Vico Giambattista.

1668- 1744.

 Jurista e filósofo, pode de fato ser considerado um dos primeiros filósofos dos tempos modernos. Seu pensamento atacava profundamente o sistema cartesiano, ele criticava as teorias filosóficas elaboradas pelo referida elaboração.

Diz Vico as ideias claras e distintas não existem são delírios cartesianos, criações da imaginação racionalista, distante da natureza de qualquer objeto em estudo.

É uma epistemologia da obscuridade, confusão da teoria do conhecimento, distante de qualquer realidade fenomenológica, objeto de historiadores e filósofos não realistas do ponto de vista práticos.

É necessário voltar aos fatos humanos, a sua realidade para compreendê-los, numa análise do real entendido no concreto no seu desenvolvimento, na perspectiva da sua historicidade.

A realidade não pode ser compreendida hipoteticamente pela razão da forma em que Descartes elaborou sua teoria da evidência, do princípio da não contradição.

 A natureza é por essência a contraditória em todos seus aspectos do oposto, motivo da não evidência clara dos fatos a sua não objetividade.

No seu livro mais importante, Princípios de uma nova ciência, escrito no ano de 1725, ele procura retratar os fatos na perspectiva da história, na realidade de cada tempo, nada pode ser entendido fora do seu contexto.

A vida real é produto do seu tempo, tudo que se entende dentro do tempo tem como perspectiva, os costumes da cultura da sua época, das suas crenças, das especificidades absurdas do momento, das imagens históricas e dos mitos.

Com efeito, não tem significação a natureza de uma racionalidade evidente pela própria linguagem, como se a verdade estivesse na lógica da argumentação, na eliminação das contradições.

Para Vico, a história da humanidade apresenta-se em três etapas básicas, as quais não podem ser desconsideradas, o que denomina de definição das leis da história, a realidade concreta tem que ser entendida nessa perspectiva.

O primeiro momento da história em análise, a era dos deuses, em que os governos são divinos, portanto inquestionáveis.

 O poder tem natureza correta, o que é determinado não pode ser questionado por ter sido determinado por Deus, o que é um conceito absurdo o que se entendeu por esse tempo de poder teocrático.

O segundo conceito, a era dos heróis, tempo em que os governos são constituídos de homens especiais diferentes do restante da humanidade, pessoas infalíveis.

 Com efeito, são os melhores e não devem ser questionados e nem substituídos. Tempo em que denominamos os governos de aristocráticos.

 A terceira etapa e mais importante, os homens são comuns iguais, nascem livres e conhecem o princípio da natureza dos iguais não apenas entre si, mas perante também a lei, tem os mesmos direitos e capacidades semelhantes.

Desse modo a filosofia tem que renunciar uma reflexão abstrata e distante da realidade no entendimento do homem natural ao novo tempo, engajar na realidade estudar e compreender o sentido da história.

 Necessário entender o modelo de homem na nova perspectiva da sociedade, cuja natureza fundamenta-se no princípio da democracia, só pode ser democrático aquilo que fundamenta no princípio da igualdade.

 Por detrás do pensamento de Vico, está à nova realidade da filosofia iluminista na superação do antigo regime, a proposição da criação do Estado moderno.

O que posteriormente foi entendido por Marx no século XIX, a igualdade do homem de Vico era simplesmente a representação dos interesses de uma nova classe detentora do poder econômico a burguesia.

Com efeito, o quarto momento proposto pelo materialismo histórico o entendimento da realidade  histórica na perspectiva do proletariado,  a maioria absoluta dos homens fora do processo histórico.

Não seria mais possível entender o homem concreto sem referência a ideologia de classe, o novo Estado era, portanto, a justificativa do domínio dos detentores do poder econômico.

Edjar Dias de Vasconcelos.