Você alguma vez...

Você alguma vez se sentiu pequeno? Você alguma vez sentiu vergonha de ser quem é?

Por metade de minha vida senti as duas coisas.

Desejando ansiando a aprovação das pessoas só quase no fim pude enxergar as coisas como elas realmente são.

Cresci achando que minha pobreza financeira deveria ser minha vergonha.

Uma vez uma professora me disse: “Sua vida será infeliz e miserável como a da sua mãe”.

Não tínhamos sabonete para tomar banho e nem shampoo para lavar os cabelos e dividíamos eu e meu irmão o pouco alimento que tínhamos. Às vezes eu pegava minha mãe chorando escondido Quando ouvi essas palavras.

Pensei. Eu sou a culpada pelo infeliz destino da minha mãe!

Todas as vezes que a sorte me abandonava eu ouvia em meu consciente essas palavras.

Ainda tenho incidência e as ouço, mas logo lembro o que realmente importa.

Até eu crescer e perceber que a única infeliz nessa história não era minha mãe ou eu era a professora que só enxergava o meu exterior maltrapilho.

Sinto pena das pessoas que avaliam o valor de um ser pelos bens materiais que ele consegue acumular e não enxerga a luz interior existente nelas.

Eu vejo beleza onde os outros enxergam pobreza enxergo podridão aonde a maioria enxerga como elevação. Não sou infeliz sou economicamente falida cercada por uma riqueza que poucos afortunados poderão ter a honra de senti-la ou mesmo possui-la.

Não busco mais aceitação ou tentar fazer aqueles que eu amo me conhecer só aceito as coisas como elas são sem me anular no processo.

Já me anulei para poder estar perto daqueles que amo é muito doloroso.

Eu amo e sou amada. Todos os dias de minha vida.

 Isto deveria ser o suficiente, mas não é. Gostaria que meus familiares me deixassem ser quem eu sou e me aceitassem. Por quê? Eu os amo muito e me amo do jeito que sou.

Quando as coisas não acontecem da forma como desejamos tendemos a desistir, desacreditar que algo bom de tudo possa surgir.

Nesses momentos é importante ter um amigo para desabafar falar bobagens dizer coisas sem sentido, mas as coisas mudam e os amigos também e nessas horas que me questiono.

Viver ou só existir que diferença faz nesse mundo decrépito e injusto procurar sentido para a existência onde a maldade e injustiça regem por todos os lados na família, no trabalho e ate na igreja.  Onde existe mais de três pessoas a injustiça acontece.

Contudo, o que é justo ou injusto? Quem é que define o justo e o injusto?

Tentar ser igual ao outro me ajustar ao grupo tornou minha infância e adolescência torturante e sufocante.

Tenho alma de artista enxergo as coisas ao meu redor diferente dos outros, enquanto crescia achava-me estranha e perturbada.

Por pior que possa parecer admitir eu era é ainda sou diferente.

Tudo só piora quando se sofre dentro e fora de casa nenhuma mente sobrevive intacta de transformação seja qual for ela.

Eu sou quem eu sou não da para fugir só tentar realçar as qualidades e amenizar os defeitos.

Mas quem é perfeito em um mundo de pecadores imperfeitos?  Quem está certo em um mundo incerto?

Não dá para aceita e amar uma pessoa pela metade.  

Agente leva tudo dela qualidades, defeitos carinho e confusão ou nada.  A vida é assim confusa, inconstante e brilhante.

Você pode uma pessoa amar e não é não gostar dela!?