 

 

 

 

Campo Grande – MS

2020

 

 

 

 

 

Apresentação do tema

O avanço da ciência e da tecnologia está reorganizando o mundo virtual e estruturando novas formas de relacionamentos sociais. Os/as jovens adentram esse universo com facilidade e fascínio pelas diferentes possibilidades de vida.

O interesse pelo tema surgiu depois de observar comentários em diversos setores da mídia (revistas, televisão e Internet) sobre o surgimento de uma nova geração, capaz de fazer várias coisas ao mesmo tempo, denominada Geração Z. Isso impulsionou questionamentos sobre esses indivíduos que serão os/as novos/as agentes sociais. Seguindo as informações as evidências rumaram em busca de fatos que pudessem perceber as características específicas do modo de manipulação e a acentuada habilidade com aparelhos tecnológicos.

Essa geração é formada pelas crianças do mundo digital ou a geração digital ou, ainda, a geração líquida (Bauman, 2001). As notícias de uma nova geração instigaram o desenvolvimento de pesquisas que ajudassem a compreender as peculiaridades da referida geração em relação às outras. Uma das características é a busca pela rapidez das informações, será que continuará assim ao decorrer dos anos? Esse paradigma pode ser quebrado futuramente seguindo um novo modelo de vida?

Além disso, desde 2013 trabalho com jovens no Ensino Médio adeptos das novas tecnologias e, essa conivência referencia minha experiência pessoal enquanto pesquisador.

 

Introdução

Nos dias atuais é essencial compreender o contexto que envolve os novos sujeitos sociais responsáveis pelo movimento econômico, social, cultural e tecnológico global, dando continuidade e aprimorando o legado herdado dos seus ancestrais enquanto sujeitos/as sociais. Os autores Lacerda e Veronese expressam a visão de Touraine do seguinte modo:

Para Touraine, o indivíduo, de maneira geral, é aquele moldado pelos padrões sociais, uma figura que não passa de uma tela em branco onde são depositados desejos, necessidades, mundos imaginários a serem consumidos. Em contraposição, o sujeito é aquele que se revolta contra essa situação, é o devir combatente, rebelde, que se volta para si no intuito de buscar a única verdade possível: a sua (LACERDA; VERONESE; 2011, p.421).

O/a sujeito/a se estabelece como protagonista e transformador/a da sociedade. A partir de experiências sociais e do grupo, se torna moldador da situação vigente e por esse motivo entra em conflito, principalmente, com o passado, não como algo negativo, mas sim, como um ato próprio do seu tempo, “[...] o sujeito evoca a ideia de luta social, semelhante à de consciência de classe, contudo enquanto esfera individual” (Lacerda; Veronese; 2011, p.421). O conflito é algo natural da sociedade e se manifesta nas constantes diferenças onde os/as sujeitos/as se afirmam, seja pela herança singular que é aquilo que ele/a carrega de si e se reconhece, seja por uma situação social posta.

Nesse universo de constituição do/a jovem enquanto ser social, referenciados/as no avanço da ciência e da tecnologia a análise sociológica é essencial na compreensão dos novos modelos postos.

Ao iniciar uma pesquisa nas Ciências Sociais busca-se por intermédio do estudo de uma problemática, colaborar para uma determinada área sociológica que, no caso desse trabalho, é a Geração Z.

A geração Z engloba jovens nascidos entre meados da década de 90, sendo o período final incerto assim, são pessoas com até 20 anos. Duffett (2017) caracteriza o grupo como “screenadicts” ou “screenagers” (do inglês, viciado em tela ou era das telas), pois somente conhecem o mundo com acesso contínuo e instantâneo à internet (SANTOS et. al., 2018, p.205).

A Geração Z é constituída por jovens, definidos na Legislação Brasileira pela Lei Nº 12.852 de 05 de agosto de 2013 no § 1o Para os efeitos desta Lei, são consideradas jovens as pessoas com idade entre 15 (quinze) e 29 (vinte e nove) anos de idade (Brasil, Lei nº 12.852, de 5 de agosto de 2013). Para a Organização Mundial da Saúde – OMS:

Os conceitos de jovens adolescentes é um conceito intermediário utilizado para fins de classificação. É uma interseção derivada dos conceitos de adolescência utilizados pela OMS, com faixa de 10 a 19 anos de idade, e o de juventude, utilizado pela ONU, com faixa de 15 a 24 anos de idade (ONU, DIREITOS DA POPULAÇÃO JOVEM, 2010, p.26).

Segundo SANTOS (2009), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO promulga:

Para a OMS e a UNESCO o corte etário entre 15 e 24 anos tende a homogeneizar o conceito de juventude a partir de limites mínimos de entrada no mundo do trabalho, e limites máximos de término de escolarização formal básica. No entanto, Abramovay (1998, p.37) lembra que não existe uma definição universal sobre quem pode ser considerado jovem: no Quênia, por exemplo, são considerados/as jovens crianças a partir de 8 anos; enquanto, na Colômbia a idade limite fica entre 16 e 28 anos (SANTOS, 2009, p. 49).

 

Com os avanços tecnológicos a sociedade se transformou, principalmente no que diz respeito à mídia e ao consumo, dando origem à chamada sociedade de consumo, pautada nos interesses da juventude mundial. Baudrillard (1995) associa a noção de consumo atual com a noção de felicidade.

Todo discurso sobre as necessidades assenta em uma antropologia ingênua: a da propensão natural para felicidade. [...] a felicidade constitui a referência absoluta da sociedade de consumo, revelando-se como o equivalente autêntico da salvação. Mas, que felicidade é esta, que assedia com tanta força a civilização moderna? (BAUDRILLARD, 1995, p.47)

Nessas circunstâncias, a sociedade se situa em um ambiente de compra que está aproximado da noção de prazer camuflada como uma compreensão de felicidade que na verdade é um mito construído: “Toda a virulência política e sociológica, com que este mito se encontra lastrado desde a Revolução Industrial e as Revoluções do séc. XIX, foi transferida para a Felicidade” (Baudrillard, 1995, p.47).

O objeto de estudo será a juventude contemporânea que nessa pesquisa compreende a geração que nasceu em meados da década de 1990, a denominada Geração Zapping[1] ou como é mais conhecida Geração Z, assim denominada porque as pessoas dessa geração estão em constante processo de mudança.

Em uma breve análise é possível perceber que a nova geração é bastante diferente das outras, pois possui uma expressiva adaptação com a tecnologia. Em relação à geração atual o adulto, geralmente, se encontra em sérias dificuldades quando o assunto diz respeito à manipulação dos novos aparelhos; é importante considerar a adaptação social, ou seja, o convívio e o modo de convívio das distintas gerações.

A geração digital está apta para viver em um estilo de vida diferente, pois, inserem-se, também, naquilo que Lévy (1999) chama de ciberespaço, “o ciberespaço encoraja um estilo de relacionamento quase independente dos lugares geográficos (...)” fazendo assim, ultrapassar as questões referentes ao espaço real no qual os pais e as mães estavam habituados.

O problema essencial é expor fatos que servirão para a compreensão da sociedade futura, no caso, as gerações vindouras, os/as jovens mais contextualizados ao ambiente cibernético. É importante perceber que todas as práticas são continuidades de hábitos sociais antigos, o que leva a formulação de duas hipóteses: As conduções sociais da nova geração serão um problema ou uma solução para a sociedade futura? É positiva a amplitude de acessibilidade tecnológica?

Diante do exposto, foi possível estabelecer como objetivo geral “Analisar o uso da tecnologia enquanto meio de relação social para a Geração Z” e estabelecer os seguintes objetivos específicos: a) Identificar as novas ferramentas tecnológicas utilizadas pelos jovens. b) Elencar as especificidades e diferenças em relação às outras gerações. c) Relacionar os interesses atuais dos jovens.

A ideia de uma geração, mais “dispersa” e “superficial”, que não caminha com uma linearidade, mas em constante e insegura fragmentação, expõem fragilidades em relação ao comportamento social.

