Visão tecno-pessimista A despeito das visões tecno-otimista e pessimista, é preciso aceitar que as inovações tecnológicas foram de suma importância para o crescimento da produtividade e produção ao longo dos anos. De toda forma, a implantação de novas tecnologias tem proporcionado grandes discussões sobre seus efeitos para o homem pós-moderno. Siqueira (2001) classifica as duas visões como tecnófilos, se referindo aos otimistas as inovações tecnológicas, e os tecnófobos, sendo os pessimistas as novas tecnologias, “para eles o avanço tecnológico é de cunho elitista, conservador, autoritário e como sempre, neoliberal. ". (SIQUEIRA, pag. 12, 2001). Para os tecno-pessimistas as inovações tecnológicas não podem ser vistas como possibilidade de mudança social, mas sim, de uma maneira desumanizadora, fazendo com o que ser humano se torne um “objeto”. Para eles, a instrumentalização do homem e da sociedade é um destino do qual não se pode fugir. Poderíamos concluir então que as novas tecnologias constituem-se num novo tipo de sistema cultural, cuja expansão dinâmica invade e controla, autônoma e autoritariamente todas as formas da vida social. Esta visão está ganhando força no momento atual, principalmente quando os perigos da tecnociência tornam-se mais evidentes. (SIQUEIRA, pag. 12, 2001). Robert J. Gordon reafirma essa visão negativa dos avanços tecnológicos contemporâneos. Em seu livro “The Rise and Fall of American Growth: The U.S. Standard of Living since the Civil War” o autor levanta críticas sobre o tecno-otimismo defendendo que, estamos em meio a uma mudança tecnológica revolucionária. Gordon ainda argumenta que, algumas invenções são mais importantes do que outras, exemplificando a apologia feita à Tecnologia de Informação e Comunicação (TICs), afirmando que sejam menos importantes do que qualquer uma das cinco grandes invenções que sustentou a evolução econômica do século de ouro (1870-1970), como motos de combustão interna, químicos e farmacêuticos, saneamento urbano, comunicação moderna e a eletricidade. O papel histórico desempenhado pela tecnologia no passado não é descartado por Gordon. Ao longo dos capítulos o autor faz vínculo a cada inovação tecnológica o crescimento econômico decorrente naquele período. Ele destaca três Revoluções Industriais: A primeira, associada às ferrovias, energia a vapor e indústria têxtil; a segunda, vinculada a eletricidade, motor de explosão, água encanada, banheiros e aquecimento dentro das casas, petróleo e gás, farmacêuticos, plásticos, telefone; a terceira, atrelada aos computadores, internet e celulares. Ele afirma que a segunda revolução teria sido de maior importância no que tange a aceleração do crescimento da economia dos Estados Unidos, acreditando que esta evolução excepcional foi a única no tempo e não voltará a se repetir. Gordon ainda defende a existência de seis “ventos contrários” considerando a economia estadunidense, sendo esses: o aumento das desigualdades sociais; a educação deteriorada; a degradação do meioambiente; o aumento da competição provocada pela globalização; o envelhecimento da população; e as dívidas privadas e públicas. Por causa desses ventos contrários, vinculados principalmente as economias avançadas, Gordon acredita que as taxas de crescimento econômico das próximas décadas estejam abaixo de 1%. O fato é que, Gordon não acredita que invenções mais “mirabolantes” possam contribuir tanto com o progresso e com o bem-estar da população quando aquelas inovações já criadas. Ele defende que, pior que um crescimento econômico reduzido, podemos observar uma estagnação nos próximos anos. O que vai acontecer no futuro ainda é uma incógnita, por isso o balanceamento entre as expectativas positivas dos tecno-otimistas e o realismo de uma visão tecno-pessimistas precisa acontecer, uma vez que o declínio das explorações tecnológicas é evidente, e que maneiras de se reorganizar este fenômeno são fundamentais para o progresso e para a evolução da economia.