Virando a página

 

Virar a página de um livro, de um jornal, de uma revista são atitudes tomadas diuturnamente, como rotina e com a maior simplicidade. Voltar atrás para relê-las é costumeiro. Muitas vezes precisamos ter certeza de algo que não foi bem compreendido ou assimilado.

Agora, virar uma página da vida, fechando tantos capítulos que nos pareciam eternizados, sofridos, alegres, desejados é vividos, é difícil e penoso demais.

Quando uma página de nossa curta vida precisa ser virada sem retorno é ocasionada por decepção, mágoa e tristeza.

Ao percebermos, que o último oxigênio que nos resta de fôlego só serviu para oxidar a página, amarelando-a, enferrujando nossos sentimentos e congelando nossas crenças e ilusões, só resta uma conduta: virar a página em definitivo. É a única atitude sensata, realista e madura. Sem retorno e sem piedade. É perdido lamentar o tempo, justamente no momento que este tempo é curto demais e precioso demais.

É de incalculável valor virar a página instantaneamente. Sempre sobrará vida para compensar a página maculada com a incompreensão, com o desprezo, com a ingratidão.

Corre, voe, aterrisse!

Para cada página esquecida, várias outras serão escritas. A experiência é a mãe das descobertas.

Cada nova página escrita representará um tempo a mais, acrescentado à vida.

Themis