[...] é a nova mentalidade de “curto prazo”, que substituiu a de “longo prazo”. Casamentos “até que a morte nos separe” estão decididamente fora de moda e se tornaram uma raridade: os parceiros não esperam mais viver muito tempo juntos. De acordo com o último cálculo, um jovem americano com nível médio de educação espera mudar de emprego 11 vezes durante sua vida de trabalho e o ritmo e frequência da mudança deverão continuar crescendo antes que a vida de trabalho dessa geração acabe (BAUMAN, 2001, p.169).

A virtualidade da vida lhes dá uma nova opção de mundo que ao mesmo tempo os distancia daquilo que era valorizado nas gerações anteriores. Isso acontece, também, porque existe uma infinidade de oferta em um mesmo lugar, a Internet é um espaço no qual o/a jovem encontra virtualmente as pessoas, estuda, ouve música, assiste filmes e séries, trabalha, enfim, se comunica com o mundo.

Por esse fator é correto afirmar que a comunicação de massa nunca foi tão valorizada como nos dias de hoje, “[...] a supervalorização da comunicação de massa teria íntima relação com o enfraquecimento dos modos de legitimidade de instância intermediárias, como a comunidade acadêmica, a religiosa, a científica e a cultural” (Fisher, 1996, p. 12). A cultura, portanto, se encontra em transformação, favorecendo o surgimento de novos agentes sociais. “Com a invenção da internet e a utilização, o universo constatou uma mudança significativa ao longo dos tempos; facilitando não apenas a comunicação, mas também aproximando as comunidades entre si” (Quadé; Santos; 2017, p.116).

As engrenagens culturais alteram, os paradigmas se enfraquecem e surgem novas e rápidas maneiras dos/as jovens acompanharem o desenvolvimento científico-cultural e se relacionarem com o modelo posto.

Como atores sociais, todos os seres humanos são altamente ‘instruídos’ no que diz respeito ao conhecimento que possuem e aplicam na produção e reprodução de encontros sociais cotidianos; o grande volume desse conhecimento é, em sua maioria, de caráter mais prático do que teórico (GIDDENS, 2003, p.25).

As amarras sociais diferem, assim como o tempo e o espaço, além, é claro, dos hábitos que embora semelhantes são diferentes mesmo que não sejam visíveis.

O conceito de tecnologia será fundamentado teoricamente a partir da interpretação de Bandeira a respeito das ideias do filósofo Álvaro Vieira Pinto (1973, apud Bandeira, 2011) e o entendimento de Geração Z será baseado nos estudos de Sociologia e de autores como Bauman (2001, 2017), Giddens (2003), dentre outros/as.

Os procedimentos metodológicos utilizados, para adquirir fatos que evidenciassem a pesquisa, foram fundados na elaboração de um questionário padrão que visasse coletar informações que pudessem ser separadas em grupos por similaridades. Nesse contexto foram reunidos/as sujeitos/as que estavam cursando o terceiro ano do Ensino Médio de quatro escolas públicas. O trabalho de campo foi realizado durante o primeiro semestre do ano de 2019 na cidade de Campo Grande no estado do Mato Grosso do Sul, na Escolas Estaduais Amando de Oliveira, Coração de Maria, Joaquim Murtinho e Vespasiano Martins. A escolha das escolas levou em consideração a proximidade da UFMS. O total de alunos/as matriculados/as era de 876 e os/as entrevistados/as foram 342, aproximadamente 40%. Na exposição gráfica serão analisadas, à luz da Sociologia, as categorias gênero, local de origem, idade dentre outras.

Para encontrar padronizações foi utilizado o método quanti-qualitativo e uma pesquisa de campo focada no uso da técnica da observação e do questionário.

As relações político-sociais ampliam a perspectiva de sociedade e os formatos de convivência entre os/as jovens. Nesse caso, a intenção é demonstrar as práticas sociais considerando o desenvolvimento da comunicação de modo mais virtual do que pessoal, sem esquecer das formas de se expressarem, os cuidados com a saúde, o tempo de entretenimento, o descanso e a convivência física com outras pessoas.

O trabalho está divido em 4 capítulos, no primeiro será apresentado a definição de Geração Z a partir de um referencial histórico, como por exemplo, as transformações de aparelhos tecnológicos, as determinações cotidianas e outros fatos. No Capítulo II será tratado sobre os ambientes virtuais, as transições ocorridas, principalmente, no que diz respeito a comunicação e como essas mudanças afetam as práticas de consumo e o movimento exercido nesse ambiente. No Capítulo III serão trabalhados os conceitos de técnica e techné e as suas funções, além disso, se buscará evidenciar alguns pontos em que a tecnologia influencia no processo educacional na sociedade. No Capítulo IV a exposição gráfica demonstrará os dados coletados serão analisados e, assim, o perfil social e “tecnológico” dos/as jovens do Ensino Médio se desenhará. Por fim, as considerações finais apresentarão os resultados da pesquisa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Capítulo I

Geração Z: o papel dos/as jovens como impulsionadores/as da velocidade no mundo da tecnologia

O conceito de geração tem diferentes definições, seja por faixa etária, perfil socioeconômico, cultural, região de origem, dentre outros. Nesse estudo serão trabalhadas a intepretação de Comazzeto em relação as ideias de Kupperschmidt (2000, apud Comazzeto et.al., 2016) que discute o conceito de “geração”.

[...] uma geração pode ser entendida como um grupo identificável que compartilha os mesmos anos de nascimento e, consequentemente, viveu os mesmos acontecimentos sociais significativos em etapas cruciais do desenvolvimento. Assim, para compreender como uma geração difere da outra, é preciso que se perceba como cada uma delas forma um conjunto de crenças, valores e prioridades (KUPPERSCHMIDT, apud COMAZZETTO et. al., 2016, p.146).

A pesquisa se baseia na formação de um grupo assemelhado por condições exteriores associadas ao manuseio da tecnologia, a receptividade informacional, a interação midiática, e, além de outros aspectos, a micro acessibilidade. Graças à essa relação dita de consumo, as condições favorecem o surgimento de novos grupos em um período de tempo cada vez menor.

Calculava-se a média de 25 anos para o intervalo de cada geração. Porém, nos últimos 50 anos, tivemos uma aceleração do tempo, do modo de fazer as coisas, do jeito de produzir. A tecnologia tornou-se decisiva para criar marcas no tempo. Assim, fala-se hoje em um intervalo de 10 anos para cada nova geração, o que significa que mais pessoas diferentes estão convivendo nas mesmas casas e organizações sociais (DEWES; MÜLLER, 2012. p.165).

Tratando-se de conceituação é possível separar os grupos por idade e por tipos de consumo, duas áreas importantes que serão utilizadas para afirmar esse estudo. Cabe ressaltar, que diferentes tipos de “geração” são atribuídos aos/as jovens em um dado momento histórico e social, essas classificações são expressas por fatores típicos da compreensão de um determinado momento histórico social. Os contextos e as vivências diferem conforme o grupo social, classe econômica, etc.

Historicamente, os/as estudiosos/as classificam a Geração Y como constituída pelas pessoas nascidas mais ou menos entre as décadas de 1970 e 1980, que têm como características uma preocupação com questões mais pessoais como, por exemplo: bem-estar e enriquecimento. Atualmente estão no mercado de trabalho, com a especificidade de terem dado os primeiros passos com a identidade tecnológica.

[...] cresceram em contato com as tecnologias de informação e são mais individualistas. Quando as pessoas dessa geração começaram a nascer, encontraram o Brasil passando por grande instabilidade econômica e, pouco depois, reinstalando a democracia. Já no cenário mundial, presenciaram a cultura da impermanência e a falta de garantias, em decorrência dos mercados voláteis. É a primeira geração da história a ter maior conhecimento do que as anteriores na tecnologia (COMAZZETTO et. al., 2016, p.147).

