Jouson Barreto José Boaventura de Sousa & Marilena Chauí ISPC- "- [email protected]

Linha de pesquisa : Escrito sobre a universidade e Uiversidade do século XXI

Resenha Comentada

Na presente resenha, analisaremos as seguintes obras: A universidade do século XXI e Escrito sobre a universidade ,. Para a concretização da análise nos basearemos nos estudos de Boaventura de Sousa e Marilena Chauí .

Boaventura de Sousa Santos, nasceu em Coimbra em 15/11/1940. É Doutorado em Sociologia do Direito pela Universidade de Yale (1973), Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.   Marilen    Chaui nasceu   no   dia   4   de   setembro de 1941    é uma filósofa brasileira    especialista    na    obra    de Baruch Espinoza   escritora e professora   emérita de   Filósofia   Política   e   Estética da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciência Humanas da Universidade de São Paulo.

O texto é composto de quatro partes sendo uma introdução , resultados, discussão e conclusões.


INTRODUÇÃO


A universidade é uma instituição de ensino superior pluridisciplinar e de formação   de   quadros   profissionais   de nível    superior,    de investigação, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano. Os autores fazem inicialmente uma análise das transformações recentes no sistema de ensino superior e o impacto destas na Universidade pública; identificam e justificam os princípios básicos de uma reforma democrática e emancipatória da universidade pública; Boaventura de Sousa abarca em seu texto a influência do processo de Bolonha no ensino superior; define o que é conhecimento universitário, ao mesmo tempo em que critica seu modelo atual; relaciona o projeto de país com o de universidade, propondo soluções para o seu problema através de uma reforma universitária para o século XXI e a criação de uma nova instituição. Segundo Boaventura todas instituições atravessam por vários desafios (crises, transtornos, etc.) fatores esses que devem ser superados com o passar do tempo, nas Universidades. O autor nos mostra 03 (três) fatores:

As crises de hegemonia: Resultante de atribuições funcionais de ideias contraditórias, uma vez, que o papel da universidade era formar as mais altas elites, e hoje é formar mão de obra qualificada para o mercado de trabalho;

A crise de legitimidade: Perda de consenso dentro das universidades, em que se cria uma contradição entre a hierarquia do saber restringindo-se a uma minoria   confrontando-se   de   frente   com   as   exigências   sócio   políticas;

A crise de institucionalidade: Baseado no modelo neoliberal, universidades estão abrindo-se para o mercado transnacional, amparados pelo Banco Mundial e a OMC. E, estão sendo estimuladas a uma acumulação privada.


Marilena Chaui faz um esclarecimento a respeito da situação que se passa nas universidades brasileiras e relaciona com o capitalismo, a problemática da educação dentro do capitalismo, a partir da compreensão de que a educação exercida através do Estado capitalista é uma educação dual e de classes, pois ela provém da classe dominante, a qual tem condições de vida diferentes das condições do trabalhador.

O esclarecimento dos pressupostos e a reflexão conjunta permitirão contrapor aos valores e critérios neoliberais aqueles outros valores e critérios de uma universidade crítica, formadora e produtora de conhecimentos. O livro é composto de sete ensaios, cobrindo diferentes fases da vida universitária nacional,    desde     o     final     dos     anos     1960     até     o     presente. A autora explica os pressupostos que assumirá na condução das análises e críticas presentes nos capítulos que compõem o livro, caracterizando sua concepção de sociedade democrática e autoritária, assim como de neoliberalismo. É interessante notar que, já na apresentação sumária dessas concepções, certos processos típicos do autoritarismo nacional, em particular, são detectados também no neoliberalismo mediante as diversas formas de expressão ideológica que lhe dá o pós-modernismo.

É importante insistir que o livro não pretende ser meramente um instrumento de defesa, mas sobretudo de combate. De facto, não se trata apenas de defender uma posição, mas de opor um conjunto de valores àquele que nos querem impor. E a melhor estratégia consiste em esmiuçar, como o faz Marilena Chaui.


Resultados:



Para os resultados esperados os autores avaliam o estado actual da universidade bem com o termino das desigualdades sociais e ferramentas para monitorar e oferecer suporte à implementação de planos de internacionalização; intercâmbio de conhecimentos e práticas entre as universidades no continente latino Americano e no mundo no que toca à operacionalização e à garantia de qualidade dos planos de internacionalização vínculos e parcerias mais fortes entre as instituições, dando continuidade ao trabalho conjunto pela internacionalização.



Discussão



Em a análise feita ou autores apresentam uma visão comum sobre o caminho percorrido pela universidade, os autores estão de acordo que para a universidade ter legitimidade e eficácia tem de se conhecer a sua localização geográfica ou lugar onde está implementada, esta por sua véz deve estar comprometida    com    o    ensino e    a    forma sistemática de    transmissão de conhecimentos para instruir educar sem que haja desigualdades, ao mesmo tempo deve contribuir para uma globalização solidária do saber universitário.



CONCLUSÕES


Conclui-se que a relações entre a universidade e a sociedade, poderão ocorrer para preservar a autonomia da universidade, no sentido da liberdade de objecto de pesquisa, diversidade e interdisciplinaridade de conhecimento e compromisso em contribuir para evitar a exclusão social, ou melhor, para propiciar, na medida do possível, a integração dos excluídos. A Universidade não pode atuar contra a sociedade que a mantém, ou em benefício apenas de alguns, visto que todos contribuem, direta ou indiretamente para sua existência e manutenção.

Conclui-se que para evitar desigualdades de acesso e permanência desde a educação infantil ao nível superior a luta por uma educação igualitária deve estar na pauta das lutas políticas nos mesmos níveis das demais lutas sociais e econômicas .


As parcerias com outras universidades certamente serão inevitáveis, mas é preciso pensar como tirar grande proveito das mesmas e fazer com que haja recursos e espaço para o desenvolvimento da pesquisa livre para tornar o saber produzido acessível à sociedade como um todo.



Referências

ALMEIDA FILHO, Naomar. Universidade Nova: Textos Críticos e Esperançosos. Brasília: Editora UnB; Salvador: EDUFBA, 2007.


ALMEIDA FILHO, Naomar; MARINHO, Maerbal Bittencourt; CARVALHO, Manoel José de; SANTOS, Jocélio Teles. Ações Afirmativas na Universidade


Pública: o caso da UFBA. Salvador: CEAO, 2005.

CEAO. O negro na universidade. Salvador: EDUFBA, 2000. (Coleção

BAETA NEVES, Clarissa E. "Funções do ensino superior hoje".

IN: Universidade e Educação. Campinas: Papirus; SP: ANDE:ANPEd, 1992.(Coletânea CBE).


Série Novos Toques do Programa A Cor da Bahia). COULON, Alain. A Condição de Estudante. A entrada na vida universitária. Salvador: EDUFBA, 2008.