Acadêmica: Vanessa Ruffatto Gregoviski

 

Vivência, Dinâmica, Técnica e Jogo

 

O texto fala sobre como as mudanças em si próprio são o primeiro passo para que realmente ocorra uma transformação. Essas mudanças abrangem níveis cognitivos, emocionais, atitudinais e comportamentais de aprendizagem. Fela Moscovici relaciona vivência com um processo de ensino-aprendizagem que ocasiona mudanças (chamando isso de Educação de Laboratório). Vivência: Algumas características do processo educação de laboratório: participantes experimentam comportamentos diferentes do que lhes é padrão, enfoque dado ao aqui e agora e experiências vivenciadas de maneira direta, pessoal, imediata e compartilhada. Objetivos do processo vivencial da educação de laboratório: aprender a aprender (quebrar dogmas, formar novos conceitos, melhorá-los) e aprender a dar ajuda (ser solidário). Etapas do processo vivencial de ensino-aprendizagem: atividade (vivência da atividade através das quais o participante se empenha), análise ou reflexão (discussão das atividades realizadas, analisando resultados e como se chegou a eles, cada pessoa deve dar a sua opinião, mostrando seus sentimentos livremente – dar feedbacks), conceituação ou embasamento teórico, e conexão ou correlação com o real (comparação entre teoria e prática). Dinâmica: dinâmica de grupo é toda atividade que proporciona a interação, reflexão, conhecimento, etc. É uma vivência também, já que uma interação normal pode vir a se tornar uma discussão séria sobre um assunto profundo. Como surgiu a dinâmica de grupo? Jacob Levy Moreno, 1912, questionou-se sobre interações e empatia entre o eu e o outro e desenvolveu teorias a respeito. Ele diz ser importante denominar, antes de mais nada, a sociometria do grupo (características de quem o compõem e a afetividade existente). Rogers foi entretanto o primeiro a realizar atividades com grupos através de grupos de encontro. Mas a expressão dinâmica de grupo surgiu com Lewin. Lewin juntamente com Lippitt, Benne e Bradford descobriram a importância dos feedbacks e mais tarde isso possibilitou o surgimento dos T-Groups. Técnica: É o exercício que vai ser vivenciado pelo grupo através da proposta do coordenador. Jogo: É um exercício laboratorial, uma vivência. É uma dinâmica, uma técnica. Visa desde uma simples recreação até reflexões. Mostra muito da competitividade. Kirby diz que o jogo é um treinamento, uma atividade estruturada com um objetivo. Surgiram na décade de 50, em empresas dos EUA. “O jogo traduz ou reflete muito do real vivenciado pelas pessoas, enquanto membros de grupos, nas diversas áreas e situações onde estão inseridas” (p. 25). Os jogos servem para aprendizagem, definição de comportamentos, observar o espírito competitivo e promove interação. No jogo é que as pessoas põem em prática o que sabem, já que é uma simulação sem consequências graves, e é através disso que acontece a aprendizagem. O jogo se alterará de acordo com a necessidade que o facilitador sentir, mas lembrando que para um jogo ser eficaz todos devem participar invariavelmente (casos de timidez devem fazer com que o facilitador se sensibilize e não “force a barra”, cada um participará em seu tempo). As diretrizes do jogo são determinadas pelo grupo, mas o papel de coordenador é fundamental. Jogos mostram ação, reflexão, teorização e planejamento, bem como mostram como as pessoas participam (de maneira ativa, reflexiva, teórica ou pragmática). Jogos proporcionam motivação para o grupo e seus participantes, sendo que todos ganham pela experiência vivenciada. Deve-se adaptar o jogo para o público que o realizará e deve-se esperar pelo que o grupo dirá quanto ao que isso significou, suas conexões com o real e o que despertou em cada um. Divisões de grupos para jogo devem ser feitas antes de orientar o que será feito. Depois se deve dizer o nome do jogo e explicar suas regras, sendo que o que será dito será somente o que for estritamente necessário. Às vezes demonstrações se fazem necessárias e ainda assim devemos estar atentos para perceber se alguém ainda não entendeu como deve ser feita a atividade proposta. As atitudes do observador devem ser cuidadas para que não deem margens a conclusões errôneas e precipitadas. É muito importante ter total conhecimento sobre o jogo que está sendo aplicado para poder pará-lo antes do tempo caso isso seja necessário. Concluindo, a fala sobre os sentimentos vivenciados durante o jogo, o que gostaram ou não, esse diálogo final, é muito importante, mas o facilitador não deve forçar ninguém a falar, isso deverá vir de forma espontânea.

 

Referências

ALBIGENOR; MILITÃO, Rose. Jogos, Dinâmicas e Vivências Grupais. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 2000.