RAFAEL AUGUSTO CRESPO GODINHO

RAFAEL SILVEIRA GROHE

SANDRA LILIAN SILVEIRA GROHE

WALTER PORTO DA SILVA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

USO DOMÉSTICO DA ÁGUA DAS CHUVAS

 

 

RAFAEL AUGUSTO CRESPO GODINHO

RAFAEL SILVEIRA GROHE

SANDRA LILIAN SILVEIRA GROHE

WALTER PORTO DA SILVA

 

 


 

 1 TEMA E PROBLEMA  

 

Sabemos que a escassez de água a cada dia que passa torna-se um grande problema para todo o planeta. Ao longo dos anos com o elevado crescimento demográfico, a crescente urbanização e a industrialização a água potável foi diminuindo. Já nos dias de hoje existem populações sofrendo com a falta de água.

Em 2007, a Organizações das Nações Unidas (ONU), no Dia Mundial da Água, lançou um alerta sobre a situação dos recursos hídricos do planeta: dois em cada três habitantes estarão ameaçados pela escassez de água até 2005. A dissonância entre a crescente demanda e a escassez de água, elemento essencial à vida e ao desenvolvimento, é motivo de preocupação para os gestores pelo fato de que 1,2 bilhões de pessoas habitam zonas de déficit de água e cerca de 500 milhões correm o risco de exposição ao estresse hídrico (escassez de água) em curto prazo. O quadro é, em hipótese, de prognóstico irreversível, mas a realização de investimentos nos programas de otimização dos sistemas de conservação e de retenção de água pode gerar benefícios para os ecossistemas terrestres, como a preservação da umidade pluvial e, consequentemente, a eficácia no uso da água. O avanço de processos de desertificação, a redução das reservas de água e as mudanças climáticas apontam para a educação e alternativas de desenvolvimento. Os projetos de educação ambiental sensibilizam indivíduos, promovendo a participação desses em discussões, fazendo com que compreendam a problemática ambiental através do fomento da responsabilidade de cada um e do coletivo, especialmente em relação ao desenvolvimento sustentável.

Pensamos em um projeto voltado para o reuso das águas da chuva em residências, como forma de minimizar o déficit de disponibilidade de água potável no planeta, criando alternativas possíveis, começando por nós mesmos e no meio ambiente em que vivemos, cumprindo, assim, a nossa parte para a resolução do problema.

 2 JUSTIFICATIVA

 

Medidas urgentes para estabilizar a população e elevar a produtividade hídrica se fazem necessário. Se isto não ocorrer, a escassez de água em pouco tempo se transformará em falta de alimentos.

 

Existem projeções que antecipam a escassez progressiva de água em diversos países do mundo, no intervalo 1955-2025. Em 1955, cinco países entraram nesta lista, em 1990 mais 13 países foram adicionados e sob todas as projeções de crescimento populacional das Nações Unidas para o ano de 2025 mais de dez países se encontram adicionados aos anteriores. (ANDREOLI; et al., 2003, p. 71).

Nossa preocupação surge por muitas inquietações relacionadas ao descrito acima. Propor uma alternativa que contribua a todos os residentes das cidades brasileiras, principalmente os da cidade de Porto Alegre, por ser o local onde estamos e percebemos a importância de darmos continuidade aos projetos já existentes, é fundamental nos tempos atuais.

Em Porto Alegre foi sancionada  a Lei nº 10.506, de 5 de agosto de 2008, que institui o Programa de Conservação, Uso Racional e Reaproveitamento das Águas nas Edificações.  No Capítulo I - DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES, diz que:

 

Art. 1º  Fica    instituído    o    Programa     de     Conservação,     Uso     Racional    e

Reaproveitamento das Águas.

Parágrafo único. O Programa de Conservação, Uso Racional e Reaproveitamento das Águas objetiva a promoção de medidas necessárias à conservação, à redução do desperdício e à utilização de fontes alternativas para a captação e o aproveitamento da água nas edificações, bem como à conscientização dos usuários sobre a sua importância para a vida.

