VIOLÊNCIA ESCOLAR: A EDUCAÇÃO EMOCIONAL COMO ALTERNATIVA POSITIVA

Rayane Carla B. da Silva[1]

Prof.ª Dras. Edlucia Turiano e Jedida Melo[2]

Introdução

Século XXI. A violência desenfreada. A sociedade crescendo. O medo aumentando. As igrejas clamando por paz. As escolas debatendo conteúdos e pensando dissoluções. O envolvimento dos pais e filhos diminuindo. Os professores se preocupando. O governo presenciando os fatos negativos. A população sentindo os danos. O sentimento de impotência se instalando em algumas autoridades. Assim configura-se nossa atual realidade social. Muitas são as indagações, as dúvidas. Afinal, onde a violência começa? O que a faz crescer? O que fazer para melhorar? Qual o caminho a se trilhar? A busca de recursos, saídas, soluções para o alcance de uma transformação cultural é fundamental.

Desenvolvimento

Sabemos que a violência, nas mais variadas formas, é um fenômeno histórico na nossa sociedade, e que são muitos os fatores que colaboram para que ela se desenvolva cada vez mais. Á exemplo: o processo de urbanização acelerado e desorganizado, a falta de emprego, a ambição pelo consumo, a miséria, a fome, dentre outros, tem contribuído bastante. No entanto, nem todo tipo de agressão está associada às questões econômicas.

Se analisarmos o âmbito escolar, como parte importante desse meio social, iremos identificar algumas agressões aliada a outras questões como: o bullying (termo usado para descrever a violência física e psicológica), brigas e ameaças entre alunos e até com professores, uso de drogas, formação de facções que adentram cada vez mais esse universo, facilitando até o porte de arma de fogo pelas crianças e adolescentes.

Para Orson Camargo a solução da violência no Brasil envolve os mais diversos setores da sociedade, não só a segurança pública e um judiciário eficiente, mas também demanda com urgência, profundidade e extensão a melhoria do sistema educacional. Ou seja, a educação como uma das bases essenciais para a diminuição do índice dessa negativa estatística que nos assola. No entanto, fica a questão: qual o formato de educação que podemos pensar para alcançar esses objetivos?

Na maioria dos conflitos que acontecem dentro da escola, é possível constatar fáceis desequilíbrios emocionais por parte das crianças, o que acabam culminando em diversos atos violentos. Então, regular as emoções se torna imprescindível para as relações se tornarem mais harmoniosa. Assim, logo podemos pensar na inteligência emocional (conceito relacionado com a inteligência social) presente na psicológica, como um modelo a ser trabalhado nos campos educacionais. 

Para Daniel Goleman (1995) a inteligência emocional é a capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros com mais facilidade e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos. Ou seja, conhecer e lidar com as próprias emoções pode gerar equilíbrio, empatia, desenvolver melhor sua inteligência e manter relacionamentos interpessoais saudáveis resultando na diminuição dos conflitos e agressões.

Para o autor acima citado, um indivíduo emocionalmente inteligente é aquele que além de conseguir identificar seus sentimentos com mais facilidade, consegue também canalizar emoções para situações adequadas, controlar impulsos, praticar a gratidão e motivar as pessoas.

Conclusão

Portanto, podemos afirmar que é de extrema importância a abertura do espaço escolar para a implantação da educação emocional no contexto infantil/adolescente com o intuito de reduzir os casos de bullying e de conflitos, bem como a violência nas diversas formas sociais.

Referências Bibliográficas

CAMARGO, Orson. Colaborador Brasil Escola. Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP. Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/violencia-no-brasil.htm Acessado em 07/12/2018

GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional – a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente, Editora Objetiva, 1995.

 

[1] Mestranda em Ciências da Educação – FICS

[2] Doutoras em Educação – UEP e FICS