Além de terem nascido em uma época ainda conflituosa[2] essa geração se encontra atualmente como agente social[3]. Quando crianças eram cercadas pela mídia televisiva, pelo telefone fixo (Figuras 1 e 2), pelo telex/telegrama e a carta de papel ainda bastante utilizados à época.

Na Figura 1 é possível observar diferentes tecnologias desenvolvidas durante a década de 1970.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 1: O desenvolvimento tecnológico em 1970.

 

Fonte: http://obutecodanet.ig.com.br/index.php/2010/11/11/as-invencoes-eletronicas-mais-legais-da-decada-de-60-70-e-80/. Acesso em: 28 ago 2018.

 

Durante a década de 1980 o mercado da tecnologia apresentou novidades no mercado - Figura 2.

 

 

 

 

 

 

 

Figura 2: Em 1980 temos o aprimoramento da tecnologia da década passada

 

Fonte: http://obutecodanet.ig.com.br/index.php/2010/11/11/as-invencoes-eletronicas-mais-legais-da-decada-de-60-70-e-80/. Acesso em: 28 ago 2018.

 

Na década de 1970 a aproximação física entre indivíduos era mais favorável, considerando a ausência tecnológica. Na fase adulta, a Geração Y se deparou com a tecnologia no local de trabalho e passou a utilizá-la initerruptamente. A Figura 03 demonstra um modelo de trabalho que assume um estilo mais aproximado ao conforto da própria casa, não é algo generalizado, mas um estilo novo o qual algumas empresas ousaram investir.

Figura 3: Funcionários da Empresa Google em horário de serviço

 

Fonte: Arquivo acessado dia 25 de junho de 2018 às 20:20. Disponível em: https://catracalivre.com.br/geral/carreira/indicacao/por-dentro-dos-escritorios-mais-sensacionais-e-criativos-do-mundo/

 

Nesse formato, o trabalho assume características de maior descontração, as interatividades e as formas de trabalho nas décadas de 1990 e 2000, visam aproximar o indivíduo a um ambiente prazeroso que possivelmente possa ser o mesmo da casa, mas sem deixar de ser uma atividade sustentada em uma relação hegemônica e de subserviência.

No que diz respeito aos aparelhos usados nas décadas de 1970 e 1980 até chegar nos dias atuais (conforme as figuras 4, 5 e 6), a alteração se dá para objetos cada vez mais portáteis e aptos para uma acessibilidade cada vez mais fácil.

 

 

 

 

Figura 4: A transição do IBM (1971, armazenava em torno de 80k), o 5,25 (armazenava em torno de 720k) para o disquete (1991, armazenava em torno de 5,76 MB).

 

Fonte: Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Floppy_disk#/media/File. Acesso em: 25 jul 2018.

 

 

Figura 5: As mudanças ocorridas no computador em mais ou menos meio século

 

Fonte: Disponível em: http://www.vectronix.org/?p=3. Acesso em: 25 jun 2018.

 

 

 

 

 

 

 

Figura 6: De uma tela pequena para uma tela cada vez maior

 

Fonte: Disponível em: http://otudo.com/a-evolucao-do-celular/. Acesso em 26 jun 2018.

 

As mudanças sócio estruturais transformaram a Geração Y e, consequentemente, produziram uma nova geração, a chamada Geração Z. Essa transição propiciou a marca da separação geracional, ocasionando novos grupos em um período de tempo cada vez mais curto. Em um espaço de dez anos é possível perceber mudanças significativas no avanço da ciência e da tecnologia aproximando, cada vez mais, da Geração Z.

Acostumados/as ao meio tecnológico a Geração Z assume um novo papel social na condição relacional. Inseridos no meio virtual esses/as jovens são rotineiros em relação a utilização de pequenos aparelhos eletrônicos, a facilidade de adaptação lhes permite acelerar o envolvimento social.

A chamada Geração Z (Z de Zapping) é uma nova geração, tendo surgido posteriormente à Geração Y. É caracterizada por pessoas que nasceram a partir de meados da década de 1990. É uma geração surgida conjuntamente com o avanço das novas tecnologias, acompanhando o novo mundo (pós Guerra Fria), ou seja, o chamado mundo tecnológico ou mundo virtual. Essa convivência cotidiana com aparelhos tecnológicos acabou propiciando para que essa nova geração aprendesse a usar várias tecnologias ao mesmo tempo, como por exemplo: acessar a Internet, escutar música e assistir TV (OLIVEIRA, 2010, p.8).

O novo modo de viver dos/as jovens apresenta alterações comportamentais, tais como: a diminuição do sono e a necessidade de se manterem atentos/as e informados/as. A procura por resultados cada vez mais imediatos tornam os indivíduos mais acelerados, ansiosos e propensos a desenvolverem doenças psíquicas.

Diante do novo e transformado sistema social, é possível acompanhar cotidianamente, com breves olhares, pessoas praticamente enxertadas ao celular, fator pouco perceptível em 2010, por exemplo; caracterizando como um processo de “pré transição” muito rápido.

Essa acentuada opção pelo universo virtual pode ser nociva no que se refere ao convívio social. Cabe talvez aos/as jovens darem-se mais tempo para o mundo real, para de certa forma, estabelecerem um maior equilíbrio em relação ao mundo real e ao mundo virtual. Notamos também que o ritmo de vida está cada vez mais acelerado e a produção e a explosão tecnológica também (OLIVEIRA, 2010, p.13).

Esse sistema social complexo apresenta os/as novos/as sujeitos/as com propostas inovadoras no modo de agir, de vestir, de pensar, de lazer e de trabalhar.

Notamos que a cada época surgem diferentes atores sociais, que movimentam a sua sociedade e promovem transformações nas mesmas. Essas mudanças são dadas por meio de sujeitos que se fazem protagonistas, dispostos a exercerem adaptações que visem melhorias para a sua sociedade (OLIVEIRA, 2010, p.16).

Ao fazer parte de uma determinada vivência social, consequentemente, o/a jovem entra na dinâmica posta com proposições e transformações positivas e/ou negativas, dependendo do ponto de vista de cada intérprete.

Nesse sentido, a Geração Z se apresenta e renova o movimento social, econômico, cultural e tecnológico mundial. O território agora não é mais terrestre e as transições se definem através dos acessos não-fronteiriços do território virtual. Para composição e afirmação do estudo, no próximo capítulo serão apresentadas as formas como os/as jovens se comportam nessa nova colônia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Capítulo II

Socialização virtual e migração digital: o viver nas redes sociais

Diante das possibilidades tecnológicas a socialização toma formatos diferenciados, como, por exemplo, os de pessoas que se relacionam, quase que exclusivamente, pelas redes sociais. Os espaços diante desse novo contexto mudaram e as aproximações e os distanciamentos se tornaram cada vez mais rápidos.

La extensión de los horizontes cognitivos hasta la totalidad del espacio que entra dentro del encuadre de las videocámaras y de los teléfonos inteligentes (y, por consiguiente, dentro del alcance del ciberespacio en general) pone fin a la idea del vecindario definido en términos de una distancia física que distinguía la accesibilidad y la familiaridad de lo «próximo» de la inasequibilidad y la oscuridad de lo «lejano» (BAUMAN, 2017, p.74).[4]

Por intermédio das redes sociais, como Facebook, Instagram, Twitter, dentre outras, os/as jovens se inserem em um mundo mais amplo, propício para captar novas ideias e informações. Nesse sistema de aproximação “não-espacial” facilmente é possível se comunicar com quem quiser, seja um/a artista ou uma celebridade. Essa condição, possibilita maior socialização e diferentes formas de identidade. A personalidade assumida pode diferenciar do dia-a-dia, a timidez, por exemplo, dá espaço à ousadia diante da tela. Vale ressaltar que o contato, o toque, o afeto, o olhar, não serão substituídos por um sistema mecanizado e robotizado. O ser humano sempre terá lugar e função nas relações sociais, mesmo sendo a virtualização algo prazeroso, não deixa de ser uma parede que permanece impedindo a aproximação física, pelo menos, por enquanto.

