VIVEMOS UMA VIDA DE MISÉRIA Você já reparou que vivemos uma vida de miséria sem tamanho? Não é que nos falte tudo, o terrível é saber que você está fazendo tudo pra nada. Pra começo de conversa assim que você sente que nasceu gente, começa a sua correria. Você até não queria, mas seus pais o colocam numa creche. Lá você começa a fazer seus estudos a manhã inteira e até o dia inteiro. Depois para o ensino fundamental, o médio, o superior e a pós graduação, o mestrado, o doutorado, o pha e vai passar o resto da vida estudando para acompanhar o progresso de sua profissão e não ficar para trás. Isto vai levar a vida inteira. O pior não é isto, é que você não tem uma vida muito longa. Entre os 80 a 90 você vai ter que deixar tudo e partir “sem nada” para o mundo espiritual. Aí se pergunta: valeu a pena todo o seu esforço? Na verdade muitos nem desfrutam de todo o esforço que fez. Muitos sofrem doenças terríveis durante a sua vida e todo ganho que recebe será para cobrir as despesas com médicos e hospitais. Muitos ainda sofrem acidentes terríveis e podem ficar com parte do corpo danificado e aí as despesas mais aumentam. Outros têm sérios problemas na família. Os esposos geralmente não se entendem, os filhos muito mais e os parentes diretos e colaterais, todos causam muitos problemas. Outros têm sérios problemas financeiros. Por mais que trabalham não conseguem sair do vermelho a vida inteira. Sempre vai faltar algum recurso para se fazer alguma coisa, por mais que lutamos. Se o fulano gastar mais do que ganha, ele é um irresponsável e deve pagar pelos seus deslizes, mas muitos são controlados e sofrem do mesmo jeito. O certo mesmo seria viver entre 150 a 200 anos para desfrutar tudo o que fez durante a vida, mas isto não vai acontecer nunca. Temos um corpo extremamente frágil. Assim, após os 70 anos começa a fraqueza em todos os seres humanos. Parece que a energia que até então estava acumulada, vai se desfazendo aos poucos até que a pessoa não agüente mais nada. Este seria o momento para que a pessoa vivesse melhor, se preparou a vida toda, não precisa fazer mais nenhum curso, tem uma boa experiência de vida, do trabalho e é exatamente neste momento que a vida vai lhe esvaindo. Assim praticamente o ser humano passa pela vida sem viver. O tempo vai acabando com o corpo humano e um dia ele não agüenta mais. Vivemos pressões de todos os tipos neste torrão e o corpo frágil não agüenta. Para se ter uma idéia da fragilidade de nosso corpo, basta sofrer um pequeno acidente para que certas partes do nosso corpo se desmontem sem nenhuma possibilidade de concerto. Nascemos para viver pouco tempo neste mundo. Parece que nascemos numa escola para apenas estudar, mas sem possibilidade de por em prática aqui mesmo tudo aquilo que vamos aprendendo. Assim a terra parece ser um internato onde ficamos apenas um tempo para estudar, trabalhar e aprender o máximo possível e retornar para um outro mundo onde vamos exercer as nossas atividades. E temos que nos contentar com este pouco que aqui recebemos, pois não há possibilidade de mudar este caminho. Devíamos nascer neste torrão com um corpo mais resistente para suportar os acidentes e sair ileso deles. Por exemplo, se quebrássemos uma perna, o concerto deveria ser imediato e não deixar seqüelas. Somos limitados por todos os meios. Para sair de um lugar a outro, precisamos de veículos especializados para isto. Daí é que temos os carros, os ônibus, os aviões, as bicicletas, os navios etc. Por que não podemos nos transportar pelo pensamento? Também não posso carregar mais que o nosso peso. Porque não termos a força necessária para transportar uma grande pedra? Para fabricar nossas coisas, utilizamos uma série de máquinas que poluem nosso lar, mas não podemos fabricar nada de outra forma. E tudo isto vai dando um desgaste muito grande ao nosso corpo. Mas o que seria viver a vida? Não é se entregar aos vícios de todos os tipos, ao sexo desenfreado, aos grandes churrascos, a troca de parceiros sexuais, as jogatinhas de todas as espécies. Isto não. Isto é irresponsabilidade. Viver a vida e não ter tantos problemas, ter bons amigos, passeios para lugares bonitos, um trabalho suave de poucas horas por dia, comer bem (não exagerado), dormir bem, não ter doenças, estar sempre rodeado de pessoas, sair para pescar, passear na floresta, ter bons momentos para leitura, assistir bons filmes, ouvir boas músicas, tudo sem exageros, é claro. Mas por enquanto esta é a vida de miséria que falamos. Daí que falamos que não estamos vivendo em nosso mundo principal. Somos totalmente limitados e não podemos fazer nada. Tudo nos impede, precisamos nos adaptar neste mundinho durante o tempo que aqui vamos permanecer. Esperamos que após estava vida, possamos ir mesmo para o mundo que nos pertence verdadeiramente. Até lá a vida será esta.