Zico - Chute Certeiro

Por Paulo Rabelo Guimaraes Machado Diniz | 21/08/2014 | Crônicas

ZICO - O CHUTE CERTEIRO Se é para perdoar perdoa. Mas não seria um faz de conta? Adiantaria alguma coisa esse perdoar de um sujeito tão simples num mundo tão complexo? Como o carrasco livraria da culpa se ela está na consciência e não no bom senso instituído? Teria o perdão da vítima esse poder libertador? Se há justiça absoluta há de haver também sentenças absolutas para aqueles que prejudicam os do bem. A questão é saber ou não se alguém é do bem ou não e o quanto este é do bem? Mas antes precisa definir o referencial para o ponto de vista. Se o ponto de vista ainda estiver preso no inexorável tempo, o julgamento jamais será certeiro, será como aquele pênalti do Zico que, mesmo com tanto talento não foi possível se excluir do erro. No oceano de incertezas que a humanidade vive não será fácil encontrar uma ilha de segurança para de lá acertar o alvo com um julgamento certeiro. Ter domínio do passado, presente, futuro na instantaneidade é ainda um sonho a ser a ser conquistado pela humanidade, sem este domínio, o referencial é tão limitado que restará apenas o chute em qualquer tentativa de julgamento. Se errar o chute e vitimar poderia o perdão eliminar a sentença lavrada pela pela justiça absoluta na esfera superior? O sistema, se absoluto, flui entre os pseudos domínios humanos. Apesar de o carrasco não tomar consciência da condenação ele ainda poderá ter culpa e aí seria condenado duplamente, mas se foge da culpa esconde sua consciência até sobrar nada dela. O quanto o perdão da vítima deva interferir na sentença desta justiça absoluta? E o perdão corrobora com a tendência do carrasco em vitimar outros? Um amigo curtindo a melhor idade disse na porta do dojo quase como resignado com sua velhice: "a natureza não perdoa nunca, o homem as vezes, Deus sempre." Foi ensinado que, ao se aprofundar nas pulsões entre os seres humanos verá que a calúnia não existe, pois ela é a manifestação de uma tendência, voz do povo é a voz de Deus ou, onde há fumaça tem fogo. Seria, então, o sofrimento da vítima de calúnia uma punição antecipada e, portanto, poderia funcionar como atenuante de crime nos negócios humanos? Para o inocente, o passado pode guardar uma memória. Mas para os desleais, é só uma questão de tempo antes de o passado devolver o que eles realmente merecem. Imaginem um jardineiro replantando uma muda e sem se perceber, estraçalha uma minhoca com a cortadeira. Tão logo o feito, no mundo das minhocas realiza uma assembleia de minhocas para julgá-lo e condená-lo. Havendo justiça absoluta além dos negócios humanos, o perdão da vítima a um carrasco não diferenciaria em efeito à assembleia de minhocas na vida do tal jardineiro? Noutro extremo, uma assembleia nas Nações Unidas é arregimentada com objetivo de, uma vez por todas, votar a negação de Deus em todas as nações. Pressões inadiáveis dos humanistas seculares de plantão, o Estado laico para estes, já não mais bastava, a crença noutra Providência estava atrapalhando as decisões científicas e, em consequência, o processo civilizador. Como a assembleia das minhocas, esta assembleia surtiria efeito? O jardineiro que estraçalhou a minhoca está ileso tanto quanto o Outro intocável em sua capital divina despachando com seus magistrados celestes, lavrando penalidades, arquivando outras por ações meritórias de alguns. Se há justiça absoluto nenhum crime há de passar impune, mesmo os menores, pois o mal menor está dentro do maior e este no menor e, assim sucessivamente, até chegar àquele que comeu o fruto proibido, ou até chegar ao anjo que caiu e liderou toda a maldade. Estará na alçada da vítima interferir na justiça absoluta, quando o passado, presente e futuro poder ser visto na instantaneidade por ela? Ou seja, quando o seu referencial não mais estiver preso ao espaço e ao tempo?