 

No Capítulo III - DO REAPROVEITAMENTO DAS ÁGUAS consta que: 

Art. 7º O reaproveitamento das águas destina-se a diminuir a demanda de água, aumentando as condições de atendimento e reduzindo a possibilidade de inundações.
Art. 8º As ações de reaproveitamento das águas compreendem basicamente:

I – a captação, o armazenamento e a utilização de água proveniente das chuvas; e

II – a captação, o armazenamento e a utilização de águas servidas.

Art. 9º A água das chuvas será captada na cobertura das edificações e encaminhada a uma cisterna ou tanque para ser utilizada em atividades que não requeiram o  uso  de água potável proveniente do Serviço de Abastecimento Público de Água, tais como a lavagem de roupas, vidros, calçadas, pisos, veículos e a irrigação de hortas e jardins.

Art. 10. As águas servidas serão captadas, direcionadas por meio de encanamento próprio e conduzidas a reservatórios destinados a abastecer as descargas de vasos sanitários ou mictórios.

Amparados por essa lei, pensamos em um projeto que beneficiasse a todos os porto-alegrenses e que fosse reutilizada a água de chuva para usos não potáveis. A água da chuva usada de forma adequada pode reduzir em até 50% o uso da água potável, como indica tabela abaixo.  

 Uso interno

% do Consumo

Água de Chuva

Descargas na bacia sanitárias

20 a 25%

Sim

Chuveiros e banheiras

15 a 20%

Não

Máquinas de lavar roupas

10 a 15%

Sim

Máquinas de lavar pratos

2 a 5%

Não

Torneiras internas

5 a 10%

Não

 Uso externo

Jardim

25 a 30%

Sim

Piscina

0 a 5%

Sim

Lavagem de carro

0 a 5%

Sim

Lavagem de área externa

0 a 2%

Sim

TABELA 1 – USOS DA ÁGUA DAS CHUVAS 

 FONTE: Aquastock (2009)

 

  1. 3.      OBJETIVOS

 

Esperamos com este projeto, baseados nos projetos da Aquastock (2009):

  • Reduzir o consumo de água da rede publica, acarretando a diminuição do custo;
  • Evitar o uso de água potável em locais desnecessários, como irrigações de jardins e lavagem de pisos, automóveis, calçadas etc.;
  •  Empregar pouco tempo e dinheiro para adotar o projeto na maioria dos telhados, com retorno em torno de dois anos;
  • Encorajar a conservação de água.

           

Com este projeto haverá uma tentativa em diminuir a demanda de água fornecida pelas companhias de saneamento, tendo como conseqüência à diminuição nos gastos com água potável e reduzindo a demanda nas águas superficiais e subterrâneas assim ajudando o meio ambiente, economizando energia reduzindo investimentos em infra-estrutura. Isso representa uma efetiva economia para o consumidor de um modo geral.

4. METODOLOGIA

 

4.1  CONTEXTO E SUJEITOS ENVOLVIDOS  

 

Esse trabalho teve inicio com leituras e revisão bibliográficas, onde se observou que o aproveitamento de águas pluviais era sistematizado em vários países, principalmente na Alemanha (KONIG, 2001). A retenção natural de água pluvial está inserida na legislação de recursos hídricos para a manutenção e revitalização dos mananciais. Os projetos “Telhados Verdes” agregaram tecnologia à estética e constituem exemplos marcantes na arquitetura, utilizando água da chuva para conforto e equilíbrio técnico, redução de custos de refrigeração e prevenção de alagamentos.

No Brasil, o assunto foi pouco mencionado na maior parte dos trabalhos técnicos, até 2000, mas os relatórios atuais começam a dar o devido destaque ao aproveitamento das águas pluviais, devido ao impacto ambiental positivo e ao surgimento de tecnologias adequadas ao seu aproveitamento racional. O reuso da água é uma tendência internacional irreversível no mercado da construção civil e está chegando com força no país.

