Através de pesquisas que remontam a antigas civilizações, o fenômeno do vampirismo apresenta-se-nos como um mal que realmente existiu e que tem se propagado por vários séculos. O historiador francês Roberto Ambelain, em sua obra "Vampirismo", conta-nos a história de um centurião romano que durante  décadas após a morte continuou perseguindo e matando seus inimigos, sugando-lhes o sangue.Identificado, seu túmulo foi aberto e seu corpo encontrado em perfeito estado, sendo afinal destruído.

Em l898, Bram Stoker escreveu sua obra-prima, através da qual nos familiarizamos com essa criatura, o vampiro.Seu romance tinha por título "DRÁCULA", e o persongem dessa obra de ficção não era de todo fictício.Bram Stoker baseou sua história na figura quase lendária de um nobre romeno (da Romênia, antiga Dácia), o Conde Vladmir Drácula, ou Vlad o Empalador,cuja existência se situa à epoca das invasões turcas, por volta de 1450 a 1500 da Era Cristã.Esse nobre era um homem muito poderoso, senhor de vastos domínios territoriais e de extraordinária influência política.Seus métodos, porém, não eram diplomáticos.Ele acreditava, como todos que viveram nessa época de barbarismo, que o melhor antídoto contra o vandalismo e a barbárie era combater esses males com males ainda maiores, capazes de mostrar aos agressores exemplos de brutalidade que só um mestre na arte do suplício podia criar.Com esses métodos brutais, o conde Vladimir conseguiu impor respeito e temor aos seus inimigos e causar inveja e admiração a seus amigos, incapazes de igualá-lo em sua técnica de barbarismo – a empalação.A empalação consistia em enfiar um espeto no ânus do prisioneiro de modo que lhe varasse as entranhas e o tronco, até a base do pescoço.Era um processo lento e doloroso em que o empalador procurava evitar órgãos tão vitais que pudessem causar a morte imediata do supliciado. Desnecessário seria dizer que o empalador devia possuir conhecimentos de anatomia que lhe permitissem essa tão delicada quanto terrível façanha. Em seguida o supliciado era erguido e a parte do espeto que lhe sobrava entre as pernas tinha sua base fixada em suportes em uma mesa enorme, na qual o conde ceavaem companhia de outros nobres amigos, que tanto se deliciavam com os manjares quanto com o sadismo de observar o lento processo de morrer daqueles infelizes que decoravam o centro da mesa, cujas veias eram sangradas e o sangue recolhido em taças de metal precioso que o conde e seus amigos bebiam com gosto.

Sem participarem da ceia o conde mantinha um ou dois capturados no local para que presenciassem tudo.Depois os mandava libertar para que fossem contar a seus chefes turcos o macabro espetáculo.

Mas não é essa a história que Bram Stoker nos conta em seu livro.Ele nos fala de outro Drácula, um conde solitário que vivia num castelo nos Montes Cárpatos, região da Transilvânia, ao norte da Tchecoslováquia, e que conseguia manter-se vivo alimentando-se unicamente do sangue de suas vítimas, as quais costumava atrair ao seu castelo, situado a alguns quilômetros de uma pequena aldeia dos Alpes, cujos habitantes mantinha submissos e apavorados. Fala-nos também de um homem chamado Janotham Harker que devotara parte de sua existência, ao lado de seu amigo, o médico Van Helsing, à missão de combater ao Conde, e se possível destruí-lo, livrando seus semelhantes da sanha desse terrível vampiro.

A indústria cinematográfica nos oferece várias adaptações da obra de Bram Stoker, sendo 'Nosferatu' talvez a melhor delas. E assim, a cada dia surgem novos Dráculas no cinema, tentando conquistar o seu espaço e a simpatia dos viventes.O que não é de admirar, se comparados com outros "vampiros", da vida real, que bem conhecemos.

Luciano Machado (Do seu livro Aguas Calientes)