A proposta deste trabalho,  é abordar  a violência contra a mulher nos aspectos;  físico,  psicológico e social. Foram pesquisados trabalhos de especialistas e renomados estudiosos do tema, tais como; Marilena Chauí, Maria Filomena Gregori e Elaine Reis Brandão. Tb utilizamos sites de várias ONGS com trabalhos voltados para orientação e proteção à mulher. Foi desenvolvido com maior  ênfase,  na pesquisa  de campo observacional e   qualitativa, realizada numa delegacia de Mulheres no R.de Janeiro.

Vale e ressaltar, que o trabalho foi desenvolvido com maior  ênfase,  na pesquisa  de campo observacional e qualitativa, realizada numa delegacia de Mulheres no Rio de Janeiro,  por Elaine Reis Brandão,  nos anos de 1995 a 1996.  Nesse trabalho,  etnográfico,  ela entrevistou mulheres em diversas situações de violência (física e psicológica) bem como,  a postura dos  policiais  diante dos casos.

       De acordo com  a autora,  a violência contra a mulher, conhecida também  como violência de gênero, é um drama que faz parte do dia-a-dia  das pequenas e grandes  cidades.   É uma prática milenar e silenciosa. Vista com naturalidade e inerente  à condição humana, é considerada sem importância, e o que é pior, está cada dia mais banalizada.

       Isso é fruto de uma sociedade machista, que  tem  entranhada na sua cultura, ainda que no terceiro milênio , o mito da "defesa da honra"  e de que "mulher gosta de apanhar".  A violência doméstica,  é o primeiro tipo de violência com o qual o ser humano entra em contato, desde o início de sua infância. É uma questão social. 

       Na definição das Nações Unidas, violência contra a mulher é qualquer ato de violência baseado na diferença de gênero, que resulte em sofrimentos e danos físicos, sexuais e psicológicos da mulher; inclusive ameaças de tais atos, coerção e privação da liberdade seja na vida pública ou privada".  Esta violência, na maioria das vezes , camuflada,    é um sério problema de saúde pública, assim como uma violação dos direitos humanos.    

       Para proteger a mulher dessa violência sem fronteiras, nos últimos anos foram criados importantes mecanismos, como a Defensoria Pública da Mulher, para prestar assistência judiciária gratuita às mulheres vítimas de violência; as Delegacias Especializadas de Defesa da Mulher, especificamente para investigar e punir os agressores de mulheres; como a Casa Abrigo e o Centro de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, para resguardar a segurança, a saúde e a vida da mulher e seus filhos, além de várias ONGs.

       Melhorar a estrutura física e técnica desses órgãos  não é tão  difícil, geralmente está relacionado com políticas públicas e boa vontade.  A grande preocupação é com  o "material" humano, pois  como foi constatado no estudo de Elaine Brandão,  os policiais  não estão  preparados para lidar com a violência doméstica.  

         CONSIDERAÇÕES FINAIS

             Consideramos que os estudos sobre a violência doméstica contra as mulheres, tem contribuído de forma contundente  para trazer á tona  um fenômeno,  na maioria das vezes,  silencioso e camuflado  entre quatro paredes.

        Diante de nossas pesquisas e do trabalho de renomados estudiosos,  verificamos   que  um assunto tão sério,  ainda é tratado com  descaso pelas autoridades. Fica evidente em várias pesquisas, e neste contexto, destacamos  o trabalho de Elaine Reis Brandão, que as delegacias  de mulheres não estão preparadas para lidar com a mulher em situação de violência.   A própria polícia não está qualificada  para um posto tão importante e na maioria das vezes vital para a mulher.

       O despreparo está presente desde a estrutura física, quanto na qualificação dos profissionais, que trazem entranhado na sua cultura,   bem como nos    códigos  internos da própria corporação,  um desrespeito  e  pré- conceito perverso contra a mulher vítima da violência doméstica. Preconceito esse  manifestado de  variadas formas. Ora nos termos pejorativos usados para se referirem a elas, ora no tratamento dispensado, quando as tratam como desequilibradas e á-toas.

       Assim sendo, acreditamos ser  necessário,  que as delegacias de Atendimento Especial a Mulher  sejam reestruturadas, não apenas no aspecto físico, mas principalmente no que  tange  a humanização e valorização da mulher como pessoa.  É imprescindível  preparar a polícia,  para lidar com uma faceta  da  violência, que muitas vezes fere mais do que um tiro,  ou uma paulada, pois deixa profunda marcas  na alma  e joga por terra  toda  a estrutura familiar.       Um estudo da antropóloga Alba Zaluar, do Núcleo de Pesquisa das Violências na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, diz que para  alguns homens, ser cruel é sinônimo de virilidade, força, poder e status. “Para estes, a prática de atos cruéis é a única forma de se impor como homem”. Diante de algo tão primitivo ,  a maior luta agora, se consiste em dois importantes pontos: Primeiro,   é necessário  quase desconstruir uma cultura,   para   conscientizar a população masculina machista  de que a mulher,  é um ser humano, um ser pensante, autônomo, com desejos e vontade própria. Segundo, acabar com a   discriminação e humilhação que muitas vezes,   as mulheres  são submetidas ao  buscar ajuda nas DEAMs. Mas ainda assim , em meio há tanta discriminação, dor, sangue e lágrimas, fica evidente nos estudos,  que ao longo da história da humanidade,  as mulheres  buscam, protestam, reivindicam, esperneiam, gritam ao léu, mas não desistem. Algumas empunham uma bandeira e soltam a voz, para libertar aquela, desconhecida,  que tem um grito preso na garganta.

           Diante das conquistas dessas mulheres, ou seja, delegacias, leis,  ONGs. etc..  Concluímos  que  muitos homens são violentos, como produto do meio em que eles vivem;  mas as mulheres,  são  perseverantes e guerreiras por natureza.   Elas só vão parar,  quando o planeta homem,  tomar consciência que elas "existem".

 REFERÊNCIAS

  • BRANDÃO, Elaine R.  (Nos corredores de uma Delegacia da Mulher: um estudo etnográfico sobre as mulheres e a violência conjugal)

 

 

  • AZEVEDO, Carla A. L. S. Mulher gosta de apanhar? Violência contra a mulher e condicionantes jurídicos. 2005

 

  •   www.patriciagalvao.org.br