A maldade pode fazer bem?

Tudo neste mundo está em mudança constante. Faz parte da natureza material deste mundo. Nós mudamos a cada dia. Não sou o mesmo que era a 30 anos atrás. Aquela pessoa não existe mais! O passado é um Agora que se foi. O presente é um Agora que se atualiza a cada segundo. O futuro é um Agora que ainda não aconteceu, e não se tem certeza se acontecerá ou não! Espero que sim!

A letra, dessa música título, faz uma proposta um tanto estranha: "Você foi a maldade que só me fez bem"; será que de fato uma maldade pode realizar um bem? Existe algum bem na maldade? Seria um paradoxo algo que é mau ser bom ao mesmo tempo!

Existe até um ditado popular que diz: "Há Males que vem para Bem". Mas, será que há de fato? Uma injeção antiofídica ao paciente picado por uma serpente venenosa salvará sua vida. Nesse caso o mal do veneno na circulação sanguínea o destruirá, mas esse mesmo mal aplicado em um cavalo desenvolverá o antiofídico, ou seja, resultará em bem.

Mas, a proposta do compositor da música, não foi neste aspecto, mas sim no aspecto de que o mal, ou melhor, a maldade que sua amada provocou no seu ser, acabou se tornando algo benéfico a ele. Evidentemente isso se passa em seu interior, trazendo-lhe uma sensação de felicidade.

Seria, então, essa maldade uma travessura que a amada causou a outrem para gastar com ele? Ou será que essa maldade foi sofrida por ele mesmo. Seja como for, fica no ar uma dúvida: que maldade é essa capaz de produzir um bem? A composição não responde essa questão, mas indica que ela é uma maldade que o sujeito gosta de ter. Surje, então, outras perguntas: Que maldade é possível de ser gostada? Quem pode gostar de algo maldoso? Seria esse amante um masoquista, que adora sofrer?

Dando um nó na sua cabeça, podemos ver um amor que beira à essa loucura: O Amor de Jesus. A maldade que fizeram com ele, mas que redundou em eterna salvação. Essa é a maldade que gosto de ter (mesmo não gostando do que fizeram). A maldade que só me fez bem! A morte de Jesus na Cruz.