* A justiça superior dependeria de uma única verdade, poderia esta existir? É possível ser a verdade uma somatória das pequenas verdades de cada um no tempo limite infinito inferior ao tempo limite infinito posterior? O todo há de depender das partes, assim como a parte não vive sem o todo? Cada pessoa um nó de uma grande teia sustentada pelos inúmeros nós. Fios que, conforme a mitologia Grega, são fabricados pelas Moiras ao usar a Roda da Fortuna para tear o bom ou mal destino. Nem Zeus estava autorizado a transgredir sem interferir na harmonia cósmica, teria eu poder com o meu perdão? Será que esta roda destrambelhou-se e essa teia expandiu a boa sorte e, em consequência, a população cresceu além da conta? Qual seria o limite de nós nesta teia para uma perene civilização? O relatório da fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), elaborado pelo Professor Kassai e outros pesquisadores da FEA/USP ajusta a população mundial em 300 mil para, só assim, poder recuperar os ecossistemas e na sequencia mudar os sistemas de produção. Sendo assim, alguém teria coragem de faltar com o seu perdão se este fosse o último necessário para a completa redenção da raça humana? Vá e perdoa, lembre-se; o que aquece e perdoa terá de sair do carácter e não de uma fuga e saiba que a vítima tem superioridade enorme sobre outros por ser permeável. A Doutora Leda disse: "o homem precisa ser permeável às exigências da vida, ir até o fim, reconhecendo os seus limites", Somente com a maturidade percebe que enquanto busca o que se perdeu fuçando o passado mais sai pela porta da frente. Se não tivermos altruísmo para perdoar as pessoas não teremos historia e passaremos despercebidos na multidão. As vezes o amigo atinge aquele que está presente por não poder atingir o ausente (o inimigo). A função de amigo é suportar (sob forma atenuada e simbólica). Se não consegue tirar do caráter esta força de perdoar, então, terá que acumular uma fé dirigida a Deus na vida cotidiana até conseguir. Neste percurso é possível ter prazer em vingar até a generosidade ao desculpar-se e tentar ser agradável. Na Divina Comédia de Dante, Ulisses no purgatória alerta Dante sobre a proibição de citar Deus naquele lugar. Essa ideia de Deus como um ser indecifrável é um conceito que já se encontrava em outro livro fundamental, o livro de Jó. Aí, Jó condena Deus e seus amigos O justificam; no final, Deus se manifesta, do meio do redomoinho, e rejeita tanto os que O justificam quanto os que O acusam. Deus está acima de todo o juízo humano e assim o diz Ele próprio. Em sua presença, todos os homens se humilham, por se terem atrevido a julgá-lo e justificá-lo. Deus não precisa disso pois, como diria Nietzsche, "está acima do bem e do mal, em outra categoria". "Se Dante coincidisse sempre com o Deus que imagina, esse seria um Deus falso - uma mera réplica do próprio Dante", análise de Borges sobre a Divina Comédia de Dante. Já no manual de boas maneiras (Youth's Bahaviour de Francis Hawkins, citação de Gracian de 1646) faz uma citação curiosa: "Faze amigos, ter amigos é um segundo ser ... todas as boas coisas que temos na vida dependem dos demais". "Deus aparece apenas à margem e, no fim, como algo fora desse círculo humano". "Toda as boas coisas, igualmente, chegam ao homem de parte de outras pessoas". Na apresentação a Norbert Elias para a obra Processo civilizador, Renato Janine Ribeiro faz a seguinte citação, "Da genealogia da moral, Nietzsche insiste em como foi difícil e que custos teve, para o homem, a instauração da moral (ou mesmo, se quisermos, de várias morais). Em outras palavras, a moralidade não é um traço natural, nem legado de graça de Deus - ela foi adquirida por um processo de adestramento que terminou fazendo, do homem, um animal interessante, um ser previdente e previsível. Foi preciso que, pela dor, ele constituísse uma memória, mas não no sentido aparente de apenas não esquecer o passado: onde ela mais importa é quando se faz prospectiva, quando se torna como que um programa de atuação - marcando o sujeito para lembrar, bem, o que prometeu, o que disse, de modo a não o descumprir. A memória importa não tanto pelo conhecimento que traz, mas pela ação que ela governa. O seu custo é a dor. Foi