Em São Paulo já existem empresas especializadas na concepção e execução de sistemas de reuso de água e que a idéia já alcança alguns grandes empreendedores, como a Inpar, que adota a captação e o reaproveitamento da água de chuva em alguns de seus empreendimentos, inclusive nos lançados pela empresa na região da Lagoa dos Ingleses, em Nova Lima. Outra construtora que estuda a implantação de sistemas de reuso de água de chuva é a mineira Mip Engenharia. Em Porto Alegre, uma empresa

Com uma nova proposta no mercado de Prestação de Serviços para Construção Civil, Manutenção Predial e Instalações, a ECOPREST visa conquistar clientes e formar seu corpo funcional com o conceito de atuar de forma limpa e sustentável, nas suas atividades. (ECOPREST, 2009)

Mesmo que algumas empresas já realizem algum trabalho voltado para o sustentável, a maioria das empresas ainda não descobriu que a implantação desse tipo de sistema pode se transformar num diferencial de vendas. Pensamos em um projeto que possibilitasse a continuidade ao já existente e viesse como um diferencial junto à construção civil.

 4.2  ATIVIDADES PROPOSTAS

 

Este projeto é destinado ao uso planejado da água das chuvas pela comunidade que resida em casas, principalmente aos que ainda irão construir. Como alternativa para a solução do problema da água, escolhemos o sistema de reaproveitamento da água pluvial em residências para consumo não potável, mesmo considerando que a sua aplicação alcança uma área bem mais ampla, como escolas públicas e privadas, prédios públicos etc. Atualmente, esse sistema é bastante praticado em países como Estados Unidos, Alemanha, Japão, entre outros. Já no Brasil o sistema é utilizado em algumas cidades do nordeste como fonte de água. Ainda baseados no projeto da empresa Aquastock (2009), que orienta:

Para se obter continuamente água de boa qualidade, com segurança, pouca manutenção e baixo custo operacional, além de um sistema com equipamentos adequados são necessários alguns cuidados:

• Contar com o suporte de um profissional responsável pelo projeto: seja arquiteto, engenheiro ou instalador.

• Atentar às normas de segurança sanitária, como separar o sistema estritamente do de água potável (de acordo com regulamentos locais) e identificar todos os componentes (reservatórios, torneiras, bacias, etc.) dentro do sistema como para finalidades ÁGUA DE CHUVA/NÃO-POTÁVEL.

• O projeto do sistema de água de chuva deve estar em acordo com os padrões/normas de construção (que garantem a drenagem do edifício, mesmo com rompimentos no sistema, nenhuma limitação na área seccional e ventilação do sistema de drenagem).

• Captar água de chuva somente de superfícies apropriadas como telhados, evitando-se áreas inadequadas, sujeitas à poluição ou contaminação.

• Realizar a filtragem fina da água antes desta entrar no tanque de armazenamento e assegurar que a sedimentação nos tanques de armazenamento funcione sempre, usando dispositivos para reduzir a velocidade de entrada e saída de água no reservatório.

• Proteger os reservatórios contra a entrada de material externo e vazamento de água, não o expondo tampouco à luz e ao calor.

4.3  DEMONSTRAÇÃO DE UM MODELO BÁSICO

4.3.1        Uso da água da chuva em prédios residenciais

4.3.2        Consumo não potável: Vasos Sanitários

 

 - Ocupação estimada = 25 pessoas;

 - Demanda estimada  = 5 desc/dia x 6 litros/desc. X 25 pessoas = 750 litros/dia;

 - Área de captação     =160 m²;

 

  Construção: 

  - Captação =1.345mm/anox160m²=215m³/ano;

  - Demanda =750litros/diax360dias =270m³/ano;

  - Eficiência do sistema = 80%. 

