Várias Liturgias, Uma Só Conduta Laica
Por Leôncio de Aguiar Vasconcellos Filho | 02/05/2025 | ReligiãoUma das formas de unir as diferentes religiões, do Ocidente e do Oriente, seria unificar os seus mandamentos, eis que compatíveis. Assim, apenas os atos litúrgicos seriam objeto de discórdia, não tendo uma o direito de determinar os requisitos sacramentais da outra, simplesmente porque as piores diferenças não ocorrem no interior do ambiente eclesial, mas na vida mundana, onde muitos que se dizem cristãos, judeus e budistas, nada seguem do que fora lhes ensinado por seus mestres. Vos apresentamos os Dez Mandamentos da cultura judaico-cristã ocidental, que são o cerne das condutas de seus seguidores, e que, se desobedecidos, levam, ao menos na Igreja Católica Apostólica Romana, à consequente confissão e nova possibilidade de comunhão.
Os Dez Mandamentos, para os judeus e os cristãos, são:
1) Amar a Deus sobre todas as coisas e não ter outros deuses.
2) Não fazer ídolos nem imagens para adorar.
3) Não tomar o nome de Deus em vão.
4) Descansar no sétimo dia e dedicar esse dia a Deus.
5) Honrar pai e mãe.
6) Não matar.
7) Não cometer adultério.
8) Não furtar.
9) Não dar falso testemunho contra seu próximo.
10) Não cobiçar as coisas de seu próximo.
Os cinco mandamentos gerais, para os budistas, são:
1) Não matar.
2) Não roubar.
3) Não mentir.
4) Não cometer ato sexual impróprio.
5) Não se intoxicar.
A partir da fusão destes dois grupos, teríamos os seguintes mandamentos para os integrantes das três religiões como um todo:
1) Amar a Deus sobre todas as coisas (somente se aplicaria aos judeus e cristãos, enquanto os budistas apenas respeitariam, pois são não teístas, o que faria com que os mesmos, automaticamente, aplicassem uma ampliação de seu terceiro mandamento).
2) Descansar no sétimo dia e dedicar esse Dia a Deus (também se aplicaria apenas aos judeus e cristãos, dada a condição de não teísmo dos Budistas, seguidores, no caso em tela, do mesmo terceiro mandamento ampliado).
3) Honrar pai e mãe (que os Budistas também seguem.
4) Não matar, não subtrair coisa alheia, não cometer adultério e não dar falso testemunho (aceitos pelos budistas praticamente em todos os seus mandamentos).
5) Não fazei imagens de ídolos para adorar (algo que os budistas o fazem por arte, e não para veneração, e, mesmo que o fosse, diria respeito tão somente a eles).
Embora os budistas sejam a religião mais pacífica já registrada, também há a possibilidade de surgirem seitas fanatizantes, como a “Verdade Suprema”, de Shoko Asahara, que em 1995 lançou gás sarin no metrô de Tóquio, matando cerca de doze ou treze pessoas: se seguissem seus próprios e puros mandamentos, aquilo não ocorreria.
Vos escrevo este artigo para que reflitam e percebam que, nos casos das três religiões aqui tratadas, os valores de conduta são os mesmos, sendo a parte metafísica um mistério são só para seus integrantes, mas para toda a Humanidade. Então, de nada vale o confronto por conta de liturgias e rituais, sendo todos membros da mesma raça: a raça humana.
Agora, uma aposta: o conclave começará daqui a três dias, em 07 de maio de 2025. São muitos cardeais europeus, especialmente italianos, e uma minoria de outros continentes. Para mim, a Igreja Católica Apostólica Romana quer reconquistar territórios em que, apesar de historicamente católicos, vem perdendo fiéis, como é o caso do Brasil (que, ainda, se considera o maior país católico do mundo, mesmo que a maioria assim o diga por ser afetiva, e não efetivamente católica) e nos quais teve pouca influência por força de outras religiões locais, como a África. Creio que o próximo Papa será do Brasil ou de algum país africano. Aguardemos.