A questão interessante e até um tanto paradoxal é que nem sempre a pessoa socializada nas redes sociais, assim se mantém no mundo “real”, muitas preferem o virtual por se sentirem mais confortáveis, por alguma razão ainda não esclarecida se exercitam para “enfrentarem” o mundo real. Para Prioste, 2013, p.176, “De modo geral, a internet contribui para os contatos iniciais entre os/as jovens que frequentam um mesmo ambiente, assim como facilita o aprofundamento de algumas relações já estabelecidas”. O costume do convívio real desconforta pois desafia o frente a frente, a linguagem distante que não se entende, não se conecta, mas que se esforça para estabelecer uma relação de similaridade e aproximação. “Ao participarmos da vida em sociedade ocorre a socialização, e quanto mais coerente a socialização, mais sociável o indivíduo tentará ser” (Duarte, 2016, p.38).

No ambiente virtual a tendência é caminhar pelas particularidades, criando vínculos com os semelhantes,

[...], seus agentes têm ligações uns com os outros ou vão mantendo seus círculos (rede) de amigos, à medida em que vão aceitando os convites de agentes de outros círculos por terem amigos em comum ou por se identificarem a partir da cultura vivenciada, fortemente ligados à realidade em que estão inseridos, seja tal cultura baseada em categorias como classe social, gênero, religião, raça, dentre outras (DUARTE, 2016, p.47).

Nos dias atuais é possível falar dos grupos sem fronteiras, porque as pessoas se encontram virtualmente, em um novo formato relacional, não existe mais a obrigação de estar em determinado lugar por falta de opção.

Na atualidade, o espaço virtual torna-se, cada vez mais, o local e preferido para socializar-se, acabando por expor os grupos e suas representações sobre as práticas sociais cotidianas. O espaço virtual tem, como referencial, características comuns e diferenças sociais, que acabam por unir diferentes agentes como pertencentes da mesma cultura (DUARTE, 2016, p.49).

Um ponto a destacar nesse ambiente é a possibilidade de desconfiguração, de filtros e de acessórios para a manipulação da imagem que proporcionam o afastamento da realidade, já que o aparente, o produzido, se torna ainda mais acentuado, considerando um contexto de valorização da aparência, permanece sendo um “desenho” muitas vezes convincente, tanto para as relações sociais e amorosas, quanto profissionais. A construção de imagens em aplicativos de comunicação e de entretenimento, são produzidos para elevar a popularidade da pessoa, a partir de técnicas que movimentam um mercado de consumo. Mesmo com o surgimento de hologramas, robôs e artificialidades aproximadas do real, no universo virtual as pessoas permanecem, fisicamente, sozinhas.

O ser humano, por natureza, busca elementos que facilitem a sobrevivência, logo, o processo migratório inevitavelmente acontece desde a mais remota antiguidade. No mesmo sentido, a migração digital se revela como um modelo contemporâneo. Passa-se da comunicação chamada ICQ[5] para o MSN[6], o Orkut[7] foi substituído pelo Facebook[8] e, mais recentemente o WhatsApp[9] (que pode ser substituído pelo Telegram[10]), caracterizado pela portabilidade.

A transição parte dos/as jovens em busca de inovações e alternativas para manter distanciamento do acompanhamento da família[11]. O fato de gerar moda, de ser cool parece mais aproximado da representação da juventude. Nesse sentido, a migração digital desponta muito mais pelo modismo do que em formato de necessidade tecnológica.

As redes sociais assumem um papel protagonista na vida dos/as jovens, seja para discutir política, música, moda, movimentos sociais, enfim, interferem positiva ou negativamente no cotidiano dos/as usuários/as e dos/as não usuários/as.

Com a virtualização nos dando muitas “oportunidades” e novos “acessos” de comunicação, não conseguimos naturalmente nos mantermos isolados um dos outros, pois é essencial estabelecermos relações, as quais são importantes para o nosso crescimento como indivíduos. Graças a tecnologia on-line, nos comunicamos a um baixo custo com pessoas que estão distantes, recebemos informações rapidamente, obtendo mais chances de expandirmos nossos conhecimentos. Se o/a jovem souber utilizar corretamente a Internet poderá crescer e desenvolver-se como um grande colaborador social (OLIVEIRA, 2010, p.27).

A grande questão é se, realmente, as pessoas entendem o poder e a aplicabilidade de um equipamento eletrônico como um aliado do bem-estar, do conhecimento, da aproximação, da cultura, da religião e da política.

Cabe ressaltar, também, que tudo isso é parte de uma transição da sociedade em um ambiente de privacidade cada vez mais diluído, onde o indivíduo se tornou um ser público e, consequentemente, de fácil acesso. Os dados pessoais, deixaram de ser pessoais e são cada vez mais valiosos para o mercado da tecnologia, as empresas de grande porte preocupam-se em investir em tecnologias cada vez mais aptas para identificar os seus consumidores.

Nesse sistema é importante romper com a aparente facilidade das relações pessoais, pois é no cotidiano que as dificuldades se apresentam, enquanto virtualmente a realidade pode se manifestar de maneira camuflada. As redes sociais retratam, também, relações de semelhança entre sujeitos sem, aparentemente, travarem uma relação social, ou seja, meras semelhanças conduzem a aproximação de indivíduos que rapidamente podem estar próximos devido a um objetivo comum. Tendo algo por base ou referência, muitos se aliam não por si próprios, mas por uma admiração a qual, consequentemente, proporciona encontros de indivíduos que partilham, por exemplo, do mesmo gosto.

Y luego está el fenómeno copycat (o del «copión»), también facilitado en gran medida por unos medios ávidos de audiencia y, por consiguiente, dispuestos a seguir el juego. La imitación sigue el mismo patrón que las modas; como las modas, su imponente atractivo proviene de la esperanza que nos brindan de reconciliar lo irreconciliable y, por lo tanto, de satisfacer al mismo tiempo dos ansias humanas (demasiado humanas) en apariencia contradictorias: la pasión por lo social y la pasión por la individualidad, el deseo de pertenecer a un colectivo y el deseo de destacar. Esta clase de dualidad de intenciones y la dialéctica resultante de sus efectos conductuales fueron ya detectadas y ampliamente analizadas en su momento por Georg Simmel[12] (BAUMAN, 2017, p.24).

Com a expansão midiática propiciando a visualização involuntária, é possível as pessoas se tornarem cada vez mais fechadas em ambientes virtuais. Perante o novo cenário, o indivíduo fica envolvido e protegido em uma zona de conforto imaginária, pois se aproxima daquilo que gosta e se distancia do diferente, do desconhecido. Nessa situação a aproximação virtual se torna inevitável proporcionando a interatividade, principalmente, com os “semelhantes”.

Supongo que Thompson habría cambiado un poco su foco de atención si hubiera llevado a cabo ese estudio tras la aparición de la más destacada novedad para la práctica de la «acción a distancia» traída por Internet: me refiero a la interactividad inherente a este medio, que, en gran (y tal vez creciente) medida, hace mella en la nitidez cartesiana de la yuxtaposición sujeto/objeto, una novedad cuyas profundas consecuencias para la forma de la convivencia humana van haciéndose, día a día, menos inciertas y más evidentes[13] (BAUMAN, 2017, p.26-7).

No atual momento histórico e social a Internet se tornou um ponto de referência, um meio de expansão de informações e ao mesmo tempo um sistema influenciador de transformação. A qualquer momento e/ou em qualquer parte do mundo é possível replicar um fenômeno que se torna automaticamente uma referência para um enorme número de indivíduos.