   4.3.1.2 Demonstrativo da Precipitação média anual

 

   Jan   = 110 mm                   

Fev   = 110 mm

   Mar  =   105 mm                  

Abr   =   085 mm

   Mai  =    090 mm                            

Jun   = 130 mm

   Jul    =   120 mm                

Ago  = 140 mm

   Set   =   140 mm                 

Out   = 110 mm

   Nov  = 105 mm                   

Dez   = 100 mm      

   Total = 1.345mm/ano

 

         4.3.1.3 Relação de materiais necessários (captação apenas nos telhados)

 

              - Calhas e condutores pluviais próprios;

              - Filtro mecânico autolimpante;

              - Reservatório próprio;

              - Dosador de cloro;

              - Sistema complementar – DMAE c/separação atmosférica;

              - Medição Individual.

  

4.3.1.4 Modelo de um protótipo

 

 4.3.1.5 Demonstrativo do funcionamento do protótipo             

 1. Captação de água da chuva.

 2. Recolhimento através de calhas e conduzidas às colunas.  

 3. Remoção das partículas com a utilização de um filtro.

 4. As partículas são conduzidas ao esgoto pluvial.

 5. A água filtrada será encaminhada a um reservatório exclusivo.

 6. Através de um conjunto de bombas, a água é recalcada para os reservatórios superiores.

 7. Reservatório para abastecimento das bacias sanitárias e combate a incêndio.

 8. Caixa de incêndio.

 9. Bacia sanitária.

O investimento necessário para a instalação do sistema de aproveitamento da água de chuva torna-se menos expressivo, posto que, estarão instalados os equipamentos já na construção.

TEMA: USO DOMÉSTICO DA ÁGUA DA CHUVA

Desenvolvimento de atividades na região:

- Identificação dos setores econômicos:

Setor terciário / prestação de serviço

 

- Reconhecimento dos órgãos que congregam informações sobre os setores econômicos: Congregar Técnicos em Gestão Ambiental e Engenheiros Civis em um mesmo objetivo o da construção de casas com um sistema de reaproveitamento não potável da água da chuva.

 

- Análise dos dados levantados:

Com análise de dado documental, podemos concluir que a água da chuva usada de forma adequada pode reduzir em até 50% o uso da água potável, como indica tabela 1.

 

- Relatório com as informações coletadas – Existem projeções de que água será escassa em diversos países do mundo. Em Porto Alegre preocupados com o problema da água foi criada uma lei. A Lei Municipal nº 10.506, de 5 de agosto de 2008, institui o Programa de Conservação, Uso Racional e Reaproveitamento das Águas nas Edificações. Ela abrirá muitas portas para as construtoras e projetos voltados para o reuso da água, principalmente da chuva. Sabe-se que a água da chuva usada de forma adequada pode reduzir em até 50% o uso da água potável. Um retorno econômico e, principalmente, ambiental. Muitos países como Estados Unidos, Alemanha e Japão, preocupam-se com o uso adequado da água. No Brasil existe em algumas cidades que aderiram ao uso de cisternas como fonte de água, mas por extrema necessidade.

 6. REFERÊNCIAS

 

ANDREOLI, Cleverson V. et al. A Transversalidade e a Água. In: ___. Uma leitura para os temas transversais: ensino fundamental. Curitiba: SENAR-PR, 2003.

 

AQUA STOCK. Uso Racional da Água. Disponível em: <http://www.aquastock.com.br/download.htm > Acesso em: 02 nov. 2009.

 

ECOPRESTDisponível em <:http://www.ecoprest.com.br/> Acesso em: 18 set. 2009.

 

KOENIG, Klaus W. The rainwater tecnology handbook, rainharvesting in building.  2001.  Disponível em: <http://www.klauswkoenig.de/>. Acesso em: 07 dez. 2009.

 

MOESCH, Beto. Programa de Conservação, Uso Racional e Reaproveitamento das Águas. 2008. Disponível em: <http://www.betomoesch.com.br/portal/modules/smartsection/item. php?itemid=42> Acesso em: 23 out. 2009.