Você concorda?

Às vezes dá para sentir que o homem já encontrou sua definição, apenas não aceita ser um simples ente programado, pois assim, no seu modo de ver, se tornaria algo sem o seu suposto valor. Seria apenas servo e nunca senhor. Interessante é que este comportamento não é criado por ele próprio, mas recebido, para que viva tendo a impressão de que pode, com a busca, preencher o vácuo da sua insatisfação. É este comportamento que o impulsiona a escrever a página de sua vida numa folha que, sem saber, não está mais em branco, pois não admite ser um indivíduo criado para trilhar as pautas de uma história que já foi traçada e terá que ser concluída. Não admite está só a serviço, sem opção. Incomoda-se ao sentir que ao homem cabe a busca e ao Criador o adquirir; que, o conseguir é para os Escolhidos, aos anônimos, o em vão.

      Numa comparação concreta, vemos que apesar dos peixes serem todos peixes e viverem no mesmo ambiente, eles têm funções e poderes diferentes. Em relação aos homens, enquanto um nasce para equivaler ao peso de uma saca o outro nasce para equivaler ao peso de um grão. Assim como um peixe nasce para ser grande e outro para ser pequeno, também, um homem nasce para ser dominado e o outro para ser dominante. Entender que o peixe pequeno é destinado ao sustentáculo da continuação, seria admitir que, apesar de estarem no mesmo ambiente, o pequeno jamais se tornaria grande. É lógico que o homem jamais adotará isso como filosofia de vida; lembra-se? Ele é movido pela insatisfação.