VOLTOU PARA DIZER

 Naqueles dias os homens buscarão a morte e não a acharão; também terão ardente desejo de morrer, mas a morte fugirá deles.

Apocalipse de JESUS, segundo João, cap. 9:6.

 

Ninguém voltou pra dizer

O que há depois de morrer!

 

Vocifera alguém

Que não sabe também

Por que nasceu, por que vive,

Por que sorri, por que chora

E bastas vezes implora

Para entender,

Por que um dia

Como uma erva qualquer

Terá de fenecer?

 

 “E já que sois um sopro na esfera de Deus e uma folha na floresta de Deus, vós também devereis descansar na razão e agir na paixão.”

 Khalil Gibran, escritor libanês (1883-1931).

 

O Senhor JESUS voltou,

Pois dos mortos ressuscitou

Sem deixar destroços.

 

 Fui crucificado, mas eis-Me aqui: Estou vivo pelos séculos dos séculos, e tenho as chaves da morte e do inferno.

Apocalipse de JESUS, segundo João, cap. 1:18.

 

Ficou quarenta dias com os Apóstolos

E com eles se alimentou,

Depois diante de quinhentos galileus

Ao céu se transportou.

 

 Ditas estas palavras, foi JESUS elevado à alturas, à vista deles, e uma nuvem O encobriu dos seus olhos.

Atos dos Apóstolos de JESUS, cap. 1:9.

 

O grão que toda pessoa alimenta

Todo perigo enfrenta

Para vir à tona

E vencer qualquer trama

Para a alimentar,

E você vive a falar

Que ninguém retornou

Do reinos dos mortos?

 

Pelo visto, a sua visão científica

É muito restrita,

Pois a árvore frutífera

Que chuva e sol sustenta

Não nasceu carregada de frutos;

Ela subiu da terra

E como qualquer semente

Sofreu a dor inclemente

Do desenvolvimento.

 

 Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora.

Epístola de Paulo aos Romanos, cap. 8:22.

 

Tudo na Natureza

Que irradia só beleza

Aos olhos humanos,

Está a mostrar

Que também luta

Para trazer a fruta

Para cada mesa.

 

Aquele pãozinho

Que a pessoa gosta quentinho

No café da manhã,

Sofreu o calor do forno

Para trazer o gozo

Ao seu paladar.

 

A carne de um modo geral

Não surge afinal

De um modo fantasioso.

 

O animal é sacrificado

E depois cozinhado

Para ser servido.

 

A água que se bebe,

Chega às torneiras

Após passar por várias maneiras  

De completa higienização,

E ainda é filtrada

Para manter a saúde

Bem equilibrada.

 

Não diga nunca mais

Que ninguém voltou de novo,

Pois até o ovo

E o fraguinho que se degusta

A galinha sofreu para tê-los.

 

Não precisa ninguém voltar.

A Vida está a se revelar

No constante ressuscitar

Das sementes e grãos.

 

 “Dizeis: darei só aos que precisam. Mas os vossos pomares não dizem assim; dão para continuar a viver, pois reter é perecer.”

 Khalil Gibran, escritor libanês (1883-1931).