Pero para que pueda ser copiado, un acto debe adquirir primero el público que Internet proporciona; si, en el hoy ya lejano pasado, los grupos tendían a amalgamarse entre miembros vecinos que compartían una proximidad física que facilitaba encuentros cara a cara repetibles, los grupos de la era de la informática (reencarnados en forma de “redes”) se forman y cuajan en torno a aquellos transmisores de información que, por una razón u otra, se consideran voces de autoridad juzgadas fidedignas. La frecuencia de su aparición en pantalla y, más aún, el número de veces que sus mensajes han recibido un “me gusta” o han sido “compartidos” (número del que ellos presumen y que no olvidan anexar a sus mensajes) proporcionan - a falta de indicadores más fiables o menos manipulables - todo el respaldo necesario para mostrar que son públicamente importantes y respetables, y que, por lo tanto —por deducción—, elegirlos a ellos es deseable (BAUMAN, 2017, p.28)[14].

Diante do fenômeno das redes sociais as informações se expandem de forma incontrolada, nesse processo, assim como surgem novas notícias também as mesmas desaparecem rapidamente e podem dar origem à publicações denominadas Fake News[15], oportunamente, fazendo uso apenas para desestruturar individualmente ou comunitariamente os pseudos inimigos/as políticos, ideológicos, religiosos, etc, a partir da disseminação de fake news. Nesse ambiente, todos são “atiradores” e ao mesmo tempo “alvos”, ao se posicionarem a favor e outros contra determinados temas.

Com a propagação das informações e a necessidade de expor notícias atrativas para diversos grupos sociais, os “caçadores” de informações se dedicam, exclusivamente, a mirabolar informações atrativas que possam ser visualizadas pelo maior número de pessoas possível. O que, aparentemente, é uma notícia, na verdade pode ser um mero boato virtual propagado rapidamente pelas redes, a ânsia pela velocidade nas informações, sem conferir a veracidade dos fatos, auxiliam a propagação das fake news.

Creo que la característica más importante (y de lo más relevante para la expansión del fenómeno copycat) de los nuevos medios de comunicación - y, en particular, de la accesibilidad a Internet a través de un sinfín de receptores interactivos y básicamente portátiles que, por su reducido tamaño, están disponibles para ser usados las veinticuatro horas del día para una comunicación “en tempo real” - es que posibilitan la práctica de una “reacción-respuesta concertada, pero carente de coordinación”). Podríamos decir que lo que eso propicia (prácticamente sin esfuerzo, lo que hace que la posibilidad en sí sea también muy tentadora) es la producción en un solo gesto de millares de los consabidos «mensajes en una botella», lo que multiplica las probabilidades de que esos mensajes sean avistados, pescados, abiertos, leídos y desarrollados, y hace que esos comportamientos concertados pero descoordinados sean muy probables (hasta el punto de que son un hecho común, en realidad)[16] (BAUMAN, 2017, p.26).

A cada falsa verdade exposta, chama atenção a representativa parcela da população que a aceita sem nem mesmo questionar ou buscar distintas visões para, assim, gerar uma conclusão mais isenta, muito pelo contrário, as pessoas replicam informações imediatamente.

Na mesma velocidade, o avanço tecnológico está promovendo transformações na fala enquanto condicionante essencial para a comunicação, o hábito do “teclar para falar” evidencia a mudança na sociedade. Ao que parece está ocorrendo uma substituição no modo de se comunicar, “A comunicação atingirá um novo patamar. Para os/as jovens os meios de comunicação já são outros” (Oliveira, 2010, p.11), basicamente esse processo é caracterizado pelo modo de falar com os dedos demonstrando assim um novo processo social.

Com isso, podem aparecer constantes conflitos pela dificuldade de relacionamento, pois, hábitos como o da comunicação pessoal e o prazer de conviver com outros indivíduos tornar-se-ão cada vez mais raros. Estamos vivendo uma forte corrente que influencia para o egocentrismo, tornando os indivíduos cada vez mais infantis e inseguros (OLIVEIRA, 2010, p. 23).

Com o processar dos tempos é importante manter-se atentos/as às rápidas mudanças proporcionadas pela tecnologia e, assim, identificar as novas significações do mundo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Capítulo III

Técnica e techné enquanto meios para a sobrevivência humana e aliadas da educação 

A técnica e a tecnologia são partes quase intrínsecas do ser humano, a contribuição de ambas, praticamente, unifica a existência do indivíduo, “[...], o homem não seria humano se não vivesse sempre numa era tecnológica” (Pinto, 1973, apud Bandeira, 2011, p.112). A tecnologia, portanto, sempre existiu na história da humanidade, o que altera é a compreensão, conforme as estruturas sociais se modificam.

[...] melhores condições técnicas em consonância com a educação e, sobretudo, o cumprimento das leis, podem se tornar elementos importantes para a formação de indivíduos capazes de compreender o mundo e aptos a fazer escolhas (RIBEIRO, 2015, p.139).

A técnica vem antes que a tecnologia, embora, o senso comum dê à ambas o mesmo sentido, elas se distinguem porque a técnica surgiu primeiro e possui uma função diferente da tecnologia. Para Álvaro Pinto (1973, apud Bandeira, 2011), a tecnologia deve ser encarada como algo atrelado ao trabalho produzido pelo ser, sendo esse responsável por transformar os meios naturais com o auxílio da tecnologia.

A compreensão da técnica e da sua influência diante da mecanização do trabalho agora entra em um novo estágio, o do conhecimento. O que é produzido e que atualmente se consome faz parte da estrutura e dinâmica da economia e política da sociedade. Dessa forma, surge a ideia de que os homens nada criam, nada inventam, nem fabricam, que não sejam expressões das suas necessidades, a fim de resolver as contradições com a realidade (PINTO,1973, apud BANDEIRA, 2011, p.113).

Em cada época novas emergências e buscas de soluções despontam, em uma dialética problema-solução-problema.

[...] no ato de produção, o homem afasta-se de sua criação, através do consumo dos bens que produziu e que agora os torna vivos. O homem é ao mesmo tempo produtor e consumidor, e assim, no ato do consumo, cada classe irá satisfazer-se de acordo com o seu grau de aquisição, através de uma aparência de conforto, no qual cada classe está inserida (PINTO,1973, apud BANDEIRA, 2011, p.114).

Para a preservação da existência o ser humano desenvolveu meios e condições mais favoráveis para adaptação em determinando meio, assim a técnica vai assumindo formas e etapas diferentes da existência humana.

A história da técnica diz respeito à relação do homem com a natureza, onde o homem midiatiza uma relação de afastamento, através de dominação e domínio entre ambos e si próprio. Nada domina em essência o homem a não serem as leis da natureza e, acidentalmente, outro homem (PINTO,1973, apud BANDEIRA, 2011, p.114).

A técnica facilita a sobrevivência, como, por exemplo, quando os antepassados aprenderam a subir em árvores; essa prática se tornou um ato facilitador das condições de manutenção da vida.

O homem de cada fase histórica desenvolve a técnica numa difusão contínua de sobrevivência sobre a natureza. Não é a técnica o motor da história, mas sim, a necessidade permanente de criação e sobrevivência na qual o homem trava uma relação com a natureza, onde a ferramenta maior é o trabalho. A técnica é um patrimônio da espécie e sua função consiste em ligar os homens na realização das ações construtoras comuns no espaço tempo, sem dominar o homem (PINTO,1973, apud BANDEIRA, 2011, p.114).

A cada transformação social o ser humano cria possibilidades favoráveis para se adaptar, possibilitando o desenvolvimento de novas habilidades propícias para o avanço tecnológico.

[...] a técnica, a techné e a tecnologia se complementam na medida em que uma é resultante do desenvolvimento histórico da outra. Este entendimento de como se constrói a relação histórica do homem com a natureza, no esforço humano de criar instrumentos que superam as dificuldades impostas pelas forças naturais é fundamental para se proceder qualquer outra leitura das consequências das tecnologias em nosso meio (OLIVEIRA, 2008, p. 02).

Para viver é primordial a técnica, mesmo não sendo tão aparente, a forma assumida por ela é adaptável a um tempo diferenciado e incorporada ao cotidiano, com a função de propiciar condições de sobrevivência. Sem a técnica não é possível enfrentar as adversidades do dia-a-dia.

