Neste ano Valença completará 166 anos de emancipação política, no dia 10 de Novembro. De lá para cá a cidade transformou-se, cresceu populacional, social, política, cultural, educacional e economicamente. Poucas coisas ainda nos remetem há aquele tempo. Parte desta comemoração está guardada na lembrança daqueles que fizeram, fazem e farão a história deste município, que também comemorarão cento e sessenta e seis  anos de nascimento.  Viram a evolução de Valença. Muitos pelas escolas de seus antepassados, outros ainda por viverem tempos áureos da Valença que sonhamos.

Falar de História pode ser também falar do passado, muitas das vezes distantes, porém refletidos nos prédios, casarões, ruas e vielas, nas famílias e suas histórias, nos mobiliários de prédios históricos e nos registros através de documentos encontrados, mas tudo isso não só faz à história de um povo, de uma região ou de uma cidade, os relatos orais são também forte reflexos da história deste povo, é a identidade da gente e de um lugar.

Reportando ao nome Valença, a denominação fora dada em homenagem ao D. Afonso Miguel de Portugal e Castro, 4º Marques de Valença, governador da Bahia entre os anos de 1779-1783, tal honraria foi dada como sugestão do ouvidor da Comarca de Ilhéus, Baltazar da Silva Lisboa. ( OLIVEIRA, 1985)

 Hoje, a cidade de Valença tem suas bases econômicas na agricultura, na pesca, no comércio, no turismo e na indústria. Apesar do grande potencial turístico dessa cidade, esta atividade ainda é pouco desenvolvida. O acervo de atrativos é pouco conhecido, tanto pela comunidade local, quanto pelos órgãos oficiais de fomento à atividade turística do estado e do país. Tais atrativos são de natureza histórica, cultural e natural, tendo sido, até o momento, objetos de poucos estudos.

A cidade de Valença do século XXI nasce de aldeamentos indígenas aimorés (botocudos), guerens, tapuias e seus arquiinimigos tupinambás, mais amistosos e os primeiros a terem contatos com os colonizadores portugueses.

Segundo Oliveira ( 2006) a cidade tem como inicio nas margens do Rio Una, nas proximidades da cachoeira chamada desde tempos áureos de cachoeira do una, próxima ao centro da cidade, atualmente conhecida como cachoeira da CVI( Companhia Valença Industrial).

São mais de 400 anos de colonização, por volta de 200 anos de implantação de Vila e 166 anos que se tornou cidade. São muitas histórias e causos desta cidade, que tanto tens para nos presentear.

Passear por seu vasto litoral, estuário do rio una, observando o vai e vem dos barcos produzidos nos estaleiros a beira do rio, tudo isso, nos faz viajar, buscar registros da história.

A cidade de traços coloniais, barrocos e neoclássicos no seu silêncio sepulcral das noites e no burburinho do dia, apresentam aos que procuram conhecer suas belezas, um infindável patrimônio histórico-cultural, material, imaterial e natural, de casarões seculares, a manifestações típicas locais, das belas paisagens costeiras, praias, rios, mares, serras, cachoeiras e corredeiras rendem a Valença um acervo de bens culturais inexorável.

Tem muito para saber de sua história, é possível conhece e redescobrir a Valença mencionada pelos poetas, escritores e contadores de histórias mirabolantes desta terra, ao percorremos suas ruas, registro de sua imponência dos períodos colonial, imperial e republicano. De uma Valença de Barões e Comendadores, mas principalmente de Josés e Marias, sertanejos e sertanejas, negros e negras, caboclos e caboclas, migrantes de todas as partes, de operários e operarias, que na labuta diária, ao tocar do apito, levantava-se as 4:00h da manhã  para mais um dia de trabalho e  garantir o pão na mesa.

São 166 anos de cidade, mas são centenas de anos de conquistas diárias dos anônimos, estes verdadeiramente fizeram, viveram e morreram por este lugar. Comemorar 166 anos é festejar o povo, seu patrimônio maior.

 Referencias:

OLiveira, Edgard Otacilio. Valença dos Primordios a Contemporaneidade, EGBA, 2006 

OLiveira, Waldir Freitas. A industrial cidade de Valença( um surto da Industrialização noseculo XIX)UFBA, 1985