preciso torturar para produzi-la - e Pierre Glastres, num artigo, retomou esta idéia, descrevendo os ritos de iniciação dos rapazes índios como sendo lições de memória futura, inscrição no corpo e na mente da lei da igualdade". Algumas considerações ditas ao colaborador Zico antes de o autor se ausentar: a) se o malandro soubesse das vantagens de ser honesto seria honesto por malandragem; b) imagem é patrimônio, portanto ao fazer maledicência rouba-lhe o mais essencial deste e culpar e testemunhar contra inocente é condená-lo no mais cruel antes mesmo da sentença; c) traição de amigo é pior que de inimigo, pois conta este último há armas; d) a culpa é uma jaula invisível que tormenta muito além das grades de ferro da prisão; e) a força depende mais da teia que nos envolve que a força de si próprio; f) não esperes praticamente nada de bom daqueles que têm defeito natural congênito, porque eles estão acostumados a se vingar da natureza; g) Waren Buffet ensina três regras para seus executivos nas reuniões anuais: primeira regra: não dê prejuízo a seu investidor; segunda regra: nem pense em dar prejuízo ao seu investidor; terceira regra: nunca esqueça das duas primeiras; h) há mais afinidade do discurso com a revelação do que da ação com a revelação, pois pessoas são condicionadas a agir pelas suas necessidades vitais e estas podem ser facilmente alienadas na ação. Depois de mais de um ano construindo uma relação de confiança mútua, prometendo e cumprindo promessas o autor ausentou-se e o colaborador imediato assumiu o comando do negócio. Este último levou apenas três dias para trair o autor, não honrando os compromissos com o locador, fornecedores e ainda se desfazendo de estimadas antiguidades. A indignação gerou este texto para iluminar a si mesmo na difícil decisão de não se omitir e evitar ao máximo, litigar. Na esperança de, talvez, pudesse servir também como luz à consciência à outra parte, em uma visita leu em voz alta, enquanto este batia a massa, ferozmente, de um pão caseiro. Parece não ter surtido efeito algum, pelo menos na aparência nada se viu de mudado. Na semana seguinte estudando Hanna Arendt para a seleção no mestrado em história da UFPR, surpreendeu-se com uma análise da filósofa sobre o perdão. Transcreve na íntegra, abaixo, o seu discurso. "O descobridor do papel do perdão na esfera dos negócios humanos foi Jesus de Nazaré. O fato de que ele tenha feito esta descoberta num contexto religioso e a tenha enunciado em linguagem religiosa não é motivo para levá-la menos a sério num sentido estritamente secular, portanto, pode-se desconsiderar a fé neste contexto". Mateus 18:35; cf. Marcos 11:25; “Mas quando vos puserdes em oração … perdoai … para também o vosso Pai que está nos céus vos perdoe vossos pecados”. Ou: “Porque se vós perdoardes aos homens as ofensas que tendes deles, também fosso Pai celestial vos perdoará os vossos pecados” (Mateus 6:14-15). "Em todos estes casos, o poder de perdoar é um poder fundamentalmente humano: Deus nos perdoa “nossas” dívidas, assim como perdoamos nossos devedores”. "As três palavras chaves do texto de Lucas 17:3-4, aphienai, metanoein e hamartanein tem certas conotações, mesmo no grego do Novo Testamento, que as traduções não conseguem transmitir por inteiro". "O significado original de aphienai é despedir, libertar e não perdoar; metanoein significa mudar de ideia e – como serve também para traduzir o hebraico shux retornar, voltar sobre os próprios passos, e não arrepender-se, com suas conotações emocionais e psicológicas". "O que se exige do homem é: muda de ideia e não peques mais, o que é quase o oposto de fazer penitência". "Finalmente, harmartanein pode, realmente, ser adequadamente traduzido por transgredir, na medida em que significa errar, enganar-se e extraviar-se, e não pecar (veja-se Heinrich Ebeling 1923)". "O versículo citado, da tradução clássica, poderia também ser traduzido como segue: “E se ele transgredir contra ti … e … procurar-te, dizendo: Mudei de ideia, deves desobrigá-lo”. Continuando com Hanna Arendt, “a