A técnica é tão antiga quanto o homem, da mesma forma que a “sabedoria”. Ela aparece com a fabricação de instrumentos, o que nos faz concluir que surge com o aparecimento do homem na face da terra. A fabricação da pedra lascada corresponderia um saber fazer, uma técnica. Esta fabricação e o aparecimento do homem são considerados fatos simultâneos. Seguindo esse raciocínio, a técnica é originalmente um saber fazer que caracteriza a presença de uma cultura humana. O homem, fazer e cultura são aspectos originários da natureza humana (OLIVEIRA, 2008, p. 03).

A habilidade humana pode ser comparada com o termo técnica, porém o termo técnico no sentido mais estrito da palavra, assume também um estilo teórico aproximando até mesmo da análise, da observação e da contemplação. Para ser hábil, o ser humano tem que ser técnico e ser um bom observador, para encontrar meios mais favoráveis para a desenvoltura de algo que, mesmo podendo ser rústico, seja de suma importância para a vida.

A techné é considerada como algo mais específico do que a técnica, esse termo é utilizado por possuir menos significados do que o termo “técnica”. “A ‘techné’ não é uma ciência ou uma filosofia.

A techné aparece na Grécia Antiga, paralela à filosofia. A “techné” é um outro tipo de conhecimento, distinto da técnica no sentido geral, que não se limitava à pura contemplação da realidade, mas era uma atividade interessada na solução dos problemas práticos, em servir de guia para os homens na sua luta para melhorar e aperfeiçoar a sobrevivência, na cura de doenças, na construção de instrumentos e edifícios e outros (OLIVEIRA, 2008, p. 04).

Quando Platão acusou aos sofistas de ensinarem por dinheiro, sua crítica está no fato destes não fazerem ‘episteme’, mas ‘techné’’ (Oliveira, 2008, p. 05). Para especificar melhor através de um exemplo, pode-se dizer que ela otimiza determinada prática dando condições de uma produção mais rápida e eficiente.

A burguesia das cidades medievais atingiu seu poder político por meio dessas atividades de “techné”, aliadas ao sucesso comercial. Isto foi possível porque, embora as técnicas de agricultura, de atrelagem, de tecelagem, das construções, de navegação e outras, se desenvolveram inicialmente nos mosteiros da igreja, foi só nas cidades do final da Idade Média, que alcançaram um aperfeiçoamento magnífico, graças à tradução dos tratados técnicos gregos e romanos sobre a “techné” (OLIVEIRA, 2008, p.05).

A elaboração de meios mais favoráveis para a produção e como resultado de centenas de anos de aprimoramento, a maquinaria assumindo um papel importante na sociedade. Nesse sentido, o auge da techné foi a Revolução Industrial, que gerou um novo formato de sociedade, a partir do avanço do capitalismo.

O termo tecnologia parece recente, porém, em determinadas épocas assume mais ou menos espaço, como forma de poder, conforme o sistema social vigente e as condições para o favorecimento de uma prática. Basicamente a propagação está relacionada com a estabilidade econômica que esteja apta para a abertura de novos aparatos tecnológicos.

A intensa atuação da burguesia no Renascimento, liderada por príncipes esclarecidos sobre o mundo, auxiliados pelas técnicas, favoreceu a instituição de uma “Ciência Renascentista”, que não se diferenciava muito das “techné” ou das “ars” e que foi fundamental e necessário à “Ciência Moderna” (OLIVEIRA, 2008, p. 06).

Etimologicamente a tecnologia está inserida e baseada nos termos técnica e techné, como resultado da fusão desses conceitos. Embora se fale constantemente de tecnologia nem sempre se emprega o termo corretamente.

No senso comum, por exemplo, a tecnologia é vista como a expressão material de um processo que se manifesta através de instrumentos, máquinas, dentre outros, cuja suposta finalidade é melhorar a vida humana. Esta visão vem sendo bastante difundida principalmente através dos meios de comunicação que constantemente divulgam produtos e serviços tecnológicos que vieram para facilitar o cotidiano das pessoas, tornando-as mais confortável, mais rápida, mais eficiente, mais ágil e assim por diante (ARAÚJO, s/d., et. al).

Com a chamada modernização foram desenvolvidos equipamentos cada vez menores e mais próximos daqueles que o utilizam (a exemplo das figuras 2, 3 e 4). A tecnologia propicia conforto e rapidez ao cotidiano social, com sistemas cada vez mais rápidos e eficientes.

Por sí misma, la entrada de la informática digital en la vida cotidiana de un amplio (y rápidamente creciente) sector de la humanidad no es más que un nuevo capítulo en la historia de la tecnología[17] (BAUMAN, 2017, p. 62).

Nesse contexto, a tecnologia busca promover condições de igualdade favoráveis para a compreensão do diferente, do distante, do estrangeiro. É importante destacar que, nesse trabalho, são considerados os/as indivíduos/as que têm acesso à tecnologia, vale lembrar que atualmente muitos ainda são desprovidos desses aparatos.

É primordial ter ciência de que a tecnologia faz parte da vida do ser humano desde o nascimento e acompanha todo o desenvolvimento, incluindo o processo educacional que deve estar sempre atrelado às novas conduções da vida em sociedade. Nesse sentido, é apropriado afirmar que a tecnologia é sempre uma parceira da educação.

A partir das discussões apresentadas, o quarto capítulo apresentará uma análise do trabalho de campo realizado nas escolas de Campo Grande.

 

 

 

 

 

 

 

Capítulo IV: Conhecendo o perfil similar e dissonante da Geração Z nas escolas de Campo Grande/MS

Como via de evidenciar as práticas e afirmar a pesquisa, foram feitos trabalhos de campo nas Escolas Estaduais Amando de Oliveira, Coração de Maria, Joaquim Murtinho e Vespasiano Martins. Para melhor organizar o estudo foi selecionado um público específico de jovens de ambos os sexos do Terceiro Ano do Ensino Médio. Foram aplicados 342 questionários, modelo em anexo, composto por questões objetivas, analisadas à luz das Ciências Sociais.

Foram elencadas as categorias sexo, faixa etária, naturalidade, acesso à internet, modelo de conexão, rede wi-fi, locais de acesso à internet, consumo diário de internet, acesso a aparelhos celulares, substituição de aparelho celular, utilização de redes sociais, frequência de uso de internet, uso diário de redes sociais e redes sociais como balizadoras do perfil sócio tecnológico dos/as estudantes do último ano do Ensino Médio.

 

Gráfico 01: Distribuição por sexo.

 

Elaboração: OLIVEIRA, Gustavo Medeiros.

As escolas eram compostas com a seguinte quantia de alunos do Terceiro Ano do Ensino Médio: Amando de Oliveira (236), Coração de Maria (64), Joaquim Murtinho (535) e Vespasiano Martins (41). As pessoas entrevistadas estavam distribuídas entre 164 meninos e 178 meninas.

 

 

 

 

 

 

 

 

Gráfico 02: Distribuição do/as alunos/as por faixa etária

 

Elaboração: OLIVEIRA, Gustavo Medeiros.

A faixa etária se mantém consonante com o ano escolar e foi possível perceber uma significativa mudança de aproximadamente 10 anos atrás que existiam turmas com idades variadas e acentuadamente distintas. O gráfico mostra que a diminuição da repetência favoreceu essa aproximação etária.

 

Gráfico 03: Local de nascimento

 

Elaboração: OLIVEIRA, Gustavo Medeiros

No que diz respeito a região de origem a maior parte é de Campo Grande, sendo que uma segunda parte mais significativa é das cidades do estado de Mato Grosso do Sul, são filhos/as de pessoas transferidas para trabalhar na capital ou que chegam em busca de melhores condições salariais.

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Gráfico 04: Acesso a Internet

 

Elaboração: OLIVEIRA, Gustavo Medeiros.

