RESUMO:

Este artigo tem como finalidade refletir sobre a valorização do professor nas escolas públicas de Tangará da Serra – Mato Grosso. Buscou-se compreender a relação entre as condições de trabalho do docente e suas práticas pedagógicas. Dessa forma, questionou-se: O professor tem sido valorizado? A desvalorização do profissional influencia no processo de construção do conhecimento? Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que tem como embasamento teórico autores como:Moysés e Libâneo. Embora haja um descaso por parte dos governantes em relação aos professores que são mal remunerados e sofrem com o desprestigio da profissão, além de ter uma carga de trabalho intensa e precariedade nas condições de trabalho, com classes escolares lotadas, comprometendo a aprendizagem, o professor busca romper com esses problemas e executar seu trabalho com excelência, porém a pesquisa aponta que há um elevado número de profissionais insatisfeitos, o que é preocupante se pensarmos no reflexo que isso pode ter nas práticas pedagógicas.

Palavras chaves: Educação, Professor, Valorização.

1 - INTRODUÇÃO

Esta pesquisa objetivou refletir sobre o papel do educador enquanto agente de formação, analisando as possíveis implicações que a desvalorização do profissional tem gerado, desde a remuneração salarial até a relação que ele estabelece com a sociedade, isto é, como os pais, os alunos e os demais indivíduos veem o professor.

A educação é o pilar de uma sociedade, e o trabalho do professor, é sem dúvida, de extrema importância, pois ele é o mediador entre o aluno e o conhecimento. Apesar disso, é notória a desvalorização cada vez mais crescente do profissional da educação, pensando nisso, buscamos através de bibliografias que discutem as políticas educacionais, compreender como se deu esse processo histórico e porque ele se mantém.

Cada sociedade e época tem uma maneira singular de ver o profissional da educação, para algumas sociedades o trabalho docente é o mais nobre de todos, devendo ser respeitado e valorizado, contudo, em outras sociedades, considera-se que exercer a prática docente é um ato de amor ou benevolência.

Essa afirmação, que a princípio, parece engrandecer a profissional, na verdade, acaba desmerecendo o docente, enquanto trabalhador, isso porque seguido desse discurso, vem outro que diz que o professor trabalha por amor.

O professor tem o compromisso de educar com qualidade, respeitando as diferenças, buscando a valorização do indivíduo, todo profissional deve executar seu trabalho com responsabilidade e ter prazer no que faz, Freire (2011) afirma que “educar é um ato de amor”, mas isso não significa que o docente deva sujeitar-se a condições precárias de atuação, afinal ele é um trabalhador.

Os equívocos relacionados a profissão abrem brechas para todo tipo de argumentação sem fundamento, que tem como propósito desmerecer e desvalorizar o profissional. Analisamos a história da educação no Brasil para compreender de onde surgem esses conceitos errôneos sobre a docência, e partindo desse pressuposto nós voltamos ao contexto atual para compreender qual a relação que a valorização do profissional e suas condições de trabalho têm com as práticas pedagógicas desenvolvidas em sala de aula.

A pesquisa empírica foi realizada em uma escola municipal de Tangará da Serra/MT, a análise dos dados foi feita por meio de questionário, com perguntas fechadas, foram sujeitos da pesquisa cinquenta professores, sendo que a maioria demonstrou insatisfação com a profissão, no que concerne a valorização social e salarial.

Além de pensar no prestigio social, o profissional busca condições que o possibilite executar seu trabalho com qualidade, no caso da atividade docente, salas de aula com excesso de alunos, falta de materiais, inexistência de políticas públicas para a educação, a violência nas escolas, dentre outras mazelas, tem gerado desmotivação por parte dos profissionais e feito com que muitos desistam da profissão.

Outro fator importante a ser pensando, é que o professor tem a tarefa de mediar o conhecimento, ou seja, possibilitar ao aluno estar em contato com saberes dos quais o mesmo desconhece, entretanto o que vemos muitas vezes são professores assumindo o papel que é pertinente aos pais, a escola é uma extensão da família e deve atuar de forma a complementar a educação recebida no seio familiar e não tomar para si a responsabilidade total da formação da criança.

Desse modo, a sobrecarga provoca estafa no profissional, fazendo com que o mesmo tenha pouca motivação, além do stress que tem sido um dos fatores que mais tem causado demissões, afastamentos e alguns casos até a morte precoce desses profissionais.

A pesquisa não é capaz de abranger toda a complexidade das relações que se estabelecem entre o docente e o meio social em que ele está inserido, mas tem sua relevância no fato de possibilitar novas pesquisas sobre o assunto, embora seja algo muito falado, inclusive pelo senso comum, ainda há muito a ser refletido, principalmente ao que se refere a políticas públicas voltadas para a educação. [...]