Valores empresariais
Por Ricardo da Silva Garcia | 26/07/2011 | AdmMensurar valores organizacionais não é algo muito fácil, porém torna-se necessário para a composição dos alicerces estratégicos da organização. Uma empresa sem valores é como uma pessoa sem identidade.Neste sentido Rodrigues et al (2009) ensinam que os valores são definidos como crenças primordiais para a tomada de decisão. Segundo Costa (2007) são princípios de orientação essenciais, intrínsecos e importantes para os componentes da organização.Rodrigues et al (2009) também acreditam que os valores podem e devem ser entendidos como ideias a serem seguidas, sendo os lideres os principais agentes da prática dos valores, uma vez que esses princípios devem ser transformados em atitudes.
Para Oliveira (2005), os valores são o conjunto dos princípios e crenças que a organização carrega, fornecendo suporte para a tomada de decisões. Além de contemplarem uma grande interação com questões éticas e morais. Podendo se transformar em combustível para vantagem competitiva. Segundo Costa (2007, p.38), os valores são "características, virtudes, qualidades da organização que podem ser objeto de avaliação, como se estivessem em uma escala, com gradação entre avaliações extremas".
Em suma, os valores organizacionais contribuem e muito para a organização, pois manifestam o caminho por onde a empresa deseja chegar, além de servirem como balizas que auxiliam a aferir se as estratégias e decisões escolhidas são congruentes com seus princípios e crenças. É importante ressaltar que os valores organizacionais devem ser aplicados a todos os setores da organização e a todas as suas tarefas.
É necessário rever seus valores, se o discurso e a mensagem que a organização emite à sociedade estão em ressonância com o que realmente acontece internamente e o que baliza suas decisões. Chiavenato (2005) alerta para a discrepância sobre o que a empresa emprega como valor e o que ela realmente aplica: Na verdade, os valores definidos por uma organização muitas vezes podem diferir daquilo que os seus dirigentes acreditam ou valorizam no seu cotidiano. É o caso da afirmação de que as pessoas estão em primeiro lugar na organização, enquanto os dirigentes insistem em horários rígidos e enxugamentos à custa do corte de pessoas, o que mostra claramente como os valores organizacionais não são praticados na realidade. (CHIAVENATO, 2005. p.64).
A lacuna do que é pregado em relação ao realizado e a dificuldade de escolha dos valores por parte dos executivos ocorre pela divergência de valores culturais e crenças da cúpula executiva. No momento de definição dos valores é possível, ou quase certo, que não haja posicionamentos iguais, no máximo visões compatíveis com as demais. (BETHLEM, 2009).
Porras e Collins (1998, p,2) agregam valor ao tema aplicando uma ótica que valoriza o desejo de uma empresa em ter uma visão clara e definida. Como afirmam:
Uma grande empresa decide por si só quais são seus valores básicos, em grande parte, independentemente do ambiente, de necessidades competitivas ou dos modismos gerenciais. Não existem, portanto, valores básicos universalmente corretos. E eles não precisam agradar ou ser humanitários, embora muitos sejam. Não importa quais os valores básicos de uma organização; o importante é que ela os tenha. (PORRAS e COLLINS, 1998, p,2)
Nota-se, portanto, que os valores devem superar o que o ambiente apresenta como moda ou tendência. O importante é que os valores básicos existam. Eles nascem da descoberta do que verdadeiramente a empresa preza como princípios. Para se chegar aos valores básicos é preciso entender que eles são imutáveis, isto é, transgridem o tempo. Se uma empresa realiza um levantamento de seus valores, aconselha-se que ela deve se perguntar: se as contingências e circunstâncias se alterassem devido à escolha desses valores, nossa empresa ainda defenderia esses valores? (PORRAS e COLLINS, 1998).
Referências
BETHLEM, A., Estratégia Empresarial, Conceitos, processo e administração estratégica. 6. Ed. São Paulo: Atlas S.A, 2009. 396 p.
CHIAVENATO, I., Gestão de Pessoas, Segunda Edição, totalmente revista e atualizada. 9.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 528p
COSTA, E. A., Gestão estratégica, Da empresa que temos para a empresa que queremos. 2. Ed. São Paulo: Saraiva, 2007. 424p
OLIVEIRA, D. P. R., Planejamento Estratégico, Conceitos metodologia práticas. 22.ed. São Paulo: Atlas, 2005. 335p.
PORRAS, Jerry I., COLLINS, James C. Construindo a visão da empresa. HSM Management, São Paulo, n. 7, a. 2, p. 32-42, mar/abr. 1998. Disponível em: Acesso em 12 Fev 2011.