Ao analisar o acesso a Internet, percebe-se que o número de Lan Houses, muito utilizadas nos primeiros anos do século XXI, reduziram drasticamente, assim como a internet a fio, dando lugar à fibra ótica e, em um futuro próximo, a conexão que nos dias atuais é paga tende a ser totalmente gratuita, popularizando, ainda mais o alcance da internet para os mais diferentes extratos sociais.

 

Gráfico 05: Modelo de conexão

 

Elaboração: OLIVEIRA, Gustavo Medeiros

 

            O modelo de conexão se divide principalmente em Internet de fio e Internet de dados móveis que, dependendo provavelmente da região de acesso pode ser em 3G ou em 4G. É importante considerar na análise a condição econômica das pessoas que acessam internet porque a mesma ainda tem custos.

Gráfico 06: Rede Wi-Fi

 

Elaboração: OLIVEIRA, Gustavo Medeiros.

O Wi-fi é uma tecnologia que há dez anos, praticamente, não existia. Atualmente está em pleno processo de expansão, acelerando o acesso à informação e expandindo a área de abrangência para estabelecimentos comerciais, áreas públicas, escolas, universidades, dentre outros espaços, expandindo a possibilidade de conexão. 

 

Gráfico 07: Locais de acesso à Internet

 

Elaboração: OLIVEIRA, Gustavo Medeiros

O acesso e a sua continuidade mudaram. No início dos anos 2000 a Internet discada nos domicílios era vista como viciante e prejudicial no comportamento dos/as jovens. Nas casas era muito comum usar a Internet depois da meia noite ou aos fins de semana porque tinha tarifa reduzida e até gratuita, porém o telefone doméstico ficava impedido de funcionar, prejudicando a dinâmica da casa. Esse poderia ser um dos motivos da pouca expansão do uso desse tipo de tecnologia, além da baixa qualidade, demora ao acesso, pouco conteúdo exposto, e talvez alguma desconfiança por ser algo novo. Hoje, passados vintes anos, a Internet passa a ser da família e pelo fácil acesso, contribui de várias formas, a ponto de retirar o espaço que antes era dos canais de televisão.

 

Gráfico 08: Consumo diário de Internet

 

Elaboração: OLIVEIRA, Gustavo Medeiros

             Em um espaço de, aproximadamente, dez anos, os/as jovens estão consumindo diariamente, muito mais a Internet, alterando, assim, a noção de tempo. O preço e a popularidade da Internet favoreceram o seu avanço, além disso, os próprios espaços públicos passaram a ser contribuidores desse consumo já que nos próprios cafés e lancherias, por exemplo, se tem a possibilidade de conexão. A própria telefonia móvel investiu em uma Internet de qualidade que pode ser contratada através de pacotes com preços variados. As informações contidas nesses ambientes também passaram a ser maiores conflitando agora, com os livros que até então eram as principais fontes. A Internet, portanto, acabou por adquirir ainda mais espaço. 

 

Gráfico 09: Percentual de jovens que possuem aparelhos celulares

 

Elaboração: OLIVEIRA, Gustavo Medeiros.

 

Outro fator interessante foi a popularização do aparelho celular, o equipamento tem capacidade para armazenar dados, informações e pode, inclusive, ser usado para ligações telefônicas. Agora o/a jovem tem a sensação de ter todas as informações que precisa nas mãos. Esse objeto foi se adaptando para um mercado em que ele exclui outros aparelhos e assume a posição de importância.

 

Gráfico 10: Substituição de aparelho celular

 

Elaboração: OLIVEIRA, Gustavo Medeiros

 

Ao serem questionados sobre a possibilidade de substituir o aparelho celular por outro equipamento, a maioria respondeu que não, conforme o gráfico 12, porém, o restante aceita, condicionado ao acesso à Internet. Nesse sentido, se observa que a Internet faz parte da vida dos/as jovens principalmente por celulares, tablets e notebooks.

 

Gráfico 11: Frequência de uso de Internet

 

Elaboração: OLIVEIRA, Gustavo Medeiros

 

O gráfico 11 faz parte de um todo (comunicação, pesquisa, entretenimento, trabalho, etc.) que compõe a utilidade do tempo do indivíduo, ou seja, é um emaranhado que, somado, participa ativamente da vida dos/as usuários/as. Não se pode afirmar se a frequência do uso é boa ou ruim, porém, é possível observar que um representativo tempo diário é utilizado no sistema composto pela internet, o aparelho celular e as redes sociais, isso depende, logicamente, da aplicabilidade do uso.

 

Gráfico 12: Utilização de redes sociais

 

Elaboração: OLIVEIRA, Gustavo Medeiros

 

 

Gráfico 13: Uso diário de redes sociais

 

Elaboração: OLIVEIRA, Gustavo Medeiros

 

 

 

 

 

 

Gráfico 14: Redes Sociais

 

Elaboração: OLIVEIRA, Gustavo Medeiros

 

Os gráficos 12, 13 e 14 apresentam a movimentação da juventude por intermédio das redes sociais

Em relação à exposição, foi analisado que as redes sociais são um meio de comunicação que possibilita substituir a comunicação primordial do celular. O gráfico 14 chama a atenção para o número de redes sociais à disposição do público em geral. Embora a juventude use as redes sociais mais populares, ao mesmo tempo buscam redes alternativas, talvez para se desviar da identificação com os mais velhos, além de se manterem atualizados com todas as possiblidades de comunicação postas pelo mercado mundial.

A elaboração e análise dos gráficos possibilitaram conhecer melhor o universo em que está inserida a Geração Z e as perspectivas para o futuro em um mundo globalizado e em constante avanço da ciência e da tecnologia.

 

Considerações Finais

O avanço da ciência e da tecnologia em um mundo cada vez mais globalizado (re)organiza a sociedade para atender as novas demandas originárias nas gerações de jovens que promoverão as condições futuras de formatos de vida relacional e profissional. As transições históricas são contribuintes para chegar a um período onde se usa aquilo que se tem e, por esse motivo, influencia e recebe influências. Se a natureza oferece inúmeros elementos, as transformações feitas pelas práticas humanas também ofertam coisas novas.

Por motivos interligados (moda, necessidades de consumo impostas pelo capital), destacando-se o movimento de mercado, o celular conseguiu se firmar e por algum motivo o antigo toca fitas foi se tornando um artigo raro e sem a devida utilidade. As transições sempre surgem e os grupos recebem e compartilham vivências, mudam as noções de tempo e espaço e os valores vão sendo transformados imperceptivelmente. As imposições feitas pelas empresas impõem diariamente diferentes acessórios tecnológicos, inserindo atualizações, cortando programas e diminuindo a vida útil dos equipamentos eletrônicos, promovendo o movimento de consumo que favorece para que a máquina comercial se mantenha aquecida. A alternativa é adquirir um novo aparelho, sob pena de ficar defasado tecnologicamente, ou seja, é algo completamente imposto pela engrenagem do capital.

Os fatores discutidos nesse trabalho demonstram que essa lógica tem muita força no mercado e atua de modo opressor. Fica evidenciado que, até o momento, os comportamentos se manifestam a partir do poder das empresas multinacionais que manipulam o consumo e os hábitos dos consumidores. Essa movimentação do mercado global não necessariamente continuará assim por muito tempo, mas manterá, de alguma forma, o/a consumidor/a refém das novas tecnologias, para, assim, permanecer no concorrido ambiente da tecnologia.

Lamentavelmente, o quadro que se desenha é de um total domínio do sigilo e da privacidade das pessoas, trata-se de um caminho para a sociedade das câmeras em vigilância durante as 24 horas do dia, o “mercado” sabe tudo sobre o movimento cotidiano dos/as seres humanos/as, do poder aquisitivo às das relações amorosas e familiares, dos interesses políticos aos culturais.