única solução possível para o problema da irreversibilidade – a impossibilidade de se desfazer o que se fez, embora não se soubesse nem se pudesse saber o que se fazia – é a faculdade de perdoar". "A solução para o problema da imprevisibilidade, da caótica incerteza do futuro, está contida na faculdade de prometer e cumprir promessas". "As duas faculdades são aparentadas, pois a primeira delas perdoar – serve para desfazer os atos do passado, cujos “pecados” pendem como espada de Dâmocles sobre cada nova geração; a segunda – obrigar-se através de promessas – serve para criar, no futuro, que é por definição um oceano de incertezas, certas ilhas de segurança, sem as quais não haveria continuidade, e menos ainda durabilidade de qualquer espécie, nas relações entre os homens". "Se não fôssemos perdoados, eximidos das consequências daquilo que fizemos, nossa capacidade de agir ficaria, por assim dizer, limitada a um único ato do qual jamais nos recuperaríamos". "Seríamos para sempre as vítimas de suas consequências, à semelhança do aprendiz de feiticeiro que não dispunha da fórmula mágica para desfazer o feitiço". "Se não nos obrigássemos a cumprir nossas promessas, jamais seriamos capazes de conservar nossa identidade". "Seriamos condenados a errar, desemparados e desnorteados, nas trevas do coração de cada homem, enredados em suas contradições e equívocos – trevas que só a luz derramada na esfera pública pela presença de outros, que confirmam a identidade entre o que promete e o que cumpre, poderia dissipar". "Ambas as faculdades, portanto, dependem da pluralidade, na solidão e no isolamento, o perdão e a promessa não chegam a ter realidade: são, no máximo, um papel que a pessoa encena para si mesma”. “Uma vez que estas faculdades correspondem tão de perto à condição humana da pluralidade". "Por outro lado, o código moral inferido das faculdades de perdoar e de prometer baseia-se em experiências que ninguém jamais pode ter consigo mesmo e que, ao contrário, se baseiam inteiramente na presença de outros". "E, do mesmo modo como a dimensão e as formas de autodomínio justificam e determinam o domínio sobre outros – o indivíduo governa os outros como governa a si mesmo – também a dimensão e as formas de perdão e das promessas que o indivíduo recebe determinam a dimensão e as formas do perdão que ele pode conceder-se a si próprio ou do comprimento de promessas que só a ele dizem respeito". "O pecado é um evento cotidiano, decorrência natural do fato de que a ação estabelece constantemente novas relações numa teia de relações, e precisa do perdão, da liberação, para que a vida possa continuar, desobrigando constantemente os homens daquilo que fizeram sem o saber". "Somente através dessa mútua e constante desobrigação do que fazem, os homens podem ser agentes livres". "Somente com a constante disposição de mudar de ideia e recomeçar, pode-se-lhes confiar tão grande poder quanto o de consistir em algo novo". "Jesus assinala a inevitabilidade das ofensas (skandala) que são imperdoáveis, pelo menos na terra: “mas ai daquele por quem elas vêm". "Seria melhor para ele que se lhe atasse ao pescoço uma pedra de moinho e que fosse precipitado ao mar”; e passa a ensinar o perdão às “transgressões”(hamartanein)". "O perdão é a única reação que não re-age apenas, mas age de novo e inesperadamente, sem ser condicionada pelo ato que a provocou e de cuja consequência liberta tanto o que perdoa tanto o que é perdoado". "A desobrigação mencionada nos ensinamentos de Jesus sobre o perdão é a libertação dos grilhões da vingança, uma vez que esta prende executor e vítima no inexorável automatismo do processo de ação que, por si, jamais chega necessariamente a um fim”. Veja antropofagia nos nativos na América, os índios canibais, que assombrava os colonizadores com suas vinganças sem fim entre tribos rivais. Para eles era natural, pois não conheciam o ensinamento do perdão. "Os homens não podem perdoar aquilo que não podem punir, nem punir o que é imperdoável, que desde Kant denominou-se mal radical, tão pouco