RESUMO

Este  artigo trata da ampliação da desigualdade social que está sendo criada com a pandemia da COVID- 19, aborda também a questão  de como se dará o retorno dos alunos às escolas durante a flexibilização na pandemia causada pelo corona vírus, abordando as dificuldades de como isso está sendo feito na Europa o que podemos aprender do exemplo deles, discute também as reações dos educadores à questão proposta, como as medidas tomadas até agora em alguns lugares pode servir como parâmetros para este retorno. Explica a diferença entre Ensino Remoto e EAD, e sugere uma abordagem pedagógica que tenha convergência com os protocolos de saúde que estão sendo desenvolvidos para serem adotados nas escolas à medida que o retorno às aulas for sendo efetuado, apontando um caminho que poderá ser seguido pro todos. O mais importante é que o artigo estimula a reflexão da urgência de se pensar nisso com um grau de urgência, sugerindo assim o aperfeiçoamento dos profissionais, o fornecimento aos alunos o acesso às tecnologias de informação e também um investimento maciço na educação em todos os níveis. E fornecer sugestão práticas para este retorno.

PALAVRAS CHAVES:  retorno às aulas; desigualdade social; COVID -19; pandemia; flexibilização; EAD, ensino remoto; tecnologias da informação.

Andreas Schleicher considera que o custo social pelo fechamento das escolas durante esse período de pandemia tomou um tom dramático. Por que esse pesquisador estatístico no campo da educação tem essa preocupação? Em entrevista ao jornal El País em 23 de abril de 2020 ele esclarece alguns pontos que nos fazem refletir no que poderá ser feito para que o retorno às aulas não torne ainda mais agudo o abismo social que existe no mundo, pois de acordo com seu conceito, a ESCOLA é o maior igualador social que existe, na sua opinião, “é o único lugar onde todas as crianças recebem o mesmo tratamento, independentemente da situação pessoal que cada um tenha em casa”. Uma das suas maiores preocupações é justamente a dificuldade dos alunos que não possuem recursos tecnológicos para acompanharem os alunos que os possuem, pois para ele a situação pode ser assim considerada paradoxal porque dentro do quadro apresentado, a situação que poderá ocorrer quando os alunos retornarem será a seguinte: provavelmente, alunos que tiveram mais acessos às tecnologias e aos conteúdos apresentados, na sua opinião, esses alunos citados voltarão entusiasmados, com muitas aprendizagens on-line que os terão enriquecido, graças ao apoio de suas famílias. Já os de menor condições financeiras e com pouco acesso às tecnologias e aos conteúdos, provavelmente, chegarão desmotivados. Sendo que dento deste prognóstico, o mais interessante é que Andreas Schleicher estava se referindo ao retorno das aulas nos países europeus. O que isso significa? Analisando de uma forma bem fria, se na Europa, que existe uma estrutura mais sólida no sistema educacional, e este especialista fez esta previsão sombria, como será esse retorno nas escolas aqui no Brasil, tendo em vista que estamos muito atrasados em relação aos países europeus na estrutura da educação de base e no ensino médio? E para piorar, não temos uma política eficiente de saúde pública no combate ao corona vírus, sendo que cada estado é uma “ilha” no combate a pandemia. E para piorar o Brasil é um país de dimensões continentais, dificultando ainda mais a unificação de políticas públicas sanitárias para estancar a “sangria” da ineficiência governamental em todas as esferas no combate à pandemia, apesar dos incontáveis esforços dos profissionais da saúde, principalmente, e das demais categorias envolvidas neste combate, bem como no estabelecimento de diretrizes básicas para o retorno seguro dos alunos das rede pública e particular. No entanto, além de nos aprofundarmos na questão de saúde, é importante considerar os outros fatores que estão envolvidos no processo de retorno às aulas no durante a flexibilização e no pós-pandemia. No primeiro Fórum Ler e Pensar realizado pelo Instituto GRPCOM, no dia 30 de março 2019, na Universidade Positivo, em Curitiba que tratou do assunto sobre “Conexões para uma educação transformadora”; o objetivo deste círculo de palestras foi evidenciar práticas inovadoras em sala de aula, as quais visam incentivar aos professores usarem as mídias digitais dentro da sala de aula como instrumento pedagógico. Não obstante, é importante lembrar que as mídias digitais não irão substituir o processo de aprendizagem inserido no contexto da criação e do saber, pois este recurso torna-se uma alternativa aos métodos tradicionais, no entanto, pode-se destacar que o uso de mídias é importante no processo de ensino-aprendizagem. É bem sabido que vários profissionais da educação estão procurando se adaptar ao uso de mídias digitais no ensino, bem como as escolas em geral têm feito adaptações para o uso de novas tecnologias, no entanto, vale ressaltar que, ainda faltam muitos passos a serem dados para a efetivação do uso deste recurso alternativo pelos professores em sala de aula, tendo em vista que grande parte destes professores não possuem treinamento ou não se interessam pelo uso destes recursos. Segundo Camila Fattori3 , psicóloga e coordenadora pedagógica da Comunidade Educativa CEDAC, “É necessário dar ao professor o mínimo de conhecimento e treinamento”. [...]