Utopia


Era uma vez, um país pequenino, bem pequeno.
Apesar de sua imensa extensão territorial.
Nele habitavam ? seres também bem pequeninos.
Apesar de seus grandes e insolúveis problemas.

Um dia, veio um profeta.
Muito jovem, já sofria,
Por todas as dores,
Por todas as feridas.

Era óbvio, lógico e necessário.
Que alguma coisa fosse feita.
P´ra acabar com os martírios.
Fome, desemprego, inflação.
Desgoverno, injustiça e preguiça.
Falta de fé e, principalmente,
Falta de vergonha e moral.

Aí o profeta pregava.

Vamos mudar tudo isso.
Com trabalho, respeito e fé.
Vamos, ser sérios e cumprir
Os nossos contratos.
Sem se importar com o descaso dos outros.

Vamos nós, particularmente.
Cuidar em sermos nós os bons.
Em sermos nós os retos e justos.
Pontuais, probos e produtivos.

E o profeta continuou...
Seu discurso... apesar
Dos moucos e descrentes.
Na esperança de que um dia,
Sua verdade, fosse lembrada,
Pelos poucos que um dia.
Sonharam em achar um caminho,
Melhor para si e seus filhos.

aaalbuquerque 11 julho 1988.