conhecido, pois transcendem a esfera dos negócios públicos e as potencialidades do poder humano, as quais destroem sempre que surgem". "Em tais casos, em que o próprio ato nos despoja de todo poder. "Perdoar é agir, é eminentemente pessoal, embora não necessariamente individual e privado, perdoados lhe serão os seus muitos pecados, porque amou muito; mas ao que menos se perdoa, menos ama". "Jesus que assombrou os escribas (não pelo milagre e sim por perdoar), pois antes o homem não podia perdoar, só Deus perdoava, (quem é aquele que perdoa os pecados?) perdoar impressionou mais os escribas do que o milagre da cura do cego". "O amor é uma experiência não somente crucial mas indispensável, o que lhes dá o direito de confundi-lo com uma experiência universal". "O amor é apolítico e talvez a mais poderosa das forças humanas antipolíticas". "A faculdade criativa do amor não é o mesmo que a fertilidade, na qual se baseia a maioria dos mitos da criação”. Arendt não citou a oração de Jesus a Deus no momento da crucificação (perdoe eles não sabem o que fazem). Parece oportuno esta citação, pois os fatos não revelam as motivações, se são justas ou não. Jesus, provavelmente, sabia exatamente o que estava acontecendo, pois, talvez, não estivesse preso no inexorável tempo e nem no espaço*. O amor exige o perdão para não se interromper. Mas se jamais julgar e culpar, o perdão poderá ser dispensado e todo esse discurso do autor torna-se mera palavras vazias. É possível, sequer, imaginar os negócios humanos em que os indivíduos não se culpem uns aos outros? É dito que Buda trouxe a luz e Jesus o amor, uma cruz bidimensional portanto, que ao girar forma-se um plano. Não é possível um plano se sustentar em pé em uma superfície. É preciso acrescentar a devoção e formar a cruz tridimensional para ao girar criar uma esfera. Não é possível tombar uma esfera. A nova civilização a ser construída ainda neste século precisa da luz, do amor e da devoção para não se desmoronar. Para tanto, uma nova lei precisou surgir para revelar como, o que, a quem, quando e para que fazer devoção e assim, evitar equívocos que poderiam atrapalhar a Providência, pois esta nova civilização só poderá erguer juntando a força humano com a força divina. Num cântico do mestre japonês Sukuinushi: "o justo e verdadeiro faz transbordar o grande amor, a verdade e a devoção numa cruz tridimensional" (Norigotoshu p. 113). No próprio cântico explica que o amor, no ideograma japonês, é intenção celestial, e nele reúne a grande misericórdia e a grande severidade, apesar de serem distintos, unidos, formam o grande amor do Criador. Este amor não é parcial e nem um pequeno amor (como normalmente se manifesta entre os humanos). No mesmo cântico tem-se: “Se o homem avançar e eliminar a distância para com Deus Su, viverá imerso no grande amor que se propaga pelos céus e pela terra e se sintonizar com esse amor, a vida deste se perpetuará". "Ao perder esse amor, o homem perde a felicidade e os bens". "O egoismo, no entanto, oculta o verdadeiramente grandioso “eu”, a partícula interna desse grande amor". "Eliminando o egoismo o “eu” estará envolto no grande amor e apto a receber as providências divinas”. Somando este trabalho simples de devoção à luz de Buda e ao amor de Jesus as chances de um processo civilizador numa espiral ascendente ininterrupta aumentam grandemente. Mas se negligenciarmos é possível virarmos poeira cósmica e Deus ter que começar tudo de novo. * Desde Galileu, graças ao telescopico, o referencial não é mais o geocêntrico para se fazer análises. No entanto, o estudioso apenas busca o referencial na sua imaginação, mesmo quando o insight foi inspirado em sonho, como experimentado pelo cientista japonês Hideki Yukawa (1907-1981) que em experiência onírica de 1935 pode teorizar sobre a partícula subatômica denominada méson (considerada popularmente como a mão de Deus por manter juntos prontons e neutrons) para, somente, em 1947, ser confirmada pela British Physicist Cecil Frank Powella e, assim, ser em 1949 angariado com um Nobel de física.