O meu amigo Paulo Bizarro (http://www.vivasaoleo.com.br) sugeriu um assunto sobre o mito ou verdade de haver, nos meses de janeiro e fevereiro, uma certa retração nas vendas e a princípio a verdade predomina e por diversos fatores e impostos.

 

O fator principal é que nestes dois meses estão concentradas as férias da maioria das pessoas. O brasileiro gosta de calor e calor lembra praia. Não que todos vão à praia, mas se pudessem, os finais de semana seriam de cidades desertas, com raro movimento, causando enormes transtornos aos comerciantes em geral. Sem população, sem consumo.

 

Já os impostos que devem ser pagos na virada de cada ano e nos meses de verão são assustadores. Muitos aproveitam para pagar com descontos o IPVA e o IPTU e como não fizeram provisão de recursos durante o ano anterior, quem tem acesso ao 13.º salário, acaba gastando-o para estes impostos e quando possível, já antecipa a compra do material escolar dos filhos.

 

O que fazer para que o consumo não caia nestes meses?

 

De um lado, os órgãos públicos e seus administradores deveriam mudar a tabela dos vencimentos e passando o IPVA a vencer, com os mesmos descontos, em abril; já o IPTU, passaria a vencer, também com os descontos, em julho, dando um fôlego aos munícipes, onde o 13.º salário poderia ser gasto junto ao comércio em si, nos meses quentes.

 

Já existem campanhas como as liquidações de verão, mas se formos analisar, comparando os preços praticados na época do Natal, veremos que muitas não passam de especulação e propaganda enganosa. Muitas vezes fui verificar o preço de alguns produtos e, mesmo com o enorme desconto anunciado, o preço era igual, senão um pouquinho menor ao praticado anteriormente. Com isto, ajuda a fortalecer o mito que em janeiro e fevereiro a venda cai.

 

Realmente o comércio deveria ter um preço condizente com a realidade. O lucro sempre deve haver, mas este não pode ser astronômico, usurpando o pouco que as pessoas possuem ou podem gastar. Levaria mais tempo para o enriquecimento dos administradores e empreendedores, mas com certeza teriam nas mãos um público-alvo cativo, e porque não dizer, fiel aos bons preços.

 

Já administrei todo o estado do Rio Grande do Sul em vendas e particularmente acredito que nos meses de verão as vendas tendem a diminuir em certos setores e nas cidades próximas ao nosso litoral; já o inverso ocorre, porque nos meses que antecedem o verão, como outubro e novembro, os comerciantes estabelecidos no litoral vão as compras, abastecendo suas prateleiras a espera nos munícipes que fogem de suas cidades, procurando as águas marinhas e a suposta tranqüilidade das cidades litorâneas. E nas cidades, como Porto Alegre, o que reina é a calmaria nas ruas, não havendo congestionamentos, sobrando estacionamento e é este o momento para que os comerciantes façam promoções verdadeiras (muitas já ocorrem), atraindo os consumidores para saciarem suas necessidades e seus desejos.

 

Para que isto ocorra, deve haver uma contra-partida por parte dos fornecedores, os quais também devem estar engajados nas campanhas e promoções; devem dar condições para que as compras sejam maiores, como, por exemplo, vender com um prazo maior, o qual deve ser repassado aos clientes e sem custo. Com um prazo maior, a compra é maior. O fator prazo sem juros abre a carteira dos consumidores.

 

Oscar Schild, vendedor, gerente de vendas e escritor.

http://www.grandesvendedores.com.br