Entre vigilâncias e conduções intrínsecas da rotina das pessoas, a Geração Z se estabelece enquanto jovens que atuam em um universo onde a tecnologia dita as regras sociais, políticas, econômicas e profissionais de um mundo em movimento, acelerado dinâmico, no qual, para se manter nessa órbita o/a jovem precisa estar conectado com o que há de mais atual no mundo da tecnologia e da informação. À Geração Z caberá a manutenção e o avanço das novas frentes de trabalho onde a tecnologia ditará as regras do convívio social.

A pesquisa mostra as mudanças em todos os setores sociais e comportamentais do/as jovens da Geração Z, com práticas coletivas associadas ao mundo virtual referenciadas na velocidade das informações e no esfacelamento das fugas das ações humanas. O chamado “choque de gerações” minimizou, considerando que, a cada período de tempo o avanço da ciência, da tecnologia e do mundo virtual aproximam as gerações.

 

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ANEXOS

 

QUESTIONÁRIO

 

Nome:.........................................................................................................

Idade:......................

Cidade em que nasceu:..................................................................

 

 

  1. Você acessa internet em:

Casa (  ),(   ) Escola, Outro (  ) Qual?..........................................................

Se a reposta for sim, qual modelo de conexão?................................................

 

  1. Acesso a Wi-fi?        Sim (  )       Não (  )  

Se a resposta for sim, em que local?........................................................

 

  1. Com que frequência você acessa ou tem acesso à Internet?

Todos os dias (  ), em torno de quantas horas? .......................................                             Em alguns dias da semana (  )

Em alguns dias por mês (  )                  Não tenho acesso (  )

 

 

  1. Possui celular? (  ) Sim              (  ) Não

 

 

  1. Possui algum outro aparelho eletrônico portátil?

 

(  ) Não          Sim (  ) Qual?.......................................................

 

 

6- Utiliza as redes sociais?  Sim (  )       Não (  )  

Com que frequência?

Todos os dias (  ), em torno de quantas horas? .......................................                             Em alguns dias da semana (  )

Em alguns dias por mês (  )                  Não tenho acesso (  )

 

  1. Quais redes sociais?................................................................................................
  2. Compartilha senha do Wi-fi? Sim (  )       Não (  )  

 

 

[1] Zapping: Mudar constantemente de canal.

[2] Polaridade mundial entre os hegemônicos EUA x URSS.

[3] Indivíduos que estão ocupando cargos funcionais na sociedade.

[4] A extensão dos horizontes cognitivos até a totalidade do espaço que entra dentro do enquadro das vídeo câmeras e dos telefones inteligentes (e, por conseguinte, dentro do alcance do Cyberespaço em geral) põe fim a ideia do vizindeiro definido em termos de uma distância física que distinguia a acessibilidade e a familiaridade do <> da inexequibilidade e a obscuridade do <>. (Trad. do autor).

[5] O ICQ, lançado em 15 de novembro de 1996, foi o programa pioneiro de mensagens instantâneas, revolucionando a comunicação rápida entre pessoas online. Disponível em: https://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2014/07/icq-orkut-msn-myspace-que-fim-levaram-os-hits-dos-anos-90-e-2000.html. Acesso em 01 de out.2020.

[6] O MSN, lançado em 22 de julho 1999, é um programa de mensagens da Microsoft para conectar o usuário a partir de uma conta de e-mail. Disponível em: https://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2014/07/icq-orkut-msn-myspace-que-fim-levaram-os-hits-dos-anos-90-e-2000.html. Acesso em 01 de out.2020.

[7] O Orkut, lançado em 24 de janeiro de 2004, é um serviço do Google considerado sinônimo de redes sociais no Brasil. Disponível em: https://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2014/07/icq-orkut-msn-myspace-que-fim-levaram-os-hits-dos-anos-90-e-2000.html. Acesso em 01 de out. de 2020.

[8] O Facebook é uma rede social disponível na Web, onde os usuários podem compartilhar fotos e vídeos, trocar mensagens. Disponível em: https://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/facebook.html. Acesso em 01 de out.2020.

[9] O Whatsapp, lançado oficialmente em 2009, é um software para smartphones utilizado para troca de mensagens de texto instantaneamente. Disponível em: https://www.significados.com.br/whatsapp/. Acesso em 01 de out.2020.

[10] O Telegram Messenger é um programa de envio e recebimento de mensagens instantâneas criado em 2013. Disponível em: https://www.techtudo.com.br/listas/2019/03/o-que-e-telegram-4-perguntas-e-respostas-sobre-o-rival-do-whatsapp.ghtml. Acesso em 01 de out.2020.

[11] Disponível em: http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2013/11/consultorias-ligam-saida-de-jovens-do-facebook-perda-de-privacidade.html. Acesso em 21 ago 2018.

[12] E logo está o fenômeno copycat (o do <>), também facilitado em grande medida por uns meios ávidos de audiência e, por conseguinte, dispostos a seguir o jogo. A imitação segue o mesmo padrão que as modas; como as modas, seu imponente atrativo provém das esperanças que nos brindam de reconciliar o irreconciliável e, por tanto, de satisfazer ao mesmo tempo duas ânsias humanas (demasiado humanas) em aparência contraditórias: a paixão pelo social e a paixão pela individualidade, o desejo de pertencer a um coletivo e o desejo de destacar. Esta classe de dualidade de intenções e a dialética resultante de seus efeitos condutuais foram já detectadas e ampliadamente analisadas em seu momento por Georg Simmel. (Trad. do autor).

[13] Suponho que Thompson haveria cambiado um pouco seu foco de atenção se houvesse levado a cabo esse estudo depois da mais destacada novidade para a prática da <> trazida pela Internet: me refiro a interatividade inerente a este meio, que, em grande (e talvez crescente) medida, faz turvar na nitidez cartesiana da justaposição sujeito/objeto, uma novidade cujas profundas consequências para a forma da convivência humana vão fazendo-se, dia a dia, menos incertas e mais evidentes. (Trad. do autor).

[14] Porém para que possa ser copiado, um ato deve adquirir primeiro o público que a Internet proporciona; se, no passado agora distante, os grupos tendiam a amalgamar-se entre membros vizinhos que compartilhavam uma aproximação física que facilitava encontros cara a cara repetidamente, os grupos da era da informática (reencarnados em forma de “redes”) se formam e coagem em torno daqueles transmissores de informação que, por uma razão outra, se consideram vozes de autoridade julgadas fidedignas. A frequência de sua aparição na tela e, mais ainda, o número de vezes que suas mensagens tenham recebido um “gostei” ou tenham sido “compartilhados” (número de que eles presumem e que não deixa de anexar as suas mensagens) proporcionam – a falta de indicadores mais fiáveis ou menos manipuláveis – todo o respaldo necessário para mostrar que são publicamente importantes e respeitáveis e que, por tanto – por dedução -, elegê-los é desejável. (Trad. do autor).

[15] Notícias falsas.

[16] Creio que a característica mais importante (e a mais relevante para a expansão do fenômeno copycat) dos novos meios de comunicação – e, em particular, da acessibilidade a Internet através de um sem fim de receptores interativos e basicamente portáteis que, por seu reduzido tamanho, estão disponíveis para serem usados vinte e quatro horas do dia para uma comunicação em “tempo real” - é que possibilitam a prática de uma “reação-resposta concertada, porém carente de coordenação”. Poderíamos dizer que o que isso propicia (praticamente sem esforço, o que faz que a possibilidade em si seja muito tentadora) é a produção em um só gesto de milhares dos bem conhecidos <>, o que multiplica as probabilidades de que essas mensagens sejam avistadas, pescadas, abertas, lidas e desenroladas, e faz que esses comportamentos concertados porém descoordenados sejam muito prováveis (até o ponto de que sejam um feito comum na realidade). (Trad. do autor).

[17] Por si mesma a entrada da informática digital na vida cotidiana de um amplo (e rapidamente crescente) setor da humanidade não é mais que um novo capítulo na história da tecnologia. (Trad. do autor).