COELHO, Paulo. Verônica decide morrer. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2006.

 Ana Cristina Rocha Silva[1]

            Nascido no Rio de Janeiro em 1947, Paulo Coelho já teve suas obras traduzidas em 56 línguas e publicados em mais de 150 países. Dentre as mais conhecidas estão O Alquimista e Onze Minutos.   Na obra literária Verônica decide morrer, Paulo Coelho narra uma emocionante e envolvente história vivida por Verônica, no ano de 1997, na Eslovênia.

            Angustiada pelas privações da vida em sociedade, indignada com a miséria, injustiça, ganância e solidão impostas pelo capitalismo à grande massa empobrecida, Verônica decide ceifar sua própria vida ingerindo, excessivamente, compridos para dormir. O que a moça não imaginava é que a tentativa desesperada de fugir dos problemas da vida material lhe faria viver uma incrível experiência, até então, inédita para ela ou para qualquer um ao seu redor.        A tentativa de suicidar-se com comprimidos não obteve sucesso e Verônica foi levada à uma clínica psiquiátrica. Lá, passou a conviver com pessoas rotuladas como “loucas”. Aprendeu que a loucura nada mais é que a expressão de ideias e desejos despida de preocupação com a aprovação ou não dos outros. Esse aprendizado, além de fazer com que Verônica passasse a ver a vida de forma diferente, também lhe ofereceu estímulos para continuar lutando por sua saúde, nesse momento, já bastante debilitada devido a ação dos comprimidos em seu organismo. A luta de Verônica contra a morte passa a despertar, nos outros “loucos”, a vontade de encarar os problemas da vida. Confinados na clínica por muito tempo, eles não tinham vontade de sair. Estavam acostumados a viver em um lugar onde suas “loucuras” eram tidas como normais. Faltava-lhes coragem para lutar contra as falsas verdades do mundo exterior à clínica. Verônica instigou essa coragem neles. Assim, a moça mudou sua vida a vida de todos que ali viviam.

            A obra é uma injeção de perseverança àqueles que se encontram desanimados frente às falhas do sistema social capitalista. Apresenta lições de superação e vitória. Nos leva a sonhar com a possibilidade de dias melhores. Dias onde preconceitos de gênero, cor, classe social, condição física ou psíquica não mais existirão. Indico a obra a todos que lutam pela superação de qualquer problema.



[1] Professora da rede pública de ensino do estado do Amapá.